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Pacto em Eliphas Levi – Dossiê Pacto com o Diabo

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O ocultista Eliphas Levi, em Dogma e Ritual da Alta Magia, desaconselha, despreza e até ridiculariza práticas de magia negra encluindo o Pacto com Diabo. Não obstante, inclui em sua mais famosa obra comentário e descrição deste tipo de Pacto nos seguintes termos:

Os evocadores do diabo devem, antes de tudo, ser da religião que admite um diabo criador e rival de Deus. Eis como procederá um firme crente na religião do diabo, para corresponder-se com seu pseudo-deus (falso-deus).

[Em primeiro lugar Levi deixa claro que qualquer “diabo” é uma criação do operado, entidade composta de fluidos astrais provenientes das próprias emanações energéticas sutis do magista]

Aquele que afirma o diabo, cria ou faz o diabo. Para ser bem sucedido nas e vocações infernais, é preciso ter:

1º – Uma teimosia invencível

2º – Uma consciência ao mesmo tempo endurecida

no crime e muito acessível ao remorso e ao medo.

3º – Uma ignorância parente ou natural.

4º – Uma fé cega em tudo o que não é crível.

5º – Uma idéia completamente falsa de Deus. (LEVI, 1995)

Eliphas Levi destaca a necessidade de renegar a Deus posto que o Diabo é o principal adversário do Criador. A fim de efetivar esse ato de rejeição, o autor enumera complexos procedimentos tais como:

1. PROFANAR as cerimônias do culto ou religião de origem e desrespeitar seus símbolos sagrados.

2. JEJUM: durante quine dias fazer somente uma refeição, sem sal e depois do crepúsculo: “esta refeição será de pão preto e sangue temperados com molho, também sem sal, de favas pretas, ervas leitosas e narcóticas.

3. EMBEBEDAR-SE: A cada cinco dias, depois do crepúsculo, além da refeição, é preciso embebedar-se com vinho preparado com uma INFUSÃO feita com 5 cabeças de papoulas negras e cinco onças de linhaça triturada. Deixa-se descansar por cinco horas. A mistura deve, então, ser coada em uma toalha que tenha sido feita [ou que pertença a uma] por uma mulher, de preferência, prostituta.

4. DIAS DA EVOCAÇÃO: Os dias propícios para a evocação do demônio são: na noite de segunda para terça-feira OU na virada entre a sexta-feira e o sábado.

3. LOCAL DA EVOCAÇÃO: “É preciso procurar um lugar solitário e assombrado, tal como um cemitério freqüentado por maus espíritos, uma ruína temida, no campo, os fundos de um convento abandonado, o lugar onde foi cometido um assassinato, um altar druídico ou um antigo templo pagão.”

(LEVI, 1995 – p 346)

3. VESTIMENTA: É preciso prover-se de uma roupa preta, sem costuras e sem manchas; um gorro ou capuz em tom de chumbo ornamentado com os signos da Lua, Vênus e Saturno. O mago negro deve também providenciar:

3. OBJETOS E ACESSÓRIOS

– 02 velas de sebo humano colocadas em candelabros de madeira negra cortados em forma de crescente lunar. (Implica acesso a uma vítima humana, um morto recente.)

– 02 coroas de Verbena.

– 01 ou A espada mágica, de cabo preto.

– 01 ou A forquilha mágica.

– 01 fogareiro tripé (três pés)

– Um vaso de cobre contendo o sangue da vítima (de quem se extraiu o sebo).

– PERFUMES: Os perfumes são preparados para queima no fogareiro que fica no altar do círculo mágico. Na invocação do Demo, o operador deve levar uma caixa contendo incensos de cânfora, aloés, ambar-pardo e estorague, misturados e homogeneizados com sangue de bode, sangue de poupa e sangue de morcego.

– 04 cravos tirados do caixão de um supliciado.

– CABEÇA DE UM GATO PRETO alimentado com carne humana durante cinco dias.

– Um MORCEGO morto por afogamento em sangue.

– Os chifres de um bode que tenha sido seviciado pelo operador (!!!)

– O crânio de um parricida.

– A pele da vítima imolada, que forneceu sangue e sebo.

Assim paramentado e e portando os objetos listados acima e estando no local, data e hora apropriados o operador, sozinho ou acompanhado de dois assistentes, deverá traçar o círculo mágico com a ponta da espada deixando uma ruptura ou “ponto de saída”. A pele da vítima, cortada em faixas, devera ser disposta ao longo do círculo, formando um segundo círculo que será fixado com os quatro cravos do caixão de um supliciado.

DENTRO DO CÍRCULO, deverá ser traçado, também com a espada, um triângulo eqüilátero. Este triângulo deverá ser pigmentado com o sangue da vítima. O fogareiro deve ser colocado no vértice do triângulo qu estará voltado para o Norte. Na BASE DO TRIÂNGULO, serão traçados três círculos, que demarcam o lugar onde deve ficar o operador (no centro) e seus assistentes. Com o próprio sangue, atrás do seu círculo, o operador deverá traçar, o símbolo de Constantino – que é um grande “P” com o traço vertical cortado por um “X” (ver figura acima).

NOS pontos marcados pelos quatro cravos (pregos), fora do círculo, são colocados: a cabeça do gato, o crânio humano, os chifres do bode e o morcego. Tais objetos devem ser aspergidos com osangue da vítima. Depois, acende-se o fogo usando ramos de amieiro e cipestre. As duas velas são colocadas à direita e esquerda do operador, no centro das coroas de Verbena. Feito TUDO ISSO! o operador pronunciará as fórmulas de evocação, que são várias. Por exemplo, a Evocação do Grande Grimório Dragão Vermelho:

Per Adonai Elohim, Adonai Jeova, Adonai Sabaoth, Metraton On Agla Adonai Mathom, vérbum pythónicum, mistérium salamándrae, convéntus sylphórum, antra gnomórum, doemónia Coeli Gad, Almousin, Gibor, Jehosua, Evam, Zariatnatmik – Veni, veni, veni!!!

A “receita” indicada por Eliphas Levi, embora pareça algo inventado pelo pesquisador, de fato, está registrada em inúmeros livros de magia negra, os Grimórios ou Engrimanços, manuais repletos de fórmulas espetaculares e de difícil execução. Nos dias atuais estas dificuldades são ainda maiores no que diz respeito à obtenção da maior parte dos “ingredientes”. Fica claro que um mago negro é alguém que tem de ser pervertido o suficiente para se permitir a prática das mais exóticas e inumanas aberrações e seu primeiro passo é tornar-se um assassino, posto que precisa de uma vítima humana para obter boa parte dos materiais que o pacto exige.

Supondo que este mago negro suje suas mãos cometendo o homicídio, ainda assim terá um exaustivo trabalho para conseguir elementos como gato, morcego, chifres de bode seviciado e o crânio de um parricida, coisa complicada porque não há parricidas mortos e conhecidos em pencas por aí. A execução de uma “fórmula” como essa é tão complexa e arriscada que antes convida a desistir e esquecer uma empreitada que, se não fosse tão macabra, seria certamente a página apoteótica de uma crônica da “Magia Ridícula” e não é de admirar que o Diabo apareça para quem se preste a produção deste “espetáculo”; afinal, alguém que faz tais coisas, se não é louco, é quase; e a loucura pode engendrar todo tipo de alucinação inclusive a ilusão perfeita de uma visão de Satanás.

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