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Bruxaria e Paganismo

Os Simbolismos do Sabá das Bruxas

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Por Kelden

O Sabá das Bruxas, como é entendido dentro da Bruxaria Tradicional, é uma reunião sobrenatural de praticantes e espíritos. O Sabá é um evento que está enraizado em um corpo rico e profundamente complexo de história e folclore pertencentes às bruxas e seus compatriotas nas artes da feitiçaria. Como praticantes modernos, muitas vezes olhamos para essa história e folclore para informar e inspirar nossa Arte. Ao fazer isso, descobrimos uma infinidade de iconografias comuns entre os relatos do Sabá das Bruxas. E, após uma inspeção mais detalhada, esses símbolos revelam poderosos insights espirituais. Abaixo, você encontrará apenas alguns desses motivos sabáticos.

O VOO:

A fim de chegar aos seus Sabás noturnos, as bruxas acusadas da história e as encontradas no folclore costumavam voar. Seja montado em um cabo de vassoura, um forcado ou algum animal, a Bruxa voando em um céu escuro é uma peça da iconografia do Sabá de longa duração. Era muitas vezes a fonte de debate entre autoridades eruditas e perseguidores se o poder de transvecção, isto é, de voar das bruxas ocorria fisicamente ou em forma de espírito. Mas a natureza exata do voo não importa no nível simbólico, pois ambas as formas (física e espiritual) contêm os mesmos significados centrais. Tanto o voo físico quanto o espiritual exigem que a Bruxa seja liberada da restrição, sendo a primeira as leis gravitacionais e a última o corpo humano. Assim, a Bruxa se desprende de seu corpo mortal para literalmente ascender em suas circunstâncias. Eles se elevam acima do solo e em um reino de liberdade e empoderamento.

OS TOPOS DAS MONTANHAS:

Existem muitos locais citados para o Sabá das Bruxas dentro do folclore, mas um dos mais populares foi o topo das montanhas. Em áreas como a Rússia e a Polônia, esses locais eram comumente chamados de montanhas “carecas”, observando o fato de que nenhuma vegetação crescia em seu cume. É fácil ver como os topos das montanhas seriam um local ideal para o Sabá, pois provavelmente seriam isolados e facilmente acessíveis por meio de voo (ligando ainda mais ao simbolismo de elevar-se acima das circunstâncias). Além da privacidade, porém, os topos das montanhas tinham o benefício adicional de serem um espaço liminar. Existindo entre o solo abaixo e o céu acima, as montanhas têm a capacidade de atuar como portas para o Outro Mundo. Como o Sabá das Bruxas em si é um evento do Outro Mundo, tê-lo ocorrendo em um local tão liminar seria bastante vantajoso.

A FOGUEIRA:

Central para o terreno do Sabá em várias narrativas é uma grande e ardente fogueira. Como as chamas roubadas de Prometeu, o fogo presente no Sabá simboliza a sabedoria e a inspiração divinas. A luz da fogueira oferece iluminação literal e metafórica para as bruxas presentes. O fogo, como repositório de força espiritual e magia, desperta paixão nos corações das Bruxas presentes e encoraja seus corpos a se renderem ao êxtase do Sabá. Além disso, o simbolismo do fogo do Sabá é refletido pela chama que, em algumas descrições, arde entre os chifres do Diabo. Essa luz entre os chifres, como é frequentemente chamada pelos praticantes modernos, é o próprio dom do poder de bruxaria que o Homem de Preto concede a seus seguidores.

O HOMEM DE PRETO:

O enigmático Homem de Preto é o líder oficial do Sabá das Bruxas. O título “Homem de Preto” é uma referência às roupas pretas ou escuras que ele costuma usar. Sob seu exterior sombrio, o Homem de Preto é o próprio Diabo. No entanto, como tal, este Diabo das Bruxas se destaca no folclore como sendo bem diferente do Satã teológico. Em vez de ser um espírito do puro mal, o Homem de Preto é muito mais sutil e complicado do que uma distinção moral binária. Enquanto ele certamente pode parecer abertamente cruel e inconstante às vezes, ele é aquele que se posiciona como iniciador nos caminhos da Bruxaria. Através dos testes e provações do Homem de Preto, aqueles que precisam encontram-se encantados e empoderados. Por sua mão, seriam as Bruxas guiadas pelo caminho tortuoso e ensinadas a arte do Ofício.

O COVEN:

Juntas, as bruxas individuais presentes no Sabá formam o coven coletivo. O número de Bruxas no Sabá e, portanto, do grupo do coven, varia muito de um relato para outro. Em alguns casos, o coven é tão pequeno quanto três, enquanto em outros o número de Bruxas chega às centenas. O coven representa a comunidade, a união dos desprivilegiados para apoiar uns aos outros. Embora existam alguns relatos de dissensão dentro de covens, muitas vezes baseados em status socioeconômico, a maioria fala de grupos que parecem ter trabalhado bem juntos. Dado o status de forasteiro de muitos dos acusados, o coven provavelmente forneceria uma sensação de acolhimento para aqueles que, de outra forma, estariam isolados.

OS BONECOS:

Atos de magia realizados no Sabá eram tipicamente para propósitos maléficos ou prejudiciais. Muitas vezes, esses rituais tinham a intenção de causar danos a inimigos percebidos – fossem eles inimigos do Diabo, da Bruxa individual ou de todo o coven. Uma forma de cumprir esses objetivos foi através da criação e implementação de bonecos. Esses bonecos eram feitos à imagem do alvo e depois presos com espinhos ou assados lentamente no fogo, causando a destruição tanto do boneco quanto do inimigo. representado. Dada a natureza desprivilegiada de muitos dos acusados, não era incomum que eles sofressem abusos frequentes nas mãos de sua comunidade. Como tal, os bonecos feitos à semelhança desses inimigos podem ser vistos como representações tanto da justiça quanto da vingança magicamente induzidas.

A DANÇA CIRCULAR:

Em uma nota mais festiva, o Sabá das Bruxas também era um lugar para grandes danças. Girando em puro êxtase, dizia-se que as bruxas dançavam em um ringue de costas uma para a outra. Às vezes, postulava-se que as bruxas dançavam dessa maneira para não ver o rosto umas das outras, para que não reconhecessem as identidades de seus companheiros de coven. No entanto, além da necessidade do anonimato, há um rico simbolismo presente nas danças do ringue que não deve ser esquecido. Virados para fora com os braços unidos, eles se moviam no sentido anti-horário. Ao fazer isso, as bruxas estavam circulando contra o sol e, portanto, contra a luz de Deus. Essas rondas sintrais levaram o coven a um lugar de escuridão extática no qual a centelha paradoxal da iluminação e liberdade divinas poderia ser encontrada.

O BANQUETE:

Outra característica comum do Sabá das Bruxas eram os banquetes encabeçados pelo Diabo. Às vezes, esses banquetes eram suntuosos, com abundância de comida e bebida. Como um lugar oposto à realidade mundana, a inclusão de banquetes abundantes no Sabá faz sentido, dada a pobreza que muitos enfrentaram durante a época dos julgamentos das bruxas na Europa e nas primeiras colônias americanas (aproximadamente entre os séculos XV e XVII). Além disso, o banquete do Sabá representa uma comunhão espiritual entre as Bruxas e o Diabo, ou mais amplamente com o Outro Mundo como um todo. Muitas vezes, o Diabo fornecia provisões para o Sabá, mas outras vezes as bruxas traziam sua própria comida e bebida – que normalmente furtavam dos vizinhos. A troca e a partilha que ocorrem durante estas refeições é uma simbiose mística em que se alcança uma profunda realização espiritual.

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Fonte: Symbolism of the Witches’ Sabbath, by Kelden.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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