Categorias
Vampirismo e Licantropia

Sacrifícios e Magia com Sangue

Leia em 4 minutos.

Este texto foi lambido por 170 almas essa semana.

Este artigo não visa estimular nenhuma das praticas abaixo mencionadas.

A forma atual de paganismo nos traz uma visão mais “higienizada” aonde nós tentamos “encobrir” o assunto, transformando ele em um tabu. Mas de fato, o sacrifício, a magia de sangue possui um poder sensacional, quer gostemos ou não.  O paganismo longe de ser flores e amor new age, assim como a bruxaria tradicional, revelam aquilo que muitos praticantes, não gostaríamos de lembrar e/ou saber: não somente o Satanismo foi “criminoso” na sua forma de cultuar, mas também toda forma de culto pagão. Sacrifícios ocorreram ao longo da história e até hoje se perpetuam. De terreiros de magia africana a grupos de bruxaria européia, em todos os cantos o poder do sacrifício se manteve e se perpetua através dos resultados dos praticantes.

O Sacrifício Animal

A pratica de sacrifício animal é remota.

Desde o inicio dos tempos os praticantes de magia recorrem essa forma de magia que, hoje em dia é bem praticada dentro da magia afro-brasileira. Algumas vertentes chegam afirmar que sem sangue não há magia – o que é um erro. O sacrifício pode ser de diversos animais. A famosa “galinha preta” não é de uso exclusivo da magia afro.

A magia europeia, dentro do Grimório do Papa Honorio, Lúcifer é honrado através de um sacrifício de um galo preto. Não somente ele, como todos os outros demônios desse grimório. É importante mencionar que é uma pratica comum em muitos ramos de magia e poderosa. Em sua abadia de thelema, assim como para evocar Choronzon no deserto, Crowley sacrificou animais – no Liber 418, inicialmente ele descreve sobre o sacrifício de três pombos dentro do triangulo para que o demônio se manifestasse.

 

Magia com Sangue

Sangue é magicko por excelência.

Cada gota dele possui uma força fantástica para acessar e influenciar a realidade. Dentro de algumas vertentes de bruxaria, uma magia de sangue é praticada com poucas gotas de sangue, variando de tradição para tradição – geralmente de uma a vinte uma gotas de sangue, são suficientes para cada feitiço. De traçar símbolos, untar velas enquanto se recita um feitiço ou fazer oferendas a espíritos, magistas por todo o mundo utilizam o sangue para conquistar seus objetivos.

Um exemplo é na pratica de familiares. O bruxo alimenta seu familiar (físico ou astral) com algumas gotas de sangue, geralmente em uma fase especifica da lua. Seu familiar pode ser um animal de estimação, uma planta, ou um espirito de um animal/planta. O sangue também é utilizado em magia com bonecos, aonde se cria um espirito e o ancora dentro de um boneco. Daí então o bruxo o alimenta com uma frequência pré determinada, o espirito pingando algumas gotas de sangue no boneco.

O sangue retirado do próprio magista também pode ser oferenda aos elementos. Algumas vertentes de bruxaria, antes de fazer um banho mágico, oferecem uma gota de sangue para água e depois para o espirito de cada erva que utilizará no banho. Dessa forma, potencializam o resultado. O sangue usualmente retirado do próprio magista pode ser retirado através de pequenos furos no dedo ou cortes na palma da mão.

O vampirismo também pode ser feito através de magia com sangue, sendo esse ultimo extremamente perigoso. Pode se doar o sangue para uma pessoa de forma direta, visando recuperar a saúde da mesma. Formas mais higiênicas pingam apenas o sangue sobre o peito da doente. Formas mais extremas o fazem beber. A famosa técnica RPGistica do Vampire: The Masquerade é uma pratica real de Stregheria – o magista dá seu sangue para a vítima, que fica obcecada pelo magista. O sangue pode ser dado através da comida, suco… E a quantidade geralmente não passa de duas a três gotas.

Com resultados rápidos, a magia com sangue estimula cada vez mais o magista se aprofundar, utilizando-a constantemente – o que pode fazer ele perder controle.

Materialização de Espíritos

Quando se faz necessário “materializar” algum espírito dois itens são de fundamental importância: sangue e incenso.

Comumente praticado nas formas mais tradicionais de goétia, com triangulo e circulo, o magista deve, rodear o triangulo com incensos ou caso use resina, deixa-la queimando no triangulo por cima do sigilo do espírito. O sangue deve ser quente, despejado pelo triangulo enquanto se canta o nome da entidade. O calor é o alimento principal da entidade evocada que deve, se utilizar do mesmo junto a fumaça para dar forma ao seu corpo. O espírito ganha uma forma esfumaçada porem claramente vista por qualquer pessoa que esteja no ambiente.

A natureza do espírito deve se refletir no sacrifício – isso é, seguindo as correspondências do Liber 777, o praticante deve sacrificar um espírito que corresponda a natureza do que ele deseja alcançar. Uma serpente em praticas de luxuria ou maldição, ou um pombo para cura. Durante o sacrifício o animal deve ser ofertado ao espírito em voz clara e audível, determinando que aquela energia deverá ser usada para formar um corpo para o espírito assim como a fumaça do incenso.

Notas do Autor

Reafirmo que esse artigo não visa estimular nenhuma das praticas citadas. Foi feito apenas para desmistificar e esclarecer o como esse tipo de magia é praticado.

A pratica de sacrifício não deve ser um tabu tampouco corriqueira. Existem energias fortíssimas dentro do corpo humano, Crowley categorizava a magia sexual como a mais forte que ele já encontrou, ganhando até mesmo da pratica de sacrifício. Praticantes desse tipo de magia podem ficar obcecados com a força e a potencia dos resultados – e podem cair na ilusão de achar que qualquer magia em que não houver isso, será fraca. É importantíssimo salutar quanto essa questão: magistas devem buscar uma crescente aspiração e desenvolvimento pessoal e se em seu caminho pessoal a pratica se faz necessária, que a mesma não se torne um hábito. Um bom magista deve aprender utilizar varias técnicas de magia e obter sucessos nelas, para que não fique preso a conceitos ou caia em desespero quando faltar os paramentos necessários para um grande ritual.

No mais, a máxima do LöN Plo é sempre valida – antes de procurar magia, procure o bom senso.

por Inkubus

Deixe um comentário

Traducir »