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Um Esboço Sobre a Prática Goética

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Mesmo com o manancial de informação disponível através da literatura especializada e da Internet, muitos estudantes se debatem como mariposas diante da luz até encontrarem um método que julguem apropriado para suas operações Goéticas.

Há centenas, talvez milhares, de livros que indicam desde a prática tradicional ensinada nos templos das ordens e das escolas iniciáticas até os procedimentos mais heterodoxos da prática mágicka.

Muitos adeptos iniciam suas práticas goéticas de maneira arbitrária, heterodoxa e diferente daquilo que costuma ser recomendado por adeptos mais experientes.

Não há necessariamente um caminho certo ou um caminho errado a ser seguido, porém é fundamental que o estudante seja capaz de encontrar as próprias respostas através da análise crítica, do estudo diligente e da prática persistente.

Cada indivíduo possui as próprias aspirações dentro da senda espiritual e motivações próprias para escolher seus caminhos e práticas.

O motivo que conduz o aspirante à Goetia é algo bastante relevante e que costuma ser vilipendiado por muitos pseudo-“iniciados”.

A descuidada motivação associada à incapacidade de relacionar causas aos seus respectivos efeitos costuma gerar indivíduos propensos a multiplicar fenômenos, ao invés de adeptos sérios trabalhando para sua própria evolução mágicka e espiritual.

Podemos notar uma espécie de frenesi e desvario em alguns indivíduos que concluem que os fenômenos ocultos e “sobrenaturais” são os resultados positivos das operações, sendo que sua motivação passa a ser a multiplicação do fenômeno ao invés da obtenção dos resultados.

Há pessoas que se declaram “experientes magistas” devido à sua capacidade de ver vultos e espíritos, de gerar black-outs em seus condomínios, de substituírem lâmpadas queimadas em demasia sem explicação científica, de não conseguirem dormir direito, etc. Além de supersticiosos, se tornam papagaios fanáticos de comportamento não-iniciático e centrado no ego. Esqueceram do Touro e do Silêncio e bradam aos quatro ventos: “sou um multiplicador de fenômenos”.

O verdadeiro Adepto julga a efetividade de suas operações através de seus resultados. Por exemplo, pode ocorrer de um indivíduo evocar Bune com a finalidade de se tornar sábio e eloqüente, ora, o resultado esperado é simples de ser entendido. Agora, se o indivíduo dá importância exacerbada aos fenômenos que ocorreram em seus experimentos e acredita que a sucessão dos mesmos o conduzirá ao final almejado, então o propósito da operação pode ter se perdido.

Alguns estudantes acreditam que o cerne da prática Goética é a capacidade de trazer o espírito em forma visível dentro de um triângulo para que seus desejos sejam realizados. Há motivações nobres e propósitos não muito justificáveis, mas que movem muitos estudantes à prática e consequentemente ao erro ou ao acerto, geralmente a ambos.

Um exemplo clássico de boa motivação é a primeira evocação realizada por Lon Milo DuQuette, narrada em seu livro “Aleister Crowley’s Illustred Goetia”. Lon realizou um ritual desesperado para conseguir tomar as rédeas da própria vida, mesmo a revelia de seus superiores e instrutores, Lon realizou a evocação de Orobas e, mesmo com os intensos infortúnios e “erros” durante o ritual, ele conseguiu atingir os resultados esperados, e mais, o trabalho ressoou por muito tempo em sua mente, permitindo que ele aprendesse cada vez mais com o tipo de energia com a qual ele esteve trabalhando.

A Goetia é uma ferramenta afiadíssima para a exploração dos mais recônditos e escuros planos de nossa Sombra e de nossa existência, porém a maioria dos estudantes não costuma dar a devida atenção a esse aspecto. Quando as experiências goéticas desencadeiam os processos que os levam a se confrontarem com suas próprias Sombras, o espírito evocado costuma ser responsabilizado pelo atroz infortúnio.

A Goetia é uma maneira de nos defrontarmos diretamente com os aspectos de nosso Inconsciente e de nos colocarmos à prova sobre eles. Esse é um dos principais motivos que levam muitos instrutores a não aconselharem seus discípulos a resolverem seus pequenos problemas através dessas práticas, pois eles podem simplesmente criar problemas ainda maiores e mais difíceis de serem resolvidos.

Entre as motivações “não muito justificáveis” se encontram aquelas de alguns indivíduos que crêem que o verdadeiro mago é aquele que submete as leis da natureza exterior aos seus caprichos, como se a obtenção de êxito sobre alguns objetivos materiais e mesquinhos lhes conferisse a coroa de Atarah.

Muitos acreditam que a Magia Goética é simplesmente uma prática para driblar dificuldades e ter acesso mais fácil àquilo que não conseguem conquistar através de seus esforços comuns.

Não pretendemos evocar a aura perniciosa da moralidade ou um senso de ética para interpretar as motivações que conduzem o Adepto, mesmo porque, a relatividade se presta à lógica da justificativa.

Um outro aspecto que não deve ser posto à margem são os efeitos que podem ocorrer posteriormente, pois muitas evocações trazem consigo verdadeiros demônios de nossas próprias profundezas. Diferente daquilo em que “acreditamos”, esses seres não surgirão entre chamas e enxofre, ao contrário, eles se colocarão a nossa frente no momento da vulnerabilidade e tentarão nos “despedaçar entre rodas”.

Obviamente a evocação goética é um meio de nos colocarmos em contato com Deuses, Espíritos e “Seres” que existem além de nossa própria constituição, porém os aspectos interiores não deveriam ser menosprezados jamais. Como disse Lon Milo DuQuette, para nossa reflexão, “Eu posso mudar somente uma coisa com Magick – eu mesmo”.

Os métodos de evocação utilizados são praticamente indefinidos em número, podendo variar desde técnicas “mais simples” através de concentração e meditação, até rituais mais “áridos” e elaborados como na evocação sexual.

Para o início das operações muitos Adeptos preferem algum método derivado do procedimento “tradicional” re-velado no livro “The Goetia, The Lesser Key of Solomon the King” de MacGregor Mathers editado por Aleister Crowley, outros preferem métodos mais arcaicos de grimórios diferentes. Considerando que muitos estudantes iniciam suas práticas dessa forma, procuraremos delinear nos parágrafos seguintes um método simples e eficiente, baseado nos ensinamentos fundamentais de Crowley, Mathers, e DuQuette.

Espera-se que o estudante tenha pleno domínio sobre as disciplinas fundamentais necessárias para a realização da evocação. As operações de banimento e invocação serão citadas, sugeridas, mas não serão descritas. Espera-se também que o estudante já esteja familiarizado com procedimentos cerimoniais comuns e com a literatura afim. Se o estudante não se julga suficientemente preparado, se ele não confia suficientemente em si mesmo, se ele não acredita no poder de sua palavra, então é melhor que o ritual não seja empreendido.

Escolha do Espírito

A Escolha do Espírito deve ser feita em função do resultado esperado, ou seja, o Estudante deve escolher o Espírito que melhor se encaixe ao resultado almejado.

Escolher um Espírito por sua “força” ou por sua “posição” podem não resultar no que se “deseja”.

Por exemplo, se o estudante pretende realizar uma evocação goética para aumentar o raio de seus conhecimentos sobre ciências e artes, então podemos aconselhar para que ele escolha Paimon, um Rei. Se o estudante teme evocar um Rei, então que ele não escolha um outro Espírito que lhe pareça menos arriscado sem que esse se encaixe ao resultado esperado. Escolher Samigina (Marquês), nesse caso, não surtiria o efeito “desejado”, ou melhor, o efeito que está em conformidade com a vontade.

O estudante também não deve esperar que a obtenção de êxito na evocação de Paimon seja indício de que ele acordará um sábio na manhã seguinte.

O estudante deve possuir vontade fixa e firme no propósito que deseja alcançar.

Estudar o Espírito

É fundamental que o Estudante tenha os conhecimentos sobre as correspondências e analogias referentes ao Espírito que se planeja evocar.

O estudante deve conhecer as melhores horas para a evocação, os melhores dias, as correspondências astrológicas, as cores, os incensos, os sinais, os sigilos, as conjurações específicas sempre que possível, os sinais, etc.

Tais informações podem ser adquiridas em profusão em grimórios, em livros específicos sobre goetia e pela Internet, desde que as informações partam de fontes confiáveis.

É comum encontrarmos informações conflitantes, nesses casos, aconselhamos ao estudante para que escolha as informações mais generalizadas e que use seu discernimento e inteligência.

Preparação do Templo, do Círculo e do Triângulo

O Templo representa o Universo Externo e será o local onde o ritual será realizado.

Pode-se escolher um quarto de uma habitação – geralmente, um espaço de 9m² é o suficiente.

O Templo deve ser um local onde não sejamos incomodados por outras pessoas ou por animais no decorrer do ritual. Deve ser um local com ventilação moderada para evitar efeitos intoxicantes provenientes do incenso ou de óleos que podem ser utilizados.

Portas e janelas devem estar fechadas e a iluminação deve ser a mínima possível, de preferência não elétrica. Caso o estudante opte pelo círculo “tradicional” descrito por Crowley, a fonte de iluminação das 9 velas ao redor do círculo será mais que suficiente.

O Círculo anuncia a Natureza da Grande Obra, afirma a identidade do Magista com o Infinito, afirma o equilíbrio do trabalho e delimita a área de operação.

Círculo sugerido é o seguinte:

Chaos pode ser substituído por Therion, Laylah por Lilith e Perdurabo por Lúcifer – o estudante pode (e deve) utilizar seus próprios conhecimentos e inteligência para alterar os nomes das Divindades caso queira.

Os nove pentagramas são uma alusão clara ao Iniciado e no centro de cada um deles há uma pequena vela acesa. As velas representam os pensamentos negativos que são impedidos de surgir na consciência para atrapalhar o ritual. No livro “Magick”, Crowley diz que as velas “originais” eram feitas com gordura humana dos inimigos do magista ou das “crianças estranguladas”, sendo essas últimas relacionadas aos pensamentos que tentam surgir nos momentos inoportunos. Essas velas são as Torres à Beira do Abismo – que o estudante pondere sobre o significado das velas e que não cometa nenhuma sandice para seguir ao pé da letra o que as explicações de Crowley dizem. Nove é o número do Iniciado na Qabalah.

Os círculos são traçados na cor verde e os nomes das divindades em vermelho, assim como os quadrados que compõe o Tau no centro do círculo.

O diâmetro do círculo é determinado em função da altura do magista e deve ter espaço suficiente para que ele se mova com facilidade. Deve-se evitar círculos muito grandes.

A proporção pode ser apreendida através da ilustração acima.

Os três losangos representam os vértices de um triângulo cujas linhas são imaginárias.

O Tau é composto por 10 quadrados, um para cada Sephirah.

O triângulo é desenhado na direção particular do Espírito (ponto cardeal) ou voltado para o norte ou leste, dependendo exclusivamente do magista. Sugerimos o leste.

O desenho sugerido é o seguinte, em consonância com Crowley e DuQuette:

Uma vez preparados o Templo, o Círculo e o Local, o estudante terá algo como a ilustração abaixo para realizar o ritual, ou seja, o estudante terá os seguintes elementos gravados no chão de seu Templo:

O Selo do Espírito

O Selo do Espírito é composto por sinais gráficos que o representam e podem ser encontrados na literatura goética ou mágicka em profusão.

O Selo deve ser fabricado antes da operação.

Na literatura especializada há muitas instruções sobre como fabricar o selo, sugerimos que o estudante não se preocupe em demasia em atender aos requisitos tradicionais. Um desenho feito à mão nas horas adequadas servirá suficientemente. O Selo deve ser desenhado nas cores correspondentes, estudadas sobre o Espírito, em papel novo (virgem).

O Selo será colocado no centro do triângulo que está fora do círculo antes do início da operação.

É importante que o Magista tenha um local apropriado para guardar os selos após as operações. Aconselha-se que os selos sejam guardados em locais únicos (não devem ficar junto com outros selos goéticos de outras operações).

O Hexagrama e o Pentagrama da Arte

Aconselha-se o estudante a utilizar os símbolos consagrados do Hexagrama e do Pentagrama, seja através de medalhões ou gravados artisticamente em sua túnica.

O Hexagrama é a representação do Macrocosmo (Universo Ilimitado) e do Macroprósopo (Grande Face).

O Pentagrama é a representação do Microcosmo (Universo “Limitado”), do Microprósopo (Pequena Face) e do Homem (Espírito/Essência) dominando os quatro elementos em sua jornada rumo ao mundo Interior, Inferior e Ctónico.

Os desenhos sugeridos são:

Estudantes avançados encontrarão correspondências e analogias interessantes relacionando e trabalhando os números 5, 6, 11 e 66.

 

O Bastão

O Bastão é uma das principais armas mágicas: é o símbolo da Vontade Mágica e Criativa do Magista. O Bastão é uma alavanca e, com um ponto de apoio, universos inteiros podem se mover com a aplicação da Força adequada. No Bastão tradicional estão incrustadas as insígnias que re-velam a Vontade Mágica do Magista.

É por excelência uma arma fálica e é a arma elemental do Fogo e das Conjurações.

Alguns magistas preferem a Espada (arma elemental do Ar), mas o Bastão é o mais indicado para o início de operações devido à sua natureza.

Não é necessário gastar fortunas para se conseguir um. O estudante pode fabricar o seu próprio ou comprar algum de madeira que se encaixe em seu orçamento.

É altamente recomendável que o Bastão seja fabricado pelo próprio estudante, sempre que possível. Basta encontrar uma árvore saudável, com galhos firmes e bem vivos, escolher um galho bastante “reto” e corta-lo com um só golpe. O bastão tem aproximadamente a medida entre o cotovelo e as pontas dos dedos do magista. Essa arma deve ser trabalhada e consagrada da melhor maneira que as aptidões e habilidades do estudante permitirem.

De qualquer maneira, o Bastão deve ser consagrado de acordo com a Arte antes de ser utilizado nas operações goéticas.

A Túnica

Um robe preto único, sem capuz, de mangas longas é o suficiente.

O estudante pode utilizar outras vestes, desde que as mesmas se enquadrem na cadeia de analogias do Iniciado ou de acordo com sua orientação mágicka e religiosa.

O Ritual

O estudante deve providenciar os requisitos básicos para que o ritual possa ser empreendido, conforme as instruções sugeridas previamente.

O Ritual servirá para a evocação de qualquer Espírito da Goécia, sem restrições, incluindo os Espíritos descritos por Guido Wolther.

1. Escolher o Espírito;

2. Estudar o Espírito;

3. Preparar o Templo, o Círculo e o Triângulo;

4. Preparar o Selo do Espírito;

5. Possuir, com antecedência, o Pentagrama, o Hexagrama, o Bastão e a Túnica consagrados;

6. Adquirir incenso em boa quantidade com antecedência. É importante que o incenso seja escolhido de acordo com o Espírito escolhido e com as correspondências estudadas;

7. Colocar o incensório no centro do triângulo que está fora do círculo de operação. O incensório deve ser aceso de maneira que o incenso, em grande quantidade, queime durante todo o período da operação;

8. Colocar o selo do Espírito que será evocado na frente do incensório;

9. Acender as 9 velas ao redor do Círculo de operação;

10. Realizar um ritual de banimento. Aconselhamos o Rubi Estrela (banindo), mas pode-se utilizar o Ritual do Pentagrama Menor (banindo);

11. No centro do Círculo, no quadrado de Thipareth, que o Magista faça a Invocação Preliminar da Goetia, conforme Liber Samekh (texto destacado em negrito). Os pentagramas devem ser traçados no Ar com o Bastão.

A Ti eu invoco, o Não-Nascido.

Tu, que criaste a Terra e os Céus.

Tu, que criaste a Noite e o Dia.

Tu, que criaste as Trevas e a Luz.

Tu, que és RA-HOOR-KUIT, Eu mesmo feito perfeito, a quem nenhum homem jamais viu.

Tu, que és IA-BESZ, a Verdade na Matéria.

Tu, que és IA-APOPHRASZ, a Verdade em Movimento.

Tu, que distinguiste entre o Justo e o Injusto.

Tu, que fizeste a Fêmea e o Macho.

Tu, que produziste as Sementes e o Fruto.

Tu, que formaste os Homens para amarem uns aos outros, e para odiarem uns aos outros.

Eu sou (seu Moto) teu Profeta, a quem Tu confiaste Teus Mistérios, as Cerimônias de Khem (ao invés de Khem (Egito) pode-se utilizar Thelema ou a corrente particular do Magista).

OUVE-ME TU, pois Eu sou o Ângulo de NU, o Mensageiro de HAD, o Enviado de RA-HOOR-KHU (ou os nomes divinos da tradição particular do Magista): estes são os Teus Verdadeiros Nomes, dados aos Profetas de Khem (ao invés de Khem (Egito) pode-se utilizar Thelema ou a corrente particular do Magista).

Em sentido anti-horário, caminhe até o Leste.

Trace no ar o pentagrama equilibrante do Espírito Ativo.

Mantre:

EHEIEH

Faça o sinal de abertura do véu.

Trace no ar o pentagrama do Ar Invocando.

Mantre:

IHVH

Faça o sinal de Shu.

Dizer em voz alta, em tom firme:

Ouça-me! AR ThIAO RHEIBET A-ThELE-BER-SET A BELAThA ABEU EBEU PhI-ThETA-SOE IB ThIAO

Ouça-me, e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Em sentido anti-horário, caminhe até o Sul.

Trace no ar o pentagrama equilibrante do Espírito Ativo:

Mantre:

EHEIEH

Faça o sinal de abertura do véu.

Trace no ar o Pentagrama do Fogo Invocando:

Mantre:

ELOHIM

Faça o sinal de Thoum-Aesh-Neith

Dizer:

Eu invoco a Ti, o Terrível e Invisível Deus: Que habita no Lugar Vazio do Espírito:

AR-O-GO-GO-RU-ABRAO SOTOU MUDORIO PhALARThAO OOO AEPE

O Não-Nascido.

Ouça-me, e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Em sentido anti-horário, caminhe até o Oeste.

Trace no ar o Pentagrama equilibrante do Espírito, Passivo.

Mantre:

AGLA

Faça o sinal de fechar o véu.

Trace no ar o pentagrama da Água, Invocando.

Mantre:

EL

Faça o sinal de Auramot.

Dizer:

Ouça-me!

RU-ABRA-IAO MRIODOM BABALON-BAL-BIN-ABAOT. ASAL-ON-AI APhEN-IAO I PhOTETh ABRASAX AEOOU ISChURE

Poderoso e Não-Nascido!

Ouça-me, e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Em sentido anti-horário, caminhe até o Norte.

Trace no Ar o Pentagrama do Espírito, Passivo.

Mantre:

AGLA

Faça o sinal do fechamento do véu.

Trace no Ar o Pentagrama da Terra, Invocando.

Mantre:

ADONAI

Faça o sinal de Set.

Dizer:

Eu Te Invoco: MA BARRAIO IOEL KOThA AThOR-E-BAL-O-ABRAOT.

Ouça-me, e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Em sentido anti-horário, caminhe até o quadrado de Tiphareth novamente.

Trace no ar o Pentagrama do Espírito, Ativo.

Mantre:

EHEIEH

Faça o sinal de abertura do véu.

Faça o sinal da Lua e do Sol Unidos.

Faça os sinais de LVX.

Dizer:

Ouça-me: AOT ABAOT BAS-AUMGN. ISAK SA-BA-OT.

Curve-se levemente, com a cabeça erguida, em sinal de reverência.

Dizer:

Este é o Senhor dos Deuses.

Este é o Senhor do Universo.

Este é Aquele a quem os Ventos temem.

Este é Ele, que tendo feito a Voz com suas ordens, é o Senhor de todas as Coisas; Rei, Regente e Auxiliador.

Ouça-me, e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Trace no ar o Pentagrama do Espírito, Passivo.

Mantre:

AGLA

Faça o sinal de fechar o véu.

Faça o sinal da Lua e do Sol Unidos.

Faça os sinais de LVX

Dizer:

Ouça-me: IEOU PUR IOU PUR IAOTh IAEO IOOU ABRASAX SABRIAM OO UU AD-ON-A-I EDE EDU ANGELOS TON ThEON ANLALA LAI GAIA AEPE DIATHARNA THORON

Eu sou Ele! o Espírito Não-Nascido! tendo a visão nos pés: Forte, e o Fogo Imortal!

Eu sou Ele! a Verdade!

Eu sou Ele! Que odeia que o mal deva ser lançado no Mundo!

Eu sou Ele, que relampeia e troveja!

Eu sou Ele, de quem derrama a Vida da Terra!

Eu sou Ele, cuja boca sempre flameja!

Eu sou Ele, o Gerador e Manifestador da Luz!

Eu sou Ele, a Graça dos Mundos!

“O Coração cingido com a Serpente” é o meu nome!

Surge adiante e segue-me: e faça todos os Espíritos submissos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na Água; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possam obedecer a Mim.

Mantre:

IAO: SABAO

Tais são as palavras!

Imediatamente após essas invocações, o Espírito deve ser Evocado com as palavras:

Ouça-me, Ó Espírito (dizer o nome do Espírito), e apareça diante deste Círculo na forma Humana. Venha em paz e em forma visível, diante de mim no Triângulo da Arte.

Repita a Evocação por três vezes. Conjurações específicas podem ajudar nesse momento e servir de complemento podendo, em alguns casos, substituí-la. Repita a Evocação e chame o Espírito com Vontade e Firmeza.

Quando você sentir a presença do Espírito no Triângulo ou quando você o ver na fumaça do incenso, você deverá saudá-lo respeitosamente e agradecer pela presença dele.

Dê suas instruções ao Espírito com clareza de intento, diga exatamente o que você quer, como quer e quando quer. Evite dialogar com o Espírito. Não ofereça aquilo que não pode cumprir. Caso o Espírito lhe peça algo, tente ser breve na negociação. Evite ofertar seu próprio sangue. Evite ambigüidades na hora de transmitir suas instruções para o Espírito.

Procure ficar sempre no controle da situação e não tema os desvios que podem ocorrer.

Evite falar sobre os motivos que o levaram a evocar o Espírito, suas instruções devem ser claras e sem muitas explicações.

Ao término das instruções você deve dar a licença para que o Espírito parta.

As palavras podem ser essas:

Vá agora e esteja pronto para vir sempre que eu chamá-lo no Triângulo da Arte. Vá!

Vá em paz e sem causar dano ou prejuízo para mim ou para aqueles que me são amados.

Finalize o ritual com um banimento. Pode ser o Rubi Estrela ou o Ritual do Pentagrama Menor.

Guarde o selo no local preparado anteriormente e procure não pensar mais no Ritual.

Se o Espírito se recusar a aparecer você pode tentar intimida-lo, ameaçando queimar seu selo através dessas palavras:

Se você não está comigo então você está contra mim, se você não aparecer imediatamente para atender minha Vontade eu queimarei seu Selo e Removerei você de meu Universo para sempre.

Não blefe com o Espírito, se você prometer queimar seu selo, então faça, mas tenha em mente as possíveis conseqüências futuras, caso queira tentar evoca-lo novamente.

Outra opção para trazer o Espírito é utilizar uma nova Evocação ou Conjuração, aconselhamos inicialmente a primeira e a segunda Chaves Enoquianas, mas é preferível que a Evocação seja a mais breve sempre que possível. Cadeias muito longas de conjurações podem dispersar o nível de energia atingido na invocação preliminar e podem fazer com que estudantes menos experientes permitam que pensamentos contrários à evocação surjam em sua mente.

Caso você não sinta a presença do Espírito ou as conjurações não surtam efeito: não se preocupe, dê a licença para que o Espírito parta e encerre o ritual com o banimento. Volte a repetir o ritual em outra oportunidade mais propícia.

Palavras Finais

O ritual delineado acima foi amplamente utilizado por muitos Magistas durante o último século e possui um grau de eficácia bastante significativo, mesmo sendo relativamente simples de ser realizado.

É óbvio que esse é somente um dos incontáveis métodos que podem ser empregados nas evocações, sendo que o trabalho pode ser adaptado e reestruturado pelo estudante de acordo com seus conhecimentos práticos e teóricos acerca da Tradição e da Arte.

Com o passar do tempo novas idéias são incorporadas, novos conceitos são compreendidos e a prática se transforma, renasce e ajuda o praticante a perceber os melhores caminhos a serem seguidos.

Finalizamos a primeira parte do ensaio com os mesmos conselhos: estudem, se conheçam, pratiquem, pensem, tenham discernimento e saibam calcular o valor do Silêncio.

Todos os sinais foram omitidos, embora citados, justamente para conduzir os estudantes à Busca!

Bibliografia de referência:

– Qabalah, Qliphot and Goetic Magic, de Thomas Karlsson, Ajna Books;

– Sistemagia, de Adriano Camargo Monteiro, Editora Madras;

– The Goetia The Lesser Key of Solomon the King, de Mathers / Aleister Crowley, Weiser Books;

– Aleister Crowley Illustred Goetia, de Lon Milo DuQuette e Christopher S. Hyatt, PhD, New Falcon;

– The Goetia – The Lesser Key of Solomon the King Luciferian Edition, Michael W. Ford;

– Nightside of Eden, Kenneth Grant, Scoob Books;

– Aleister Crowley and the Hidden God, Kenneth Grant, Scoob Books;

– A Natureza da Psique, C.G. Jung, Editora Vozes;

– A Psicologia do Inconsciente, C.G. Jung, Editora Vozes;

– Pacts With the Devil, de S. Jason Black / Christopher S. Hyatt, PhD, New Falcon;

– Magick, de Aleister Crowley, Weiser Books;

– The Equinox Vol. I N° II, publicação oficial da Astrum Argentum, Simpkin Marshall, Hamilton, Kent & Co. Ltda.

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