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Por RUBENS SARACENI
Texto extraído do Livro ” Formulário de Consagrações Umbandistas”, Editora Madras.
Cores de guias e colares é um assunto recorrente. Consagrar uma guia, como são chamados os colares dentro da Umbanda, é um procedimento correto, pois somente estando consagrado poderá ser usado como protetor ou instrumento mágico nas mãos dos Guias Espirituais.
O procedimento regular tem sido o de lavá-los (purificação), de iluminá-los com velas (energização) e de entregá-los nas mãos dos Guias Espirituais para que sejam cruzados (consagração).
Eventualmente são deixados nos altares por determinado número de dias para receber uma imantação divina que aumenta o poder energético deles.
Os Guias Espirituais sabem como consagrá-los espiritualmente, imantando-os de tal forma que, após cruzá-los, estão prontos para ser usados pelos médiuns como filtros protetores ou pelos seus Guias como instrumentos mágicos, ainda que só uma minoria utilize efetivamente com essa finalidade.
A maioria prefere usar como para raio protetor ou descarregador das cargas energéticas negativas trazidas para dentro dos locais de trabalhos espirituais pelos seus consulentes. Os procedimentos consagratórios dos colares usados pelos umbandistas têm sido estes e poucos têm mais alguns outros.
Eles têm ajudado os médiuns durante seus trabalhos e auxiliado os consulentes a se proteger das pesadas projeções fluídicas que recebem de pessoas ou espíritos no dia a dia. Mas esses cruzamentos ou consagrações, com finalidades específicas e com imantação espiritual, são apenas o lado aberto ou esotérico e, numa escala de 0 a 100, só obtêm 10% do poder dos mesmos objetos que, se forem consagrados internamente ou receberem uma consagração completa, terão 100% de poder.
Normalmente, consagram-se ou cruzam-se colares a pedido dos Guias Espirituais e cada linha tem suas cores de guias iguais às dos seus Orixás regentes. Como algumas cores de guias mudam conforme a região, então eventuais alterações de cores impedem a uniformização da identificação dos Orixás simbolizados nos colares usados pelos médiuns. Na confecção dos colares, algumas regras devem ser seguidas:
1ª — Os colares dos Orixás costumam ser de uma só cor. Todavia, a doutrina de cada casa deve prevalecer sempre.
2ª — Há algumas exceções (Obaluayê = preto e branco), (Omolu = preto, branco e vermelho), (Nanã = branco, lilás e azul claro), (Exu = preto e vermelho; preto; vermelho), (Pombagira = vermelho; preto e vermelho; dourado).
3º – Não é porque cada casa tem a sua doutrina que pode tudo. Por exemplo: não existe colar de Oxalá preto com vermelho.
Enfim, há certa flexibilidade no uso das cores de guias e colares consagrados aos Orixás na Umbanda. E isso se deve ao fato de que eles, na verdade, irradiam-se em padrões vibracionais diferentes e em cada um mudam as cores das energias irradiadas.
Então, não podemos dizer que estão erradas as cores usadas na Umbanda. Apenas cremos que deveríamos padronizá-las e não recorrer ao uso individual delas. Para a Umbanda, vamos dar as cores das guias mais usadas ou aceitas pela maioria:
- Oxalá = branca
- Nanã = lilás ou roxo
- Iemanjá = azul leitoso
- Omolu = branco-preto-vermelho
- Ogum = vermelho ou azul escuro
- Obaluayê = branco-preto ou lilás
- Xangô = marrom
- Exu = preto ou preto e vermelho
- Iansã = amarelo ou vermelho
- Pombagira = vermelho ou vermelho e preto
- Oxum = amarelo ou rosa
- Oxóssi = verde
- Obá, Oxumaré, Oyá-Tempo (Logunan) e Egunitá (Oroiná) não são cultuados regularmente em todos os tipos de Umbanda, aparecem mais na Umbanda Sagrada.
Como na Umbanda não são cultuados regularmente, alguns Orixás foram incorporados por nós, pois ocupam polos energo-magnéticos nas Sete Linhas de Umbanda. Então vamos dar as suas cores:
- Egunitá (Oroiná) = laranja
- Oyá-Tempo (Logunan) = fumê/cinza ou azul escuro
- Obá = magenta
- Oxumaré = azul-turquesa / verde florescente ou colorida
Recomendamos que os umbandistas passem a usar colares de pedras naturais sempre que possível, porque só eles (e todos os elementos naturais) conseguem absorver e segurar as imantações divinas condensadas nas suas consagrações “internas”. Então, aqui há uma relação das pedras dos Orixás para seguir as cores de guias:
- Oxalá = quartzo transparente e cristal
- Oiá-Tempo = quartzo fumê
- Oxum = ametista ou quartzo rosa
- Oxumaré = quartzo azul ou fluorita
- Oxóssi = quartzo verde
- Obá = madeira petrificada
- Xangô = jaspe marrom
- Egunitá (Oroiná) = ágata de fogo ou citrino
- Ogum = granada
- Iansã = citrino ou pedras avermelhadas
- Obaluayê = quartzo branco e turmalina negra
- Nanã = ametrino
- Iemanjá = água-marinha
- Omulu = ônix preto — ônix verde
- Exu = ônix preto — hematita — turmalina negra
- Pombagira = ônix — ágata
Outras pedras podem ser usadas, pois a variedade de espécies é grande, assim como é a de cores das guias em cada espécie.
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