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Sitra Achra

Jogando pérolas aos porcos- Satanomicon

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A mídia cristista, através dos seus livros, revistas, filmes, novelas e publicações em geral, tem construído, nestes dois milênios, toda uma visão estereotipada acerca de Satan.  Por outro lado, alguns conjuntos de death metal, sob inspiração desta mídia, criam letras de música, inspirando a violência gratuita, consumo exacerbado de tóxicos, matança de animais etc., levando o público realmente a crer que está entrando em contacto com a comunidade satânica.

São  atribuídos ao Satanismo os seguintes aspectos:

  • Pacto de sangue com o demônio
  • Caminhada em cima de cacos de vidro para mostrar veneração ao demônio
  • Orgias de sexo e droga
  • Vandalismo efetuados por gangs de adolescentes, que usam símbolos como o número 666 e o pentagrama invertido
  • Violação, furto ou incêndio de igrejas e cemitérios
  • Suicídio de adolescentes
  • Abuso infantil
  • Seqüestro
  • Estupro
  • Mutilação e sacrifício de animais
  • Assassinato
  • Sacrifício humano

Eu me pergunto: qualquer destas atividades traz algum proveito ao ser humano? É claro que não! Trazem como resultado o manicômio, a cadeia ou o cemitério. O Satanismo verdadeiro se abstém de coisas deste tipo. As escolas principais do Satanismo, a Igreja de Satan e o Templo de Set, denunciam claramente as atividades criminosas com imenso desprezo; a pessoa nunca vai encontrar tais idéias no seio destas organizações. Pelo contrário, qualquer atividade ilícita é imediatamente denunciada, ao invés dos cultos divinos que inúmeras vezes acobertam os seus líderes, sob a idéia de que a Deus cabe o castigo, e não à justiça humana.

Os grupos que cometem essas práticas infames são, de fato, pseudo-satanistas e o credo básico destes imbecis resume-se na assumpção de que o Diabo é a personificação do mal absoluto, sendo portanto, recompensados na exata proporção do ato perpetrado. Assim, o servilismo, que é a marca registrada das religiões abraâmicas é repetido por tais grupos, mudando-se apenas o rótulo.

Uma vez que as organizações satânicas são aceitas até mesmo pelas forças armadas americanas, por exemplo um soldado pode ter um rito fúnebre satanista em caso de seu falecimento, houve uma reação pelos acólitos da luz divina.

 

A década de 80 foi assolada pelo que se convencionou chamar de O Pânico Satânico. Fundamentalistas cristãos americanos espalharam que havia uma imensa organização satânica secreta, com milhões de participantes, responsável por crimes como tortura e mutilação de animais, pornografia e abuso infantil, seqüestro infantil e assassínio ritualístico de crianças. Há mesmo várias etapas neste ritual, mas nem sequer vale a tinta gasta em descrevê-lo. A conseqüência é que a propagação pela mídia quase acarretou uma histeria coletiva.

Kenneth V. Lanning é um agente especial supervisor na academia do FBI situado em Virgínia, que tem combatido os crimes sexuais infantis desde 1981, trabalhando hoje como consultor para diversas forças policiais. Ele começou a ouvir sobre o ritual de abuso satânico em 1983, procedendo a uma investigação profunda e minuciosa sobre o mesmo. Lanning define o assassinato satânico como aquele cometido por dois ou mais indivíduos que racionalmente planejam o crime e cuja motivação primária é efetuar um ritual satânico prescrito para o assassínio. Usando esta definição, ele foi INCAPAZ de identificar pelo menos um assassinato satânico documentado nos EUA, mesmo gastando parcialmente 7 anos e usando totalmente 11 anos do seu tempo pesquisando na área da vitimização infantil, fato este que o levou a ser considerado um satanista infiltrado no FBI por vários líderes religiosos.

O problema é que, se um grupo passa a admitir a realização de um sacrifício humano, como o do Charles Manson, não vai durar muito tempo, porque alguém do grupo, o chamado elo fraco da corrente, será incapaz de cometer o ato, ou de manter segredo sobre o mesmo. Além disso, a polícia não é idiota, cedo ou tarde vai colocar as mãos nos criminosos. É difícil entender que, quanto maior o número de participantes, mais difícil se torna conspirar para cometer um crime?

Segundo Lanning, “Um grande potencial de abuso existe para quaisquer crianças criadas num grupo isolado da sociedade, principalmente se o grupo tem um líder carismático, cujas ordens são inquestionáveis e cegamente obedecidas pelos seus membros. Sexo, dinheiro e poder são freqüentemente as motivações principais dos líderes destes cultos. Por que não rotular os crimes cometidos por protestantes, católicos e judeus da mesma forma? As atrocidades de Jim Jones na Güiana são crimes cristãos? Alguns podem considerar que o crime foi cometido numa data satânica, como o Halloween, ou que o criminoso ouviu Satan mandando cometer o crime. Qual é então o significado dos crimes cometidos no Natal ou Páscoa?  O que dizer do criminoso que ouviu Deus dizendo para fazê-lo?”

Como classificar, então, estes crimes?

  • Os pais se recusam a enviar seus filhos a uma escola porque estão esperando a segunda vinda de Cristo
  • Os pais espancam seu filho até a morte porque ele não segue a sua crença religiosa
  • Os pais violam os direitos infantis porque eles acreditam que a Bíblia o requer
  • Indivíduos explodem uma clínica de aborto ou seqüestram o médico porque seu sistema religioso diz que o aborto é assassinato
  • Os pais recusam uma transfusão de sangue para o filho, como forma de tratamento, por causa da sua crença religiosa
  •  Os pais matam de fome ou espancam o seu filho até a morte porque o clérigo disse que ele estava possuído por espíritos malignos

O elemento comum a esses rituais é a natureza psicótica do agressor. Um crime pode ser cometido porque uma voz mandou o agressor cumprir uma “missão divina”. Até mesmo a mutilação dos órgãos sexuais do bebê para um ritual sádico de prazer é considerado crime, enquanto a circuncisão dos genitais do bebê, pelos judeus, não é considerado. Lanning assere que, se as “pessoas cometem abusos infantis como parte de seu sistema religioso de crença, isto ainda significa que a vasta maioria das crianças vitimadas foram abusadas pelos cristãos”.

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