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Sitra Achra

Auto-ilusão – Pequeno Tratado Satânico do Pecado

Leia em 3 minutos.

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O filme Matrix é uma metáfora acerca da ilusão. Vejamos o seguinte diálogo entre os dois protagonistas, a seguir:

Morfeu: “Matrix é o mundo colocado aos seus olhos para que não veja a verdade.”
Neo: “Que verdade?”
Morfeu: “Que você é um escravo.”

Neste filme, o sistema mundial é controlado pela inteligência artificial e os seres humanos vivem como vegetais, sonhando o tempo todo e dando a sua energia para as máquinas. Isto é uma metáfora do que realmente acontece.

–    A elite dominante controla todas as pessoas, fazendo com que se tornem cegas a todo o ranço sócio-religioso que anda por aí.
–   O mundo é chamado Maya (ilusão), porque todos desconhecem a sua real natureza, a sua origem.

Este pecado satânico é o mais presente na vida de todos. Daí a célebre frase de Sócrates: Conhece-te a ti mesmo! Um primeiro passo é realmente se estudar, buscar se conhecer a fundo; não obstante, como já foi dito, todos querem conhecer o seu lado melhor, mas nunca por completo, pois isso implica também em conhecer o seu lado pior. A razão é que isto fere o ego. É necessário enfatizar que um suposto defeito ou fraqueza, quando passa a ser conhecido, deixa de ser um aspecto pernicioso e pode inclusive se tornar aliado, caso não desapareça espontaneamente.

Depois, é necessário conhecer todas as artimanhas sociais, culturais, religiosas, políticas e econômicas, afim de se lidar com o sistema e não se tornar escravo dele. Todavia, isto não basta. Se dogmas religiosos ou imposições sociais já entronizaram na psique do indivíduo, primeiro ele precisa se desfazer dessas raízes nocivas. Idéias como “amar a todos”, “igualdade, liberdade e fraternidade” e tantas outras são máscaras hipócritas que fazem de você um cordeiro nesse imenso rebanho.

Enquanto você aceita, por exemplo, esta falácia dos “direitos humanos”, os políticos fazem o que querem para si e os seus protegidos, o clero se enriquece à custa dos donativos dos pobres, os aposentados minguam na fila de espera para receber uma aposentadoria de fome, os bandidos mais sanguinários recebem penas brandas enquanto as vítimas e suas famílias são desmoralizadas e… fica tudo por isso mesmo!

De qualquer modo, para a pessoa mais desperta, é possível enxergar que o sistema também possui suas falhas, afinal, se é corrompido, em algum lugar há um ponto frágil na corda. O segredo é:  Combata o sistema fora das suas regras, mas sempre dentro da lei. Trocando em miúdos: Seja criativo! Ataque o sistema com inteligência, para que tudo corra dentro da lei, mas aja de forma diferente, não-usual, para que não sofra as conseqüências. Passe sempre despercebido. Neste ponto, aconselho-o a ler bons livros de estratégias. Realmente se tornam de muita utilidade.

Em relação ao aspecto de Maya, a situação torna-se mais difícil, pois isto implica num compromisso sério com o estado transpessoal. Na realidade, trata-se da grande obra do mago, ou seja, a aquisição do estado de consciência cósmica. Eu busco ver tudo a todo momento como uma ilusão. Quem sabe se cada vez mais a percepção do estado ilusório de tudo um dia não permita, realmente, um despertar?

Termino aqui colocando um texto de Abdel-Rahman As-Safuri, contra a submissão religiosa.
Num dos livros de Alá, Moisés disse a Ibliss :
–    Por que não te curvaste diante de Adão?
–    Porque não quis ser como tu: eu pretendia amá-Lo, e não quis me curvar diante de um outro. Preferi o castigo. Tu, tu pretendias amá-Lo. Ele te disse: “Olha a montanha”, e olhaste a montanha. Era preciso fechar os olhos: tu O terias visto.

Este texto traz uma importante mensagem, escrita de outra forma. Quem se curva diante de outro ser, humano ou metafísico, põe-se numa posição inferior. Para amar outro ser, é necessário que ambos estejam no mesmo plano de igualdade, caso contrário a fluição do amor nunca pode ser completa, eis que eivada pela submissão e não pela naturalidade, espontaneidade. Contudo, o deus mosaico da Bíblia é tremendamente opressor, enfatiza-se o inferno para que possa ser temido. O autor conclui, então, que:

UM DEUS QUE PRECISA SER TEMIDO, NÃO MERECE SER AMADO!

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