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Sitra Achra

Estupidez – Pequeno Tratado Satânico do Pecado

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LaVey está totalmente correto quando diz que a estupidez é o pecado principal do Satanismo, mas completamente enganado ao achar que a estupidez é tão ruim que não é dolorosa.  Justamente por ser o pior mal da humanidade, também é o mais doloroso possível. Embora o estúpido sempre prejudique a si mesmo, muitas vezes ele arrasta todos ao seu redor. É difícil que a única vítima da estupidez seja o próprio estúpido.

Alguns exemplos: 1) Um motorista viaja de carro à noite. Começa a se sentir altamente sonolento e, em vez de pernoitar num hotel, resolve prosseguir em frente, achando que vai vencer o sono. Resultado: um acidente. É óbvio que o imbecil já se prejudicou; falta saber se, na batida, envolveu ou não um outro automóvel, com danos à integridade física e à vida de terceiros que estavam ali por mera eventualidade. 2) Um empresário, que leva uma vida sedentária, resolve um dia fazer exercícios na praia, sem antes consultar um médico. Ocorre um princípio de enfarte.  Apesar de o estúpido ser o maior prejudicado, vai causar sofrimento e dar trabalho à sua família, além de deixar os seus sócios desfalcados da sua participação no mercado durante um longo tempo. 3) Um rapaz se diverte numa casa noturna. Bebendo além da conta, resolve passar uma cantada numa mulher que está acompanhada. O resultado é um quebra-quebra, com prejuízos para o dono do local, pessoas feridas indo se medicar no hospital e a polícia prendendo os participantes da rixa. 4) O dono de uma fábrica despejo lixo químico num rio. Além de prejudicar toda uma coletividade, ainda terá de arcar com multas pesadas e reparar o dano.

Uma piada.
Manuel entrou para uma famosa quadrilha de traficantes e teve, como primeira missão, comprar cocaína na Bolívia. Embarcou no maior segredo e seguiu para lá. Uma semana depois estava de volta, sendo esperado no aeroporto pelo bando inteiro.
–    Cumé, meu cumpadre, trouxe a coca?
–    Bain, coca não tinha, trouxe pepsi!

Como se nota, na maioria das vezes a estupidez gera uma reação em cadeia. É que a estupidez assemelha-se a um estopim capaz de gerar uma explosão. Mesmo nas pequenas imbecilidades, há sempre o risco de envolver mais alguém. Alguém esquece uma torneira aberta e o parente, quando chega, vê-se obrigado a enxugar imediatamente o piso do banheiro, além do aumento na tarifa do serviço.

Outra piada.
Janjão Complicação apareceu e lhe deram uma linha para enfiar na agulha. Colocou as luvas de boxe e ficou ali o dia inteiro tentando. Chegou a hora do jantar, pegou o garfo para tomar a sopa e a faca para comer o arroz.
Aí perguntaram a ele:
–    Janjão, como você faz para transar?
–    Ora, em pé, na rede, como todo mundo…

Como evitar a estupidez? Confesso que é difícil, pois o portador da estupidez parece ser um predestinado, em maior ou menor grau, conforme a sua natureza. J. C. F. Schiller afirma que contra a estupidez os próprios deuses lutam em vão. O melhor caminho, contudo, é aprender pela experiência dos outros. Há um pensamento que diz “O tolo aprende à sua própria custa; o avisado, à custa do tolo”. É verdade que, em alguns momentos, todos cometemos atos estúpidos, ninguém foge disso. Não obstante, o sensato não os comete de novo. Sempre busca evitar a estupidez.

Aqui é importante traçar alguns adendos. A estupidez às vezes é relacionada com a burrice ou a ignorância, dada a sua amplitude de atuação. Quanto aos demais pecados satânicos, os mesmos não passam de alguma forma de estupidez. A divisão em oito leva em conta o aspecto  taxionômico, didático, para melhor abordagem.

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