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Por Kenneth Grant, Nightside of Eden, Capítulo II.
A INTERPRETAÇÃO primitiva dos fenômenos era de uma natureza física, nós podemos portanto sondar a gnose ou aplicação metafísica dos símbolos primais apenas pela compreensão do significado mágico especial que os antigos ligavam aos números de zero a dez, o zero sendo o Ain, a fonte não manifesta e numênica de manifestação. Na cabala caldaica as letras de Aleph à Yod (1-10) resumiam a origem e desenvolvimento da emanação primal desde o Ain, e é apenas compreendendo o significado destes números com relação aos fenômenos físicos que podemos penetrar o mistério do simbolismo metafísico que eventualmente se tornou a linguagem d’Os Mistérios.
A contagem primal é mantida pelas letras caldaicas e hebraicas, cada letra sendo também um número; e estes números com seus primitivos significados foram preservados na cabala quase intactos em sua transição de origem africana via Egito. A tradição também é preservada pelos antigos Barddas britânicos que reivindicam que eles ‘começaram com dez sinais originais que Beli reduziu para o valor das letras, e então adicionaram outros seis, fazendo dezesseis ao todo’. Embora não seja necessário neste estágio apresentar os dezesseis kalas [33], o leitor deveria manter na mente o conceito enquanto lê o presente capítulo. Os kalas são mencionados aqui para mostrar a unidade dos mistérios (arcana) mais antigos e sua existência em um período geralmente considerado como tendo antecedido, por vários ciclos de tempo, os mistérios mais recentes e derivativos, ou ‘mistérios metafísicos’. Aqui, como em qualquer outro lugar, os Mistérios eram físicos no início e assumiram os véus metafísicos das Tradições Arcanas assim que as verdades físicas ficaram obscurecidas e esquecidas por todos com exceção dos poucos. Também deve ser entendido que a série de fenômenos compreendidos como físicos era infinitamente mais expansiva do que é hoje. Por exemplo, nos tempos primitivos, o fantasma ou duplo (o corpo astral) era um fenômeno observado que não tinha necessidade de demonstração. Foi em tempos mais recentes, quando a humanidade perdeu o contato com sua origem natural, que o fantasma veio a ser considerado como um fenômeno incomum ou anormal. Nos tempos antigos o mundo dos espíritos era reconhecido em todo lugar porque era uma matéria de experiência direta e aberta para todos exceto para os mais insensíveis. O mundo dos espíritos era tão familiar para o homem primitivo como é o mundo dos sonhos para o homem moderno. O mundo do espírito se tornou o recente mundo ‘espiritual’ após a indevida ênfase sobre o desenvolvimento mental do homem ter obliterado quase inteiramente o mundo astral no qual ele havia originalmente se movimentado com tanta facilidade quanto no mundo mundano. De fato, pouca diferença tem sido feita entre os dois. Esta peculiaridade, que parece estranha aos povos ocidentais, ainda caracteriza o asiático que até hoje não faz uma distinção precisa entre swapna (estado de sonho) e jagrat (estado de vigília).
Os ideogramas alfabéticos de Aleph a Yod, portanto, resumem o processo inteiro da emanação e desenvolvimento da existência fenomenal, embora não devamos esperar encontrar uma total concordância entre as ideias originais representadas pelas letras e as interpretações mais recentes que várias tradições tem atribuído a elas.
O Ain, ou Olho do Vazio, representa absolutamente Nada (No Thing). É não manifestação pura e simples. Apenas a partir dela a manifestação pode proceder. A primeira formulação de Nada, sua reflexão ou imagem reversa, era Algo (Some Thing), e isso era representado pelo número Um, Aleph. O símbolo ligado à este número, que é também uma letra, a letra ‘A’, é aquele de um bezerro, o que está ligado à juventude (?_youngling); ele era a criança da mãe a quem ele tinha feito uma abertura ao sair do útero ou abertura do Abismo (Ain). O bezerro é portanto o símbolo do Califa como o primeiro rachador ou fazedor da fenda. Ele era a fenda (clef) ou chave dos mistérios da Iniciação; o bezerro ou ‘criança’ de todas as mitologias posteriores.
Segundo o tarô dos egípcios, a criança era o bebê tolo ou inocente representado pela cruz rodopiante, [34] o raio que rasgava o firmamento; ele também era o louco que dava cambalhotas à beira do abismo. Porém a primeira divindade era uma deusa, a Mãe, e sua criança era seu símbolo. [35] A criança, sendo de qualquer sexo, veio a ser o símbolo de nenhum, um ser neutro que deu seu nome à deidade no antigo Egito como nuter ou neter – os deuses; o potencial neutro da criação positiva e negativa, masculino e feminino. O boi, mais tarde igualado com Aleph no simbolismo dos judeus, continua este tipo de característica assexuada do bezerro ou criança.
Na segunda letra, B ou Beth, nós portanto discernimos o glifo do deus biuno que é ambos [both] (Beth) masculino e feminino, ainda que, assim sendo, não era nem um nem o outro, mas o andrógino ou hermafrodita. Beth era atribuída ao Mago ou o Prestidigitador [36], o Um duplo que, ao atingir a puberdade, torna-se repleto com potencial criativo simbolizado pelo camelo, a letra gimel, que é o número três. Em Uma Pessoa estão assim resumidos a trindade de poderes de Aleph, o Louco ou bebê inocente, através de Beth a deidade bi-sexual andrógina, até o procriador sexual totalmente equipado, a criança em seu décimo terceiro ano. [37] Na Árvore da Vida, o décimo terceiro caminho é aquele do Camelo, o habitante do deserto, o assento ou zona de poder do deus Set. Num simbolismo posterior o kala deste caminho era referido à sacerdotisa virgem da Estrela de Prata (i.e. a lua) [38], e o número treze expressa a natureza lunar deste simbolismo. [39] Na tradição mais antiga – i.e. a Sothiatica – este é o caminho da virgem, a sacerdotisa adormecida ou em transe em seu caminho de se tornar oracular com a Voz do Poder. Ela é o arauto de Daäth, e seu totem é o cinocéfalo cuja palavra não é da humanidade mas parte de ‘uma fala estranha e monstruosa’ [40] que se torna inteligível na terra (i.e. de modo fenomenal) quando ela é transmitida através da porta do abismo. A porta, ou Daleth, é representada pela Mulher, a Esposa, a Mãe – Isis, a irmã ou reflexo manifesto de Nephthys, o Olho original e invisível (Ain). [41]
A tríada supernal que conecta as zonas de poder cósmicas, Kether-Chokmah-Binah, é formanda pelos kalas que emanam de Aleph, o décimo primeiro kala, Beth o décimo segundo kala, e Gimel o décimo terceiro kala. O décimo terceiro kala cruza Daleth, o décimo quarto kala, que representa a formulação completa do ato sexual em um sentido cósmico. Aleph, o raio rodopiante, é o glifo de Ar ou Espaço; Beth é Aquele da dupla baqueta, o Mago (masculino e feminino), e Gimel é o reflexo lunar do Ain através do Deserto de Set. E Daleth, número Quatro, resume a fórmula da união desses conceitos. [42] A junção forma o preciso ponto de ingresso das forças ofidianas que fervilham por trás do Véu nas águas do Abismo. Este cruzamento (travessia) é encenado pelo homem através da mecânica da magia(k) sexual, que busca trazer a humanidade ao relacionamento [sexual_?] consciente com a entidade por trás do Véu. A cruz e o cruzamento/travessia são de importância primordial na fórmula da iniciação, pois elas refletem o processo cósmico de manifestação a partir da não manifestação. O Livro da Lei abre com este ato, com as palavras: ‘Had! a manifestação de Nuit’, o que se lê – segundo as chaves do simbolismo mais antigo: ‘Set! a criança de Tífon’. Set é a criança que abre o útero da Deusa; ele é o eterno bebê (do Abismo) que, ao amadurecer [43] revela-se como a primeira deidade masculina – o filho da Mãe, Nuit, que era a Tífon antiga. ‘A revelação da companhia do céu’, o segundo verso de O Livro da Lei, se refere ao Véu do Abismo rasgado por Set para estabelecer o Aleph, Aquele: Algo (Something), onde previamente apenas o Nada (Nothing) existia. A frase ‘companhia do céu’ denota as estrelas; esta companhia é também Set ou Sept [44] que é composto pelas sete estrelas da Deusa de quem ele era a altura ou oitavo, como extensamente explicado na Trilogia.
Assim como Set abriu sua mãe quando ele rompeu seu útero com o raio de sua clave (clef) ou aleph, igualmente Sothis era quem abria o ano no simbolismo primal de Khem (Egito).’Todo homem e toda mulher é uma estrela’(3o verso de AL) [45] declara que a humanidade possui o potencial para esta ‘abertura’, não apenas em um sentido místico e espiritual mas também no sentido mágico e esotérico da abertura do Portal do Abismo através das fórmulas secretas de magia(k) sexual que estão escondidas no AL e nos antigos livros de poder. A partir disso segue-se que, como proclama o próximo verso, ‘Todo número é infinito; não há diferença’. Todo número, e portanto toda letra, é nada mais do que um raio ou kala procedendo do Abismo e brilhando como uma estrela no céu e como uma alma na terra, como as forças fluem desde o Ain e se manifestam no local do cruzamento/travessia. Este locus é o ‘horizonte duplo’ onde o sol mergulha para o Amenta no Oeste [46] e se ergue no Leste. [47] A ascensão do sol é o início da manifestação; seu ocaso, o retorno ao Abismo da não manifestação. O número quatro, Daleth, tipifica esta quádrupla travessia.
Hé, o número cinco representa a manifestação total; ele é o glifo da Mulher par excellence. Sua fórmula completa é 15 (3 x 5). O simbolismo da Deusa Quinze foi tratado extensamente na Trilogia. Aqui é suficiente chamar a atenção para a identidade da Mão (como uma figura de cinco), e o Olho, como o iluminador do Vazio. Estes dois instrumentos mágicos são primordiais no Zos Kia Cultus de Austin O. Spare onde eles se fundem no ‘Eu’ Atmosférico, ou consciência cósmica. [48] Cinco é o número do prncípio feminino em sua fase lunar. Na versão original de AL.I.60, a deusa Nuit começa uma sentença da qual Crowley ouviu apenas as primeiras seis palavras, [49] após o que ocorreu um hiato no manuscrito o qual foi mais tarde preenchido pela mão da Mulher Escarlate, [50] que completou a sentença assim: ‘A Estrela de Cinco Pontas, com um Círculo no meio, e o círculo é Vermelho…’ [51] Isso quer dizer, a estrela (khabs) é de cinco raios (kalas) que encerram, como fazem as cinco pétalas de uma flor, seu círculo central. O círculo é vermelho porque ele simboliza a característica de ciclo sanguíneo da mulher em sua fase lunar. Os cinco kalas concentram e reificam o sexto ou energia criativa que habita o coração (o cerne) da flor assim como a criança dentro da mulher. Seis (Six) é o nome e número do sexo e ele é representado pela letra Vau que significa um ‘prego’, o unguis ou símbolo fálico de virilidade. A criança é gêmea e brande a espada (Zain) que abre sua mãe.
Zain é o número sete, o número do amor sexual. Este número significava originalmente o útero através do simbolismo da Deusa das Sete Estrelas, Ursa Maior, a constelação da Coxa que tipificava o local de nascimento da Luz na Escuridão do Abismo. [52] Sete tornou-se mais tarde o número de Vênus, o representante planetário da Deusa, quando o conceito foi romantizado e aplicado ao amor sexual entre humanos tal como distinto do simbolismo primário e estelar que significava união bestial. [53] Sete tornou-se então sinônimo com o mecanismo da polaridade sexual simbolizado por Gêmeos (cuja letra atribuída é Zain) sob a influência de Mercúrio, o aspecto masculino de Vênus ou, mais corretamente, o aspecto positivo da polaridade hermafrodita tipificada pelas sephiroth Hod e Netzach (vide diagrama da Árvore). Zain está místicamente associado com a yoni, o olho secreto ou oculto (ayin) que, juntamente com a letra ‘z’ – a letra da serpente – torna-se Z-ayin ou Zain. Eu indiquei previamente [54] a afinidade peculiar que existe entre Zain e a Era de Aquário que está interconectada com o Aeon de Horus. [55] Nesta presente era do Ar ou Espaço, Zain é de importância fundamental como sendo a S(word) (palavra) da Serpente, que é Silêncio. Então, nos mais secretos Cultos de Mistério o Aeon de Zain é dito como sendo destituído de uma Palavra. Ela é a transmissão silenciosa de energia sexual em polaridade que vibra a Palavra em Silêncio, e aquela Palavra é como uma Espada que rompe o Abismo e ela é ouvida por(?) Ninguém (No-One). É dito que no Aeon de Zain a ‘humanidade é para um giro ao redor das costas da Árvore’, o que explica porque nenhuma palavra será ouvida, pois será Ninguém (No-One) (Nun = o Abismo) quem a ouvirá. O relacionamento sujeito-objeto terá cessado de existir. A Serpente e a Espada são o glifo dual deste mistério (arcanum) e tal é o emblema especial de Set.
No Liber 333 [56] (capítulo 87), o sigilo da Espada e da Serpente aparece em conexão com um certo simbolismo excremental que tem sido interpretado erroneamente pelos caluniadores ignorantes de Aleister Crowley. Os ocultistas, contudo, estão cientes que ambas a Serpente e a Espada podem ser interpretadas como símbolos da mulher em sua fase lunar. Em seu breve comentário ao capítulo 87, Crowley observa que o sigilo deriva de um talismã Gnóstico que ‘se refere ao Sacramento’. A natureza do sacramento é lunar e portanto não há surpresa em descobrir que 87 [57] é o número de Lebanah (incenso) que pertence à Esfera da Lua. Ele é também o número de Asvk (uma forma de Aossic [58]), significando ‘cálice’, ‘calyx’, ‘parte de uma flor’. A flor é a flow-er ou aquele que flui, i.e. a mulher em seus períodos (?). O cálice daquele que flui é a vagina da virgem. O cálice nos Mistérios está ocultado por trás do véu que em seu sentido primal e biológico é o hímen. Cheth, o número oito, significa uma ‘cerca’, ‘vallum’ ou ‘muro’; ele é o Véu encerrando o Graal, a cortina ocultando o Santo dos Santos. Este é também o místico Véu de Paroketh (Paro-cheth) que foi cortado em pedaços no momento em que a deidade se tornou ativa e pronunciou a Palavra em oráculos de trovão. Cheth, soletrada por inteiro, é 418, o número de Abrahadabra que significa a união das correntes positiva e negativa, a realização da Grande Obra. O totem zoomórfico de sua analogia astrológica, Câncer, revela o mecanismo do viparita karani [59] sob a figura do caranguejo cujo modo de locomoção nas laterais é um símbolo apropriado do caminho oblíquo ou tortuoso. Nos planisférios egípcios mais antigos o besouro precede o caranguejo como o signo do sol da meia noite (Khepra), a luz solar protegida da inundação do abismo (Nilo) por ele estar oculto em uma bola de excremento que o besouro conduz para segurança com suas mandíbulas. Este simbolismo resume o aspecto ativo e dinâmico do Sigilo de Set explicado em conexão com a letra Zain, pois a inundação do Nilo simboliza a inundação do útero que deságua e ameaça a vida da semente solar-fálica. Mas o simbolismo tem também um significado mais profundo.
O círculo vermelho no centro dos cinco ou quinze kalas (3 x 5) é a flor ou o que flui onde reside o bindu. [60] Nesta conexão, as observações de Alvin Kuhn são relevantes:
O fluido criativo masculino… é a essência concentrada do sangue, que por sua vez é altamente carregado com a alma elétrica da energia espiritual. Ela era a semente da essência criativa do deus. Ela foi portanto considerada como sendo uma condensação de energia solar. [61]
Teth, significando uma ‘serpente’, é o número nove. Nos Cultos Osirianos posteriores a serpente era igualada com a energia solar-fálica na forma do leão-serpente que gerou o espermatozoide. [62] Na Tradição Draconiana, contudo, Teth é a serpente simbólica da mulher que periodicamente muda seu corpo velho como faz a cobra com sua pele. Então, nove é o número do rejuvenescimento e renovação. Na interpretação de Crowley sobre os Atus de Thoth, Teth combina o leão, a mulher, e a serpente, em um glifo que constitui a décima primeira chave do Taro. Devido à uma alteração na sequencia das Chaves dos Arcanos Maiores,63 os Atus VIII e XI foram transpostos. Isso causou uma transposição correspondente das letras Lamed e Teth. [64] A fórmula da Mulher (atribuída a Libra) então se torna Atu VIII, e aquela do leão-serpente (atribuída a Leo), Atu XI. A combinação de Lamed e Teth (ou 30 e 9) oculta um grande mistério, pois o número 39 é o triplo de 13 e é também 93 ao inverso. Além do mais, o número VIII, o número de Cheth, é o número da Grande Obra. O fato de que o Atu XI [65] agora forma o equilíbrio de VIII significa que a Grande Obra é de uma natureza basicamente psicossomática envolvendo o uso mágico da energia sexual.
Yod, o número dez, 10, é a soma total ou o fim da matéria uma vez que ele simboliza o retorno da Unidade (1) ao estado original de não dualidade simbolizado pelo Ayin (0), o Olho de Nuit. Isto demonstra a identidade definitiva do Olho e da Mão. [66] A última, sendo o instrumento do que segura, o recipiente, ou útero, é um ideograma do número 5 e portanto da mulher. Mas o simbolismo da mão (yod) nos cultos posteriores ou pós-Tifonianos era atribuído à semente solar-fálica representada pela gota, ponto, bindu, ou espermatozoide. A distinção é apenas relativa à doutrina pois a fonte primal de criação era, e sempre continuará sendo, a mulher cujos símbolos, Mão (I) e Olho (0), denotam o sangue materno, o útero no qual e [a partir] do qual a Palavra é emitida e assume a carne.
O precedente explica a doutrina dos números de acordo com a Tradição Tifoniana que, quando aplicada em conexão com fórmulas mágicas pelos sacerdotes dos Cultos posteriores foi arrancada de seu significado primitivo (puro) para servir às sociedades dominadas pelo masculino.
A décima primeira letra – Kaph (K) – inicia uma nova série de números e é, em seu sentido mais oculto, não apenas o número da magia(k) mas também de Daäth, a décima primeira zona de poder que é considerada como existente em uma dimensão inteiramente diferente das dez zonas de poder manifestas ou Sephiroth. É nesta dimensão oblíqua que existem as seis letras de Kaph até Pé que formam, com as dez primais, os 16 kalas secretos da Corrente Ofidiana. Kaph significa a ‘palma’ (da mão), e Pé significa uma ‘boca’. As fórmulas mágicas associadas com a mão interna (Kaph) ou útero, e o olho secreto ou ‘boca’ de Pé emergirão nos capítulos subsequentes. Pode-se notar aqui contudo que Pé é atribuído à corrente marcial que, como tem sido mostrado, está conectada com o sangue da Ísis Negra e de Kali. [67]
Notas:
33 Literalmente, essências, princípios, elementos, etc. Os kalas são divisões de tempo e nos Tantras eles possuem uma conotação muito especial, sendo conectados com certas secreções físicas que são representadas na cabala e no taro por glifos mágicos, o que é o propósito de meus livros explicar. Vide A Trilogia Tifoniana.
34 A Suástica, que é por formato a letra Aleph.
35 A criança fenomenal típica do ‘bebê do abismo’ que é gêmeo como Set-Horus, ou Hoor-paar-Kraat imanifesto, e Ra- Hoor-Khuit manifesto. Seus análogos astronômicos são Sírius ‘A’ (Horus) e Sírius ‘B’ (Set). Vide Magick de Aleister Crowley para uma explicação completa sobre estes termos.
36 No Tarô.
37 Na Árvore da Vida ele é o 13o caminho que é atribuído à gimel, e ele marca o local da Cruz ou Cruzamento, que ocorre no exato locus de Daäth por trás do Véu do Abismo, pois Daäth é o reflexo do Vazio (Ain) no domínio dos fenômenos místicos.
38 Existem treze luas para um ano lunar; 28 x 13 = 364.
39 A lua está sob a égide de Hecate que é idêntica com Sothis, assim conectando este simbolismo com a tradição Secreta da Argenteum Astrum (a A.’.A.’.), a Ordem da Estrela de Prata. Esta é uma Ordem mágica que Aleister Crowley construiu a partir do débris da Golden Dawn, após ele ter estabelecido contato com inteligências extraterrestres (Chefes Secretos) o que MacGregor Mathers tinha falhado em conseguir. Vide O Renascer da Magia (Muller, 1972) para um relato completo sobre este assunto.
40 Liber Liberi vel Lapidis Lazuli (Crowley), verso 10.
41 Nu-Isis é o glifo desta negativa dual ou ausência dupla, simbolizado magicamente como uma fonte feminina de criação.
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Revisão final: Ícaro Aron Soares.
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