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Masturbação e Magia, Alfaismo – Grimório de Magia Sexual (10 de 16)

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Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações devem ser trazidas à tona.

Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser forte e portanto, se possível, prolongado.

A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser prolongado através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente.

Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática.

Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo.

O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz “Não pense em Verde” e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente.

Preliminares do Trabalho Alfa

Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa.

Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial orgásmico.

Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa.

Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores.

Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual

Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade alternativa.

Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta maneira.

Consagração Usando Técnicas Alfa

A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado na consagração, já purificado ritualísticamente.

Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado).

Um rito completo para este propósito é conhecido como “Criação de Vórtice pelo Alfaísmo” e está esquematizado no final deste capítulo.

Controle Onírico através do Alfaísmo

O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação astral-mental para “Sonhar de Verdade” e influenciar sua experiência da realidade.

O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.

Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras.

No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que “Sonho Criativo” de Dion Fortune, por permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente.

A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permita-se cair num estado ‘fronteiriço’ de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não atinja o orgasmo ou ejacule.

Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo estágio da técnica de Controle Onírico.

O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar e envolve um certo ‘truque’. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado, durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do sonho.

Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum resultado foi ganho.

Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de prática antes de dominá-la.

Sigilização

“No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas.”

Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico), S.B. Dasgupta

No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio.

Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado, isto enganará o “Censor” da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um programa com sucesso.

“A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária.”

“Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade Verdadeira ou ‘sonho inerente’.”

Aleister Crowley e o Deus Oculto Kenneth Grant, Muller, 1978

É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente).

O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por exemplo, ‘Eu quero a força de um tigre’. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar um sigilo.

O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual.

O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas, ativo ou passivo.

A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal.

A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico.

Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido inadequado.

Variações

Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é “Urn Magick” (Magia da Urna).

A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos que haviam morrido.

A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de grande valia.

Outras variações incluem o uso do “sonhar de verdade” para curar e moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo.

Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção.

Conclusões

Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos.

Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado.

Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a palavra ‘Watcher’ ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente … a jornada retroativa além da mente consciente.

Em português, traduzimos ‘Watcher’ como Sentinela, e sua inversão como Alenitnes.

“Ó poderosos Alenitnes !
Tu que existe em tudo que é erógeno,
Nós te evocamos !
Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço
Nós te evocamos !
Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo
Nós te evocamos !
Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos
Nós te evocamos !
Pelos conceitos do sagrado intervalo
Dê-nos a carne !
Pela Quadriga Sexualis,
Dê-nos desejo invariável !
Pela conquista da fadiga,
Pela mais sagrada palavra do Céu,
Dê-nos ressurgência eterna !
Nós te invocamos !”

RITUAL DE VÓRTICE ALFA

Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama.

Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito.

O Rito

O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas.

O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Do what thou wilt shall be the whole of the Law”.

Os magos respondem “Love is the Law. Love under Will.”

O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Quando todos os fantasmas tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das profundezas ocultas do Universo…Escuta tu a voz do Fogo.”

Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante…

ORO IBAH AOZPI

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste.

MOR DIAL HECTEGA

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte.

EMPEH ARSEL GAIOL

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste.

OIP TEAA PIDOC

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul.

O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União :

EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA

Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida e da morte.

Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de cada indivíduo …

“Sagrado És Tu, Senhor do Universo.
Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza.
Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso.
Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas.”

Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande Obra.

Pés – O Caminho Espiritual

Joelhos – Devoção à Vontade Verdadeira

Genitais -Uso correto dos instintos

Peito(Coração) – Autoconhecimento Espiritual

Terceiro Olho – Sabedoria Espiritual

Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII)

“À minha solidão vem
O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores
[ morros.
Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria
[ e eu contemplo Pan.
As neves são eternas acima, acima –
E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas.
Mas o que tenho eu a ver com isso ?
Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan.
Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido…
perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo
[ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar numa
[ fala bizarra e monstruosa.
O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer.
O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele.
Eu mesmo jogado no precipício do ser.
Mesmo ao abismo, aniquilação,
Um fim à solidão, bem como a tudo.
PAN ! PAN !
IO PAN ! IO PAN !

Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão.

Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa.

Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha.

“Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo.
Ó meu anjo
Verta-te em minha alma.
O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor,
A luxúria do Bode,
Meu Anjo, meu iniciador.”

Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo :

“Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria
Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida
Erga tu em mim, fluindo livremente
Salte, tu me devoras.
(Repita um número de vezes.)

Tu me devora
Salta
Tu me devoras….”

No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax.

Tu me exaltastes
Salta ! Isto ! Salta !
Vê, o estouro das sementes da imortalidade.

Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como completada.

Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito.

Notas

Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam “ele cresce, ele respira”.

Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico.

O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual.

O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.


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