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Oito interpretações para a experiência psicodélica

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 Peter Meyer. excertos de Psychedelic Monographs and Essays #6

Embora as incríveis alucinações geométricas experimentadas sob a influência do DMT sejam suficientes por si mesmas para chamar a atenção dos estudantes de psicodélicos, a parte realmente interessante da experiência é o aparente contato com seres alienígenas. Como alguns podem se sentir relutantes em admitir a possível existência de seres alienígenas entrando em contato com humanos modificados por DMT, devemos considerar todas as hipóteses que possam explicar as observações, ou pelo menos ser consistentes com elas.

Várias questões podem ser distinguidas. Em primeiro lugar, há a questão da realidade independente das entidades. Os sujeitos relatam experiências de contato com seres comunicantes cuja existência independente no momento parece autoevidente. Essas experiências não são descritas como oníricas. Se as entidades têm uma existência independente do sujeito influenciado pelo DMT, então foi descoberto um reino de existência que é bem diferente da realidade consensual que a maioria de nós assume ser o único mundo real.

Tal descoberta de “uma realidade separada” desafiaria diretamente os fundamentos da moderna visão ocidental do mundo. Fiquei tentado a dizer que seria a mudança mais revolucionária em nossa compreensão da realidade desde que o peixe se arrastou para a terra, mas isso seria ignorar o fato de que a visão de mundo do Ocidente moderno é uma invenção relativamente recente, decorrente principalmente de a ascensão da ciência materialista nos últimos séculos. As culturas anteriores tinham, e as culturas não-ocidentais ainda têm, visões mais amplas da extensão da realidade.

Em segundo lugar, independentemente de as entidades existirem independentemente ou não existirem além da experiência do sujeito, o que elas são vistas fazendo? O que está acontecendo, por exemplo, quando alguns sujeitos… relatam ter visto milhares dessas entidades simultaneamente? Ainda mais interessante é o fenômeno da comunicação, ou tentativa de comunicação, que muitos sujeitos relatam… Alguns sujeitos também relatam ver as entidades se comunicando entre si, em algum tipo de troca mútua — mas de quê?

Em terceiro lugar, o assunto pode ser abordado do ponto de vista da neurofarmacologia. O que exatamente está acontecendo quando essas moléculas de DMT entram entre os neurônios do cérebro, fazendo com que funcione de uma maneira que parece subjetivamente radicalmente diferente?

Abaixo estão listadas oito interpretações sugeridas da experiência do DMT que implicam respostas (verdadeiras ou falsas) para algumas ou todas as questões levantadas acima. Algumas delas, como a própria experiência, são bizarras, mas neste estágio qualquer ideia deve ser considerada, pois neste assunto a verdade (parafraseando J.B.S. Haldane) provavelmente não é apenas mais estranha do que supomos, mas mais estranha do que podemos supor.

1 – Não existem entidades alienígenas; é apenas uma alucinação subjetiva. O estado DMT pode ser interessante, até mesmo extremamente interessante, mas na verdade não existem entidades alienígenas independentes a serem encontradas.

2 – DMT fornece acesso a uma dimensão paralela ou superior, uma realidade verdadeiramente alternativa que é, de fato, habitada por entidades inteligentes existentes independentemente formando (nas palavras de Terence McKenna) “uma ecologia de almas”.

3 – O DMT permite a percepção de processos em nível celular ou atômico. Os fumantes de DMT estão acessando a rede de células do cérebro ou até mesmo a comunicação entre as próprias moléculas. Pode até ser uma consciência dos processos da mecânica quântica no nível atômico ou subatômico.

4 – O DMT é, talvez, um neurotransmissor nos cérebros reptilianos e nas partes mais antigas e reptilianas dos cérebros dos mamíferos. Inundar o cérebro humano com DMT faz com que as partes reptilianas mais antigas do cérebro dominem a consciência, resultando em um estado de consciência que parece totalmente estranho (e às vezes muito assustador) para a mente cotidiana dos macacos.

5-  Uma espécie inteligente não humana criou humanos por modificação genética do estoque de primatas existente e depois partiu, deixando para trás métodos bioquímicos para contatá-los. As triptaminas psicodélicas são chaves químicas que ativam certos programas no cérebro humano que foram colocados ali intencionalmente por essa espécie alienígena.

6- O reino ao qual o DMT fornece acesso é o mundo dos mortos. As entidades experimentadas são almas, ou personalidades, dos falecidos, que retêm algum tipo de vida e capacidade de comunicação. O reino das almas mortas, comumente aceito por outras culturas e sociedades que não a do Ocidente moderno, agora é acessível usando DMT.

7- As entidades experimentadas são seres de outro tempo que conseguiram dominar a arte da viagem no tempo, não de uma maneira que permita a materialização, mas de uma maneira que lhes permita se comunicar com seres conscientes como nós.

8 – As entidades são sondas de uma espécie extraterrestre ou extradimensional, enviadas para fazer contato com organismos como nós, que são capazes de manipular seus sistemas nervosos de uma maneira que permite a comunicação ser estabebecida.

Essas hipóteses podem ser expandidas e são, claro, vulneráveis a objeções. Sem dúvida, outras hipóteses são possíveis. Essas questões não serão resolvidas até que tenhamos mais dados para testar essas e outras hipóteses.

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