Leia em 17 minutos.
Este texto foi lambido por 172 almas esse mês
Essa é uma questão muito interessante que consegue ser ao mesmo tempo muito complicada e muito simples de ser respondida. Num primeiro momento ela já depende de outras duas questões aparentemente simples mas que nunca foram completamente respondidas: o que é a vida e o que é a morte?
A morte é algo que sempre assombrou muita gente, seja porque ela nos lembra de que nosso próprio fim vai chegar, seja porque para muitos é bem desagradável se deparar com algo que não deveria estar mais lá. Houve um tempo em que pessoas desenvolviam engenhocas para ser colocadas em caixões de modo a evitar que fossem enterradas vivas, e por incrível que pareça isso ainda ocorre. Wade Davis, o antropólogo canadense, escreveu um livro muito interessante que de certa forma se tornou um clássico e reacendeu o interesse de muitas pessoas pelo fenômeno dos Zumbis, que trata exatamente da linha que dividiria a vida e a morte. Quando olhamos para o corpo já sem vida de uma pessoa ou um esqueleto é fácil dizermos que ela está morta, que aquilo não tem vida. Mas isso acontece porque vemos que aquela pessoa não está mais “entre nós” e temos certeza disso. Agora quando começamos a analisar o que difere alguém vivo de alguém morto a lógica e a observação entram em conflito. Um corpo morto e um corpo vivo apresentam o mesmo número de células, algumas continuam funcionando mesmo tempos depois que a pessoa morreu. Em cadáveres cabelos e unhas continuam crescendo. O cérebro pára de funcionar, o coração também, os órgãos entram em falência. Mas existem situações em que uma pessoa viva não tem mais atividade cerebral e casos ainda em que pessoas nascem sem cérebro e tem uma vida por meses ou mesmo anos. Uma pessoa em coma tem um corpo que funciona, uma pessoa ligada a máquinas num hospital para fazer seu pulmão e coração funcionarem também, mas elas estão vivas? Elas continuam “entre nós”? E ainda existem os casos que foram responsáveis em parte pela criação das engenhocas que citamos, casos de pessoas que são declaradas mortas pela ciência e por todos os exames imagináveis que são sepultadas para algum tempo depois descobrirem que o corpo foi enterrado com vida, caixões que foram cavados para serem exumados e ao serem abertos revelarem a tampa arranhada, o “cadáver” em posição diferente com roupas rasgadas, a madeira quebrada por ter sido chutada por dentro. O que dizer ainda dos estranhos casos dos corpos incorruptos, que permanecem sem se decompor anos após o obito oficial? Não existe ainda um protocolo que consiga separar de forma satisfatória o que é estar vivo ou morto.
Também não é de muita ajuda perguntar aos próprios fantasmas o que eles são. Em primeiro lugar porque para perguntar é preciso identificá-los, sob o risco de anotar as respostas do seu próprio subconsciente ou de conversar com sua própria voz refletida no eco de algum lugar abandonado. Além disso, mesmo se você conseguir manter uma conversa, lembre-se que, em geral, um fantasma estará tão bem informados sobre sua própria natureza quando uma pessoa de carne e osso sorteada numa multidão está informada das equações químicas que a formam e das leis da física que as sustentam.
Assim, sem saber definir direito o que é vida e morte, definir o que é um fantasma se torna complicado. Uma complicação que se torna subitamente simples quando um fantasma está parado na sua frente. Assim a definição padrão que a maioria dos leigos tem é que um “fantasma é o espírito desencarnado de uma pessoa”. Mas como você não é mais um leigo, ou está deixando de ser enquanto lê este manual, essa definição se torna estreita, superficial e limitadora. Agora que você vai começar a estudar sobre o assunto vai se deparar com alguns casos e fatos que desafiam e mesmo transcendem esta definição. Outra definição mais complexa e refinada é que um fantasma é “algum aspecto paranormal da forma física e/ou presença mental que parece existir à parte da forma física original”, esta definição já se aproxima mais da realidade, mas mesmo assim não é boa o bastante para um caçador de respeito.
Imaginemos alguns casos. Um exemplo famoso de fantasma é o Holandês Voador, ele é um fantasma que assombra a região do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. O que torna o Holandês Voador um caso de fantasmas interessante é ele é um navio. As lendas sobre sua origem variam, mas se concentram ao redor do capitão da embarcação que quando em vida condenou todos os marujos sob seu comando à morte. Alguns dizem que ele perdeu sua alma apostando com o diabo, outros que no meio de uma tempestade horrível caçoou de Deus, desafiando-o a afundar seu navio se fosse capaz, e parece que, como no caso do Titanic, Deus resolveu aceitar o desafio. Alguns dizem que sua tripulação pode ter morrido afogada após o naufrágio outros que foi consumida pela peste. O ponto é que muitas pessoas afirmam que o navio, de quando em quando é avistado, deserto, apenas uma forma bruxuleante e fosforescente boiando, sem ninguém a bordo – e que se você o vir é bom mudar de rumo e seguir para o porto mais próximo.
Além do Holandês Voador existem relatos de animais fantasmas, em alguns relatos são cavalos, por exemplo, puxando suas carroças ou mesmo carruagens também. Em todos esses casos não temos uma pessoa morta, no caso das carruagens e carroças e do Holandês Voador nem sequer um ser vivo que morreu, mesmo assim todos eles são descritos como fantasmas.
Outro detalhe interessante é que fantasmas, quando surgem como aparições estão vestidos, existem registros no Japão de um exército que havia desaparecido e que era visto décadas depois como um grupo de espectros com uniformes da época, inclusive armas, capacetes e mochilas. Quando estudamos aparições em lugares clássicos, muitas vezes os fantasmas estão usando as roupas da época em que viveram. As roupas e equipamentos teriam uma alma que sobreviveram à sua destruição?
Vamos ver no capítulo de identificação de diferentes assombrações que existem casos de salas e quartos, por exemplo, de uma época passada que se manifestam nos dias de hoje, ou mesmo casos bizarros de fantasmas de pessoas que ainda estão vivas. Assim, nem mesmo a barreira de vida e morte serve para colocar um fantasma em seu devido lugar e, além disso, o termo “paranormal” pode deixar muitas pessoas desconfortáveis. Essa palavra é formada por duas partes: “para” e “normal”. “Para” possui dois significados, um grego e um latino, em grego para significa: similar ou próximo, é o significado que tem na palavra parágrafo, por exemplo. Já em latim “para” significa: acima, contra, externo ou além, é o significado que tem na palavra francesa parapluie que significa guarda-chuva que é algo que é “contra” a “chuva”. No caso de paranormalidade o termo significa algo além ou fora da normalidade, mesmo no caso grego seria algo próximo ou igual à normalidade e ai entra a questão: o que faz a norma, o que é o normal?
Cada vez que aprendemos algo novo e a aura de mistério desaparece, mais uma coisa começa a fazer parte da norma. Um telefone celular de bolso era algo impensável para o grande público apenas duas décadas atrás, hoje quando pensamos que existem novas gerações que nunca vão viver em um mundo sem internet podemos nos espantar, já que até trinta anos atrás, computadores ao redor do mundo conectados entre si só existiam em contos de ficção científica e em filmes. Esses são dois exemplos de coisas que um século atrás seriam vistas como milagres pelas pessoas, como coisas “paranormais”, e hoje são corriqueiras. Paranormal é um termo que simplesmente aponta nossa própria ignorância, já que nada que existe pode estar além da natureza e que a natureza é a norma. Claro que no caso da internet não temos como dizer: mas isso nunca seria visto como um fantasma ou algo sobrenatural, apenas como tecnologia avançada. Mas imagine uma holografia sendo exibida para pessoas comuns no meio do século XV, como seria interpretada? Você poderia dizer que capturou um fantasma e o prendeu ali naquele papel. Um celular causaria um espanto sem igual em seus tataravós, confinando a voz de pessoas distantes em uma caixinha. Ou então imagine uma pedra que faria pessoas ficarem doentes apenas por estarem próximas e com o tempo as matariam. Antes de descobrirmos a radiação, um minério radioativo poderia dar características malditas para um determinado local, um campo tocado pela morte e pela maldição.
Ainda estamos cercados de coisas reais e concretas que não percebemos. Um gato olhando para o vazio ou um cachorro brigando com o canto da sala podem ser interpretados como animais vendo algo sobrenatural ou animais com olfato e ouvidos melhores do que os nossos. Existem animais que enxergam outros espectros de luz que nós não somos capazes, existem animais que conseguem ouvir outros níveis de freqüência sonora que nós também não conseguimos sem a ajuda de aparelhos.
Além disso, agora mesmo existem milhares de vozes falando e cantando, preenchendo cada espaço ao seu redor, mas mesmo que fique em silêncio não poderá percebê-las, mas ligue um aparelho de rádio e elas surgem com clareza. Existem filmes inteiros ao nosso redor também, uma televisão é o que basta para podermos vê-los e ouvi-los. Conversas de telefones, raios ultravioletas e infravermelhos, tudo isso nos cerca e não somos capazes de perceber porque estamos presos às limitações de nossos sentidos. Isso não quer dizer que sejam paranormais, simplesmente quer dizer que hoje temos a tecnologia para captar esses tipos de informação e ter acesso a eles, não apenas a traduzi-los de forma que possamos percebê-los mas também de traduzir informações que captamos normalmente e transformá-las a esses espectros que nos são inalcançáveis.
Isso mostra que nossa limitação não ocorre simplesmente porque temos este corpo de carne, simplesmente são imitações que o corpo humano tem em maior ou menor grau. Rotular que toda atividade que ocorra em algum desses espectros ou freqüências é algo aquém da norma é o mesmo que dizer que tudo o que somos incapazes de perceber ou reproduzir está aquém da norma. Na verdade essas coisas estão simplesmente além do nosso alcance e da nossa capacidade de imaginá-las ou imaginar como percebê-las. Pensar o contrário é classificar como sobrenatural toda a imensa colônia de ácaros que vive no seu travesseiro.
Existem casos de pessoas que tem a capacidade de enxergar um pouco do espectro infravermelho, quando você aperta algum botão do seu controle remoto elas conseguem ver uma luz branca se acendendo. Agora imagine que devam ter existido pessoas que conseguiam enxergar a mesma coisa mas em épocas em que não tínhamos nenhuma noção do que era o espectro infravermelho e nem suspeitávamos que existiam cores que não éramos capazes de enxergar. Essa pessoa podia estar andando e ver clarões rápidos de luz e taxá-los de algo paranormal, ainda mais se eles acontecessem sempre em determinadas situações. Hoje saberíamos apontar que aquelas situações poderiam causar freqüências do espectro eletromagnético que gerariam o infravermelho, mas na época seria apenas uma pessoa apontando e gritando: “como vocês não enxergam? Vejam, a luz piscou de novo!” e assim teríamos mais um louco, mais um médium ou mais um atormentado pelo sobrenatural.
É por isso que depois de muito debate, o núcleo de caçadores do Morte Súbita Inc. acabou entrando num consenso sobre a definição para fantasmas:
Fantasma: “Qualquer aspecto de informação relativo a uma forma física e/ou presença mental que pareça existir independente de sua origem física original”
O que isso significa? A palavra informação aqui é muito importante. De forma geral informação significa o resultado de um processo de dados de tal forma que seja reconhecido por um sistema, seja animal, humano ou por uma máquina. Informar é dar forma a algo, uma forma que possa ser compreendida. É processar vários dados de forma que façam sentido. Agora que dados são esses que estão sendo organizados? Tudo no universo é composto de átomos e energia eletro-magnética, a maneira que os átomos e a energia se organizam é o que cria diferentes elementos e diferentes formas. Quando usamos fitas cassete, disco rígidos, CDs e DVDs para armazenar informações estamos gravando dados organizados (informação que pode ser música, palavras, imagens) em meios sensíveis a diferentes espectros dessa energia eletro-magnética. Assim a água é a informação que surge quando organizamos átomos de hidrogênio e oxigênio da forma correta com a energia correta. Uma pêra é a informação que surge quando átomos formam moléculas que se organizam para formar sua base de carbono, açúcar e todos os outros elementos, que acabam dando a ela não apenas a sua composição química e física, mas sua cor, forma e sabor. Veja que uma pêra pode nascer no Brasil ou no Japão, pode ser verde, amarela, vermelha, laranja, mas sua forma, sua composição e mesmo o sabor vão ser semelhantes, assim uma informação pêra é criada e existe.
A forma de um navio, como o Holandês Voador, é um pacote de informação, e sua manifestação fantasmagórica é um pacote de informação baseado no navio original, construído de madeira e ferro, só que sem o modelo original, é como uma holografia. Assim como a holografia é a informação de uma imagem tridimensional presa no filme holográfico e uma música que sai de uma fita cassete é uma informação presa em uma fita magnética, o Holandês Voador é a informação de um navio preso no “tecido” da realidade. E isso não é algo difícil de imaginar. Quando olhamos para o céu e vemos uma estrela, podemos obter muita informação. De seu brilho. Sua distância, seu tamanho e mesmo sua composição química. Isso, mesmo que a estrela esteja “morta” ha milhares de anos. Toda noite quando olhamos para o céu, vemos constelações de fantasmas.
Microondas, ondas de rádio, infravermelho, a luz vísivel com todas as suas cores, ultravioleta, raios-x e raios gama são variações de uma mesma coisa. São diferentes freqüências de ondas eletromagnéticas. Essas informações podem ficar registradas por meios analógicos, como uma fita VHS, ou digitais, como em um pen-drive, ou podem ser transmitidas, como no caso das estações de rádio e TV. Na década de 1980 eram comuns computadores que usavam fitas cassetes como forma de gravar e executar programas, e algumas emissoras de rádios tinham programas em que emitiam apenas o ruído e estática que era esse programa para as pessoas gravarem em casa e depois executarem em seus micros. Um acontecimento comum em emissoras de televisão é conseguirem captar hoje programas que foram transmitidos anos atrás. As primeiras transmissões de TV da década de 50 já passaram por Plutão e saíram de nosso sistema solar em uma viagem rumo ao infinito. Esses pacote de informação de imagens e sons mantém seu formato original e ficam zanzando e ricocheteando até serem captados novamente. Só porque ouvimos algo não significa que aquela informação sonora desaparece. Um eco é um exemplo disso, você grita em uma caverna e as vibrações do ar ficam ricocheteando na parede e perdendo intensidade, mas mesmo ficando mais fracas mantém seu formato original, grite seu nome bem alto e ele será repetido várias vezes até que você não consiga captá-lo mais, mas mesmo isso não significa que ele sumiu, apenas que ficou sutil demais para ser percebido por seus ouvidos. Aparelhos sensíveis o suficiente podem continuar captando as ondas sonoras perturbando o interior da caverna muito tempo depois delas terem se tornado imperceptíveis para ouvidos humanos. Por outro lado isso também significa que algo que você está ouvindo ou experienciando agora não necessariamente são informações criadas agora, você pode captar hoje algo que foi dito ou transmitido dias, semanas, meses e mesmo anos atrás. A informação transcende o tempo, ela pode ser comprometida ou afetada pelo meio, mas ela permanece lá.
Agora, pode uma informação interagir com outra? Um holograma, por exemplo, uma vez feito vai permanecer o mesmo, se você fizer um holograma de uma maçã ele não irá mostrar sinais de decomposição como a fruta original; a gravação da voz de uma criança não envelhecerá como a voz da criança original que com os anos cresce, se você gritar seu nome em uma caverna, você pode ouvir ele se repetindo conforme encontra obstáculos e se reflete, mas experimente fazer uma pergunta para a caverna. O eco não te responderá. Já fantasmas possuem um grau de interação que o mero registro de informações não tem, muitas vezes eles tomam decisões, agem de formas diferentes e inesperadas, interagem com um observador. Mesmo o Holandês Voador, que está restrito a uma região, acompanha o mar e é visto em locais diferentes de formas diferentes. Podemos considerar fantasmas apenas como formas de informação registradas e repetidas?
Bem, vamos considerar seres humanos. Nós podemos ser considerados pacotes de informação? De certa forma sim. Sabemos como somos formados, sabemos que temos um DNA – um código genético que é usado para se construir novos seres humanos. Desta forma nosso corpo físico é apenas informação, cada pedaço nosso tem todo o pacote de informações do corpo todo, é possível identificar um sujeito analisando-se o DNA de um fio de seu cabelo, de uma apara de unha, do seu esperma, seu
sangue, fragmentos da pele. A engenharia genética trabalha simplesmente combinando e recombinando essa informação para se criar coisas novas. Assim, mesmo que cada corpo humano seja único ele é um pacote desenvolvido a partir das informações que o compõe e de processos químicos que seguem essas informações. E quanto à nossa mente ou nossa alma? Até hoje essas questões são mistérios. A mente humana é movida a eletricidade, que é produzida, organizada e transmitida de uma maneira que esta além de nossa própria consciência. Não sabemos ainda como surgem as decisões que tomamos, ou de fato quem realmente toma as decisões que o corpo executa; quando falamos de alma estamos nos afundando ainda mais em mistérios.
A mente é algo que sentimos, quando pensamos em um cubo sabemos que estamos pensando em um cubo, mesmo que existam processos mentais, ou mesmo partes de nossa consciência que sejam inalcançáveis e incompreensíveis, nós percebemos nossa mente. Mas e nossa alma? Ela seria a responsável por nossa personalidade, nossos valores? E quando compomos uma música, ou desenhamos algo, ou simplesmente temos uma inspiração, o que dizer disso? São nosso corpo, nossa mente ou nossa alma a responsável?
Quando achamos algo agradável ou desagradável, quando nosso “santo” bate com o de uma pessoa ou não. De onde vem isso? Pergunte para uma mãe se o amor que ela sente por sua criança é meramente biológico. É impossível respondermos a estas questões. Podemos encontrar respostas que nos agradem, mas não existem respostas que agradem a todos e se todos temos alma porque não existe um consenso?
Nos aventurar por esses territórios se torna apenas um exercício de filosofia, especulação e retórica que não nos leva a lugar nenhum, especialmente se o assunto é caçar fantasmas. Nosso objetivo não é definir que parte nossa é o fantasma, mas como interagir com eles.
Assim, acreditamos que um ser humano também é um pacote de informações mas, assim como um computador, temos nosso hardware, nosso corpo físico, composto pelos fenômenos orgânicos, químicos e elétricos que o compõe, como uma CPU e uma placa mãe de um PC, e temos nosso software, que é nossa mente, nossa alma – ou como quiser chamar – nossa personalidade, nossa consciência, etc – da mesma forma que seu computador possui os programas diversos que você usa ou que ele precisa para funcionar. Mesmo os mais céticos podem afirmar que a mente é como percebemos o cérebro, e que a alma é a maneira que o cérebro racional tem de perceber todos esses outros aspectos que não temos ainda como explicar, mas temos casos, como já citamos, de pessoas que nascem sem cérebro, algumas morrem ao nascer – era como se a criança fosse apenas uma extensão do organismo da mãe, que mantinha aquele corpo vivo como uma pessoa que é mantida viva por uma máquina em um hospital; mas existem casos de crianças que vivem alguns dias e mesmo alguns anos sem o cérebro, podemos dizer que aquelas crianças não têm mente ou alma? Cabe aqui, caso isso desperte sua curiosidade pesquisar – com a internet não e difícil – e começar a tirar as suas próprias conclusões de até onde um cérebro é de fato importante quando falamos de “vontade” de “consciência”.
Se um ser humano é o conjunto de hardware e software, parece que um fantasma é um programa que não precisa de um computador para existir, é um bando de informações e processamentos de informações, ou seja, o resultado de um processo de dados de tal forma que seja reconhecido por um sistema, que não precisa de um corpo físico para existir. É como uma música que foi cantada e mesmo não gravada pode ser ouvida. Isso significa que existem alguns meios de “registro” que não são percebidos por nós e que nossa definição de “corpo físico” assim como nossa definição de vida e de morte ainda não é a ideal para explicar realmente o que é um corpo físico.
E como isso é possível? Para sermos completamente sinceros, admitamos que por hora não há como saber. Existem evidências de que alguns fantasmas já foram seres vivos – tem a aparência de pessoas que existiram, ou existem no caso de fantasmas de pessoas que ainda estão vivas – e existem fantasmas que não se parecem com nada que já tenha existido de carne, osso ou madeira e pregos. O objetivo deste capítulo é deixar claro que para um caçador pragmático um fantasma é um conjunto de informações que não precisa de um corpo (ou processador) para existir. Vejamos agora quais são os tipos de fantasmas que existem e como saber classificá-los quando nos encontrarmos cara a cara com eles.
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.