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Existem alguns Satanistas que defendem com todas as forças que o nacional socialismo é por definição a mais perfeita expressão satânica da política. Eles estão longe de representar a unanimidade, como seria de se esperar de qualquer questão política. Além de satanistas nazistas, existem satanistas capitalistas, socialistas e uma importante parcela de anarquistas. Mas essa constante xenófoba traz à tona um ponto importante: haveria espaço no Satanismo para uma mentalidade racista?
Não é segredo que o próprio pai do Satanismo moderno Anton Szandor LaVey flertou diversas vezes com a temática nazista. Mas esse interesse mostrou sempre um foco maior no aspecto estético do movimento, mesmo porque a Church of Satan desde seu início sempre possuiu filiados de todas as cores e etnias. De fato, lembremos o caso de Sammy Davis Junior que além de negro e judeu também era homossexual e foi um dos membros mais celebrados da Igreja de Satã nos anos 60, sendo pessoalmente convidado a se juntar ao grupo por ninguém menos que Michael Aquino, fundador da Temple os Set.
Certamente que há grupos racistas que se denominam Satanistas, como o Inner Circle, da Noruega. Varg Vikernes, que está preso até hoje, é um dos grandes responsáveis pela tendência racistas de alguns grupos supostamente satânicos, embora ele mesmo já tenha admitido hoje ser Odinista. Vikernes acredita que a cultura escandinava deve ser preservada e a vinda de pessoas de outras nacionalidades ao seu país ou mesmo a procriação de noruegueses com estrangeiros deve ser evitada.
O objetivo do Inner Circle era chocar e para isso inicialmente se proclamavam adoradores do Diabo. Seus gritos encontraram eco entre as pessoas comuns e muitas passaram a acreditar que queimar igrejas e agredir estrangeiros era uma atitude satânica. Verdade seja dita, Burzum e companhia produziram em suas músicas pérolas nigérrimas de extremo valor como expressão da sombra, mas isso não significa que a ideologia do grupo deva ser poupada da navalha da razão. Esse grupo não pode ser denominado satanista, por uma razão muito simples: se o Satanismo puder ser entendido como religião, com a conotação do “religare”, de religar o ser humano ao seu Self, seu “Eu Superior” então é necessário concluir que esse “tipo” de religião assenta-se na consciência individual, e assim não pode se relacionar com a estupidez de julgar indivíduo por meio de generalizações.
Ao contrário das demais religiões que ignoram ou contradizem o conhecimento científico, o Satanismo prefere usar o bom senso do que se atolar em dogmas inúteis, que simplesmente o manteria acorrentado à ignorância de uma época já passada. Para a antropologia moderna o conceito de raça não existe. A categoria descritiva “raça” se baseia em características morfológicas externos (cor dos olhos, cabelo, cor da pele, etc) para definir variações entre indivíduos da espécie humana. A escolha destas características é completamente arbitrária, de modo que o número de raça existentes varia de duas (como na África do Sul durante o Apartheid) e algumas dezenas ( como na índia de hoje.)
Além disso, estas variações físicas ocorrem também em outros níveis, tais como na bioquímica do sangue, na morfologia dos órgãos internos e em níveis mais profundos na própria codificação do genoma. Isto significa dizer que uma mesma raça pode ter várias “raças” internas e um país mono-racial pode possuir várias raças invisíveis. Se levarmos em conta as variações internas das pessoas, algumas delas podem ser idênticas entre indivíduos que apresentam morfologias “raciais” externas diferentes. Em outras palavras, um finlandês pode ser geneticamente mais próximo de um africano do que de outro finlandês.
Deste modo a categoria descritiva “raça” é irracional, posto não se basear em referências fixas. Estudos com indivíduos de populações “raciais” diferentes que cresceram e foram educados em contextos sociais iguais apresentaram o mesmo grau de desenvolvimento mental e emocional. Logo associar uma raça a um determinado comportamento emocional, mental ou mesmo a uma cultura também é infundado, sem base, e portanto não pode ser defendido por uma religião na a sabedoria pura deveria tomar lugar da auto-ilusão hipócrita. A condição física de uma pessoa não determina a sua capacidade intelectual, social, familiar ou profissional. Nem serve de parâmetro para ser aceita em um grupo. Negros, japoneses, árabes, índios, enfim – temos exemplos mais do que suficientes para saber que o racismo nesse sentido não contribui para a evolução das relações humanas ou para a história.
Resta ainda falar sobre qual deve ser a reação de alguém vítima do racismo. Nesse sentido o satanismo ensina que quem abaixa a cabeça e não reage a altura dá razão para o agressor. Satã representa justiça terrena em vez do perdão incondicional pregado pelas religiões do caminho da mão direita. Lemos no Livro de Satã (Might is Right): “Se um homem lhe bater em uma das faces ESMURRE ele na outra! Acerte-o com força e sem piedade, pois a auto -preservação é a maior de todas as leis! Aquele que oferece a outra face é um cão covarde!” Deste modo, fica claro que ambos merecem o desprezo, tanto o ofendido que se conforma com a agressão, quando o ensandecido autor da ofensa. É uma questão de amor próprio. Lembrando que a surra mais bem dada em alguém que subestima você é esfregar no nariz os resultados de seu próprio sucesso.
Por fim, apesar de reconhecer o racismo como um ato de estupidez, Satanistas não são o tipo de pessoas que falariam “somos todos iguais”. Existe uma grande diferença entre preconceito (inclui-se aí o racismo) e seleção/discriminação. Evitar a companhia de, por exemplo, fanáticos religiosos é uma decisão de foro íntimo e faz parte da própria pessoa. A seleção e a discriminação são naturais em nosso ser e devem ser cultivados de maneira individual, se algum Satanista sente repulsa por homossexuais evitará a companhia deles por problemas mal resolvidos de seus egos, mas nunca porque sua religião advoga isso como regra geral. Assim, o elitismos satânico é bem diferente do preconceito ostensivo contra determinada religião, raça, etnia, preferência sexual etc. A sociedade põe tudo no mesmo saco – racismo, preconceito, seleção e discriminação – entorpecendo totalmente o ser humano e induzindo ao embotamento mental.
Advocamos sim a formação de uma “Raça Superior”. Uma raça de pessoas realizadoras, mas que independem da cor da pele ou de outros rótulos. O racismo dentro do Satanismo exclui o sentido comumente compreendido pela “massa” – desprezo pu violência por uma cultura, cor de pele, etc. – e se posiciona no sentido de estabelecer relações com pessoas de gênio forte, perspicazes, que evoluem pelo próprio esforço, sem se submeterem a nenhuma forma de subserviência e auto-enganação.
Essa “Raça Superior” não é formada por pais e filhos, mas por pessoas que nascem em todos os cantos e de todas as formas e que decidiram por elas mesmas que se tornarão algo superior ao que já são. Nesse contexto o “Racismo” ganha um novo contexto onde só existem duas raças: a dos homens e a dos vermes. E porque um homem caçaria um verme? Esse elitismo é bem diferente de perseguir um judeu porque não consegue um emprego ou espancar um negro porque tem vergonha do tamanho do seu próprio pau.
Assinam: Ana C., Demerval Junior, Elaine .Z:, Fenix Konstant, Maleficence, Morbitvs, Rev. Obito, Otto Zmijj, R.C.Zarco e Viper.
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