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Visões do Julgamento – A Experiência Psicodélica

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A visão do julgamento pode vir: o jogo de culpa do Terceiro Bardo. “Seu gênio bom contará seus bons feitos com seixos brancos, o gênio mal contará os maus feitos com seixos negros.” Uma cena de julgamento é parte central de muitos sistemas religiosos, e a visão pode assumir diversas formas. É mais provável que os ocidentais a vejam na bem conhecida versão cristã. Os tibetanos dão uma interpretação psicológica a esta bem como a todas as demais visões. O Juiz, o Senhor da Morte, simboliza a própria consciência em seu aspecto severo de imparcialidade e amor pela integridade. O “Espelho do Carma” (o Livro cristão do Julgamento), consultado pelo Juiz, é a memória. Diferentes partes do ego virão à frente, algumas oferecendo desculpas pouco convincentes para enfrentar acusações, e outras atribuindo motivos a vários feitos, contando feitos aparentemente neutros entre os negros; outras ainda oferecerão justificativas ou pedirão perdão. O espelho da memória reflete claramente; mentiras e subterfúgios não ajudarão. Não se assuste, não conte mentiras, encare sem medo a verdade.

 

Agora você pode imaginar-se cercado(a) por vultos que desejam atormentá-lo(a), torturá-lo(a) ou ridicularizá-lo(a) (as “Fúrias Executoras do Robótico Senhor da Morte”). Essas figuras impiedosas podem ser interiores ou envolver as pessoas ao seu redor, vistas como impiedosas, jocosas e superiores. Lembre-se de que o medo e a culpa, a perseguição e as figuras jocosas são suas próprias alucinações. Sua própria máquina de culpa. Sua personalidade é uma coleção de padrões de pensamento e vazio. Não pode ser ferida. “Espadas não podem perfurá-la, o fogo não pode queimá-la.” Liberte-se de suas próprias alucinações. Na realidade, não existem coisas tais quais o Senhor da Morte, ou um deus ou demônio ou espírito distribuidores da justiça. Aja de forma a reconhecer isto.

 

Reconheça que você está no Terceiro Bardo. Medite sobre seu símbolo ideal. Se você não sabe como meditar, então apenas analise com grande cuidado a natureza real do que o(a) está assustando. A “Realidade” não é nada além de vazio (Dharma-Kaya). Esse vazio não é do vazio da nulidade, mas um vazio na natureza verdadeira na qual você sente-se impressionado(a), e ante a qual sua consciência brilha mais clara e lucidamente. [Este é o estado da mente conhecido como “Sambhoga-Kaya.” Neste estado, você experiencia, com intensidade insuportável, Vazio e Brilho inseparáveis – o brilho por natureza do Vazio e o Brilho inseparável do Vazio – um estado da consciência não-modificada ou primordial, que é Adi-Kaya. E a força desta, brilhando desobstruidamente, irradiará por toda a parte; é a Nirmana-Kaya.

 

Isto refere-se aos Ensinamentos de Sabedoria fundamentais do bardo Thodol. Em todos os sistemas tibetanos de ioga, a realização do Vazio é o grande objetivo. Realizá-lo é alcançar o Dharma-Kaya incondicionado, ou “Corpo Divino da Verdade”, o estado primordial da incriadozice[19], da Toda-Consciência sobre-humana. O Dharma-Kaya é o mais elevado dos três corpos do Buda e de todos os budas e seres que tem o perfeito esclarecimento. Os outros dois corpos são o Sambhoga-Kaya ou “Corpo Divino da Perfeita Doação” e o Nirmana-Kaya ou “Corpo Divino da Encarnação”. Adi-Kaya é sinônimo de Dharma-Kaya. O Dharma-Kaya é primordial, Sabedoria Essencial sem forma; é a experiência verdadeira livre de todo erro ou obscurecimento inerente ou acidental. Inclui o Nirvana e o Sangsara, que são estados polares da consciência, mas idênticos no reino da consciência pura. O Sambhoga-Kaya, corporifica, como nos cinco Dhyani Budas, Sabedoria Refletida ou Modificada; e o Nirmana-Kaya corporifica, como nos Budas Humanos, a Sabedoria Prática ou Encarnada. Todos os seres esclarecidos renascem neste ou em outros mundos com consciência plena, como trabalhadores pelo melhoramento das suas criaturas semelhantes, são chamados de encarnados Nirmana-Kaya. O Lama Kazi Dawa-Samdup, o tradutor do Bardo Thodol, considera que o Adi-Buda, e todas as deidades associadas com o Dharma-Kaya não devem ser considerados como deidades pessoais, mas como personificações das força, leis e influências espirituais primordiais e universais. “No panorama sem fronteiras do universo existente e visível, quaisquer formas que apareçam, quaisquer consciências que conjeturem, todos são o jogo da manifestação no Tri-Kaya, o Princípio Triplo da Causa de Todas as causas, a Trindade Primordial. Cobrindo tudo, está a Essência Todo-Impregnante do espírito, que é a Mente. Ela é não-criada, impessoal, auto-existente, imaterial e indestrutível”. A Tri-Kaya é a trindade esotérica e corresponde à trindade exotérica de Buda, as Escrituras e o Clero (ou a sua própria divindade, este manual e seus companheiros).]

 

Se o viajante estiver lutando com alucinações de culpa e penitência, as è INSTRUÇÕES PARA AS VISÕES DO JULGAMENTO podem ser lidas.

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