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Setianismo Draconiano: Sendo Opositor para “Tornar-se”

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Dentro do Setianismo Draconiano existe um conceito que é divido em duas partes essenciais. A primeira parte é a natural e cósmica, que é a pré-criada, ordenada e pré- determinada. Essa parte que é a indesejável pelo Magista, geralmente é dita estar sob a ordem de Osíris e Hórus, que estão em harmonia com a tirania cósmica, a deusa cujo nome é Maat.

Maat representa a estagnação, a involução e a estrutura limitada. Nesta existência criada por outro ser (Rá), os adeptos da Maat se encontram felizes por não violarem as leis da ordem cósmica, pois eles devem “seguir a corrente” e sentirem-se confortáveis com todas as outras criaturas de forças externas, permitindo que suas vidas sejam controladas pelo destino cósmico.

Da mesma forma é o Caminho da Mão Direita que não leva a lugar algum além do que já é conhecido por si mesmo e pelos outros.

Portanto, “Tornar-se” é a oposição que o é propósito do Setianismo Draconiano, e a forma de vida na busca através do Caminho da Mão Esquerda.

A segunda parte que é a forma de vida, da qual é o caminho do Magista Setianista, é a eterna força que está em um escandaloso contraste com a natureza e limitação de existência.

Tornar-se (Xeper) significa mover-se conscientemente para longe das condições préditadas e lutar parar tornar-se em todos os níveis/planos para ser sua autocriação, de acordo com sua própria vontade e desejo mágicko.

A fonte dessa vontade de ser sua própria criação e libertação de todos grilhões e fraquezas que nos ligam à criação que não está em harmonia com a nossa própria essência, é chamada na obscura tradição de “Khem Sedjet”.

Khem Sedjet significa “Chama Negra”, e é a vontade de poder, sabedoria e liberdade do Eleito.

A vontade de poder torna-se contínua, e na perspectiva cósmica, não é natural e o leva diretamente para a catártica escuridão do desconhecido.

Portanto o processo de percepção não está em harmonia externamente com Maat e sim com a condução da força motriz de ISFET, que é o impulso anticósmico.

ISFET é o aspecto interno e externo da Chama Negra, e, geralmente, é representada por nós e nosso ídolo e poderoso deus, Set.

Set é o “deus não natural”, que, com suas energias caóticas e obscuras porta revolução e evolução e que, de acordo com a sua força de vontade, Cria e Destrói (Coagula et Solve), sem levar em consideração que ele viola a ordem e leis e estruturas existentes.

Set é a eterna vontade, que se recusa a aceitar qualquer restrição, e por isso é o deus da liberdade, o destruidor de barreiras e o eterno e supremo “Tornar-se”.

“Tornar-se” é um sinônimo do Caminho da Mão Esquerda, do qual é a maior fórmula da alquimia setianista.

Esta alquimia esotérica tem como base transformar algo em nobre, transformando o homem em um deus e o Cosmos em Caos, permitindo assim, “tornar-se” tudo no infinito, atemporal e pandimensional.

O Cosmos é o Cosmos e, portanto morrerá, enquanto o Caos foi o Caos e o Caos há sempre de ser eterno.

Portanto Xeper-I-Set, e então Xeper-I-Apep.

Torne-se um deus, transcenda o Cosmos, em seguida, torne-se um com o Caos eterno, infinito, e prospectivo!

Xeper-I-Khem Sedjet.

Setnakt/Set é Poderoso!

Set é quem os gregos chamavam de Tifão, ele é o terrível e cruel deus do Egito que, de acordo com os registros e escrituras que os arqueólogos têm traduzido, entre outras coisas, é chamado de “O Poderoso Deus (a Pahuti), cuja ira deve ser temida”.

Set também é conhecido como o “Poderoso de Tebas” e “Senhor do Deserto”.

Set é descrito como o terrível e poderoso deus da guerra, que premeia e dá vitória aos fortes que seguem o seu caminho e são fiéis a ele.

Mas ele também é descrito como o deus cruel e implacável que atormentou e destruiu todos os que ousaram ficar em seu caminho.

O ferro é um metal associado a Set, e estava escrito que “Seth-Typhon possuía ossos de ferro”.

Set possui diversas formas simbólicas, tais como: besta (Akhekh), hipopótamo, jacaré, porco negro, burro, tartaruga, leopardo, cobra e dragão.

E enquanto todos os deuses egípcios são como animais, Set é o único Deus, que é definido com uma cabeça de um animal mitológico.

Set também é identificado como o “sol negro, o senhor da escuridão e deus dos assassinos”.

Ele é o rei do deserto e terra estéril, que constantemente luta contra as leis da ordem cósmica da natureza.

Set também é o senhor das tempestades e pesadelos, que com seus poderes de magia negra mergulha os humanos na loucura!

Ao contrário dos outros deuses que não querem uma grande mudança no mundo que eles criaram, Set é o deus que violentamente força a evolução e o desenvolvimento.

Set é o deus que ajuda aqueles que se ajudam, por isso é o deus e exemplo dos fortes.

Set também é o deus do isolamento, solidão e misantropia.

Pois ele é o único deus, que foi atraído para longe do resto dos deuses, deuses cujas fraquezas e tolices fizeram com que fossem inimigos do poderoso Set.

Set é o poderoso e senhor solitário que governa a si mesmo e o seu destino e futuro.

Set é aquele que dilacera e se isola para tornar-se forte e divino!

Set nem sempre foi considerado pelos egípcios como um “deus satânico”, pois antes mesmo que os cultos à Osíris fossem espalhados por todo o Egito (cerca de 4000 aC), Set era oficialmente adorado em uma grande parte do Egito, e haviam muitos grandes e poderosos templos dedicados a ele.

Isto era natural, pois a maior parte do Egito consistia em regiões desérticas, e Set era o senhor do deserto.

Um dos muitos famosos templos dedicados ao Setianismo foi o da cidade Tanis.

Este templo foi utilizado como um ponto focal para canalizar as energias de Set em um de seus aspectos como “O Poderoso Deus da Guerra”.

Durante este período, Set era adorado e glorificado, mesmo que visto como um cruel, violento e sanguinário deus da guerra!

Além disso, haviam muitos faraós e outras pessoas poderosas que abraçavam o nome de Set considerando-o como o deus supremo.

Mas quando o culto de Osíris se espalhou como uma praga no Egito, os aspectos demoníacos e malignos de Set foram se destacando mais e mais.

Pois Set com base em “suas próprias intenções egoístas” matou Osíris e desmembrou o seu cadáver!

Desta forma, os fãs de Osíris usaram a “má reputação” de Set, da mesma forma como os cristãos fizeram milhares de anos depois com Satã.

Isso continuou por muito tempo, mas nem todos os templos setianistas foram destruídos.

Set em sua ira tornou-se inimigo dos egípcios, mas também o deus dos estrangeiros e desconhecidos.

Set ainda é considerado como um deus aterrorizante e poderoso, mas agora sabemos identificar pelos textos que os seus aspectos destrutivos, vieram através do dragão identificado como Apep, que conjuntamente e constantemente lutavam.

Desta forma, Set tornou-se o protótipo de muitas futuras religiões como a “figura do diabo” como, por exemplo, o Satã para o cristianismo!

Fonte: Liber Azerate: O Livro do Caos Colérico.

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Tradução e Adaptação: Zeis Araújo (Inmost Nigredo) Revisão: Gabriela Paiva 2014.

Texto enviado por Ícaro Aron Soares.

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