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Imagine que você é bombardeado, ou bombardeada, incessantemente com propagandas e sugestões comerciais que sua mente não é capaz de perceber. Imagens mostradas rapidamente no meio de filmes, sons que nosso cérebro consciente não é capaz de notar. Tudo isso nos programando para consumir determinados produtos e determinadas marcas sem que percebamos. Essa visão de propaganda subliminar, usada tanto para promover o capitalismo quanto propagandas políticas ou religiosas pode parecer um desejo impossível para inescrupulosos marketeiros, mas na vida real ele já existe e há muito tempo desde a década de 1950, e se essa idéia assusta alguém, ninguém parece notar.
O interessante é que ao invés de esconder pequenas sugestões em meios de comunicação do cotidiano, como propagandas da coca-cola entre os frames de um filme de cinema, essas sugestões são físicas, arquitetônicas e estão ao nosso redor por todos os lados.
Você já entrou em um supermercado precisando comprar só papel higiênico e saiu de lá com 4 sacolas de compras? Já foi a um shopping precisando comprar um presente de aniversário e acabou dando um up grade no seu guarda roupas? Essas compras que parecem fazer sentido, mas são completamente aleatórias são o resultado da transferência de Gruen.
Victor Gruen foio pioneiro em projetar e desenhar shoppings centers nos Estados Unidos. Já que o objetivo de um shopping é fazer as pessoas comprarem, e compras são quase que inteiramente emocionais – quantos sapatos de fato você precisa para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa, e em que seus sapatos combinarem com seu cinto ou sua bolsa influenciam na qualidade de sua confecção? – Gruen descobriu uma maneira de desligar nosso cérebro consciente, nosso lado racional e nos tornar vítimas de qualquer loja que surja em nossa frente. E como ele conseguiu isso? Criando um ambiente labiríntico e intensionalmente confuso, com um layout que é tudo menos intuitivo e amigável.
Faça um teste. Vá a um shopping ou um super mercado. Fique na porta de entrada e escolha aleatóriamente alguém que entre, passe a seguir e prestar atenção na pessoa. Em pouco tempo a desorientação que o ambiente foi programado para causar nas pessoas vai atingir o cérebro, e reprogramá-lo.
Logo surgirão os primeiros sinais de que o cérebro da vítima foi hackeado: seu queixo cai sutilmente, deixando a pessoa de boca ligeiramente aberta, olhos que se tornam vidrados e a aparência de estar se sentindo confusa, muitas pessoas começam a andar mais devagar. Psicólogos descrevem a tranferência Gruen como um estado quase paralítico, quando a mente para de funcionar e se encontra quase em transe.
Quando a pessoa entra neste estado, a mente racional se desliga e ela se torna uma compradora compulsiva.
Tomando vantagem da descoberta de Gruen muitos shoppings, parques de diversão e cassinos fazem uso de um layout intencionalmente confuso para que as pessoas se sintam perdidas em um primeiro momento e passem a agir impulsivamente num segundo.
Quer combater isso? Cada vez que for entrar em um shopping ou supermercado ou cassino, deixe seus cartões e talões de cheque em casa, leve apenas o dinheiro que pode gastar e faça uma lista das coisas que precisa comprar. E a todo custo tente não se dispersar.
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