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Eu sou o Coração; e a Cobra está entrelaçada
Sobre o invisível núcleo da mente.
Ascenda, Ó minha cobra!
É agora a hora da escondida e sagrada flor inefável.
Ascenda, Ó minha cobra, para a luminosidade da flor
No cadáver de Osíris flutuando no sepulcro!
Ó coração de minha mãe, minha irmã, meu próprio,
tu estas entregue ao Nilo, para o aterrorizante Tifão
Ah eu! Mas a glória da tempestade voraz
Enfaixa a ti e envolve a ti no frenesi da forma
Seja ainda, Ó minha alma! Que o feitiço possa dissolver
Ao se erguerem as varinhas, e se revolverem os aions
Contemple! Na minha beleza como Tu és alegre,
Ó cobra que carece da coroa do meu coração!
Contemple! Nós somos um, e a agitação dos anos
Vai até o anoitecer, e o Besouro surge,
Ó Besouro! O zumbido da Tua nota dolorosa
Seja sempre o transe desta trêmula garganta!
Eu aguardo o despertar!
A convocação do elevado Do Senhor Adonai, do Senhor Adonai!
– V.V.V.V.V. Invocação da Kundalini
No diagrama cabalístico da Árvore da Vida a experiência de união com o Amante Secreto tem lugar na sexta Sephirah, Tiphareth. Esta Sephirah corresponde diretamente ao Chakra Anahata, o Chakra do coração. No hinduísmo, o Conhecimento e Diálogo com o Santo Anjo Guardião é a energia Kundalini subindo ao Chakra do Coração. Não é mera coincidência que o culto tanto à Cristo como à Krishna encoraja você a “entregar seu coração” aos seus deuses respectivos ou se refere a divindade como vivendo dentro, abrindo acima ou vindo na direção dos corações dos devotos.
Como aprendemos no capítulo sobre a Cabala, a fórmula YHVH (Yod Heh Vau Heh) revela tanto o segredo do Espírito descendendo na Matéria como o segredo da humanidade retornando à Divindade.
Cada um de nós é o Heh (final), a Filha/Princesa dessa família Cabalística. Para descobrir nossa natureza Divina original, nós temos que primeiro nos tornar unos com:
Vau, o Filho/Príncipe que é ao mesmo tempo irmão e amante da Princesa.
[Aqui é desnecessário teorizarmos sobre a natureza de Heh, a Mãe, e Yod, o Pai, pois até não estarmos unos com Vau não teremos capacidade suficiente de compreender a natureza dessas Supremacias.]
Heh tem o valor numérico Cinco e é simbolizado pelo Pentagrama. Os cinco pontos do Pentagrama representam os quatro elementos governados pelo quinto elemento, Espírito. Cinco representa o Microcosmo, “o pequeno mundo”, cuja última expressão é o Homem.
Vau tem o valor numérico Seis e é simbolizado pelo Hexagrama. Os seis pontos do hexagrama representam os seis Planetas dos antigos circundantes do Sol, que se encontra no centro do hexagrama. Seis representa o Macrocosmo, “o grande mundo”, que é a última expressão de Deus. Vau também é o símbolo especial do Santo Anjo Guardião.
A Grande Obra é a União do Cinco (Você) com o Seis (Seu Santo Anjo Guardião).
A lógica diz que tudo no universo está conectado, que não há, de fato, nenhuma separação entre estes dois mundos. E é verdade. A divisão é uma ilusão. Conhecimento e Diálogo com o Santo Anjo Guardião é alcançado quando o mundo individual do Cinco se harmoniza e se alinha perfeitamente com o mundo do Seis. Conseqüentemente, o primeiro passo a ser dado na Grande Obra é aperfeiçoar seu mundo de Cinco através do equilíbrio do corpo, da mente, dos sentidos e das emoções. Muito disso pode ser cumprido através dos exercícios e meditações semelhantes aos citados no Capítulo Nove.
Isto soa bastante trabalhoso. Você pode sentir que dominar o seu Eu e o seu ambiente antes de começar a Grande Obra é quase como dizer “para superar seus problemas primeiro você deve superar seus problemas”. E em algum aspecto é exatamente isso que nós estamos dizendo. Mas mesmo que a prática e a disciplina sejam sempre necessárias para te preparar como um recipiente satisfatório para o seu Anjo, o contato com Ele só será realizado através do processo de concentração devocional e, quando a própria oportunidade mágicka se apresentar, da rendição completa.
Devoção religiosa não parece ser tão fácil para os Ocidentais como é para os nossos irmãos e irmãs Orientais. Os evangélicos semi-alfabetizados de TV que aterrorizam os seus rebanhos em “rendição” espiritual nos mostram somente o “lado negro” da devoção, ao definirem a rigorosa natureza do seu deus e, em seguida, exigindo que fielmente joguem o intelecto e o senso comum descarga abaixo. Isto é “rendição” na mira de uma arma.
É de se admirar porque no Ocidente tantos buscadores inteligentes abandonam suas esperanças em seguir o caminho Ocidental da devoção e acabam se voltando para as religiões Orientais para alimentar suas fomes espirituais?
Os Hindus chamam a ciência espiritual de devoção e rendição Bhakti Yoga, e têm concebido inúmeras técnicas para trazer o devoto ao contato direto com a deidade. Cantar o nome de deus, (a técnica do movimento Hare Krishna), é um método. Peregrinações para o santuário e a cidade santa de deus, ou realizar atos e sacrifícios que são tradicionalmente prazerosos a deidade, são outros.
Para amar com todo o seu coração, primeiro o coração deve ser aberto. É aí que o encontro tem lugar, a misteriosa união entre o Homem e Deus. Em algumas tradições místicas, há expectativas de rejeição do homem abaixo do cinturão. Esta atitude não é encontrada somente no misticismo Cristão, mas também entre os Jainistas. Israel Regardie, além disso, observou uma divisão semelhante entre os seguidores da Golden Dawn. Ele descobriu que eles excedem em expressar a sua sexualidade e agressão, ou reprimem-nas completamente. Ambos os extremos produzem tanta doença quanto promovem facilidades. O mais sério crítico dessa cisão, como eu vejo isto, é uma falsa visão do homem. O homem não é um/ou, é ambos. Nem Deus nem besta nós não somos, mas ambos; nem sozinhos nem separados, mas um; encontre isso no seu coração na forma do seu Santo Anjo Guardião.
Com a experiência do Conhecimento e Diálogo o centro do nosso foco muda. Um interruptor é acionado; nós somos preenchidos com luz branca que explode ao longo da eterna escuridão. As nuvens desaparecem, e quando nós novamente reaparecemos só podemos ter uma pequena noção. A mente é consertada no coração, onde o encontro de Deus com o homem tem lugar. Não há nenhum outro espaço para qualquer outra coisa. A taça está transbordando e a água fértil traz à vida o dinâmico intercâmbio entre Amor e Vontade. Eu não quero sugerir com isso que uma vez que isto ocorre vive-se continuamente em total bem-aventurança. Nossa mortalidade é tal, que nós sempre acabamos caindo de volta em doenças e discordâncias. Nós precisamos disto para evoluir mais rápido. Uma vez que a união profunda acontece, contudo, há uma mudança fundamental de atitude, e isto pelo menos a memória pode se lembrar no meio do desespero e da solidão. Nós podemos, assim, pela memória, embarcar uma vez mais na procura por aquela benção da união que, uma vez experimentada, nunca se perde.
Há ilimitadas formas de alcançar o fim desejado, no que se refere aos atos externos. O segredo completo, contudo, pode ser resumido pelas palavras de Abraão, o Judeu: “Inflama-te em Oração”.
Retirado de “O Caminho do Amante Secreto: Magia Sexual Tantra & Tarot.” Escrito por Christopher S. Hyatt e Lon Milo DuQuette
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