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Alcançando as Qualidades de Tiferet

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por Rabi Moshé Cordovero
excerto de “A Palmeira de Debora”

Como o homem deve treinar a si mesmo para adquirir a qualidade da Beleza? Não há dúvida de que a qualidade da Beleza está no estudo da Torá. No entanto, é preciso grande cuidado para que o homem não se exalte em orgulho por causa das palavras da Torá, para que não cause um grande mal. Pois, à medida que se eleva com orgulho, ele faz com que a qualidade da Beleza, que é a Torá, também se eleve e se afaste para o alto, Deus nos livre. Mas aquele que se humilha por causa das palavras da Torá faz com que a Beleza desça e se abaixe para derramar sua influência sobre os que estão abaixo.

Ora, veja: há quatro Sefirot, que abrangem três qualidades, abaixo da Beleza. Em primeiro lugar, aquele que se exalta orgulhosamente sobre seus alunos faz com que a Beleza se eleve e se exalte sobre a Eternidade e a Majestade, pois estes são os estudiosos do Senhor, os alunos da Beleza. Mas aquele que se humilha para ensinar com amor faz com que a Beleza se abaixe até os Alunos e lhes dê de sua influência. Portanto, o homem deve ser amável com seus alunos, ensinando-lhes o máximo que puderem absorver e, por seu mérito, a Beleza derramará seu fluxo sobre os Alunos conforme suas capacidades, em justa medida.

Em segundo lugar, aquele que se exalta com orgulho por causa de sua Torá sobre o pobre e o despreza. Como no episódio em que Elias apareceu a Rabi Shimon ben Elazar disfarçado de mendigo feio, desprezível e repugnante, a fim de pô-lo à prova. Sentindo-se superior ao mendigo, ele o insultou e foi publicamente repreendido por esse defeito. Pois aquele que se exalta orgulhosamente sobre o pobre faz com que a Beleza se eleve acima da Fundação e deixe de derramar seu fluxo sobre ela. Mas se o sábio for atencioso com o pobre, então a Beleza derramará seu fluxo sobre a Fundação. Portanto, o pobre deve ser altamente estimado pelo sábio, e ele deve alegrá-lo. E assim será também nos Mundos Superiores, onde a Fundação será altamente estimada pela Beleza e se unirá a ela.

Em terceiro lugar, aquele que se exalta com orgulho por causa de sua Torá sobre o ignorante, isto é, sobre o povo do Senhor em geral, faz com que a Beleza se eleve acima da Soberania e deixe de derramar seu fluxo sobre ela. Mas ele deve ser amável com todas as criaturas e todas as pessoas civilizadas devem ser significativas aos seus olhos, pois são os que estão abaixo, de acordo com o segredo da terra. E, Deus nos livre, se ele os chama de asnos, ele os rebaixa às Cáscaras, e, como resultado, não merecerá um filho em quem haja a luz da Torá, como está dito na Guemará. Mas ele deve portar-se com gentileza com eles conforme o costume deles, à semelhança da Beleza, que derrama seu fluxo sobre a Soberania e a governa, de acordo com a pobreza de sua mente, pois a mente da mulher é leve. Está incluído aqui que ele não deve se exaltar orgulhosamente sobre todos aqueles cuja mente é fraca, pois eles estão incluídos no pó da terra. Por causa disso, os antigos mestres jamais se exaltaram por sua erudição, como se vê no episódio de Rabi Hamnuna na primeira seção de Gênesis, e de Rabi Hagai, e no episódio relatado nos Tikkunim sobre o velho que fugiu quando quiseram beijá-lo, pois ele não queria se orgulhar de sua sabedoria.

Ele deve ainda acostumar-se, ao debater palavras da Torá, a ter a intenção de adornar a Shekinah, para enfeitá-La e decorá-La para a Beleza, e isso é o significado de Halakhah para a Verdade. E este é o significado de um debate por amor ao Céu, ou seja, entre Bondade e Poder, resultando na Beleza (Céu), para que se concorde que a Halakhah está de acordo com o julgamento Dele. E o homem deve afastar-se de todo debate que vá além dessa medida, pois a Beleza não deseja apegar-se àquilo que está fora (mesmo que sejam palavras de Torá) se o objetivo for ser contencioso e o fim for o Inferno, Deus nos livre. A única disputa que não causa falha na Beleza é o debate da Torá por amor ao Céu, pois todos os seus caminhos são paz e no fim há amor.

E aquele que obtém benefício das palavras da Torá causa uma falha nessa qualidade. Pois ela é sagrada e ele a usa para fins seculares. Mas feliz é a sua parte se ele estuda a Torá para o benefício do Altíssimo.
O mais importante de tudo é purificar a mente no teste do pensamento e examinar-se no decorrer do debate, de modo que, se for encontrado o menor traço de algo vergonhoso, deve-se rejeitá-lo. E deve-se sempre admitir a verdade, para que a Beleza, a qualidade da verdade, esteja presente ali.


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