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Rubellus Petrinus
La Entrada abierta al palacio cerrado del Rey, Ireneo Filaleteo, Editorial 7 ½, S.A. Barcelona, 1979, pg. 57 – 58.
DE LA INVENCIÓN DEL MAGISTERIO PERFECTO
VIII
«Así pues, vieron que en el Mercurio había muy poco azufre y que éste era únicamente pasivo, por lo que no encontraron azufre activo en esta descendencia de Saturno, sino sólo (azufre) en potencia. Por lo que la unieron a un azufre arsenical ardiente, sin el que se vuelve loca y no puede subsistir en forma coagulada, y es tan estúpida que prefiere convivir con este enemigo que la tiene fuertemente encarcelada, cometiendo libertinaje, antes que renunciar a él y aparecer bajo una forma Mercurial.»
IX
«Por lo que, buscando más lejos este azufre activo, los Magos lo pidieron y lo encontraron encerrado en lo más interior de la casa del carnero. El hijo de Saturno lo ha acogido con avidez, siendo purísima, muy tierna y muy próxima al primer ser de los metales su materia metálica, completamente privada de azufre activo pero capacitada para recibir azufre. Por lo que atrae hacia sí como un Imán, absorbiéndolo y escondiéndolo en su vientre. Y el Todopoderoso le imprime su sello real. Entonces, los Magos se alegraron, no sólo por haber encontrado el azufre, sino también por verlo totalmente preparado.»
Entrada Aberta ao Palácio Fechado do Rei, Ireneu Filaleto, Global Ground, S. Paulo, Brasil, pg. 34.
DA INVENÇÃO DO PERFEITO MAGISTÉRIO
Capítulo XI
VIII
«Descobriram que no Mercúrio havia muito pouco enxofre, e que era somente passivo; não encontraram enxofre actual nesta posteridade de Saturno, mas somente enxofre potencial. Por isso que ela faz aliança com um enxofre arsenical ardente, sem o qual enlouqueceria e só poderia subsistir sob forma coagulada; no entanto, ela é estúpida a ponto de preferir coabitar com o inimigo, que a mantém rigidamente aprisionada, e se prostituir, do que renunciar a ele a aparecer sob uma forma mercurial.»
IX
«Então, procurando mais ainda este enxofre activo, os magos o encontraram profundamente escondido na casa de Aries. O filho de Saturno acolheu-o com avidez, sendo ele mesmo matéria metálica puríssima, muito branda e próxima do estado primeiro dos metais, completamente desprovida de enxofre actual, mas capaz de receber o enxofre. Por esta razão, ela o atrai como um ímã, o absorve e oculta em suas entranhas. E o Todo-Poderoso, para perfazer esta obra, imprime-lhe seu selo real. Então rejubilaram-se os magos, não somente por ter encontrado o enxofre, mas por vê-lo preparado.»
Aqui estão dois textos de Filaleto extraídos do seu livro mais conhecido acima referido onde descreve alegoricamente as matérias iniciais para começar a Obra.
Isto vem a propósito da descrição que Fulcanelli faz das ditas matérias nas Mansões Filosofais. Filaleto fá-lo ainda com mais maestria e subtileza simbólica que Fulcanelli tornando, por isso, um pouco mais difícil a sua compreensão pelos menos instruídos na nossa Arte.
No Cap. VIII diz que o mercúrio comum tem pouco enxofre, que é passivo (não actua) mas que os Sábios (alquimistas) também não encontraram enxofre actual (alquímico) mas somente enxofre potencial (químico) na posteridade (filho) de Saturno que já conhecemos de outros livros como no Breviário de Flamel.
Agora, reparai bem no estilo do Mestre onde diz que ela (matéria) faz aliança com um enxofre arsenical ardente, sem o qual enlouqueceria e só poderia subsistir sob a forma coagulada; no entanto, ela é tão estúpida a ponto de preferir coabitar com o inimigo, que a mantêm rigidamente aprisionada e se prostituir, do que renunciar a ele a aparecer sob uma forma mercurial.
É esta linguagem alegórica tão subtil que é necessário entender pelos filhos da Arte porque ela descreve perfeitamente não só a matéria primeira como também a sua identificação.
Diz-nos, em primeiro lugar, que a nossa matéria é a posteridade (filho) de Saturno e depois, para completar a sua identificação, diz que ela coabita com um enxofre ardente que a coagula e que é tão estúpida que pretende ficar aprisionada por ele em vez de aparecer sob a forma mercurial (metálica).
Realmente assim é. A matéria, como podereis constatar, é um sulfureto que, como se sabe, possui um enxofre natural ardente que aprisiona o mercúrio e do qual não ela não se quer ver livre (hipoteticamente). Efectivamente, num sulfureto mineral sem a presença de um enxofre ardente (químico) teríamos um metal puro sem ter necessidade da sua Separação física.
Evidentemente que isto não corresponde à realidade mas é uma subtileza descritiva porque, como é óbvio, a matéria (sulfureto) “per se” nunca se poderia livrar do seu enxofre sem intervenção do Artista.
Como refere no Cap. IX, os magos (alquimistas) sabendo que a sua matéria não possuía um enxofre alquímico mas um enxofre ardente (químico) tinham necessidade de introduzir-lhe um enxofre (alquímico) exterior o qual encontraram profundamente escondido na casa de Aries (a correspondência metálica de Aries é a mesma de Marte). O filho se Saturno acolheu-o com avidez porque para fazer a Obra necessita de conter o enxofre alquímico que lhe falta.
Por essa razão, ela o atrai como um imã, o absorve e oculta nas suas entranhas. Então o Todo-Poderoso, para perfazer esta Obra, imprime-lhe o seu Selo real (estrela).
Nesta operação, Marte é colocado em primeiro lugar no cadinho aquecido ao rubro laranja e é absorvido (dissolvido) quase instantaneamente pelo filho de Saturno provocando uma intensa reacção pelo que é necessário colocar imediatamente tampa no cadinho.
Queremos, no entanto, lembrar-vos que essa “absorção” será tanto mais rápida quanto maior for a antiguidade de Marte.
Filaleto neste texto limita-se a descrever parabolicamente as matérias mas noutras partes do livro dá detalhes completos sobre o modus operandi.
Aqui tendes numa linguagem muito subtil a descrição da duas matérias e, o signo do resultado feliz dessa operação, é a “estrela” ou seja, o régulo marcial estrelado.
Alguns pensarão que nesta operação Marte serviu apenas para fazer a Separação arrebatando o enxofre químico da matéria e combinando-se com ele num sulfureto de ferro, chamado Caput. Puro engano. Conforme Filaleto nos diz, Marte forneceu à nossa matéria o enxofre alquímico de que ela necessitava para poder fazer a sua Obra.
E em parte assim é. O régulo marcial estrelado até às Purificações mercuriais contém partículas de ferro na sua massa que só se revelarão depois no Vitríolo ou Leão Verde.
Se o mercúrio (régulo) não tivesse Marte no seu “ventre” não seria possível obter o Vitríolo filosófico necessário para posteriormente fazer as Sublimações ou Águias.
Se reparardes bem, o texto da edição espanhola não condiz em parte com o português. Confrontámos o texto português com o da edição francesa e verificámos que este estava correcto.
Nunca é demais dizer-vos para terdes muita cautela com as traduções dúbias que nem sempre correspondem aos originais.
E para terminar e confirmar-mos a nossa asserção, já lá vão alguns anos, mas ainda nos lembramo-nos perfeitamente, que um dia, quando visitámos a Filiação Solazaref em França, vimos o Mestre tocar com a ponta da língua num pedaço de régulo marcial recentemente feito na nossa presença por um discípulo e dizer: isto tem Marte demais!
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