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Bruxaria e Paganismo

Bruxas e Bruxaria (Vestígios Etruscos Romanos na Tradição Popular)

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Charles Leland
Excerto de “Vestígios Etruscos Romanos na Tradição Popular”

Oc eru ther hiner mestu flaugd konur, ther kanna Galldra oc fiolkyngi, so ecki standist noytt vid them.”

 (“E   aqui   há   tantas   mulheres   malignas   que   conhecem encantamentos e magia, que ninguém pode lhes fazer mal”) –
Saga Ulf Uggason

“Parece estranho”, notei outro dia, “que nenhum homem parece praticar bruxaria!”

“Ah, mas apesar disso, existem”, observou minha Coletora-Chefe. “Porque há um padre aqui em Florença que é um streghone”.

“‘Santo!. Agora, se você tivesse me dito que havia um ladrão na polícia, eu não me surpreenderia. Mas ele não pode ser um bruxo de verdade.”

Ma si. Gesualda o conhece. E você pode ver por si só se quiser.”

Eu pensei que de maneira geral eu não queria. Pois eu sabia que, em primeiro lugar, eu deveria ser apresentado como um stregone inglese, e então algo veio em minha cabeça sobre um CATO, que se maravilha quando um agur olha outro nos olhos. Não que eu tivesse medo de sorrir ou piscar mutuamente – o confessionário fornece um domínio do semblante além das palavras. Mas fui tomado por grande admiração por um padre que era honesto o suficiente para chamar-se pelo nome correto, e perguntei como ele veio exercer essa nobre profissão.

“Ah!” gritou a bruxa, com um sorriso, “ele não pôde evitar, Ele teve que se tornar um. Ele foi chamado para ir confessar uma bruxa que estava morrendo, e não sabia que com o que teria que lidar. Então ela fez sua confissão, e então disse que tinha algo para deixar pra ele. Ele teria? Ah, não teria! Si, sicuro. ‘Então’, ela gritou, ‘eu deixo para você a minha bruxaria!’ E antes que ele pudesse dizer uma palavra, ela morreu, e ele se tornou bruxo.”

Algum tempo depois de eu ter escrito a última frase, recebi de outra fonte as seguintes informações adicionais autênticas referentes a este padre goblin, de cuja existência real eu não tenho dúvidas:

“Este padre foi chamado para converter uma mulher velha, que dizendo que ela tinha algo, repetia sem parar: ‘Eu não tenho parentes – pra quem vou deixar? A… quem devo deixar? Não posso deixar este mundo até que possa deixar isso’. Então o padre disse: ‘Deixe para mim!’ E a velha imediatamente deu a ele uma pequena chave de uma certa caixa ou urna, e morreu. Quando o padre abriu a urna ele encontrou nela um rato. E aí o espírito da bruxaria veio sobre ele.

“E quando isso acontece, se a bruxa tocar qualquer pessoa, ele ou ela ficara embruxado, e definhará ou morrerá. Mas o padre, sendo uma boa pessoa, não tocaria ou abraçaria as pessoas nessas ocasiões, mas, indo ao campo, tocaria árvores, ou grãos, ou milho, e qualquer coisa que tocava, secava. Assim ele provocava o menos dano possível; mas apesar de tudo ele não podia deixar de ser um bruxo.”

Esta história é extremamente interessante pela menção do rato. Ele era a alma da bruxa. Prætorius, em seu Anthropodemus Plutonicus, conta uma história maravilhosa de uma bruxa cuja alma saiu de sua boca como um rato vermelho, idéia que Goethe usa em Fausto. Como minha informante estava na irmandade da feitiçaria, não tenho dúvidas de que ela apresentou um argumento tão contundente o quanto possível para provar todo o poder e santidade da Igreja e do cristianismo não eram capazes de remover o terrífico poder da stregoneria. Mas ela acreditava no que me narrava, e é interessante saber que na cidade de Florença, no mês de janeiro de 1891, existem pessoas que acreditam em um xamanismo pré-histórico que é mais forte e poderoso que aquele da Igreja. Eras se sucederam, os cultos etruscos, sabinos, latino-romanos e cristãos sucederam-se uns aos outros, mas através de todos eles bruxas e bruxos, modestos e despercebidos, se mantiveram por si só.

Porém, de fato, conforme me familiarizei com a crença real e profundamente enraizada em uma religião de bruxaria na Toscana, descobri que não existe uma anomalia tão grande em um padre ser um bruxo, pois a bruxaria é um negócio como outro qualquer. Ou pode cair sobre você como uma paixão, ou como um resfriado, ou uma profissão, e você deve carregá-la até que possa dá-la ou a sua prática, a outra pessoa. O bom para se refletir é que não há diabo nisso. Se você a perder, se tornará bom imediatamente, e não poderá morrer até que se livre dela. Não é de forma alguma considerado como uma possessão cristã, piedosa, mas de alguma forma estranha a strega opera livre da Teologia. De fato, há bruxas boas e más, mas todas com quem me encontrei pertencem inteiramente às buone. Suas rivais e inimigas eram as maladette streghe, etc., mas com essa última nunca me encontrei. Nós somos todos do bem.

O que parece incrível e totalmente contraditório é o fato de que durante a idade Média a bruxaria, supostamente baseada em um pacto com o diabo, assolou a Itália – veja o lixo escrito por Pico della Mirandola, Grillandus, Peter Pipernus, e outros mais. E é totalmente verdade que antes deste carnaval infernal e depois dele, e bem lá no fundo dele, todo esse tempo entre o povo estava viva a antiga feitiçaria ante-romana-etrusca, e com ela outra bruxaria que não tinha nada a ver com inferno ou demônios, ou pecado original ou qualquer coisa hebraica-persa-cristã – e viveram, indiferentes aos eruditos e padres e sua piedade.

A euforia de bruxas morreu, e a Igreja está morrendo rápido, e ainda aqui, na Toscana, a bruxaria sem um diabo ou um deus – o Xamanismo dos tempos antigos com um pouco de nuances posteriores romana-etruscas, ainda sobrevive – como de fato tudo nesse livro indica. O conhecimento inspira uma reflexão muito estranha sobre o que seria a real natureza do norte da Itália. Pois tai capacidade de sobrevivência demonstra esse caráter. O conservadorismo do antigo romano tinha seu traço peculiar. Não era uma aquiescência cega como a dos egípcios a uma ordem estabelecida das coisas, pois isso se baseava no bom senso. Isso é intensamente manifestado nas Obras de Cato e de Varro sobre agricultura. Eles observavam estritamente todos os ritos antigos; não, eles até ensinavam feitiços, muito parecidos com os encantamentos das bruxas. Mas sob tudo isso estava um espírito de independência. Cato diz (De Agricultura): “Rem divinam, nisi Conpititalibus in conpito aut in foco ne facit–haruspicem, augurem, hariolum, Chaldæum ne quem consulisse velit, segetem ne defrudet, nam id infelix est.

A Itália nunca faltou em suas horas mais sombrias – como nos dias de Crescentius, ou aqueles dos Borgias – pois Cæsar Borgia visava uma Itália unida; e Maquiavel era um verdadeiro patriota – algumas mentes iluminadas. Assim, parece-me que mesmo essa bruxaria camponesa mantinha-se por si só apesar da Igreja, há um tipo de conservadorismo que não cederá à Igreja, isto é, é uma forma de sobrenaturalismo que é poderosa demais. É cega, humilde e ignorante, mas tem uma espécie de vitalidade e independência que indica grande poder

Não é tão absurdo, em face do hipnotismo e das conhecidas influências da imaginação (ou o que quer que seja), que camponeses ignorantes acreditem em uma quantidade limitada de feitiços e magias. Cato fazia o mesmo, e ele era um homem tão sensível quanto qualquer homem que tenha vivido. O que há de maravilhoso nele é sua quantidade limitada de superstição que se manteve contra a influência sutil e estupenda de uma superstição bem maior. Pode ser como Marcellus diz, Venenum, veneno vincitur.

Quando pessoas de mente comum me questionaram “no quê os ciganos acreditam?”, frequentemente me ocorria de que a resposta apropriada seria “apenas no que você faz – ou seja, em absolutamente nada”. Pois a mera admissão indiferente e impensada das verdades de uma religião, ou da existência de Deus não constitui fé, e há bem poucas pessoas, digamos em Londres, que, se um novo tipo de religião se tornasse moda, não adentrariam nela com pouca reflexão quanto ao ser caráter real. Mas questões de ciência, seja em química, política econômica, navegação ou moral, não seria assim facilmente admitidas, pois aí demanda inteligência ativa. Um padre resolve algum ponto controverso em teologia muito facilmente com seu ipse dixit, mas um advogado não pode inocentar seu cliente simplesmente expressando a convicção de sua inocência. Ele deve trabalhar duro para provar seu argumento.

Mas por mais displicente que um cristão indiferente possa ser, sempre há algo que pode ser tirado do decorrer geral de sua vida que mostra a fé na qual ele nasceu, e também no que diz respeito à Toscana ou outras bruxas e magos, embora eles não façam nenhuma profissão de fé, alguém pode deduzir a partir de suas tradições e feitiços diversos pontos curiosos e muito originais, que sem dúvida foram outrora ensinados ou acreditados com grande zelo. Eles são os seguintes:

O leitor terá notado em diversas passagens ou anedotas neste trabalho que a bruxaria como existe agora na Itália é completamente diferente do que era ou como é representada no norte da Europa. Às vezes aparece essa última conforme era ensinada pelos padres, cujo princípio era vender a alma ao diabo, e como uma coisa inteiramente vil e diabólica. Mas tudo isso é cristão. A verdadeira stregoneria da Itália, e especialmente da Toscana, é em si absolutamente pagã. Não tem nada a ver com pactos com Satã, ou inferno, ou paraíso. Quando o demônio, ou diabos, são mencionados nela, eles estão sob um prisma falso, pois são simplesmente espíritos, talvez malignos, mas não seres com o único intuito de destruir almas. De acordo com a doutrina da igreja católica, e de fato posso acrescentar os primeiros protestantes, há enxames impressionantes de demônios (superando em muito os bons espíritos), que se ocupam o tempo todo com a tentação e danação da humanidade, na maior parte dos casos obtendo sucesso com facilidade.

A stregoneria italiana é como um dom. Pode ser assumido voluntariamente ficando na companhia de bruxas, estudando seus saberes, e participando em seus encantamentos. Mas isso pode ser feito com um espírito bom ou mau, e em nenhum dos casos a alma é condenada em um sentido cristão. As bruxas evidentemente não estão tão avançadas na humanidade e na religião da ilimitada misericórdia e amor Divinos a ponto de conceber que uma alma pode ser enviada ao inferno eternamente por conta de um Ave Maria esquecido, como é belamente ilustrado por uma série de contos cristãos bem autenticados. O dom da bruxaria de fato não é para todos. Muitos anseiam por isso, mas muito poucos o obtém em seus graus superiores. Mas aquele que o conseguir deve mantê-lo até que alguma outra pessoa o aceite – caso em que a bruxa é, por assim dizer, absolvida e purificada de todo os seus pecados. Não, ela pode astuciosamente induzir uma pessoa inocente a tomar o seu poder, sugerindo-lhe deixar seu legado – o precioso legado sendo a sua stregeria. Pois ela não pode morrer enquanto é uma bruxa, e muitas vezes ela deseja isso, seja para ir para o céu ou se ocupar com qualquer outra coisa, o que às vezes requer que ela utilize de toda a sua engenhosidade para se livrar da sua veniaga. Como mencionei, há agora um padre em Florença que foi pego assim por uma bruxa moribunda, que após ter obtido dele a absolvição, ingratamente o enganou, oferecendo um legado que ele aceitou e que o transformou em um bruxo. E agora ele anda pela cidade, alternadamente confessando e conjurando – dando os sacramentos, suponho “de um jeito ou de outro”, como um médico eclético que trata seus pacientes de forma alopática ou homeopática, como preferirem.

A bruxaria italiana pode se perder, em Veneza, pelo sangue derramado de uma bruxa, mesmo uma gota, enquanto ele exerce seu poder sobrenatural, ou mesmo sendo flagrada nisso.

Em uma história Florentina, contada em outro lugar, uma garota foi desembruxada sendo violentamente impedida de ir ao sabá. Tudo isso indica um tipo de bruxa radicalmente diferente daquelas descritas por Sprenger, Bodinus, Wierus e centenas de outros escritores.

Porém o mais admirável de tudo é a crença de que os grandes magos e bruxas, quando morrem, se tornam grandes espíritos, que vão para todo o país em nuvens de vapor ou tempestades, ou vagam sobre a terra disfarçados de mortais. Essa é precisamente a doutrina dos índios pele-vermelhas norte americanos, entre os quais frequentemente se ouve falar de Glooskaps, Manobozhos e Hiawathas, outrora feiticeiros humanos, mas nunca uma palavra sobre algum Grande Espírito, exceto nos tratados com o governo e entrevistas com missionários, sendo algo bastante desconhecido entre eles até que ouviram falar dele pelos brancos. No estado xamânico, o homem sempre é evemerista, e torna seus amigos ou grandes homens falecidos em espíritos.

Também acredita-se na Romagna que todos aqueles que especialmente sejam da fé strega morrem, mas reaparecem em formas humanas. Essa é uma doutrina esotérica bastante obscura, conhecida nas famílias de bruxas, mas não se fala muito a respeito. Uma criança nasce quando, após a devida consulta familiar, alguma strega muito velha e sábia detecta nela um avô falecido há muito tempo a partir do sorriso, feições ou expressão. Assim é mantido o antigo xamanismo do Grande Lama do Tibet – aquele centro estranho e misterioso da “religião” mais antiga do mundo.

O Dr. O.W. Holmes sabidamente observou que quando uma criança nasce, alguma pessoa velha o suficiente para triangular o descendente, pode reconhecer com muita frequência o avô ou tio-avô no descendente. Nas famílias bruxas, que se unem e se casam entre si, essas triangulações levam a descobertas mais frequentes de palingenesia do que em outras. Em uma das estranhas histórias desse livro relacionada a Benevento, um pai nasceu de novo como seu próprio filho, e depois se casa com sua segunda mãe. Mas o espírito do bruxo falecido às vezes certamente tem alguma escolha nessa questão, e ele ocasionalmente escolhe renascer como um nobre ou príncipe. Daí o fenômeno de vez em quando um conde ou marquês com uma inteligência fora do comum, que ninguém pode explicar, nem mesmo com base em um tutor alemão inteligente e bonito, ou uma temporada em Londres ou Paris. Sempre há alguns sábios na Itália que são patriotas honestos e verdadeiros, e de acordo com as doutrinas da stregeria, devemos a todos os antigos e eruditos, se não totalmente respeitáveis, colégios de bruxos, aos quais, portanto, se a doutrina for verdadeira, é a quem o país deve a sua salvação. De qualquer forma a idéia é original, e pode ser adotada como vantagem sobre outros países cujos estadistas certamente não são conjuradores.

Dado o que escrevi acima, obtive a seguinte informação sobre a transmigração de almas, e o reaparecimento dos ancestrais em seus descendentes. Tive que despender um tempo precioso para desembaraçar ou dar sentido a isso – o que deve servir como uma pista para aqueles que seguem os pioneiros em tais desertos, que lhes abriram diretamente o caminho, e não para zombá- lo por sua “imprecisão”. De fato minha informante não carecia de fé ou zelo, mas ela era muito inferior a uma índia Passamaquoddy treinada na tradição da arte do entendimento do próprio eu.

“Algumas vezes durante a vida um homem pode dizer, ‘depois que eu morrer posso renascer como um mago, (pois) eu gostaria de viver de novo!’ Mas nem é necessário declarar isso, porque se ele disse tal coisa, mesmo de forma impensada às bruxas – senza neppure pernsarvi ai stregoni – elas ouvem e testemunham. Então acontecerá que ele pode nascer de novo mesmo do filho do filho de seu filho, e assim ser seu próprio tataraneto, bisneto ou neto.

“E quando tal pessoa nasce, ele ou ela é agora um mago ou bruxa, tal pessoa terá olhos ferozes (com occhi burberi), muito ameaçador ou maligno, cabelos muito espessos, e esses são os mais malignos de todos. E uma pessoa assim nasceu para lá da Romagna, chamado Castrocaro. Era uma garota que cresceu com uma mente perversa, e um coração duro, ou melhor, sem nenhum coração, de modo que ela não tinha nenhum para seus próprios filhos. E ela disse que um dia nasceria de novo como uma bruxa para se vingar daqueles que a menosprezaram, o que significava todo mundo, pois ela não amava ninguém.

“E assim aconteceu muitos anos depois, a esposa de seu sobrinho deu à luz uma filha com olhos ameaçadores e malignos, e um denso cabelo preto, o verdadeiro retrato de uma bruxa. E em um sonho a mãe ouviu:

Este teu filho Não é teu filho,

Mas uma bruxa má

Que será totalmente selvagem! E haja o que houver

Ela fará muito mal a todos!

“E assim aconteceu que ela renasceu com a forma de uma menina, mas era na verdade um espírito do mal e da vingança; pois em pouco tempo todos em Castrocaro ficaram doentes e as crianças enfeitiçadas. A pobre mãe foi obrigada a se tornar uma bruxa, e obedecer à sua terrível filha, e levar a cabo todas as ações perversas que ela ordenava, e não ousava confessar isso a ninguém.

“O pai deste terrível ser finalmente entendeu tudo e agiu assim: ele organizou uma grande festividade e baile em um enorme espaço público aberto. E ele reuniu ali em um lado todos os que foram vítimas da bruxa, e do outro muitos padres com água benta. Às onze horas eles tiveram a ceia, e às doze as bruxas desejavam escapar. Mas os padres as seguraram e obrigaram a filha a curar, ou desembruxar, todas as suas vítimas. E eles a amarraram com cordas e cantaram:

Tutto il male che tu ai fatta, Tu to possa riparare,

E in cielo tu tu non possa andare,

Ne in forma di gatto e di nessuno animate, Tu possa tornare

Requia sean tinpace. Amen!’

(Todo o mal que fizeste Que sejam todos reparados

E para o céu não possa vagar

Nem na forma de gato e nem de vivente algum Tu possa se tornar

Requiescat in pace, Amém!)

E então o espírito-bruxa, fazendo um som terrível de correntes chacoalhando, e fogo se alastrando, desapareceu e nunca mais foi visto novamente.”

Com isso podemos traçar o processo pelo qual a bruxa ou feiticeira, sendo renascida, se torna mais poderosa e passa a um estágio superior de um espírito. Isso é extremamente interessante, porque dá um entendimento claro do método pelo qual o homem ou mulher temida se torna um deus. É exatamente o mesmo no Bramanismo, ou Budismo, ou xamanismo tibetano.

Novas encarnações em forma humana dão um poder maior. Essa história fica ainda mais impressionante porque o narrador estava completamente convencido de sua verdade.

Em relação a este conto, o narrador observou que havia bruxas muito boas assim como muito más, e uma aristocracia muito acima do tipo vulgar ou comum. Ela, de fato, incutiu em mim de que existem as mesmas distinções no mundo da feitiçaria assim como há no nosso.

“A crença de que os homens possam se tornar deuses”, escreve a Sra. Hamilton Gray (Hist. Of Etruria), “é etrusca muito antiga. No Acherontic Book of Tages, traduzido por Labeo, havia certos ritos nos quais as almas dos homens poderiam se tornar deuses, intitulado “Dii- Animales”, porque eram almas humanas. Estes foram primeiramente Penates e Lares, antes que eles pudessem se tornar divindades superiores”. O que condiz com a crença moderna aqui apresentada.

O que é muito peculiar é que esses devotos acreditam em dois grupos ou sistemas de seres sobrenaturais – um dos santos, anjos e a “hierarquia celestial” das Escrituras, e o outro dos “espíritos”, que posteriormente quando analisado, revela-se ser a antiga mitologia etrusca, com certas adições xamânicas feitas a ela pela morte de bruxos importantes. Para ilustrar isso e a crença em um poder de uma promessa ou voto feito aos espíritos, dou uma história curiosa, que é ainda mais curiosa porque a mulher de quem a obtive acreditava piamente em sua verdade. Seu lugar apropriado talvez fosse entre os Espíritos, pois foi me dada para ilustrar a maneira como esses espíritos, ou folletti, surgiram; mas há uma relação mais próxima que está discorrido neste capítulo.


 


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