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A descoberta e a exploração das energias do “lado noturno” na magia enoquiana podem ser vistas como um caminho de autoconhecimento e transformação. Kenneth Grant, um influente ocultista, trouxe à tona o conceito do “lado noturno” como uma maneira de descrever as forças mais sombrias ou caóticas que podem ser encontradas na prática mágica. Essa exploração não é apenas sobre confrontar as sombras, mas também sobre entender a integralidade do ser e do universo. A dualidade de energias, representada pelos conceitos de “lado noturno” e “lado diurno”, reflete a maneira como os seres humanos categorizam e compreendem o mundo ao seu redor.
Na minha própria jornada com os eathyres enoquianos, percebi a presença dessas energias sombrias a minha maneira particular. Evitando influências externas para manter a autenticidade de minhas experiências, encontrei nos eathyres uma mistura complexa de luz e sombra. Ao contrário da ideia de uma árvore da vida com um aspecto invertido, minha percepção foi de que as energias do “lado noturno” estão entrelaçadas com as do “lado diurno”, revelando-se não como opostas, mas como complementares. Essa percepção vai além de uma simples inversão de valores ou posições; é um entendimento de que dentro de cada energia luminosa existe um núcleo de escuridão, e vice-versa, uma noção que desafia a separação estrita entre “bom” e “mal”.
A hesitação inicial dos anjos enoquianos em discutir ou mesmo permitir a exploração das energias do “lado noturno” reflete uma cautela que pode ser atribuída à intensidade e ao poder dessas forças. As advertências recebidas, juntamente com as turbulências subsequentes em minha vida pessoal, destacaram a seriedade e os riscos associados a esse caminho. Contudo, à medida que continuei a explorar essas energias com respeito e cautela, descobri que o sucesso nessa jornada depende tanto da prontidão e maturidade do praticante quanto da abertura para enfrentar e integrar as partes mais sombrias de seu ser.
O relacionamento entre os praticantes e os seres do “lado noturno” enoquiano é complexo, muitas vezes marcado por uma aparente aversão oculta. Essa dinâmica pode ser interpretada como um reflexo da própria natureza dessas energias: desafiadoras, transformadoras e, em muitos casos, um espelho de nossas próprias sombras e medos. A comunicação e o trabalho com essas entidades exigem uma compreensão profunda e um respeito genuíno pelas forças que elas representam, bem como um compromisso com o crescimento pessoal e espiritual.
A magia enoquiana, com sua complexidade e profundidade, oferece um campo vasto para a exploração das muitas facetas da existência. A inclusão e o estudo do “lado noturno” dentro desse sistema não apenas enriquecem a prática mágica, mas também fornecem uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e a transformação pessoal. À medida que mais praticantes se abrem para discutir e explorar essas energias anteriormente marginalizadas, o esoterismo ocidental continua a se expandir e a se aprofundar, refletindo a eterna busca humana por compreensão e conexão com o vasto universo em que vivemos.
Em minha jornada para explorar profundamente os eathyres, adotei uma abordagem bastante intencional ao evitar a influência de relatos externos. Isso decorre da minha crença de que as expectativas pré-concebidas podem colorir significativamente nossas percepções, levando-nos a encontrar apenas o que esperamos, em vez de abrirmos espaço para descobertas genuínas. Essa metodologia revelou uma riqueza de energias e experiências distintas, marcadas pela presença do que muitos poderiam chamar de “lado noturno”. Essa descoberta ressoou comigo, sugerindo que a existência de tal aspecto contribui para uma experiência mais equilibrada e multifacetada dos eathyres, evitando a unilateralidade que uma visão puramente positiva ou diurna poderia promover.
Ao me aprofundar nos mistérios dos eathyres através de práticas como skrying e viagens astrais, percebi que as energias do “lado noturno” não se manifestam de maneira oposta ou separada às energias luminosas, como se poderia inicialmente supor por analogia com a árvore da vida ou suas representações invertidas. Em vez disso, essas energias parecem interligar-se e coexistir de uma maneira que desafia a dualidade simplista. A sensação predominante é de que uma energia pode ser encontrada dentro da outra, em um processo contínuo de revelação e integração, onde o “lado noturno” se entrelaça intimamente com o “lado diurno”, oferecendo uma perspectiva de unidade em meio à aparente diversidade.
Inicialmente, influenciado pela curiosidade e pelo desejo de entender mais sobre o aspecto noturno dos eathyres, busquei orientação através de skrying com os anjos enoquianos. No entanto, essa busca foi recebida com advertências e dissuasões, indicando que tal caminho não era adequado ou seguro para seres humanos. A resistência encontrada nessa tentativa se manifestou não apenas nas respostas dos anjos, mas também em um subsequente período de turbulência em minha vida pessoal, sugerindo que eu ainda não estava preparado para enfrentar tais energias.
Apesar dos desafios iniciais e das advertências, minha determinação em explorar esse aspecto menos compreendido dos eathyres persistiu. Com o tempo e a abordagem cuidadosa, comecei a perceber progressos significativos e descobertas valiosas. Curiosamente, notei que os anjos enoquianos mantêm uma certa relutância em discutir esse lado das coisas, enquanto os seres enoquianos associados ao “lado noturno” parecem ter uma predisposição para a antipatia em relação aos humanos. Essas interações ressaltam a complexidade e a natureza desafiadora de se aventurar além dos limites tradicionais do conhecimento espiritual.
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