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Sitra Achra

Sacrifício Humano e Satanismo

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Morbitvs Vividvs

Mais uma vez a história de um sacrifício humano feito por adoradores do diabo ganha espaço nas notícias. A dor que surge daqui apenas os familiares e amigos queridos conhecerão; à eles nosso pesar. Aos demais fica a sensação de que Estupidez ainda é o maior dos pecados. Hoje disponível em diversos sabores para agradar um públicos crescente. Não por acaso mais uma vez a vítima é uma mulher.

Enquanto se discute “o que levou o rapaz a fazer isso” não se discute que o Brasil teve 3,9 mil feminicídios dolosos só em 2022, sem contar os casos de abuso, estupro e violência doméstica que não terminaram e morte. Isso ocorre entre católicos, protestantes e pessoas absolutamente seculares pois o feminicida pode surgir em qualquer bolsão cultural desde mundo que – embora pareça muito diversificado – ainda é dominado pelo discurso de um Deus que tem na submissão feminina uma virtude.

Não estou aqui dizendo que a culpa é de Deus, ele nem existe. Da mesma forma não é do Diabo. Apontar para o céu ou o inferno tentando justificar ou explicar crimes hediondos é apenas uma forma de passar a mão na cabeça do culpado e dizer que ele era apenas vítima desta ou daquela visão de mundo. Mas sim, existem cosmovisões que estimulam racismo, machismo e violência, algumas usam pentagramas outras usam crucifixos. Ao serem identificadas seus responsáveis também deveriam ser enquadrados no Código Penal por incitação ao crime. Não posso falar em nome de outras religiões mas para que não respingue gotas de imundice em quem não merece é preciso – mais uma vez – esclarecer que o satanismo moderno nada tem haver com sacrifícios humanos.

O Brasil possui uma lei bastante tolerante para com o assassinato. Entretanto, mesmo que a soma de crimes cometidos acumule duzentos anos na prisão, a lei estabelece como pena máxima apenas três décadas de cárcere, das quais a maioria dos condenados cumpre em média somente seis anos graças aos diversos benefícios concedidos. Isso sem contar a impunidade nos altos escalões e o perdão judicial para quando segundo o Código Penal Art. 121 § 5o ” as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.” Certamente a própria justiça é leve em casos de sacrifícios, sejam eles rituais ou não.

Contrastando com esta realidade lamentável, os Satanistas consideram a vida na Terra como uma das coisas mais sagradas e assim advogamos o retorno da Lei de Talião, que consiste na justa reciprocidade do crime e da pena: olho por olho, dente por dente.

O Satanismo é a religião da vitalidade e assim como gostaria que o Estado aplicasse os princípios básicos de justiça, também ele como indivíduo jamais atentará contra a vida dos outros. Em hipótese nenhuma um verdadeiro Satanista matará qualquer outro ser vivo ao menos que isso ocorra em legítima defesa ou para saciar a fome. A morte só é vista como lícita quando serve ao propósito maior de defender a vida.

Isso se torna ainda mais certo em relação aos bebês. Ao contrário do que reza a lenda tão pouco jorramos o sangue de recém nascidos nos nossos altares, pois como LaVey muito bem colocou em sua Bíblia Satânica a forma mais pura da existência carnal é a criança que não cresceram o suficiente para condenar a si mesmos seus desejos naturais. Não temos duvidas de que um bebê está mais seguro nos braços de um Satanista do que no colo de um padre.

Diferentemente, portanto de antigas culturas que sacrificavam seres humanos para aplacar a fúria dos deuses, há implícito dentro da filosofia do satanismo moderno o conceito de que não há deus nenhum que mereça uma gota sequer de sangue. Não há deuses a serem acalmados a não ser o nosso próprio Ego, por isso todos os dias realizamos pequenos sacrifícios de diversos tipos a fim de atingirmos fins mais elevados de indulgência.

Mesmo quando usamos um ritual satânico de destruição em nossa defesa contra alguém que tenha injustamente nos causado problemas e sofrimentos não temos nenhuma necessidade de se sacrificar diretamente o alvo de nosso ódio. Simbolicamente a vitima e destruída dentro de um contexto ritual e este feitiço ou praga, em retorno, leva a destruição física, mental ou emocional do sacrificado, que na atual sociedade não pode ser legalmente atribuída ao Satanista.

É claro que paralelamente existem pessoas que usam o Satanismo como escape para seus crimes. Pessoas como estas acreditam que ornar seus recintos com imagens do diabo, portar um pentagrama e se vestir de preto é mais importantes do que aprender a pensar por si próprio e encarar os problemas da vida. Para estes seres sub-humanos existem aqueles seis anos de prisão.

A lei é fraca, mas é a lei.

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