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Via de Kamala Jnana

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Max Duval

Na falta de cinábrio, pode-se reconstitui-lo. Segundo PARACELSO pode-se fazer cair o Mercúrio em chuva fina (espremido através de uma pele) sobre o Enxofre em pó, e submeter a mistura à sublimação numa cucúrbita colocada sobre aludel. O cinábrio sublima-se e adere-se às paredes do aludel sob a forma de uma pedra sanguínea.

Naturalmente, convém não empregar senão Enxofre e Mercúrio nativos naturais, que não tenham nunca sofrido o ataque do fogo comum, nem nenhum tratamento químico industrial.

Esta operação pode com grande rigor fazer-se com a ajuda do mercúrio comercial se não se tem outro, porque ele pode consequentemente encontrar-se regenerado ou revivificado; mas é absolutamente necessário que o Enxofre, seja de origem natural.

Em lugar do procedimento de PARASELSO, pode-se operar mais simplesmente como segue: misturam-se 70 gramas de Mercúrio com 35 gramas de Enxofre sob a temperatura cerca de 50ºC (fogo comum). Mantendo esta temperatura, juntar-se-á muito lentamente e em pequenas quantidades de cada vez cerca de 70 gramas de Potassa KOH. O Cinábrio assim obtido é muito mais puro, mas o inconveniente é o tempo exigido.

Existe, enfim, uma terceira solução bem mais fácil que as outras duas: é a de utilizar directamente o Enxofre e o Mercúrio natural no estado de pureza quase absoluta. Ela permite suprimir a precedente fase “SEPARAÇÃO OU PREPARAÇÃO”, mas a purificação ulterior será mais longa.. (Purificar o Mercúrio passando-o através de uma pele de camurça).

Uma vez a SEPARAÇÃO ou PREPARAÇÃO efectuadas, convém então, desde logo, ajustar as proporções e peso que se devem dispor no INÍCIO DE SOLVE. A “Separação dos três corpos” de um minério não tem por principal objectivo, como se poderá crer, de eliminar logo as impurezas, mas sim de “separar” estes constituintes, afim de poder, sobretudo, substitui-los nas proporções requeridas no início de Solve.

De inicio, as proporções do Etíope mineral (Enxofre + Mercúrio) que se devem tomar no INÍCIO são dadas pela análise e são os seguintes para 50 gramas de Mercúrio:

Hg = 50 gramas.
S = 37,5 gramas (3/4).

Resta no entanto conhecer a quantidade total de Sal sólido KOH necessário teoricamente para conduzir a “Grande Obra” com um tal peso de Etíope.

Esta quantidade é dada pela fórmula C6-H9-015, que é a da “PREPARAÇÃO”, “a primeira fase da Grande Obra considerando que se têm à mão TUDO o que é necessário para a empreender”.

Esta última fórmula dá proporções em VOLUMES, onde:

C = Caos (Sal, porque aqui, “Caos” é dito foneticamente : KOH).
H = Hermes-Enxofre ou Sulfureto de Mercúrio = Etíope.
O = Ouro filosófico finalmente obtido.

Conhecendo as seguintes densidades: Hg : 13,6 S: 2,04 KOH sólido : 2,04 tem-se:

Hg : 50,0 gramas/ 13,60 =  3,68 cm3.
S : 37,5 gramas / 2,02 =   18,56 cm3.
ETÍOPE : 87,5 gramas =  22,24 cm3.

Donde um Sal sólido total de 22,24 x 6/9 = 14,83 cm3, que correspondem a:

14,83 x 2,04 = 30,25 gramas de KOH sólido.

Portanto finalmente, as PROPORÇÕES NO INÍCIO DE SOLVE, medias e teóricas, são para 50 gramas de Mercúrio:

Hg = 50gramas, S = 37,5 gramas, KOH = 30,25 gramas.

As proporções que acabam de ser estabelecidas são confirmadas pelo Padre franciscano de Castagne, nos seus “Aforismos Basilianos”, e citados por Eugène Canseliet no seu livro “Mutus Liber”, página 106: “Nós começamos a nossa obra hermética pela conjunção dos três princípios preparados sob uma certa proporção, a qual consiste no peso do corpo que deve igualar o espírito e a alma quase na sua metade.

Com efeito:

37,5 gramas de Enxofre (Corpo) = 50 gramas de Mercúrio (alma) + 30,25g de Sal (espírito).
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( É o Cânon XVI, igualmente citado por FULCANELLI no “Mistério das Catedrais” ).

Por outro lado, na mesma obra, Eugène Canseliet faz alusão na página 91, ao volume que ocupam os quatro quintos de um recipiente na Lâmina 5ª do Mutus Liber.

Note-se que os 14,83 cm3 de Sal representam quase rigorosamente os quatro quintos de 18,56 cm3 de Enxofre.

Estas proporções teóricas não têm necessidade de ser respeitadas com uma precisão exagerada. Além disso, a pureza dos elementos é variável e sobretudo, o Sal é de qualidade bastante flutuante. Se este último é adequado, as 30,25 gramas teóricas serão suficientes; mas se ele foi enfraquecido por uma carbonatação parcial primitiva, ou uma absorção excessiva de humidade ambiente, poderá ser até 100 gramas em vez de 30.

Pela razão do que é dito na página 4, estas 30,25 gramas de Sal sólido darão em média, depois da deliquescência, entre 48,4 gramas e cerca de 54,5 gramas de Sal líquido nas condições normais. (A densidade deste Sal líquido oscilará entre cerca 1,98 e 1,78).

Observe-se de passagem que o peso médio deste sal líquido total, corresponde aproximadamente ao peso do Mercúrio.

Este sal deve ser dividido em 14 Partes. Cada uma destas partes correspondem então a 30,25 / 14 = 2,16 gramas de KOH ou bem entre 3,5 gramas e 3,9 gramas de Sal líquido, ou seja na prática 2 cm3 (2ml).

Estas 14 Partes de Sal (as 14 partes do corpo de Osíris procurados por Isis) deverão ser reservadas da maneira que se segue:

PREPARAÇÃO ou SEPARAÇÃO – Sal recuperado:

Para iniciar SOLVE………………………………………………………2 Partes.

Seguir SOLVE até à Putrefacção inclusivamente…………………4 Partes.

As Sete Lavagens ou Banhos de NAAMAN (“Lavagens”)

(1/2 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1/2)……………………………………….6 Partes.

Primeira MULTIPLICAÇÃO em média……………………………2 Partes.
                                                                    TOTAL…………14 Partes.

O Sal recuperado tendo servido à SEPARAÇÃO, e tomado uma cor rutilante (“Rosado”) não deve sobretudo ser misturado à reserva de Sal branco que deverá possuir toda a sua brancura para o “Reino de Isis ou da Lua”. Este Sal recuperado e rutilante será utilizado imediatamente ao começar SOLVE.

Pode-se utilizar o Enxofre e o Mercúrio comercial afim de executar as manipulações. As reacções serão as mesmas mas os resultados obtidos não terão qualquer valor alquímico. De notar no entanto, que com o enxofre proveniente do gás de nafta, poderá que o “Negro” da “Putrefacção” não se produza, pois que ele já esta “purificado”. Os produtos comercias e “vulgares” são ANÁLOGOS MAS NÃO PARALELOS”. É por isso que os Alquimistas afirmam que eles estão “mortos” e que o seu Enxofre e o seu Mercúrio não são o enxofre e o mercúrio vulgares.


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