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No Domínio dos Seres Espirituais – Prática da Evocação Mágica (16 de 22)

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Antes de descrever uma verdadeira operação mágica e evocação, eu devo familiarizar o leitor com as esferas dos seres. A um magista verdadeiro não é permitido fazer nada a menos que ele saiba totalmente o que está fazendo e tenha claro o que pretende adquirir.

Como o magista aprendeu no capítulo anterior no livro das fórmulas, é extremamente importante saber o correto manuseio e as analogias dos instrumentos mágicos, por que sem o conhecimento minucioso de suas analogias e simbolismo, seria impossível conseguir qualquer resultado positivo. Ademais, o magista não seria capaz de encontrar a postura verdadeira para suas meditações e de elevar seu espírito à esfera correta de consciência. Seus instrumentos mágicos se tornariam uma ilusão e ele se reduziria ao nível do senso comum, não poderia nem fazer com que sua autoridade mágica funcionasse sobre os seres ou influencia-los de alguma forma.

O mago verdadeiro faz tudo de modo consciente, ele estuda sistematicamente cada procedimento em seu livro de fórmulas antes de suas operações, e sua mente, sua consciência, está ligada aos seus instrumentos, suas faculdades, cargas, etc.

Ele deve estar bem informado sobre as esferas dos seres com os quais quer trabalhar. Ele deve ser capaz de fazer um claro julgamento sobre a existência e as ações destes seres. Sua própria experiência o ajudará muito a esse respeito, por que ele terá visitado, com seu corpo mental, várias esferas, como foi sugerido em “Iniciação à Hermética”.

As seguintes discussões são portanto, um breve resumo das experiências do magista em suas visitas às ditas esferas.

Somente os materialistas convictos, que, com seus sentidos físicos não percebem nada além do mundo material e acreditam somente no que vêem, ouvem e sentem, duvidarão da existência de outras esferas ao lado do mundo material. O magista verdadeiro não irá julgar o materialista e não tentará dissuadi-lo de seu ponto de vista.

O materialista está em um estado de maturidade nesse mundo físico que corresponde ao seu desenvolvimento pessoal. Portanto, o magista não fará nenhum esforço por ensina-lo melhor, pois no fim ele sempre dirá que nunca viu um espírito e que só acredita em coisas que possa perceber com suas faculdades físicas, que são ver, ouvir e sentir.

O materialista não nega a questão, ele concorda que matéria e poder existam, mas acreditar que existam outras esferas mais sutis de matéria ou poder está muito além de seu alcance.

Por isso o magista nunca tenta influenciar a crença de outro ser humano, pois o não iniciado sempre terá sua opinião própria sobre fatos maiores e sempre irá julgar a partir de pontos de vista próprios.

Da mesma forma como em nosso mundo físico existe em três estados: sólido, líquido e gasoso, assim também, seguindo as leias da analogia, existem certos estados agregados em forma mais sutil que não são acessíveis aos nossos sentidos normais, mas estão conectados ao nosso mundo físico. Estes estados agregados são chamados, do ponto de vista hermético, de planos e esferas.

Nessas esferas mais sutis acontecem as mesmas coisas que em nosso mundo físico e lá também é válida a Lei de Hermes: “O que está acima é como o que está abaixo”. Os poderes que estão em ação lá são os mesmos de nosso planeta, bem como os mesmos tipos de influências.

Portanto, em toda esfera nós temos o mesmo jogo de elementos, o fluido eletro-magnético, que é mantido e controlado pela Divina Providência de acordo com o princípio do Akasha.

A pessoa que se baseia somente no que percebe com seus cinco sentidos físicos tem somente uma esfera aberta à percepção, a esfera que corresponde aos sentidos físicos, e não é capaz de ir além dela. Tudo mais permanece inconcebível, incrível e sobrenatural para ele. O magista verdadeiro, que refinou e desenvolveu seus sentidos através do treinamento físico e mental irá considerar o mundo físico apenas como ponto de partida para seu desenvolvimento pessoal e jamais irá negar a existência de esferas mais altas, por que ele pode se convencer de que elas existem.

Que essas esferas são estados mais sutis e compactos de agregação se tornou óbvio ao verdadeiro magista através de sua experiência pessoal. O magista sempre será capaz de visitar com seu corpo mental a esfera que corresponda ao estado de desenvolvimento dos sentidos de seu corpo mental e de atuar nela. Ele deve ter isso sempre em mente ao praticar a magia de evocação.

Naturalmente, essas esferas mais sutis não se sujeitam à nossas idéias de espaço e tempo, então, por exemplo, um espaço que em nossa imaginação seja margeado ou limitado de alguma forma pode apresentar muitas diferentes esferas.

Dependendo do grau de sutileza ou densidade, existem inúmeras esferas e esferas intermediárias. Nomeá-las todas seria impossível. Eu só mencionarei as que são importantes para a prática da magia. A graduação de densidade é chamada de hierarquia.

Antes que um magista planeje trabalhar nestas esferas, ele deve ter uma concepção de sua hierarquia e deve estar familiarizado com a esfera que escolheu para trabalhar, primeiro teoricamente e depois, é claro, praticamente.

Mas, acima de tudo, ele deve ter um comando minucioso sobre a esfera física antes que se aproxime do sutil.

Cada uma destas esferas de hierarquia tem sua influência particular em nosso mundo físico de acordo com as leias da analogia. À respeito das esferas planetárias os astrólogos descobriram uma síntese funcional, mas infelizmente os astrólogos contemporâneos a utilizam somente com propósitos mânticos, e é sabido que a astrologia atual só dá uma explicação parcial das influências destas esferas, dos planetas e dos signos zodiacais.

A parte astrológica das esferas superiores não será tratada aqui por que não tem relação com o tema deste livro.

O verdadeiro magista, entretanto, encontrará uma estreita relação entre as esferas individuais se ele lida com a astrologia e irá notar que ela mostra as verdadeiras influências das esferas relevantes em nosso mundo físico, em suas causas e efeitos.

A classificação das esferas de acordo com o grau de densidade e suas qualidades é chamado na cabala de Árvore da Vida. As analogias e a aplicação prática a partir do ponto de vista cabalístico serão tratadas em detalhes por mim no livro “ A Chave para a Verdadeira Cabala”. Este livro deve despertar nos leitores o interesse nas esferas da Árvore da Vida servindo à propósitos mágicos e tratando também dos seres. As esferas em sua ordem correta são:

1 – O mundo físico enquanto ponto inicial do trabalho do magista, no qual cada ser humano, não importando se iniciado ou não à hermética, vive e se movimenta com seus sentidos, seu espírito, sua alma e seu corpo.

2 – A próxima esfera , acima do mundo físico é a zona terrestre, a esfera que circunda a Terra. Essa esfera tem vários graus de densidade, chamados de sub – esferas, para as quais o homem segue após ter perdido sua forma terrena.

Esse é o chamado mundo astral. Em seus graus de densidade mais baixos ficam a maioria das pessoas em seus corpos astrais depois da morte física e nas esferas mais altas os iniciados, dependendo de seu grau de maturidade.

Quanto mais maduro, mais desenvolvido, mais ético o magista for, mais sutil deverá ser a esfera para a qual ele irá após sua morte. Esse lugar no mundo astral irá depender do quanto ele avançou durante esta vida no mundo físico.

Não há céu ou inferno no mundo astral, eles são apenas resultados das opiniões religiosas estúpidas e assunto para os ensinamentos de algumas religiões que, devido à sua ignorância separam a vida no astral em vida no céu ou no inferno.

Se foram consideradas as esferas inferiores, mais grosseiras, como sendo o inferno e as superiores e mais brilhantes como o céu, parte dessas crenças religiosas pode ser verdade. O magista que sabe como interpretar tais símbolos e idéias encontrará sua própria explicação para as expressões “inferno”, “céu” e “purgatório”.

Seria ir longe demais falar ao leitor sobre a vida no mundo astral. Muitos livros poderiam ser escritos sobre esse assunto. Eu irei, contudo, dar sugestões interessantes ao magista.

O magista deve ter experimentado durante suas viagens mentais e astrais, quando seus corpos mental e astral estavam divididos, que na esfera astral as idéias de tempo e espaço não existem para ele, tanto que em um único momento ele é capaz de viajar qualquer distância e em seu caminho não existem quaisquer obstáculos materiais que ele não possa penetrar com seu corpo mental e astral.

Todo ser humano terá a mesma experiência após sua morte física. O iniciado, entretanto, tem a vantagem de estar familiarizado com este fato durante a sua vida e de já neste mundo material estar livre de uma tristeza, o medo da morte. Ele sabe bem em qual esfera astral ele irá viver após sua morte e para ele a dissolução do corpo físico á apenas uma transição do mundo físico para um mais sutil, é como mudar de residência.

O magista ainda irá experimentar mais uma coisa aqui na Terra. Todos os interesses que são normais a uma pessoa não desenvolvida e não iniciada nesse mundo físico irão cessar no plano astral. Mas isso não é nenhuma surpresa ao magista verdadeiro, que está igualmente familiarizado com as condições daqui e de lá, que está no mundo físico e no astral. Ele perde seu interesse pelo mundo físico, a não ser enquanto meio para seu desenvolvimento pessoal.

Ele aprenderá já aqui na Terra, que fama, honra, riquezas e todas as outras vantagens terrenas não podem ser levadas ao mundo astral e são, portanto, inúteis. Por isso um verdadeiro magista nunca chora por coisas mortais. Seu interesse será constantemente dirigido à usar o tempo do qual dispõe na esfera física para melhorar suas habilidades e seu desenvolvimento pessoal.

Fica quase claro, portanto, que todos os vínculos como amor, fidelidade, etc, que poderiam manter um ser humano nesse mundo físico se transformam em quase nada lá. Pessoas que se amaram aqui mas não tiveram o mesmo ritmo de desenvolvimento físico e mental não podem, após a morte, viver na mesma esfera e não sentirão a mesma afeição um pelo outro que sentiram aqui.

Se, por exemplo, um homem e uma mulher são igualmente desenvolvidos eles podem ficar na mesma esfera do astral após sua morte e estarão ligados por uma simpatia interior um pelo outro, mas, a despeito disso, eles não sentirão o mesmo tipo de amor que tiveram no mundo físico.

No mundo astral não existe nada como o instinto de auto preservação, o instinto carnal, o amor sexual e a luxúria sexual. Nas esferas superiores há um sentimento de afeição diferente do da Terra, que conecta dois seres igualmente desenvolvidos através de uma faixa sutil de vibração.

Em nosso mundo físico a simpatia ou atração entre dois seres é normalmente causada por fatores externos e mantida pelos mesmos fatores. Naturalmente não é assim no mundo astral. A idéia de beleza lá também é bem diferente da do físico.

Quando uma pessoa falecida não está mais sujeita à tempo e espaço ao entrar na esfera astral, e uma vez nesse mundo ela perde seus meios de verificar seu grau de perfeição, ela deseja voltar à Terra.

O ser humano quer voltar não só por que quer equilibrar, pela força da Lei do Karma, de causa e efeito, os erros que cometeu durante sua vida, mas também para ter outra chance de desenvolvimento no mundo físico e para acumular mais experiência em seu espírito para as esferas superiores do mundo astral.

Todo ser humano, após ter morrido, irá descobrir outro fato no mundo astral: tendo somente um nível a menos de desenvolvimento, ele não poderá se comunicar com os seres que durante sua vida alcançaram um grau maior, por que estes seres estarão numa esfera mais alta e mais sutil do mundo astral e ele não poderá viajar para esta esfera de luz.

Mesmo se ele pudesse se mover até estas esferas superiores , ao poderia permanecer nelas por causa da elevada vibração e cairia de volta rapidamente como que transferido novamente para a esfera astral que corresponde ao seu nível de desenvolvimento. Uma pessoa com um alto grau de perfeição pode, entretanto, ir até uma esfera inferior, acomodando a vibração daquela esfera em seu espírito.

Se um espírito com um grau menor de desenvolvimento quer entrar em contato com um de grau maior, deve chamá-lo à sua esfera através da força de sua imaginação. Se o ser mais desenvolvido vai responder ao desejo do menos desenvolvido dependerá do propósito com que o ser inferior o chamou.

Isso mostra claramente que um ser menos desenvolvido não é capaz de mover-se até as esferas superiores do mundo astral. O contrário, entretanto, é plenamente possível. Um magista com um bom grau de desenvolvimento é capaz de se colocar em qualquer esfera, por que é capaz de acomodar e criar todo tipo de vibração e qualquer forma de qualquer esfera com a qual deseje entrar em contato.

Muitos leitores irão se lembrar aqui das palavras da Bíblia e entender seu significado: “ E a luz brilhou nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.

O magista experimentado sabe que o corpo físico é mantido por comida (isto é, elementos condensados) e que a respiração une o corpo físico com o astral através da chamada banda astral. Portanto, ele sabe do fato de que, no momento da morte, assim que a respiração de uma pessoa pare, começa a se dar a separação dos corpos mental e astral do físico. Ele também achará lógico que sempre que durante o seu treinamento mágico, ele conscientemente separe não só o mental, mas também o corpo astral de seu corpo físico, ele seja colocado num estado de êxtase ou morte aparente, durante a qual sua respiração também para, com a única diferença que seu corpo físico, durante seu estado de êxtase, não entra em decomposição, e ainda existe a conexão entre corpo astral e mental.

A partir do momento em que o magista pode ter poder sobre a vida e a morte, se aprovado pela Divina Providência, ele pode restaurar esta conexão e fazer uma pessoa morta viver novamente, como os santos, que como sabemos pela história, foram capazes de fazer isto. Eu já tratei deste assunto no “Iniciação à Hermética”.

Se o magista experimentou sua morte física, não há motivos para que ele queira voltar ao mundo físico e ele não terá vontade de restaurar a banda entre o mundo material e astral. É claro que existem também magistas e feiticeiros de baixo nível que tentam de modo consciente no mundo astral construir novamente a ligação entre seu corpo astral e o físico. Mas, por lhes faltar a perfeição necessária que lhes permitiria condensar luz suficiente para isso, seu sucesso é sempre parcial.

Normalmente, tais seres agarrando-se à sua forma física, evitam as pré condições para tal realização e vampirizam o fluido eletro magnético (energia vital) de corpos vivos para colocar em seus próprios corpos físicos abandonados, achando que com o passar do tempo poderão revive-lo. O corpo físico de tal ser pode se preservar da decomposição durante séculos. A história nos mostra muitos exemplos de conservação de pessoas falecidas e a ciência não pôde dar nenhuma explicação satisfatória para isto.

Tais vampiros, do ponto de vista hermético, são uma lástima,e a crença religiosa dos dias atuais fez bem ao destruir estes corpos que não foram decompostos. Normalmente, é só através desta destruição , onde o corpo é comumente perfurado por uma lança de madeira ou tem a cabeça cortada e o corpo queimado que o espírito que o possuía é liberto de sua escravidão.

As sagas dos lobisomens também podem ser explicadas do ponto de vista hermético. O procedimento é o mesmo, a não ser no momento da vampirização, onde o corpo astral toma a forma de um animal para evitar um possível reconhecimento de uma pessoa sensitiva que seja vampirizada.

Resumindo: No mundo físico, o corpo físico e o astral se mantém unidos através da comida e da respiração e todas as três partes – corpo, alma e espírito – são fortalecidas por elementos de material mais sutil que vêm das esferas superiores durante o sono.

No mundo astral, por outro lado, o corpo astral é animado pelas impressões que obtém das vibrações na esfera astral. Se um ser humano está retornando do mundo astral para o físico, a banda entre corpo mental e astral se desfaz e o ser morre lá para renascer no mundo físico. O ato de morrer lá é similar à morte física, o corpo astral não é mais alimentado pelo mental com as impressões do mundo astral.

O processo de deterioração de um corpo astral leva muito mais tempo que o de um corpo físico, um corpo astral pode continuar a existir por muitos anos, de acordo com a nossa cronologia, sem ser mantido pelo respectivo espírito.

Outros seres, normalmente demônios, gostam de possuir tais corpos para brincar com eles. Em inúmeras sessões espíritas os corpos astrais de pessoas mortas apareceram, tendo os espíritos os abandonado a muito tempo, foram usados e controlados por demônios. Apenas um clarividente bem treinado pode distinguir um corpo astral de um mental. Através de seus sentidos mentais bem desenvolvidos ele pode descobrir a verdade.

Estes demônios gostam de iludir as pessoas, brincar com elas e fazer todo tipo de truques. Todos os tipos de fantasmas, espectros, duendes errantes e similares agem da mesma forma. Eu já discuti isso em “Iniciação à Hermética”.

Normalmente, um corpo astral se dissolve lentamente em seus elementos e o cadáver astral é sugado por eles, se torna mais e mais transparente, como uma peneira, até que finalmente se desintegra totalmente nos elementos.

Junto com o homem, que após sua morte se coloca no plano astral, muitos outros seres estão na zona terrestre.

Além dos já mencionados aqui, existem, por exemplo, elementais, larvas, fantasmas, duendes e os seres dos elementos. Eu irei tratar individualmente destes seres dos elementos no capítulo sobre as hierarquias.

Cada espírito que queira se afirmar deve passar pelo mundo astral, não importando de que esfera venha, mesmo que deva viver nas esferas superiores. A zona ao redor da Terra é a primeira além do mundo físico. Na cabala esta zona é chamada Malkuth, que significa Reino. Direi mais sobre isto em “A Chave para a Verdadeira Cabala”.

No mundo astral do zona que circunda a Terra existem os mesmos poderes em ação que no mundo físico, sendo entretanto, mais sutis. Lá predominam também o elemento fogo com suas salamandras ou espíritos do fogo, o elemento água com as ondinas ou espíritos aquáticos, o elemento ar com suas fadas, silfos ou espíritos do ar e o elemento terra com seus gnomos ou espíritos da terra. Todos os seres na esfera astral da zona terrestre se movem em seus respectivos elementos, da mesma forma como o peixe das águas da Terra se move no elemento que lhe é correspondente.

Cada elemento tem seres positivos e negativos, de forma que podemos falar em boas e más salamandras. Isso vale também para os outros elementos, mas a verdade é que não existe nem bem nem mal, pois a Divina Providência não criou nada mau ou desarmônico, é apenas a compreensão humana que vê as coisas desta forma.

Do ponto de vista hermético, esse tipo de seres tem influências boas e más e seus efeitos são bons e maus respectivamente.

Esses seres são, no mundo astral, as ferramentas para o que acontece em nosso mundo físico. Eles são a causa de todos os efeitos no corpo astral de cada ser, não importando se iniciado ou não.

As ações do elemento ar e do elemento fogo na esfera astral causam o fluido elétrico astral, as ações do elemento água e do elemento terra causam o fluido magnético astral. Os seres usam os fluidos para criar efeitos, ou, melhor dizendo, as causas em nosso mundo físico.

Se um ser da esfera astral quer influenciar nosso mundo físico, não importando se é a um espírito dos elementos ou a um ser humano, ele deve ser capaz de condensar ambos os fluidos, elétrico e magnético, de uma maneira tal que eles sejam percebidos no mundo físico. Um magista bem treinado, que tenha um bom comando dos elementos e fluidos é capaz de fazer esta condensação por si, com a ajuda da imaginação. Quando ele não tomar por si uma posição ativa na obra, poderá ter a condensação auxiliada por um médium, de quem, neste caso, os espíritos irão extrair como vampiros o fluido necessário para produzir o efeito desejado.

Como se sabe, a diferença entre um elemental e um ser humano está no fato de que o elemental consiste de apenas um elemento, enquanto o humano é composto por quatro, adicionado a um quinto, o princípio do Akasha.

O elemental só pode trabalhar com o elemento e o fluido ao qual pertence, um ser humano, entretanto, pode se familiarizar com todos os poderes e aprender a controla-los. Mas em ambos os casos, a Divina Providência ou o princípio do Akasha é o fator determinante.

Entretanto, o ser humano é capaz de encarnação, um elemental não pode fazer isso por si.

O corpo astral de um elemental se dispersa em seu elemento, o corpo astral humano se dissolve em quatro elementos. Outra diferença é que com a morte um elemental deixa de existir, pois seu espírito é mortal, já o homem, que é algo como um microcosmo, possui, desde que foi criado à imagem e semelhança de Deus, um espírito imortal individual.

Embora seja possível tornar um ser constituído de um elemento, através de operações mágicas especiais, em um ser quatro e dar a ele um espírito imortal, o magista verdadeiro fará isso muito raramente e nunca sem razões especiais que sejam válidas o suficiente para que justifiquem este ato ante a Divina Providência.

O princípio do Akasha da esfera astral determina também a reencarnação de um ser humano que está no mundo astral

A matéria astral de luz, geralmente chamada luz astral, é a emanação mais divina no mundo astral. Para os iniciados que vêem o princípio divino do mundo astral, esse luminoso princípio aparece tão brilhante quanto a luz do sol ou como o sol em si, contanto que eles estejam no mundo físico contemplando a Divina Providência na luz sem transformar a deidade em alguma forma particular.

A religião particular de uma pessoa tem seu devido lugar no mundo astral, de acordo com a forma que ela atribui à deidade e seus pontos de vista religiosos no mundo físico.

Os ateus não sentem necessidade de um deus nem mesmo no mundo astral, e portanto, não formam nenhuma idéia de deidade lá. Entretanto, eles anseiam por algo mais elevado, como o homem sedento anseia por água.

As pessoas que acreditaram em várias religiões ou deidades durante a sua existência na Terra encontrarão uma situação caótica. Eles passarão tempos difíceis lá se não conseguirem fazer suas mentes seguirem uma certa forma.

Mas, durante o curso de seu desenvolvimento no astral a concepção de Deus será esclarecida até que eles finalmente acreditarão na deidade que é a melhor para eles. Essa concepção de Deus é que comumente determina o local de reencarnação.

Um magista que tenha explorado durante sua vida a esfera astral da zona que circunda a Terra, irá saber por experiência própria, o modo como os poderes e seres da esfera astral operam e o que fazem, mas pode também aprender isso dos seres com os quais trabalha magicamente.

Da mesma forma como um magista que ainda não esteja totalmente desenvolvido no mundo físico usa um guia espiritual para seu treinamento e gosta de ser ensinado por ele, seja por comunicação passiva, escrita automática, etc, um ser humano ainda imperfeito também encontrará seus guias no mundo astral.

Esses guias irão ensiná-lo de tempos em tempos e ajuda-lo sempre que necessário.

O seres altamente desenvolvidos da zona que circunda a Terra se condensam em sua esfera astral pertinente e assim se tornam guias de indivíduos ou grupos de indivíduos e iniciam nas leis superiores os seres astrais de menor perfeição.

Tais guias não devem nunca ser compelidos a fazer seu trabalho no mundo astral, eles são encarregados pela Divina Providência à oferecer assistência à qualquer ser astral, dependendo apenas de sua maturidade e estado de perfeição.

No mundo astral, o guia, também chamado de gênio, não somente ensina a lei para seus protegidos, mas os auxilia em seu completo desenvolvimento.

Às vezes acontece de um homem astral querer fazer algo por sua própria conta, mas é advertido no momento crítico por seu gênio para que não faça nada arbitrariamente. O gênio irá intervir especialmente naqueles casos onde um ser humano astral com baixo grau de desenvolvimento está prestes a fazer algo que vai contra as leis da Divina Providência.

O guia informa seu protegido sobre as leis do mundo físico e o prepara para seu renascimento.

Isso mostra claramente como o necessário desenvolvimento mágico de um ser humano durante sua permanência no mundo físico o leva em direção à perfeição para que esteja preparado para a vida numa esfera mais elevada.

Todos os golpes do destino que podem purificar o espírito de um homem no mundo físico e que irão ajuda-lo a obter o tipo de experiência necessária para seu desenvolvimento pessoal já estão preparados e determinados pela Divina Providência no mundo astral para cada indivíduo, de acordo com sua maturidade e grau de desenvolvimento. O ser humano sabe, antes de sua personificação sobre o que irá aprender no mundo físico, e não somente concorda, mas deseja ultrapassar isto tudo.

No momento em que renasce ele perde seu conhecimento sobre tudo que a Divina Providência planejou para ele.

Se um indivíduo, vivendo neste mundo, pudesse saber em detalhes tudo que ele terá que passar, ele não teria livre arbítrio no mundo físico. Tal indivíduo seria como um mero robô, agindo como autômato, e as tarefas que ele teria que completar neste mundo seriam impraticáveis.

Somente um iniciado de grau mais elevado, sendo mestre sobre o karma, isto é, sobre causa e efeito e se sentindo igualmente familiar com o mundo físico e o astral, é maduro o suficiente para saber tudo em detalhes sem precisar temer qualquer influência desvantajosa em seu livre arbítrio.

Os seres encarnam a partir do mundo astral na esfera física do nosso planeta limitado por tempo e espaço, para trabalhar seu desenvolvimento, já que as leis materiais deste plano colocam bem mais impedimentos à cada indivíduo do que a esfera astral.

Os impedimentos do mundo físico fortalecem o espírito e permitem que ele avance mais rapidamente em seu desenvolvimento do que seria possível no mundo astral.

Portanto, os seres humanos do mundo astral tem pressa em reencarnar neste mundo o mais rápido possível, e estão prontos a aceitar até mesmo as mais duras condições para continuar seu desenvolvimento espiritual.

Todo homem pode alcançar a perfeição, por que a evolução de toda a humanidade leva a isto. O guia espiritual designado pela Divina Providência para sua iniciação no mundo astral, dirige e controla o desenvolvimento espiritual de seu protegido, e em muitos casos, continua nesta função depois que seu protegido reencarna no mundo físico.

O magista deve então, no início de seu desenvolvimento, tentar entrar em contato com seu gênio. O modo para se conseguir isso já foi dado em “Iniciação à Hermética”.

Ás vezes acontece de pessoas que já tenham atingido um alto grau de perfeição aqui na Terra poderem continuar seu desenvolvimento espiritual no mundo astral até a perfeição, mas estes são escolhido pela Divina Providência para realizar uma ou mais missões na Terra. Esses líderes espirituais são magistas ou iniciados de nascimento, que em uma determinada fase de desenvolvimento físico de seus corpos humanos, normalmente após a puberdade, se tornam repentinamente cientes de seu estado, do seu grau de desenvolvimento e só necessitam amadurecer um pouquinho mais para assumir sua missão divina.

Essas missões não precisam ser sempre de natureza mágica ou espiritual, elas também podem estar relacionadas a outros aspectos.

Isto explica o nascimento de inventores e gênios humanos em todos os campos do conhecimento material. O magista sabe que tudo isso é planejado e controlado pela Divina Providência, que está no princípio do Akasha do mundo astral, que é insubstituível e, no ponto de vista do magista, não poderia ser explicado pelas leis naturais.

Este foi um rápido esboço dos aspectos mais importantes da esfera astral da zona terrestre ou da zona que circunda a Terra, que é a zona mais próxima de nosso mundo físico.

A zona terrestre, de acordo com o pensamento humano, não é a forma mais condensada de esfera, a despeito de estar colocada acima de nós, pois existem as mais variadas intensidades de luz ou vibração de acordo com o grau de maturidade de cada ser humano.

A zona terrestre não é limitada de forma alguma, ela se estende pelo cosmos e não somente sobre a Terra. As leis que regulam esta zona não tem nenhuma relação com a idéia de espaço, entretanto, atingem todo microcosmo, macrocosmo e suas conexões análogas.

Esse é o motivo pelo qual o homem só pode alcançar sua perfeição, sua maturidade mágica final e sua conexão verdadeira com a deidade nesta zona que circunda a Terra.

Isso mostra claramente que, do ponto de vista mágico, a zona terrestre é a esfera mais baixa e ao mesmo tempo a mais elevada emanação do Princípio Divino.

Eu devo ainda dizer que existem outras esferas pertencentes a esta hierarquia que o magista pode contactar, mas ele pode viver na zona terrestre também como um ser perfeito, como a verdadeira imagem de Deus.

Nesta zona que circunda a Terra, toda a criação, desde a mais alta perfeição da deidade até a forma mais bruta e rude estão manifestas. Um ser humano pode entrar em contato com todos os tipos de esferas que estão além da zona terrestre, mas não pode se tornar seu habitante por que a zona terrestre é o reflexo de toda criação. É o mundo manifesto de todos os graus de condensação.

Os antigos cabalistas sabiam desta verdade e por isso chamaram a zona terrestre de Malkuth, que não significa bola terrestre e sim Reino, que expressa toda criação desde a mais elevada até a mais inferior manifestação.

De acordo com a Árvore da Vida cabalística, Malkuth contém o número dez, que sustenta o começo da evolução. Para uma pessoa familiarizada com a cabala, esse número dez é o reflexo do número um em sua forma mais sutil, isto é, Deus, pois o número dez pode ser reduzido a um se tirarmos o zero.

O magista intuitivo que vê pela primeira vez as relações entre a criação e seu corpo individual, descobre que não é por acaso que ele tem dez dedos nas mãos e nos pés. O leitor, irá, entretanto, ler mais sobre isso no terceiro livro desta trilogia “A Chave para a Verdadeira Cabala”.

O magista intuitivo também perceberá uma certa relação entre a zona terrestre e o chakra Muladhara, mas eu deixarei que ele mesmo medite a este respeito.

3 – A próxima zona que circunda a Terra vem da zona da Lua e o magista deverá se familiarizar com ela imediatamente após a zona terrestre.

4 – Acima da zona da Lua está a de Mercúrio e acima dela vem

5 – A zona de Vênus. Se o magista se tornar suficientemente familiarizado com estas zonas ele terá que aprender

6 – Sobre a zona do Sol e depois

7 – Sobre a zona de Marte e segue para

8 – A zona de Júpiter e finalmente

9 – A zona de Saturno

Existem muitas outras zonas além das citadas, mas é suficiente ao magista conhecer as zonas correspondentes ao planetas e ser capaz de controla-las bem.

As analogias e hierarquia de cada zona serão discutidas no próximo capítulo.

Cada esfera situada além da zona que circunda a Terra, entre a Lua e Saturno, tem um efeito triplo: Primeiro no mental, segundo no astral e terceiro no mundo físico.

Dependendo de qual esfera da zona terrestre deva sofrer um efeito, a criação da causa para este efeito deve ser considerada naquela zona.

Uma vez que as zonas mencionadas acima tem certas influências individuais na nossa zona terrestre, o magista que opera com os seres de tais zonas deve ter clara a analogia entre as leis de cada zona e seu próprio microcosmo e o microcosmo de qualquer outro ser humano.

Cada analogia das zonas do micro e do macrocosmo deve estar muito clara para ele, e ele deve saber como criar a causa que corresponde às analogias com a ajuda dos seres.

Na concepção do magista, nenhuma zona será um plano limitado além da zona terrestre, mas todas as zonas se cruzam umas com as outras, tanto no micro quanto no macrocosmo. As zonas tem nomes astrológicos, mas não tem relação direta com a construção das estrelas do universo, embora exista alguma relação entre as estrelas e suas constelações, permitindo que os astrólogos tirem suas conclusões com propósitos mânticos ou que encontrem influências desfavoráveis. Eu já dei algumas dicas sobre as sínteses da astrologia.

Cada zona é habitada da mesma forma como a zona terrestre. Os seres das zonas tem suas funções especiais e estão submetidos às leis daquela zona tanto quanto às causas e os efeitos. Em nossa opinião, existem milhões de seres em cada zona. É impossível classificar categoricamente estes seres.

Cada um deles alcançou um certo grau de desenvolvimento espiritual e um certo grau de maturidade, e recebeu sua função de acordo com este grau.

Uma pessoa sem nenhum desenvolvimento mágico e sem a maturidade necessária não é capaz de agir além deste mundo material e entrar em contato com os seres astrais, isso para não falar nos seres das esferas superiores. Existem poucas pessoas em nosso mundo físico que são capazes de penetrar com seu espírito nos limites da existência humana e seguir até as outras zonas. As pessoas que são capazes de fazer isso são chamadas de iniciados do ponto de vista hermético.

Um iniciado é uma pessoa que, após muitos anos de desenvolvimento espiritual, alcança o grau de maturidade necessário para suas tarefas. Um verdadeiro iniciado não é um filósofo que alcançou a maturidade através de mero conhecimento teórico, e sim uma pessoa que através de um árduo treinamento trabalhou a si mesmo mais que a maioria das pessoas e ganhou seu conhecimento através da prática. Aqui caberia perfeitamente bem o dito : “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”.

Entretanto, ninguém precisa temer nenhuma limitação imposta, e um estudante diligente de magia pode alcançar a perfeição e se tornar um adepto após um treinamento consciente. Cada ser humano na Terra pode alcançar o mais alto grau de perfeição.

Como foi dito acima, poucas pessoas irão atravessar espiritualmente a zona que circunda a Terra para visitar a próxima esfera. Essas pessoas são a linha de frente da magia, são os iniciados e professores, com funções sagradas e a obrigação de ajudar os indivíduos que estão abaixo deles no caminho espiritual. O mesmo é válido, pelas leis universais, para as sete zonas que estão além da zona terrestre. Também lá existem indivíduos selecionados entre milhares de outros que vivem nestas zonas, os quais alcançaram em seu desenvolvimento o grau necessário de perfeição para serem os soberanos ou iniciados lá.

Os chefes das zonas tem sua classe, dignidade e título da mesma forma como os iniciados da zona ao redor da Terra, que recebem a dignidade correspondente ao seu grau de maturidade e conhecimento e são classificados como barões, duques, etc.

O magista irá descobrir que estes nomes e títulos simbolizam o grau de maturidade de um ser e é certo que não tem relação com os postos terrenos. Portanto, somente os líderes, os iniciados das zonas individuais, são capazes de influenciar com suas causas e efeitos as nossas esferas, não importando se mental, astral ou física.

O modo como cada ser irá influenciar nosso mundo será tratado passo a passo num capítulo posterior sobre a hierarquia dos seres.

Da mesma forma como existem, em nossa opinião, seres positivos e negativos, ou melhor, bons e maus na zona terrestre, eles existem também em todas as outras zonas. Os poderes bons ou positivos são geralmente chamados de anjos ou arcanjos e os maus e negativos de demônios ou arcademônios. Existe o mesmo tipo de hierarquia para os seres negativos, eles podem ser demônios comuns, barões, condes, etc.

A pessoa comum terá uma concepção destes seres correspondente ao seu grau de entendimento. Em sua imaginação os anjos e arcanjos terão asas e os demônios e arcademônios terão chifres.

Mas a pessoa familiarizada com o simbolismo será capaz de interpretar esta representação de acordo com a verdadeira hermética. Um magista sabe que um anjo não tem asas no sentido literal da palavra e irá enxergar a analogia nessas asas: as asas são a analogia para pássaros que se movem livremente acima de nós. Elas são o símbolo do que é superior a nós, da agilidade, liberdade e, ao mesmo tempo, o principio flutuante que existe no ar, o elemento mais luminoso e que tudo penetra.

Os seres negativos ou demônios são geralmente representados com chifres e rabos, ou por criaturas metade humanas metade animais. Esse simbolismo aponta para o que é inferior, incompleto, defeituoso, etc.

A questão desses seres, sejam positivos ou negativos, terem ou não em suas próprias esferas a forma que lhes foi atribuída pelo homem ficará sempre incerta para o não iniciado. O magista que é capaz de visitar estas zonas através de viagem astral e mental e é capaz de se deixar influenciar pela vibração destas zonas, tanto que no tempo de sua permanência ele se torne como um habitante, terá descoberto que não são bem assim.

Sem perder sua individualidade ele descobrirá várias formas diferentes lá, que não podem ser expressas por palavras. Ele não encontrará lá os seres personificados e seus líderes, mas sim poderes e vibrações que são análogos aos nomes e qualidades. Se ele tentar concretizar, sob seu ponto de vista individual, um desses poderes, ou dar-lhe uma forma de acordo com a sua compreensão, esse ser irá aparecer a ele assim moldado, não importando se é positivo ou negativo.

Um magista ao trabalhar com os seres fará com que eles criem causas naquela zona onde ele exercita sua influência. O trabalho de um cabalista é diferente.

O segundo se coloca, com seu espírito, na zona onde pretende uma certa causa e efeito.Ele, mestre das leis da zona, não precisa da interposição dos seres para o seu propósito. Ele faz tudo sozinho com a ajuda da palavra cabalística. Falarei mais sobre isso em meu próximo livro “A Chave para a Verdadeira Cabala”. Os princípios de trabalho dos cabalistas são um pouco diferentes. O magista, em seu atual estágio de desenvolvimento, não pode fazer outra coisa senão usar os seres até que alcance um estágio mais elevado de conhecimento. Cada cabalista deve primeiro se tornar um magista para aprender a trabalhar de forma diferente e vantajosa depois.

Se um magista chamar um ser cuja forma ele não conhece, nem na zona terrestre e nem no mundo físico ou outra zona, então este ser, munido da vontade de tomar forma física, toma a forma que é apropriada à suas qualidades para entrar em contato com o magista. Entretanto, um demônio comum não é capaz de fazer isso, por que falta a ele a necessária maturidade para se condensar fora de sua esfera própria, seja no mundo físico ou na zona terrestre. Por isso a maioria dos livros sobre conjurações mágicas nem mesmo mencionam os demônios comuns, mas falam nos que tem uma certa posição e título. Mas mesmo estes nunca são tratados em detalhes.

Aqui pode surgir a questão de se um ser que vive em outra zona pode chamar um iniciado, uma pessoa com certa posição espiritual, para a sua zona. Essa questão tem que ser negada do ponto de vista hermético, por que um ser humano, especialmente um iniciado, é uma criatura Deus, simbolizando a miniatura do macrocosmo e representando a autoridade completa no micro e no macrocosmo. Portanto, um magista nunca pode ser forçado a fazer nada por qualquer outro ser, seja qual for o seu grau de perfeição, com uma única exceção: A Divina Providência.

Todos os chefes, não importa a posição que tenham ou de que zona venham, se são bons ou maus, são apenas aspectos parciais do macrocosmo, de Deus. Aqui se torna novamente claro ao magista o valor verdadeiro do homem, especialmente do homem ligado a Deus e de sua importância na criação.

Se um ser de uma outra zona deseja entrar na zona terrestre ou em nosso mundo físico por ordem da Divina Providência ou por seu desejo pessoal, não importando se será de forma mental, astral ou física, este ser ou chefe, não depende da sua posição, deve tomar a forma apropriada às qualidades da esfera da qual veio.

Um anjo, por exemplo, que tem o amor como uma de suas qualidades intrínsecas, aparecerá em perfeita beleza, já um ser cujas qualidades são a severidade e o rigor aparecerá em uma forma que se ajuste a essas qualidades. Acontece exatamente o mesmo com os seres de qualidades negativas: dependendo das qualidades negativas que representam, eles precisarão ao entrar na zona terrestre ou no mundo físico, tomar a forma que representa essas qualidades.

A forma aparente desses seres, não importa se bons ou maus ou de que esferas venham, irá habilitar o magista que estiver familiarizado com o simbolismo, a dizer suas qualidades.

As qualidades de um ser, sua aparência e representação simbólica se encaixam perfeitamente com o nome, seguindo sempre a Lei da Analogia, então, mesmo um ser da mais alta posição não pode dar a si um nome que não corresponda às suas qualidades.

O magista, especialmente se for bom conhecedor da cabala, é capaz de checar meticulosamente as analogias e determinar se as afirmações de um ser são ou não verdadeiras. Nenhum ser, nem mesmo o pior e mais enganoso deles irá se atrever a dar ao magista verdadeiro um nome que não possui e a aparecer em uma forma que não corresponda às suas qualidades. Entretanto, o magista é livre para ordenar ao ser que apareceu em sua forma verdadeira para que se transforme em outra desejada. Ele sempre será obedecido pelo ser em questão, pois o magista verdadeiro, como já foi dito repetidas vezes, é a autoridade perfeita, é um Deus homem.

Cada ser, seja bom ou mau, anjo ou arcanjo, demônio ou arcademônio, pertencente a qualquer zona, tem certas restrições em suas qualidades por causa do controle da Divina Providência e depende dessas qualidades em sua zona. Um magista fará bem, portanto, se pedir aos seres que realizem somente tarefas para as quais eles estão aptos devido às suas qualidades e posição na zona.

O magista deve saber bem todas as qualidades, faculdades, causas, efeitos, poderes e influências de cada zona em particular e ter tudo isso sob seu controle para evitar cometer o erro de pedir a um ser que faça algo que esteja fora do alcance de sua zona. Se o magista não levar isso em consideração e , por conseqüência, pedir a um ser algo que está fora de seu alcance, a melhor coisa que este ser poderá fazer é se colocar em outra zona e lá fazer com que um outro ser realize a vontade do magista. O efeito nesse caso não procede do ser evocado , mas de outro. A vontade absoluta do magista não é diretamente expressa e o efeito se dá sem seu conhecimento.

Eu darei mais detalhes sobre as várias formas nas quais os seres normalmente aparecem no capítulo sobre hierarquias.

O magista também deve estar interessado em aprender como um ser de outra zona pode trazer o efeito desejado em nosso mundo físico, seja mental, astral ou fisicamente.

A partir do momento em que a vontade do magista se torna análoga às qualidades das zonas com as quais está trabalhando, o ser encarregado prepara as causas necessárias para produzir o efeito no mundo causal de sua própria zona com a ajuda do fluído eletromagnético, similar ao procedimento de voltagem que foi descrito em “Iniciação à Hermética”, ou diretamente pelo poder da palavra (linguagem cósmica) e a conduz através do mundo causal da zona relevante até alcançar o mundo causal da zona terrestre, condensada pela imaginação e a partir dali, dependendo do tipo de efeito a ser causado, irá até a esfera mental, astral ou física.

Este é o procedimento dos seres capazes de influenciar nossa esfera a partir de suas zonas.

Entretanto, um ser espiritual não é capaz de fazer nada por vontade própria ou por desejo de influenciar em nossa esfera. Somente uma ordem do magista dada com sua absoluta autoridade irá capacitar um ser a influenciar efetivamente a partir de sua zona, por ser assim, o ser não pode ser responsabilizado por nada, toda responsabilidade é do magista.

Para ficar ainda mais claro: O trabalho de um ser é o mesmo que o de um servo para seu senhor.

É claro que um verdadeiro magista nunca irá pedir a um ser, especialmente a um ser negativo, para que faça coisas que tenham maus efeitos, pois embora seja mestre da vida e da morte, mestre das leis, a Divina Providência ainda o controla e ele terá que reparar grandemente os maus feitos que não possa justificar.

Aqui alguém poderia perguntar por que o magista usa um ser elemental, elementar, astral ou físico de forma mental, astral ou física nas suas operações nesta ou em outra esfera e por que ele não prefere trabalhar com o poder que ele próprio adquiriu para provocar o efeito mágico desejado.

De fato, ele é capaz de causar certos efeitos quando opera na esfera mental através de elementais ou volts, que são fluidos eletromagnéticos e ele também é capaz de gerar um certo poder físico através de várias operações com elementos e trazer à tona certos efeitos.

A diferença no procedimento está no fato de que os poderes, seres, elementais, etc, gerados por ele não podem atuar de forma independente, já que não possuem intelecto. Os seres de outra zona, entretanto, por serem criaturas inteligentes, são capazes de realizar tarefas para as quais se necessita um certo grau de inteligência.

Nos casos onde o magista pode obter seu intento sem empregar nenhum ser, ele naturalmente desistirá de encarregar um ser de outra zona da tarefa de cumprir seus propósitos.

Ele irá evocar os seres sobretudo nos seguintes casos:

1- Ele quer demonstrar sua autoridade sobre os seres

2- Para obter informação completa sobre a zona de onde vem os seres.

Todo magista experimentado que deixe o mundo físico com seu corpo mental ou astral para visistar as várias esferas da zona terrestre, ou mesmo para visitar outras zonas, irá descobrir que os seres de todoas as zonas, independente de suas qualidades ou faculdades, falam em uma linguagem universal chamada de “linguagem metafórica”, isto é, a linguagem da imaginação.

Esta é a razão pela qual todos os seres podem se fazer entender por outros. Qualquer pessoa comum pode experimentar isso no momento em que deixa seu corpo físico, quer dizer, se ele quiser formar idéias lá ele também o fará através dos lábios, mas deles não sairá nenhum som, no lugar do som se manifestam vibrações que podem ser percebidas por qualquer ser.

Entretanto, se um ser espiritual toma forma em nosso mundo físico, isto é, se ele deixou sua zona para se condensar e se tornar audível e visível, então a linguagem metafórica se traduz na linguagem que o magista conhece. Isso significa que um magista pode chamar à condensação, a partir da zona terrestre até o mundo físico, uma pessoa que antes de sua morte era de nacionalidade chinesa, indiana ou qualquer outra e verá que este espírito tem perfeito domínio da linguagem que o magista fala.

Um religioso irá se lembrar que os apóstolos e discípulos de Cristo,depois da morte do Salvador foram cheios do Espírito Santo e falaram todas as línguas da Terra.

Essa expressão da Bíblia “cheios do Espírito Santo”, mostra claramente que os apóstolos, os discípulos de Cristo, estavam no momento, por iluminação do Espírito Santo, no mundo astral e foram capazes de traduzir a linguagem metafórica para qualquer outra desejada.

Não há aqui nenhum milagre, isso já existe nas faculdades de cada ser. Toda pessoa que tenha um conhecimento de hermética sabe que a linguagem metafórica é a linguagem do universo e que os antigos fizeram uso abundante desta linguagem metafórica ou cósmica.

Os hieróglifos dos antigos egípcios são um grande exemplo disso. Não há dúvida de que as palavras expressas em linguagem metafórica tinham um forte efeito mágico. E não é sem razão que os orientais fizeram tanto uso dela, pois nos limites de seus países está o berço de todas as ciências herméticas.


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