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Vampirismo e Licantropia

‘O Diário de um Vampiro Canalha

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Aconteceu certa coisa cerca de dois mil anos atras, com a qual aprendi algo que mudaria para sempre toda minha existência. Talvez eu não entende-se na época, o ‘para que’ da pratica, ou o como usar. Bem, entre Pilatos e Madalena, lá estava eu lendo uma das famosas bíblias do vampiro pela internet, não tinha mais que 13 anos, e uma vontade insana de aprender aquilo. Eu divagava sobre como seria dominar o vampirismo. Acho que nem mesmo acreditava que um dia pudesse estar em algum suposto ranking de fenômeno ocultista. Bem, dane-se.

Eu me lembro claramente quando drenei a primeira vez, eu tava deitado ao lado da minha mãe, e resolvi atacá-la por ali mesmo. Cruel atacar a própria mãe? Mas que lugar melhor para começar? Eu não sabia bem como fazer, e achei também que não faria mal, até porque, não sabia fazer. Eu me lembro bem deitado ao lado dela, encostei nas suas costas, e comecei a respirar. Era algo quente que vinha do corpo dela, para o meu, passava pelas minhas pernas e braços, e eu queria mais, e ia inspirando mais fundo, aquela sensação de euforia ia nascendo enquanto fungava até que ela acordou – e me perguntou porque tava respirando daquele jeito. Eu dei uma desculpa qualquer, e logo fui dormir.

Até hoje penso se um psiquiatra não iria bem, cada vez que retiro força vital, mesmo depois de tanto tempo, me questiono se é real. Me lembro claramente, de eu secando plantas em casa, de tanto drena-las ou fazendo pessoas dormir no ônibus. Sempre usei a respiração profunda pra drenar, ela acalma a mente, e dá uma percepção nítida de como a energia percorre o meu corpo. Acho até interessante a visualização, porém, meio intangível de mais. Gosto de coisas palpáveis. É um pecado meu, perdoe-me.

A drenagem ia me levando a comunhão, assunto do qual virará próximo capitulo dessa novela, e ao mesmo tempo me dando a condição de vampiro. Aos poucos, fui percebendo o quanto eu drenava, sem perceber, tudo ao meu redor. Desde quando abraçado com algumas amigas minhas que subitamente desfaleciam em sono, mesmo sem eu sequer pensar, ter a intenção de drenar. Realmente, o nosso corpo vira uma esponja energética, que vai sugando tudo ao redor.

Mas Jesus Cristo não era tão feliz assim, e se habituou a retirar força vital dia e noite. Eu não podia imaginar que aquela pratica iria me mudar tanto.

Um dos aspectos mais interessantes, é sobre a fome física; a força vital retirada, literalmente se torna comida. Quando conversei com o Rev.Obito sobre, lembro dele dizendo ‘coisa se torna mais real do que você pode imaginar’, e achei interessante. Tirando os bons dias que passo sem comer, ou com uma refeição minima, uma ou outra vez ao dia, creio que deus não poderia ter feito uma benção quanto essa. A comida física é quase que literalmente substituída pela vitalidade, que a partir de agora, a chamarei pelo que ela é, Sangue.

O vampiro que se preze, não deveria retirar força da aura da pessoa. Ele se concentra no sangue da pessoa, e quanto retira, ele percebe claramente a diferença disso. O sangue, a essência vital, nos da uma vitalidade interessante, peculiar até, uma euforia grande, comparado quando você apenas foca na energia da pessoa. A energia de alguém vem com toda sujeira dela. O sangue vem puro, pouco importa

se é de bêbado ou de um expert em academia. Ele vem puro. Ele vem com euforia, ele vem com êxtase.

O êxtase é uma sensação de intenso poder, acompanhado quando você retira muita força vital. É uma alegria intensa, imensa, que transborda de você. Teu corpo todo formiga, você sente uma espécie de orgasmo em cada poro, e um gosto muito forte de sangue na boca, também é apreciado. E como toda droga, exija que você retire cada vez mais sangue dos humanos para que sinta isso. Foi exatamente o vicio por essa sensação, que me fez moderar na quantidade de vitalidade que retiro.

Controle é tudo na vida. Auto-controle é mais que tudo.

Se eu fosse um bom rapaz, te juro que não iria querer tirar vitalidade através do sexo, apesar de, numa das vezes, eu ter que ligar rindo pra Katlyn já que, tinha desmaiado meu parceiro enquanto transávamos. O sexo abre o corpo de outrem duma forma tão brusca que te faz conseguir um desmaio em pouco tempo, coisa que, um nocaute desses, levaria um pouco mais de tempo se feito a distancia. Foi uma experiencia ímpar, que me levou a ter mais cuidado quando o assunto era a drenagem em momentos intensos. Eu sempre gostei de me alimentar da emoção das pessoas, pessoas profundamente alegres, ou libidinosas, dá uma sensação gostosa ao virarem alimento.

É incrível.

Tudo que fazemos constantemente, se torna um habito. O mesmo acontece com a drenagem. Ela se torna um habito, ou em palavras mais maquiavélicas, um vicio – Morbitvs uma vez me disse que parou de vampirizar por que ‘era como beber água do mar’. Você bebe, bebe e nunca fica satisfeito. Realmente tenho que concordar com ele.

A drenagem de energia vital, além de me render alterações no sistema digestivo, sonhos lúcidos e projeções, e uma nova perspectiva do próprio vampirismo.

Acredite, a drenagem é uma pratica essência apenas no inicio do caminho, mais adiante, ela é descartada. Sim, vampirismo não é drenagem de energia vital. Pode parecer um contra senso, porém, conforme eu for abrindo mais desse pequeno livro dos meus pecados, vocês vão entender. Hoje em dia, ela virou uma espécie de ferramenta. Eu sugo sangue, apenas quando preciso fazer magia. O vampirismo observa a magia como uma tecnologia mental, e a força vital como uma ‘matéria mental’. Tudo pra existir necessita de força vital. Isso vai dá tela do monitor, até a existência de seu irmão. Tudo é uma estufa de força vital.

É o grande Mar de Sangue, segundo as lendas da família. O Sangue é melhor refinado, vamos dizer, no corpo humano. Cada vez que um vampiro drena, ele se fortalece ás custas de outrem, porém, o proposito do vampirismo, não é prejudicar em si. Seria como tirar leite de uma vaca, você apenas extrai o suficiente para te satisfazer e sem prejudicar o animal. É exatamente assim que age, o vampiro com o rebanho humano. É um contraste natural da própria realidade, aonde o mais fraco serve ao mais forte em troca de algum salario. Claro que, nesse caso, não existe salario.

Ela podia ser usada para prejudicar pontos físicos numa pessoa. Você poderia, por exemplo, retirar energia vital do coração de uma pessoa, afim de desfalecer esse órgão. Assim com quaisquer outros órgãos, ou o corpo por inteiro. Levando em conta que, o sucesso disso, depende muito do quanto você se aplica e sua persistência sobre o teu objetivo. É interessante drenar as pessoas quando estão dormindo, já que, no dia posterior, elas relatam ter sonhado contigo. Hoje em dia, nem me preocupo mais com isso, porém quando eu era um pequeno messias, aos meus 14 e 15 anos isso foi uma espécie de adicção.

Até que eu aprendi a projeção astral.

A consciência no astral, depende totalmente do teu nível energético. Quanto mais energia, mais lucida será sua experiencia de projeção. O incrível mundo da projeção astral veio junto com minha virgindade roubada, que foi, um dos motivos de começar a fazer sexo astral. Mas isso é outro ponto do diário, vamos focar na drenagem. No astral não respiramos, quando eu ia até uma pessoa em projeção, na época era um cara que eu queria ficar, que eu atormentei ao máximo esse santo rapaz, eu deitava encima do corpo dele, e segurava no pescoço – daí então fazia força pra respirar, já que no astral, não existe sistema respiratório. A energia fluía como uma especia de fumaça vermelha e verde, depende do dia (até hoje não sei porque) e me rendia um mundo mais vivo, logo após isso. Eu continuei a pratica até ele cair em depressão meio profunda, foi quando percebi, tarde demais, óbvio, que eu estava fazendo mal á ele. Logo, larguei ele de mão, e fui fazer mal a outras pessoas.

Mais adiante, eu parei de comer gente, e comecei a comer espíritos. Eu comecei com uma Soror minha, que me disse que tinha esse hábito. Eu comecei a me alimentar de espíritos, seja de qualquer um, seja eu vendo ou não. Eu simplesmente focava no espirito, na sensação, e começava o sugar, até que desaparece-se por completo. Se eu já me sentia um viciado, quando comecei a fazer isso, me sentir mais adicto ainda. Achei fantástico, juro. Mais adiante, eu drenava espíritos goéticos que geralmente não realizavam o que queria, da forma que eu queria. Mas depois obtive outra visão dessa galera e os deixei em paz.

Hoje em dia, com uma pratica bem mais regulada de alimentação, eu relembro dessas brincadeiras e dou risada. Ás vezes acho que fui fundo demais antes da hora, outras acho que demorei demais tambem. É uma sorte, eu ser um Buda em potencial e sempre ponderar sobre minhas atitudes, ainda que sinta um orgulho meio sujo até das mais insanas, o caminho do meio me ensinou a regularizar o meu café, almoço e janta. A variar sempre o cardápio, e principalmente usar a drenagem para conseguir um fim.

A vampirização deve ser usada pra conseguir algo, não exatamente ela mesmo ser um fim, mas sim, um meio de atingir um objetivo. Você concentra energia no seu corpo e mentalizando algo, canaliza para que isso aconteça. A pratica de drenagem, nem de longe caracteriza alguém como vampiro. É algo comum, tosco até. Ela é a básico da coisa, e fica bem longe de ser, a característica principal de algum tolo que se intitula vampiro.

Um pensamento que me veio á cabeça agora, enquanto escrevo, é que nunca matei ou vi alguma morte através de drenagem. Longe de incentivar alguém a cometer homicídio, porém, acho que descobri minha próxima meta.

MAGIA NEGRA PARA CRIANÇAS

“Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe: Legião é o meu nome,porque somos muitos.” (Marcos 5,9)

Um dos maiores propósitos do vampirismo é a comunhão com os Mortos Vivos. Ela é a base do desenvolvimento astral, assim como exercícios físicos são para os músculos. Ela literalmente pode ser chamada de academia astral, já que, seus sentidos vão ficando aguçados cada vez mais. O vampiro inicialmente busca, a maestria no astral e em cada comunhão ele pede isso. A comunhão pode ser catalisada para conseguir fins de conhecimento, materiais ou astrais, como eu fiz.

O propósito da comunhão é firmar a realidade vampírica na sua mente. O contraste de presa/predador e o seu lugar no tabuleiro. Além disso, ela te esvazia da sua força vital, para que seja feita uma troca daquela força vital, pela Força Vital Deles. E assim você se desenvolve. Dentro da força vital/sangue está toda tua forma de pensar, agir, e seu emocional. Você troca toda tua essência pela essência Deles.

Junto com a energia dos Antigos, os pensamentos, filosofias, técnicas e emoções vem. Eles querem sugar de você toda sua humanidade e você quer sugar deles, toda desumanidade. Uma troca perfeita.

A base do vampirismo é essa; é você largar tudo que te torna humano.Crenças, pensamentos, sentimentos, extinguir em você mesmo, aquilo que toda cultura humana te coloca. Trocar isso por novos valores, por uma nova visão do mundo. Posso afirmar hoje os benefícios que essa lavagem cerebral que esses espíritos fizeram em mim, teve. Comecei isso aos meus 13 para 14 anos, não mais que dois dias depois de brincar com a drenagem de vitalidade humana, como viram no episódio anterior.

Meu primeiro contato com os Mortos Vivos, foi, um leve fracasso. Eu resolvi contatá-los no bar do meu pai, enquanto o bar estava fechado. Eu separei tudo; velas pretas da 1,99, vinho mais barato possível e bem escondido dos meus pais, taça virou um copo americano comum, madrugada, furtar o espelho do banheiro sair de fininho e ir até o bar para fazer o ritual. Enfim tudo preparado. Eu poderia conquistar o mundo. A comunhão se iniciou comigo chamando Eles e convocando- os para aparecer diante de mim. Na mesa de plástico, estava lá o espelho, as duas velas pretas, e um copo com vinho. Chamei e Eles imediatamente vieram. Sentia uma arrepio profundo, eu estava nú, e logo olhando pro espelho, pude ver, ou melhor, não ver mais meu reflexo. Era eu, o espelho na minha frente, refletindo o balcão atrás de mim. Fenomenal.

Enquanto baforava minha vitalidade em direção ao espelho, feito um louco, meu corpo ia formigando, algumas mãos iam passando pelo meus ombros, eu escutava uma espécie de sussurros, aos quais, não entendia merda alguma. Era maravilhoso, eu mal tinha aprendido a drenar, já estava lá, convocando uns espíritos de dois mil anos ou mais, com meu piu piu de fora e se esgoelando sem vitalidade. Deve ser divino pra você leitor, visualizar a cena. Quando não aguentava mais soltar minha vitalidade, eu me lembro que apoiei na mesa e parei. Meu corpo tremia, tudo, tudo estava extremamente gelado. Eu ainda ouvia aqueles sussurros estranhos, e um formigamento pelo corpo todo. Eu chamaria de bizarro, se não fosse fenomenal. Bom, seguindo o guia em minhas mãos, recém impresso na lan house, eu fui fazer a declaração; Levantei o copo de vinho e disse com afinco que era um conde Drácula, e que beberia bem mais sangue humano. E fui tomar o vinho.

Eu nunca tinha experimentado bebida alcoólica na época. E vomitei. Vomitei na mesa, no espelho, na pequena bíblia do vampiro recém impressa, se não duvido que tenha atingido algum Morto Vivo. Como um rapaz educado, nem fiz questão de terminar o ritual, e queria escovar logo os dentes pra sair aquele gosto péssimo da minha boca. Eu odiei vinho, com toda a minha alma.

Os efeitos do dia seguinte foram claros; acordei bem vivo, porem com fome. Comi, fui pra escola, e não parava de comer, mas não passava a fome. Até que, quando abracei a Fabíola, eu, por instinto acho, comecei a respirar mais fundo, e sentir o sangue dela entrando em mim. Eu entendi do que sentia fome. Foi um efeito ímpar, e hoje penso, se não foi algo que os Mortos Vivos fizeram só para despertar esse lado em mim. Realmente faz sentido.

A comunhão é primeiramente ensinada na Bíblia do Vampiro, por esse motivo; Eles passam a pensar na sua mente, e pensando dentro da tua mente, te dão técnicas de como realizar os prodígios. Conforme sua ligação cresce, você começa a perceber quem é você pensando na sua mente e quem é Eles pensando nela. É uma espécie de amigo que, ao invés de te aconselhar, te empurra. Eles literalmente te guiam, no que quer que faça. Eu me pergunto se há livre arbítrio, e sempre acho que a resposta fica no meio termo.

Tudo caminha perfeito quando você é seu próprio messias, então, eu como um iluminado antes da crucificação, fui realizando a comunhão diariamente. Na época eu era membro do templo de Satã, tinha acabado de fazer 14 anos, e após levar um ‘NÃO’ descarado dos Sacerdotes para entrar no Templo, eu mostrei que era o cachorro que manda e consegui entrar, dois meses depois insistindo. Eu contava minhas experiências para o Morbitvs e acho que por ele ter um pouco mais de seis mil anos, a paciência dele permitia responder educadamente. Era uma ligação incrível e eu sentia ele como literalmente um irmão de sangue, mesmo tendo levado um repudio do templo por parte dela um pouco tempo antes de conseguir

entrar, ou dos e-mails quilométricos onde eu relatava o que fazia. Na época eu fazia todos os rituais possíveis sem pensar muito, foi nessa época inclusive, que comecei a fazer goécia também pela tradução dele. Mas dane-se, vamos voltar ao vampirismo.

Eu deixei de fazer em casa, e comecei a fazer na praia de madrugada. Morava em frente a ela, minha mãe já tinha descoberto que o filho estava nas mãos de Satanás, e por prazer do destino, ela me deixava viver ao meu modo. As comunhões ao ar livre, começaram a despertar meu corpo astral de modo incrível. Lembro-me numa delas, eu estava de olhos fechados enquanto soltava a vitalidade para os Mortos Vivos, até que eu senti algumas pessoas vindo em minha direção; e realmente tinha, mas ao menos uns 300 metros de mim. Eu sentia as pessoas no calçadão, escutava elas falando, mesmo eu estando na beirada da água, e eles fumando um no calçadão da praia. Eu andava pela rua, em fase do que chamava ‘pós-comunhão’ sentindo as coisas e as escutando mesmo bem longe de mim. Isso durava um pouco mais de 20 minutos, a comunhão era tipo um LSD espiritual.

A vontade de comungar aumentava e eu fazia todo dia. Sozinho em casa, ou no banheiro escondido quando minha mãe estava, na praia de madrugada, enfim, todo lugar era lugar para chamar os Mortos Vivos. A necessidade de uma invocação formal passou. Se eu me trancasse no banheiro na hora que olhava no espelho, já sentia eles ao meu lado. E os alimentava, e eles desenvolviam algumas coisas incomum. Eu tocava nas pessoas, e sentia algo me ligando a elas, durante o dia todo. Meus sonhos estavam cada vez mais lúcidos, lembrava-os perfeitamente. Não suficiente, eu olhava para pessoas, e via algo branco, em volta da cabeça delas. E esse algo branco foi aumentando, em algumas ficava colorido, até que um dia por acaso do destino descobri que era aura.

Bom, eu não tinha mais o que fazer fisicamente falando, já tinha feito comunhão de tudo quanto é jeito. Então resolvi imaginar. Deitado, eu me visualizei numa sala, vazia, preta, com o espelho e duas velas na frente. E mentalmente comecei Os chamar pra lá. Eles não vieram, eles me levaram. Até hoje não sei o que aconteceu exatamente, porem eu me lembro de ter sido sugado pelo espelho, e ficava passando por uma série de túneis pretos e roxos, enquanto umas figuras me seguravam e falavam alguma coisa que não entendia. Eu me sentia literalmente sendo puxado, sem controle algum, vagando por uma escuridão palpável vira e mexe com tons violetas. Quando cai de volta no corpo, já deu a entender que era uma projeção. Mas tinha algo a mais. Com o corpo tremendo, sentindo uma segunda camada em mim, eu ria sozinho. Eles tinham me respondido.

E assim comecei a me projetar. Eu pedia aos Mortos Vivos, em toda comunhão para me livrar de travas astrais e me deixar vagar livremente pelo astral. E aos poucos isso acontecia, eu tinha umas três/quatro projeções por semana, e nelas vagava pelo mundo, e drenava pessoas. A técnica era sempre a mesma; eu sentava

encima do peito da pessoa, e segurava no pescoço, enquanto ia puxando a vitalidade. Me lembro do André reclamando que acordou a noite com um bicho encima dele, e ele ficou sem ar, parecia que esse bicho puxava algo dele. Fui embora da escola no outro dia, feliz da vida por estar sendo mais ruim que o que imaginava ser. Achei fantástico.

Antes que eu pudesse ter um contato realmente físico sexual, com garotos e com garotas, eu tinha chamado os Undead numa dessas projeções. Eu não senti nenhum beijo, amasso, ou toque sensual, porem, Eles me abraçaram, e me causavam um tesão intenso no astral, profundo, quando voltava pro meu corpo, eu estava molhado. Achava interessante esse reflexo do astral no físico e ia buscar um ‘sexo-não-sexo’ com Eles, todos os dias. A coisa sempre rolava da mesma forma; eu saia do meu corpo, os chamava sentia aquela multidão de sombra preta me abraçando e me causando sensações sexuais e consequentemente me fazendo gozar, sem nenhum tipo de sexo segundo o entendimento humano.

Anos depois, com a bíblia da feitiçaria nas minhas mãos, vi que realizava aquilo que chamavam de Oitava Lei. Só que nessa oitava lei, você iria até eles e lá sim, haveria essa orgia astral. Enfim, era minha próxima meta.

O Olho de Set é a dimensão aonde vive os Undead. Eu não sei exatamente como chegar, eles falam apenas sobre um Buraco Negro, que você iria ver, quando saísse do planeta. Na verdade, eu nunca me preocupei com isso. Pra chegar lá, eu sempre usava a mesma técnica. Saia do meu corpo, e me focava no Olho de Set. O astral me levava até lá, sem me preocupar, tanto com caminhos. Era sempre uma sala, ‘vazia’ se for analisado o tamanho dela versus a quantidade de pessoas, e consequentemente uma dança que todos faziam. As pessoas, na verdade eu nunca vi um Undead de outra forma, a não ser como sombra, paravam, me olhavam e depois todo mundo vinha me abraçar. O resto vocês já sabem.

Algumas pessoas, são extremamente contra manter contato prolongado com Eles. O próprio Morbitvs acha algo impróprio e me aconselhou a fazer disso uma experiência de curta duração. Ele até fez um texto sobre o assunto aqui. Eu discordo profundamente dele. Os Mortos Vivos não precisam, exatamente de servidão, ou adoração. É uma troca. Você tem algo que Eles querem, e você quer algo deles. Aos poucos, nasce uma certa amizade com esses espíritos, e alguns até vem eventualmente trocar um lero contigo. Além da minha experiência com, eu venho acompanhando de perto experiências de pessoas que aprendem vampirismo comigo, e de outros que me buscam por meio virtual para conversar sobre. E todas as experiências me levaram ao mesmo caminho.

Depois de tanto tempo fazendo comunhão, você acaba entendendo que ela é um, instrumento básico, no vampirismo, não um fim em si. Ela é uma pratica do

vampirismo, extremamente útil, inicialmente, e logo após descartada. Fisicamente falando, sempre vi relatos de Mortos Vivos aparecerem na câmara ritual e tudo mais, porem comigo, não rolava. Muitas pessoas, que fizeram comunhão comigo, já viram ou veem toda vez que faço, Eles. Seja no espelho ou parado perto deles. Eu desenvolvi uma ligação profunda com os Undead, e mantinha a ligação por capricho. Não mais necessitava, mas sempre ia atrás para manter amizade.

Fazia comunhão não mais em rituais, mas sim, voltando da faculdade, ou indo pra ela, andando na rua, em qualquer lugar. Chega uma hora no vampirismo, que você percebe que não existe mais os Mortos Vivos externamente falando; você se torna os Mortos Vivos.

MERGULHANDO NO INFERNO

Depois de uns bons anos mexendo com o basicão do vampirismo intercalando com brincadeiras até fatais em goécia e em outros ramos da stregheria. Chegou minha maioridade. Eu ia fazer 18 anos, me sentia deus encarnado na terra, uma espécie de Jesus Cristo preparado pra entrar na ordem que, eu sempre desejei. Porém, por acaso ou destino, eu tive que encontrar o Óbito no jabaquara, porque na época, aconteceu um evento desagradável que me levou a cometer mais um homicídio através de magia.

Eu tinha em mãos uma série de livros que foram usurpados de um dos cabeças da OTO no Brasil, pena que, o ser estava prestes a morrer; os livros eram maravilhosos, todos em inglês, alguns em espanhol, eu ia fazer uma barganha – eles pelas bíblias vampíricas que me faltavam. O Óbito foi maravilhoso, conversamos por umas três horas, eu cheguei no Jabaquara eram 6 e pouco da tarde, depois nós fomos no habbibs de lá. Ele estava sem as bíblias na hora, porém, me deu algumas coisas e disse que me mandaria as bíblias por correio, enquanto intercalava a nossa conversa me ensinando como enviar câncer pra uma pessoa usando o Beelzebub. Um rapaz maravilhoso, creia.

As bíblias chegaram, junto com elas, veio o que o vampirismo chama de vital pro desenvolvimento; o processo de Deificação e a Descoberta do Dragão. O processo é simples, e pode ser resumido numa frase ele significa, ‘você não é a experiencia’. A descoberta do Dragão, o verdadeiro Eu, e o fundir meu Ego á Ele. Boas metas para o Aleister Crowley mirim aqui. O processo começou simples; ele se baseia em você lembrar em toda experiencia que vivenciar, que você não é aquilo. É fácil quando você anda por aí, ou observa pessoas. Porém ele vai mais além. Você não é seu corpo físico.

Isso me levava a caminhar pela rua, mantendo isso em mente; era um efeito bizarro, aonde eu sentia meu corpo separado da minha consciência. Eu literalmente percebia meu corpo como uma máquina e não suficiente, como Eu fora disso. Eu sentia isso, percebia claramente conforme ia aplicando. Eu não era a dor, eu sentia a dor. Logo com isso em mente, eu aumentei minha resistência a dor.Na época eu

já não comia comida física direito por causa do excesso de alimentação astral. Aumentando a minha resistência a fome, eu comia menos ainda. Lembro do Óbito comentando sobre passar mais de uma semana sem comer nada. O mesmo com o frio, me levando a sair sem agasalho por aí em madrugadas frias, e percebendo claramente, que o corpo físico era um instrumento do Eu. E o Eu, o Dragão, não era ele.

Com o aumento da resistência, logo veio a segunda parte. Eu não era minhas emoções, Eu não era meus pensamentos, Eu não era a minha mente. O Eu era apenas o Observador, o Dragão. Logo, sempre que obtinha alguma reação emocional, eu me lembrava que não era aquilo, não era aquela emoção, apenas estava a experimentando. Isso me deu um controle sobrenatural das emoções pessoais, levando me, a conseguir controlar o fluxo delas. Eu não era meus pensamentos. Lembrar disso, era meio louco, porque só de lembrar disso, eu já estava pensando.Além de um domínio absurdo da minha cabeça, ganhei outros presentes que serão expostos mais adiante. E Eu não era aquilo que estava pensando. O Eu não era Nada.

Não era nenhuma experiencia que eu poderia vivenciar, logo não era memória. E também não era personalidade, já que a personalidade é um habito mental. O corpo, a mente, as emoções, a persona, tudo, tudo era um instrumento do Eu. E o Eu não era nada daquilo, logo, descobri o que ele era através do que Ele não é.

Tudo que Eu julgava existir, era apenas um instrumento do Eu. O Eu é o Observador, somente isso. O Dragão. E lógico, comecei a mentir pra tirar proveito; eu conseguia trocar a minha personalidade de modo perfeito, vagava entre o garoto tímido ao mais extrovertido em segundos. Era um fingimento digamos, perfeito. Porque realmente sentia aquilo, do fundo da minha alma. Eu programava minha mente a agir de certa forma, com certa pessoa, ou em certa situação. Eu não era mais a mente, Eu era quem mandava nela.

O contrario foi realizado também. Eu habituei o meu cérebro a se sentir bem, feliz. Eu me habituei a ser extrovertido e bobo. Eu me habituei a ser carismático. Meu cérebro era apenas uma massa cefálica usada pelo Eu, para realizar a sua vontade. Assim me mantenho a anos. Praticar a Deificação, me desumanizou totalmente.

Tirou de mim, junto com as comunhões com os Mortos Vivos a maior parte da humanidade. Mais adiante eu vi o valor dela, e busquei recupera-la. Mas na época, era fascinante. Ainda que você não possa perder as sensações físicas, você aumenta sua resistência. Ainda que não possa deixar de sentir emoções, você as domina e as transmuta. Você se torna sobre humano justamente através de um pensamento fixo, uma percepção de que você não é algo. Aí você também entende o como sua mente se identifica com as experiencias, e acaba vendo-as como verdadeiras. Você quebra seus próprios tabus, teus próprios limites e ganha um domínio peculiar da sua mente. Além de, descobrir quem é o Eu Superior que tanto as leituras místicas falam.

A crise de identidade é algo descartável, já que, você não vê valor em identidade. Não tem valor algum te-la, de modo fixo. É interessante apenas que as pessoas tenham uma percepção de você, e que você saiba causar reações paralelas aos teus desejos nelas. Você começa a se usar, começa a ser um instrumento de você mesmo. E cada vez que confronta com o ego humano, você aprende a domestica- lo. Nunca se esqueça que o ser humano é um animal. Nunca esqueça que é um animal domesticável. O transcender a condição humana para vampiro, leva essa

mudança psicológica e de percepção. Você precisa transgredir tudo que foi passado á ti e não suficiente ao que é passado diariamente a ti. Você não é a experiencia, lembre-se. Lembrar é a chave do Vampirismo.

Este processo de Deificação, Deificar, se tornar Deus(Dei em latim), me levou a um vazio bizarro. Eu não sentia nada, não pensava nada, não era Nada. Era um vazio, a hora que o Dragão, o Eu Superior desperta e se funde ao Ego. É a hora que o contraste Sonho e Sonhador começam a se manifestar. Quando você vê que você é apenas, apenas o Observador, você começa a perceber a realidade meio plastica, como um Sonho. Era exatamente isso, que agora começava a perceber, que Eu não era a realidade material e estava por trás dela, por trás da astral. O Eu era a fonte de Tudo Isto.

Era hora de avançar; agora que eu percebi que era apenas o Eu, era hora de tirar esse Eu de dentro do meu corpo físico. Era hora de voltar a praticar a projeção astral. Mas antes, relembrando, o inicio das minhas viagens astrais… Eu tava prestes a fazer 15 anos, estava no basicão do vampirismo, a primeira bíblia ainda, as outras eu iria ganhar somente 3 anos mais tarde, quando encontra-se o Óbito, como disse no outro texto. Enfim, entre minhas mil comunhões na praia de madrugada, eu comecei a desejar isso, intensamente enquanto soltava energia para os Undead. Eu mentalizava firmemente que queria me projetar, queria me projetar sempre, queria me livrar das travas astrais…

E como Jesus Cristo era afortunado, assim foi. Eu deitava, relaxava um pouco, e me sentia no outro corpo. Aí saia. Era tão simples, como mover um dedo. Simples, enquanto eu fazia comunhão direto. Ficou uma semana e pouco assim, até que achei não ser mais necessário fazer comunhão nem aqui nem no astral, depois das orgias malignas que me enfiava com aqueles espíritos. Por algum motivo que só o Destino sabe, eles me tiraram esse dom, logo quando comecei a usar a projeção para fazer coisas além de comungar com eles.

Aí voltei a ter que me esforçar para fazer projeção. Os Undead tinham se tornado literalmente a vaselina das minhas comunhões. Porém, era chatão ter que manter uma comunhão diária com Eles. Chega uma hora que cansa. Eu comecei a praticar a comunhão com 14 anos, através de um mantra da gnose, que é mais que conhecido pela internet; o mantra ‘faraon’. Porem, as comunhões me livraram de mantra, mentalização, visualização, toda aquela chatice, para um simples ‘querer’, porém, elas custavam uma devoção cega á Eles. Porém eles me ajudaram muito, já que, quando comecei a fazer projeção, era muito, mas muito chato fazer visualização. Eu me lembro que todas as técnicas projetivas era a mesma coisa, porem cada uma inventava um cenário diferente para imaginar. Era um c*. Mas enfim, quando o mantra caiu nas minhas mãos, comecei a fazer direito, e logo comecei a ter resultados. Entoava durante o banho, antes de dormir, arrumando a

casa, me sentia um Hare Krishna de tão fanaticamente que entoava aquilo. E funcionava.

Inicialmente, como disse no primeiro texto do diário, eu usava para drenar. Eu estava na oitava série, estudava de manhã, então eu logo drenava as pessoas da minha classe. O procedimento era sempre o mesmo; me projetava, me concentrava na pessoa, até que eu aparecia no quarto dela – dali em diante subia no peito dela e começava a sugar a vitalidade. No dia seguinte, era sempre a mesma história. Sonhou com um bagulho preto, que ‘lembrava meu rosto’ encima dela, deixava ela sem ar enquanto a enforcava e parecia tirar alguma coisa dela, fiquei umas duas semanas escutando isso, de cada um que eu pulava encima. Não foi a classe inteira, mas uma boa parte com certeza. As vezes ia visitar mais de uma pessoa por noite, e todas fazia o mesmo procedimento. Eu me sentia um Inkubus ali, pressionando o peito da pessoa, causando falta de ar, era maravilhoso. Porém, mais adiante enjoou.

Fiquei sem fazer projeção fanaticamente um bom tempo, até que recebi as bíblias vampíricas que faltavam do Óbito. Logo voltei, a todo vapor.

Eu já era um recém adulto, já tinha me aventurado em mil coisas, entrado em duas ordens, as quais não me identifiquei e estava vivenciando aquela fase do incrível mundo do sexo. Tudo era sexo. Sexo era Tudo. Eu comecei a me projetar indo atrás dos Undead – e comecei a aprender coisas diretamente com Eles. Entre 2009/2010 eles foram meus grandes professores em magia vampírica. Ia regularmente até Eles, e dessa vez, sem aquelas devoções acirradas que fazia em meus 14 anos. Entre mil orgias astrais e aulas de magia, lá estava eu, agora sentando encima das pessoas no meio da noite, e enviando imagens sexuais pra cabeça delas. Enviando sonhos. Enviando pensamentos. Acho que nunca fiz tanta magia para amor, quanto nessa época. Em um pensamento aleatório, acho que deveria voltar a fazer.

Agora, eu já não sentava encima da pessoa, eu deitava nela; enquanto deitava encima dela, ia imaginando cenas vividas de sexo entre eu e ela.Isso ia fluindo para a cabeça dela, e ao menos umas duas pessoas, se não me engano, chegaram a relatar sobre ter sonhado comigo. Brincar com sonho alheio, virou um hobby. Me rendeu muitas garotas aquelas brincadeiras e desvirtuar uns garotos heterossexuais também. É tudo divertido, na época, o Óbito me ensinou como viajar no tempo, durante projeções. Mais adiante, o Morbitvs me ensinou a engolir o sol, para causar tempestades, quando eu me projetasse.

O segredo da projeção é a sua energia. Quanto mais energia você tiver ou sugar, mais lúcida será sua experiencia. Daí em diante, a drenagem tomou um outro rumo para mim. Ela era base para manter minha consciência desperta no astral, ela me

dava lucidez nele. Além de me deixar por mais tempo nele. A energia que eu sugava me permitia ficar rodando feito uma alma penada por aí. Era maravilhoso, acredite; eu futricava em tudo, ia ver todo mundo, descobria coisas que não deveria sobre as pessoas. Tudo porque o excesso de energia me deixava plenamente consciente. Não havia diferença entre estar projetado ou estar acordado. Os dois eram a mesma coisa.

A Deificação, junto com a projeção, me lembrou que eu não era nem o corpo astral; o corpo astral, é aonde está a mente, a memória, a personalidade, tudo que o Eu não era. Mas disso já falei anteriormente. O legal era perceber isso no astral, dava uma sensação de poder ir além da projeção astral. Não sei como, mas que sentia isso claramente, eu sentia. Aí a doutrina do Sonho, entrou mais forte na minha vida. Bem mais forte.

O Dragão, o verdadeiro Eu, estava além do Ego. Ele vinha antes, o ego era apenas uma casca. Assim como o corpo astral era outra casca. A descoberta do Dragão me proporcionou a essencia da magica draconiana, o fundir a realidade física com o sonho.

Mas isso vai bem além do texto. Essa era a base da magia da consciência, a magia draconiana do vampirismo. A Magia Draconiana, era dominada com nisso. Irei falar dela, que se baseia em Nove Leis da Magia, mais adiante junto com todas as coisas sujas que fiz com ela.

Se você fosse um Sonhador e percebe-se que estava sonhando uma realidade, O que você não poderia alterar nesse Sonho ?

O MAR DE SANGUE

Chegou a tão esperada Bíblia da Feitiçaria, e junto com ela as três formas de magia vampírica; a Magia de Concordância, a Magia de Controle e a Magia de Consciência. Essas três formas de magia, são explicadas dentro das nove leis da magia, que são, em primeira impressão, apenas técnicas de feitiçaria. Na segunda, você percebe que elas são a própria estrutura da realidade. Na terceira, você percebe que todos praticam e

que, ninguém percebe.

E foi fazendo pequenos caprichos que fui entendendo o como a magia vampírica funcionava e como deveria aplica-la. Eu fazia pequenos testes, porque a magia é uma ciência. Não uma arte. Então eu testava em tudo, em todos, e cada sucesso me ensinava ainda mais. O sucesso era minha única prova.

Logicamente, eu já parti para as leis do controle, em uma em especial, que afirma “reconhecendo a ilusão do espaço e tempo, pode ultrapassar isto para mudar a realidade”, como é a quinta lei. Observando essa lei, você percebe que você está conectado com tudo que já tocou anteriormente. Indo mais adiante nela, você percebe que

pode influenciar qualquer um, em que já teve contato. Tudo que você toca, você pode controlar. Se você tocou em algo anteriormente, por não existir tempo, muito menos espaço, você ainda está tocando naquilo. Você pode controlar, qualquer pessoa. Qualquer uma.

O Controle se baseia no fato em que, você pode alterar algo, ou receber informações dele. Alterar uma pessoa significa alterar um padrão-pensamento-sentimento dela, levando a agir conforme tuas regras. Você vai injetando dose de pensamentos/sentimentos, até ela sucumbir e começar a agira da forma desejada.É como adestrar um animal. Veja, experimento de Pavlov, e aplique isso em seres humanos. É exatamente isso.

Se eu estou tocando em tudo que já tive contato, já que, para a mente, não existe espaço- tempo, estou tocando em qualquer pessoa. Logo, eu deveria pensar dentro da cabeça dela. Isso significa, que, eu não iria falar algo como “Gabriel, me ame, me deseje”. Não, nunca; ali eu faria “Eu amo o King, preciso dele demais”. Yeeah, é assim mesmo. Todo mundo pensa em primeira pessoa, logo, se quero pensar dentro do cérebro de alguém, eu deveria pensar como se eu fosse a pessoa; no padrão de voz dela, do jeito dela. Todas as mentes são uma única mente.

A percepção de que não existe espaço e tempo, me abriu as margens do Mar de Sangue. Eu estava no Orkut, olhava para a foto de alguém, depois fechava os olhos. E começava a me

alimentar. Sugava todo o sangue da pessoa, pensando nela, já que se eu penso em alguém, eu estou tocando nela. Pensar/visualizar alguém, é tocar nela com a sua mente. Eu tinha atingido o mais alto nível de vampirismo, que é a drenagem apenas pelo contato mental.

Cheio de sangue, era hora de eu influenciar a pessoa. A energia drenada é a faca que irá cicatrizar a mente da pessoa. Quanto mais fundo, forte, for o pensamento colocado, mais rápido/fácil a coisa ocorria.

O Mar de Sangue é a metáfora para o contingente humano, o alimento. Mergulhar nele,

é ganhar a maestria sobre o conceito de espaço-tempo, percebendo que os dois são ambas ilusão para a mente. Entrar no Mar, é perceber que tudo está conectado e qualquer ponto do espaço-tempo faz parte de você. Assim sendo, toda a força vital do universo, está a teu dispor. Você pode sugar qualquer um, em qualquer canto, apenas lembrando da pessoa.

Assim como pode influencia-lo ou ser influenciado. É uma orgia de força vital ao qual você experimenta a realidade física.

Logo mais, eu deixei de influenciar, para ser influenciado. Eu comecei a me concentrar numa pessoa, e receber coisas dela; eu sentia o que ela sentia, percebia os órgãos do corpo dela, sentia o estado de saúde, o estado emocional, a corrente sanguínea e em certos casos, eu vi cenas do cérebro dela. Eu comecei a testar minha habilidade com inúmeras pessoas,

amigos íntimos que geralmente, pediam para eu olhar a mente/coração de seus amantes. Quanto mais, eu me abria para esse potencial receptivo, melhor eu percebia a pessoa.

Conforme fui treinando eu comecei a ver a personalidade, o padrão de pensamento/sentimento e como agir com alguém. Eu canalizava a energia que sugava dos outros para expandir minha percepção/recepção mental de outrem. É engraçado que não sei, até hoje, se eu recebo influencias conscientes, inconscientes ou subconscientes, ou um pouco de cada – muito dessa habilidade vinha tão exclusivamente de não estar envolvido emocionalmente com tal pessoa. Me permitia não travar, na hora de olhar a cabeça de outrem. Quanto menos interesse eu tiver na pessoa, melhor. A ansiedade me bloqueava um pouco, então quando era algo que eu estava envolvido, eu procurava relaxar muito. Depois olhar.

A possibilidade ilimitada, assusta. Estamos acostumados com algo limitado, básico, é estranho encontrar alguma coisa que não te dê limites. Geralmente, existe, ‘magia para amor’, ‘magia para destruição’, ‘magia para compaixão’ citando LaVey, mas nunca, vi uma forma/força que pudesse ser canalizada para qualquer gênero. Eu não usava velas, nem incensos, não chamava entidades. Eu usava a minha mente. A magia vampírica, é literalmente, uma tecnologia mental.

A sexta lei indicava que, se eu me enche-se de sangue, e mentaliza-se algo, aquilo se tornaria uma realidade. Toda a força vital que eu suguei, iria como uma torrente para preencher e manifestar a forma que desejava. Eu precisava testar isso;

O teste foi feito da seguinte forma, eu assisti jornal nacional e vi o tempo que iria dar no dia seguinte; iria dar sol. Eu suguei força vital demais e mentalizei chuva. Acordei com uma grande tempestade na cidade. Não suficiente, eu comecei a controlar o clima durante uma seguida, todo dia assistia o jornal nacional e contradizia a previsão do tempo. Se ia chover, eu fazia sair o sol, se ia sair sol, eu construía chuva. Durante sete dias exatos eu fui intercalando, depois mandei um relatório para o Morbitvs, que logo então, fez um texto sobre, intitulado ‘dança da chuva para não índios’. Eu parei de sugar uma pessoa em especifico e comecei a sugar grupos. Eu lembrava de um grupo e me alimentava de todos eles de uma vez. Creia, isso foi aumentando até Jesus Cristo se alimentar de uma cidade toda de uma vez.

Eu precisava de mais provas, além de brincar de Baal e ficar alterando o clima. Estava na hora de dar um passo á mais nessa forma de magica. Foi a hora que sugando uma balada inteira enquanto dançava, eu desejei um black out. E assim foi, do jeitinho que imaginei, tumulto, gritaria e um celular como presente pelo sucesso. Isso quebrou meu conceito de que magia precisava de tempo para se manifestar. Entendia que o ‘tempo’ que a magia precisava era extremamente relativo. Com um grupo de pessoas, eu cheguei a formar tempestades em menos de 30 minutos, em dias extremamente ensolarados. A realidade realmente era mais plastica do que podia imaginar. Eu estava tomando consciência de que tudo isto, é um Sonho.

Essa é a grande meta do vampirismo, conquistar a consciência completa sobre a realidade ser um sonho e mais que isso manter essa consciência após conquista-la. Manter o controle após conquista-lo. Manter a Concordância após conquista-la. Essa era uma luta travada o tempo todo, e é a tradução exata do que dizem ser ‘Acordar no Sonho’. Mais do que acordar, você tem que manter a consciência de que está sonhando, para não dormir novamente. O caminho do vampirismo é feito de forma básica; primeiro você busca o controle, e consequentemente ganha a consciência; o controle vem de você conseguir alterar a realidade, e conforme você vai alterando você acaba percebendo de fato o que ela é.

O mais interessante de tudo no vampirismo, é que a crença, a concordância, é um efeito colateral após o controle. Você não precisa acreditar para ter resultados. Se uma coisa é real, ela não precisa ser acreditada. Ela simplesmente é. As leis da Concordância, afirmam o seguinte: se existe alguém para acreditar, algo se torna real. Se existe muita gente acreditando, aquilo se torna realidade absoluta para todos aqueles que se alinharem aquela crença e para aqueles que não tomarem uma atitude perante á essa crença. A base dessa

magia é você fazer alguém acreditar em algo, para que aquilo se torne real. Ela se baseia em você utilizar o subconsciente das pessoas a sua volta. Você as marca, quando conversar com cada uma, e usa a mente delas para gerar alguma coisa. A chave é você fazer a pessoa acreditar naquilo que você quer, e na possibilidade ou na realidade já firmada disso. A mente de outro se torna um canal para manifestação do teu desejo, ou para sustento de algum capricho. O vampirismo não é contra o escravagismo.

Depois de ter passado pela quinta e sexta lei, eu me voltei para a quarta; ela afirma que se objetos físicos e situações forem nomeadas e tratadas como seres vivos, eles

irão responder de tal forma. Eu não tinha noção nenhuma de como fazer, porém eu tinha que fazer. Fazia parte da coisa, logo, eu resolvi começar a fazer testes simples. Eu peguei um celular e chamei ele de ‘marcelo’, e mandei ele parar de funcionar. Bom fiquei

insistindo três dias até o Marcelo parar mesmo de funcionar. Mais adiante eu tinha que fazer ele voltar. Levou mais dois dias.

Mas eu não estava satisfeito e na época eu tinha um ex-namorado que amava o seu carro, ele tinha acabado de comprar, se gabava dia e noite. Era tudo que eu precisava; eu comecei nomeei o carro do Ivan de ‘matheus’ e mandei todo dia, ele quebrar, mas tinha que ser algo que me mostrasse exatamente que a magia funcionava. O carro era novo, tinha menos de dois meses de uso, iria demorar para fundir o motor. Não se eu nomeasse e manda-se. E assim foi, uma semana todo dia mandando no Matheus, até o Ivan me ligar contando que além de fundir o motor, tinha fodido outro lance no carro. Foi magnifico. A melhor parte da questão era justamente afetar em detalhes, aquilo que me propus a fazer. Eu não tinha exatamente planejado quebrar o carro de modo geral, mas sim, fundir um motor novo. Esse resultado detalhado me proporcionou um novo ponto de vista de como fazer a magicaa. Eu comecei a tratar todos os objetos como vivos, e eles respondiam de acordo. Depois de causar um blackout numa balada, simplesmente conversando com a energia elétrica do lugar, eu fui aumentando, jogando a realidade contra mim e vendo quem é que ganhava na queda de braço.

Estava na hora de ver se isso funcionaria com situações: o pai da minha ex estava com problema de coração, a situação cardíaca dele estava complicadíssima. A pressão dele chegou a um nível complicado e ela me ligou chorando com medo. Ele teria que se afastar do trabalho, por causa de stress. Teria. Eu nomeei a situação cardíaca dele de ‘Equilíbrio’ e mandei ela se regularizar, comecei a mandar a pressão reduzir, a cabeça dele melhorar… Fiz isso alguns dias, até que, no exame seguinte, estava tudo Okay. O médico ficou assustado, não poderia estar tão light, se ele quase infartou poucos dias antes. Mas estava. o Sr. Luiz estava muito bem. E continuou trabalhando.

Isso foi uma das mil brincadeiras, que me levaram a tratar a realidade como viva o tempo todo. Eu não mais fazia magia, eu vivia a magia. Eu era a magia. A magia vampírica tornava o meu respirar em drenagem, as minhas idéias em facas, ela unia o dia a dia com o mundo paranormal. E mesclando esses conceitos, você atingia o que chamam de Maestria, que é aonde a percepção da magia como um fenômeno casual, era a base de tudo. Você deixava de fazer magia uma hora ou outra, e fazia o tempo todo. E assim foi.

Eu comecei a usar o meu próprio corpo, quando alarguei as orelhas, nomeei uma de ‘Tico’ e outra de ‘Teco’, e mandei desinflamar rápido. E assim foi. O mesmo fiz com minha tatuagem, ao qual chamei de ‘Sírius’. E com alguns corações por aí, que fiz se apaixonarem de um modo mais viril. Eu comecei a tratar a própria realidade como viva e ela mesmo me respondia da mesma forma. O vampirismo se baseia em três formas de magia, Controle

e Concordância, já expliquei. Agora vem a Consciência.

A Consciência está por trás de todas as formas de magia, ela é Todas. Simplesmente porque tudo que você faz, você espera um resultado. Esse Esperar, ansiar algo, á o que faz aquilo acontecer. Ao contrario de todas as linhas de magia atuais, que visualizando a ansiedade como prejudicial, e que tudo, deve ser feito apenas uma única vez e aguardado, o vampirismo segue a rota oposta; quanto mais fizer, mais rápido acontecerá; e a realidade é um espelho do que você sente.

Eu comecei a pratica da magia de consciência observando as coisas, no meio da rua, e lembrando que tudo aquilo era um sonho. Aos poucos, sua visão começa a distorcer, e você começa a sentir aquilo. É uma sensação de irrealidade, e parece que tudo vai distorcer.

Aquilo era a chave que precisava para manifestar um desejo. O sentimento é a chave da magia. Sentir algo, a manifestação daquilo é o que faz aquilo se manifestar. O sentir é acompanhado de um pensamento, ou uma forte imaginação. A partir do momento em que você firmar em tua mente o pressuposto da realidade ser um sonho, você apenas deseja algo para que aquilo se manifeste.

O maior ensinamento do vampirismo, é conhecido como a Doutrina do Sonho. No coração do vampirismo, está o reconhecimento da verdade que a realidade é um Sonho, um reconhecimento emocional  de que, tudo, é somente um Sonho. E como num Sonho, duas coisas se refletem; tudo é possível e tudo que você espera emocionalmente, tende a acontecer. A maior luta de um vampiro é manter-se atento, consciente dessa verdade, para que ele possa usa-la ao seu favor. Estar consciente de que Tudo é um Sonho, nos faz perceber que nosso Eu, o Sonhador, faz parte desse Sonho. E que ele pode alterar o Sonho por sua Vontade. E não somente pelo que quer, mas sim pelo que espera. Principalmente pelo que espera. A maior forma de magia no vampirismo, é chamada de magia

de consciência, que é nada mais, que utilizar esta verdade, sobre a verdadeira face da realidade ao teu favor.

Essa magia nos propõe alguns desafios; o primeiro é perceber diretamente isso. Partindo da premissa de que Tudo é um Sonho, o vampiro deve se confrontar com a própria mente. Ela agora se torna inimiga da sua consciência, e ela agora desafia ele a conquista-la. Toda cultura humana agora vem adiante, desafiando o novo padrão mental a ser estabelecido. A tua mente se torna seu maior inimigo. O primeiro fator, obviamente é o próprio esquecimento. A pratica vampírica te leva a acoplar essa nova premissa da realidade, em teu ser. É uma lavagem cerebral auto imposta com fins lucrativos.

O segundo fator é o medo; o medo de falhar é o que mais proporciona falhas nas pessoas. A confiança é conquistada da seguinte forma; faça aos poucos. Se quer fazer uma tempestade, inicialmente tente mudar o clima deixando-o nublado. Logo mais, tente fazer chover, depois cause alguns raios, depois desabe o mundo. Conforme você vai fortalecendo sua própria crença na magia e em si mesmo, você vai aumentando o tamanho do desejo, do obstaculo. Foi realizando pequenas coisas que, me levaram mais adiante, realizar grandes coisas. Até grandes demais. Conforme sua mente vai dilatando, penetrar novas idéias é mais fácil.

O vampirismo é um caminho pratico, com um único objetivo; a praticidade do vampirismo exige que você o vivencie, ao invés de teorizar demasiadamente. Não há, rituais além dos Mortos Vivos. Não há espíritos para pedir ajuda, ou banimentos e invocações. Ele não é o caminho da magia comum.

Foi então que eu comecei a trabalhar com vampirismo com outras pessoas; mantemos um grupo fechado aonde compartilhamos experiencias pessoais. É uma elite fechadíssima, aonde reuni pessoas com uma capacidade acentuada no vampirismo e joguei para brincar de gladiador. Bom, as experiencias alheias me alimentavam assim como as minhas os alimentavam.

As experiencias refletiam o próprio modo da pessoa, a persona, ao qual era usada em prol a atingimento de um fim. Um abria a percepção do outro com isso. E todos eram conectados, porque a realidade é como um sonho, ela é um sonho. Todos Eles eram uma unica mente, pensando de acordo com os pensamentos da mente mais forte. Mas isso eles não sabiam. Era desumano demais para saber logo de inicio.

Eu estava mergulhado no mar de Sangue. Eu estava me afogando e ao mesmo tempo me salvando. Eu era Jesus Cristo ali, morto para humanidade e aberto para a Doutrina do Sonho. Osíris tinha meu nome, eu tinha entendido o véu. Eu acordava todos os dias com uma outra visão. Eu era o Todo e por ser o Todo, eu era Nada.

Finis Coronat.

O Sonhador é Livre

-Vampire Adept Bible


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Uma resposta em “‘O Diário de um Vampiro Canalha”

Extremamente maravilhoso e deslumbrante este texto. Lê-lo foi como estar dentro de um sonho, sentindo meu Ser flutuar nas palavras, um Transe único, um Transe genuíno. Cheguei a adormecer durante certa altura dele e não sei onde estive… Despertei, retomei a leitura de onde parei e fui até o fim. Não dá para dizer o quanto dele é ficcional e o quanto é real.

Sendo Ficção ou Realidade… Mas, o que é A Ficção e o que é A Realidade senão um grande sonho no Sonhar?

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