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Possessões demoníacas são outro tipo de fenômeno que vem sendo documentados ao longo dos milênios e que podem apresentar muitas semelhanças com atividades fantasmagóricas, mas que estão muito além da simples atividade de um fantasma. Assim como poltergeisters e doppelgängers a possessão se foca em torno de uma pessoa. Graças aos movimentos pentecostais e evangélicos, a possessão acabou sendo banalizada e se tornando algo aparentemente comum, basta uma pessoa parecer fora de si, gritando palavras sem nexo ou sentido e uma força fora do comum para ser classificada como uma pessoa que está tomada por um espírito maligno, falando línguas e possuidora de uma força sobre humana. As pessoas então rezam, um pastor grita para o espírito sair e a pessoa cai no chão, aparentemente livre do que a possui. É claro que existe muito charlatanismo neste meio, mas também existem aquelas pessoas perturbadas que encontram nesses exorcismos relâmpago uma espécie de placebo reconfortante, que acaba lhe devolvendo a razão.
A igreja católica, por outro lado, sempre foi muito mais meticulosa ao aceitar uma possessão, além do distúrbio da pessoa que deve ser examinada por médicos competentes e psiquiatras a fim de determinar se a pessoa sofre de algum mal físico ou psíquico devem haver outros fenômenos que acompanhem a manifestação do demônio. Sons de pancadas e arranhões, objetos se movendo, quedas de temperaturas, a presença real de personalidades bem distintas da personalidade comum da pessoa, ser capaz não apenas de balbuciar mas de ter conversar inteiras em outra língua são alguns dos sintomas de uma possessão real.
Muitos casos começam de forma sutil e parecem não focar o indivíduo, mas o ambiente ao redor, e lentamente a pessoa passa a ser atacada. Para se ter uma idéia de como uma possessão costuma ocorrer, vamos reproduzir agora uma matéria que foi publicada na edição de 20 de agosto de 1949 do jornal Washington Post:
“No que constitui, possivelmente, uma das experiências mais incríveis dos anais religiosos dos últimos tempos, um padre católico acaba de libertar em Mount Rainier um menino de 14 anos, possesso pelo demônio, segundo comunicado de ontem.
Somente depois de 20 a 30 sessões de ritos milenares de exorcismo, tanto aqui como em Saint Louis, consta que o espírito diabólico conseguiu ser, finalmente, expulso da criança.
Em todas elas, com exceção da última, a vítima irrompeu em violentos acessos de fúria, gritando, praguejando e dizendo frases em latim – língua que jamais aprendeu – cada vez que o sacerdote chegava aos trechos culminantes do ritual de 27 páginas em que se ordena que o diabo abandone o corpo do possesso.
Dedicando-se de corpo e alma à sua missão, o padre passou dois meses junto ao garoto, quando teve ocasião de presenciar fenômenos como o da cama em que o menino dormia, que se deslocava para todos os lados do quarto.
Um pastor protestante de Washington já tinha comunicado anteriormente que havia presenciado fenômenos semelhantes, inclusive um em que o colchão com o menino adormecido deslizou lentamente pelo assoalho até que ele bateu com a cabeça contra uma cama, despertando.
Noutra oportunidade, relatada pelo mesmo pastor protestante, uma poltrona pesada, ocupada pelo possesso com o queixo apoiado aos joelhos, inclinou-se vagarosamente de lado e virou, jogando-o no chão.
Revelou-se que a última sessão de exorcismo em que o demônio foi expulso do corpo do possesso se efetuou em maio, sendo que desde então o menino não apresentou mais nenhuma manifestação.
A forma atual do rito de exorcismo remonta há 1.500 anos e a partir dai até Jesus Cristo.
Mas antes de ser empreendida, esgotaram-se todos os recursos médicos e psiquiátricos para curar o menino – em cuja presença também ocorreram fenômenos como o de uma fruta que saltou de cima da geladeira e arremessou-se contra a parede da casa.
Trouxeram o menino para o Hospital da Universidade Georgetown desta cidade, onde procederam exames exaustivos de seu mal, e para a Universidade de St. Louis. Ambas instituições são jesuítas.
Os dois hospitais católicos por fim declararam-se incapazes de curar o doente por meios naturais.
Só então lançaram mão de recursos sobrenaturais.
Um jesuíta de cinqüenta e poucos anos se incumbiu do ritual.
Nosso jornal soube dos pormenores do exorcismo por intermédio de um sacerdote local (não o exorcista). As sessões começaram em St. Louis, continuaram aqui e terminaram, finalmente, em St. Louis.
O jesuíta passou dois meses junto do menino, acompanhando-o nas idas e voltas de trem, dormindo sob o mesmo teto e às vezes no mesmo quarto que ele. Presenciou vários fenômenos idênticos aos relatados pelo pastor protestante no mês em curso perante uma reunião, a portas fechadas, do laboratório da Sociedade de Parapsicologia da Universidade Duke, que veio a este cidade a fim de estudar o caso, e concluiu que se tratava do fenômeno “mais impressionante” em matéria
de ‘poltergeister’ (fantasmas barulhentos) de que teve conhecimento desde o início de suas famosas investigações nesse setor.
Mesmo assim, o ritual de exorcismo não propiciou, de modo algum, a cura rápida do possesso.
O ritual propriamente dito leva cerca de quarenta e cinco minutos para ser feito. Durante a execução, o menino prorrompia em blasfêmias e gritos furiosos, com surpreendentes frases em latim.
Mas finalmente, na última sessão acalmou-se. E consta que, a partir dai, os diversos sintomas da doença – como por exemplo o estranho deslocamento da cama por todos os cantos do quarto, e outro, em que a família do menino disse que de repente um quadro caiu da parede na presença dele – cessaram por completo.
Foi no começo deste ano que membros da família do possesso procuraram o pastor e comunicaram os incríveis acontecimentos que estavam se sucedendo em sua casa de Mount Rainier desde o dia 18 de janeiro.
O pastor visitou o garoto e presenciou alguns dos fenômenos.
Mas embora parecessem inexplicáveis a olho nu – por exemplo, o ruído de arranhões na parede em presença do menino – sempre havia a possibilidade, segundo declarou, de que certo modo pudessem ter sido feitos pelo próprio possesso.
Conservando-se cético na questão, o pastor então levou o garoto para pernoitar – no dia 17 de fevereiro – em sua própria casa.
Foi lá, diante de seus próprios olhos, segundo ele, que ocorreram dois fenômenos que desafiaram qualquer explicação lógica. No primeiro, o colchão do menino deslizou pelo assoalho enquanto as mãos permaneciam fora das cobertas e o corpo se mantinha rígido.
No outro, ainda segundo ele, a pesada poltrona, ocupada pelo menino imóvel, se inclinou e virou no chão diante dos olhos espantados do pastor, que tentou erguê-la, sentando-se nela, e não conseguiu.
O caso assustou os vizinhos, que começaram a espargir água benta em torno da casa da família do garoto. Boa parte da incredulidade da vizinhança em Mount Rainier terminou, ao que nos consta, quando mesmo aqueles que a princípio julgavam que se tratasse de brincadeira convidaram o menino e sua mãe para passar a noite em suas casas “não assombradas” só para testemunhar com seus próprios olhos alguns dos fenômenos – como por exemplo as sacudidas, aparentemente
involuntárias, da cama do possesso.”
O padre que realizou o exorcismo, quando foi chamado para o trabalho, não contava com nenhuma literatura que lhe dissesse o que esperar dotrabalho que faria, por isso registrou um diário completo de tudo o que foi feito e observado. Por motivos óbvios, o padre guardou o diário a sete chaves, não revelando detalhes, nem nada que pudesse identificar a criança, mas depois de muita pesquisa e esforço, algumas pessoas conseguiram ter acesso a ele e lê-lo.
Por mais incrível que possa parecer a matéria do jornal todas as afirmações correspondiam aos fatos ocorridos, menos os trechos que davam a entender que o garoto sabiam falar latim, na verdade ele conseguia repetir frases inteiras, mas de forma mecânica, imitando os trechos em latim do ritual, e seus momentos de fúria ocorriam sempre que o sacerdote começava a dizer “principio tibi…”, o começo da primeira das adjurações do ritual católico de exorcismo. Além disso
houve também outros fenômenos que não foram mencionados no artigo, como a levitação de um lavabo hospitalar que estava à cabeceira da cama do menino, que foi presenciada por um professor de física da Universidade Washington. Também, outro fenômeno, foram as diversas marcas que surgiam no menino, chamadas de estigmas pelo padre, muitas vezes eram palavras que surgiam marcadas na pele uma delas a palavra HATE (ódio), às vezes símbolos e ainda surgiam, às vezes, desenhos, como uma seta que apontava diretamente para o pênis da criança, os estigmas mais impressionantes eram traços que muitas vezes rasgavam a pele e surgiam do nada diante dos olhos de testemunhas, eram conjuntos de três arranhões lembrando garras.
Este relato é chocante, mas infelizmente não é algo raro. Tirando-se, evidentemente, os casos de fraude, de pessoas perturbada ou shows armados pelos diferentes templos para satisfazer a necessidade de seu público de milagres, a possessão demoníaca e as atividades “sobrenaturais” que as acompanham são muito reais.
O problema de se evolver com esse tipo de fenômeno é que o que em um primeiro momento aparenta ser um caso de entidades fantasmagóricas, ou mesmo de poltergeisters, termina sendo um problema sério que pode custar não apenas a vida do possuído, mas a daqueles que tentarem se envolver com os demônios sem um preparo adequado. Não é incomum que pessoas não preparadas terminem se envolvendo e acabem sofrendo com isso, de distúrbios psíquicos até mesmo a males físicos.
Diferentes de fantasmas, que de uma forma ou outra, estão ligados a seres vivos, demônios são inteligências que aparentemente nunca nasceram, e aparentemente são extremamente selvagens. No ocultismo existem inúmeras operações e trabalhos mágicos que acabam, em um momento ou em outro, estabelecendo contato com espíritos, anjos e demônios, mas esse tipo de entidades são diferentes ainda das que se envolvem com a possessão de pessoas assim.
Os religiosos que estudam este tipo de fenômeno são categóricos de que os demônios conseguem controlar o corpo das vítimas, mas não suas almas, ou seja por mais transtornada que a pessoa fique, ela sabe que não é ela que está no controle, pessoas possuídas são capazes das piores violências contra o próprio corpo, de dobrarem os próprios membros no sentido contrário aos das juntas, o que cria um show apavorante, uma pessoa aparentemente se desmembrando sozinha enquanto grita de dor tentando parar o próprio corpo. Um outro caso de exorcismo que se tornou famoso foi o da jovem alemã Annelise Michel, que no auge da crise de possessão insultava, espancava e mordia os outros membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. Ela podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para
longe de si. Ela também cometia atos de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa com freqüência. Ela também lesionou seriamente os joelhos em virtude das genuflexões compulsivas que realizava durante o exorcismo, aproximadamente quatrocentas em cada sessão.
Geralmente exorcismos deste tipo não terminam bem, tanto o possuído quanto os exorcistas sofrem grandes desgastes físicos e psicológicos e não é incomum que algumas mortes ocorram, seja o possuído ou pessoas que participam deste tipo de trabalho. Annelise acabou morrendo depois de mais de 60 sessões de exorcismo que duraram mais de 9 meses, os envolvidos, religiosos e membros da família, foram julgados responsáveis pela morte.
É claro que ainda existem casos de demonomania, onde a pessoa acredita estar possuída por espíritos ou demônios, de qualquer forma, neste caso, o profissional mais capacitado seria um psiquiatra.
Caso alguma investigação atrás de fantasmas acabe localizando um caso de possessão, a coisa mais responsável a ser feita, depois de descartadas todas as outras opções, é aconselhar os responsáveis a buscar ajuda especializada. Como veremos mais para frente é interessante que o caçador tenha conhecimentos básicos que permitam livrar um ambiente da presença de um espírito, e ensinaremos algumas práticas que permitem que isso seja feito, mas quando o assunto é
livrar uma pessoa de um demônio é melhor deixar para quem já fez isso antes.
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