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Secretum Secretorum

Grau III – Iniciação ao Hermetismo

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Conhecer, Ousar, Querer a Calar são os quatro pilares principais do templo de Salomão, portanto do macro a do microcosmo sobre os quais foi erigida a sagrada ciência da magia. Relativa­mente aos quatro elementos, são estas as características básicas que todo mago deve possuir se quiser alcançar o grau mais elevado desta ciência.

O saber mágico pode ser adquirido por qualquer um através de um estudo intenso, e o conhecimento de suas leis possibilita ao aprendiz alcançar, gradativamente, o estágio mais elevado da sabedoria.

Querer: É um aspecto da vontade que só pode ser alcançado com tenacidade, paciência a persistência no estudo da ciência sagrada a na sua aplicação prática. Quem pretende não só satisfazer sua curiosidade, mas levar a sério o seu estudo a escalar o caminho que o levará às mais luminosas alturas, precisará dispor de uma vontade inquebrantável.

Ousar: Quem não teme sacrifícios nem obstáculos, a também não dá atenção às opiniões dos outros, mas mantém o objetivo sempre à sua frente sem se importar se terá sucesso ou fracassará, receberá a melhor das recompensas.

Calar: Quem gosta de se gabar a se promover exibindo sua sabedoria, não poderá nunca ser um verdadeiro mago. Um mago não precisa assumir ares de autoridade, muito pelo contrário, ele se esforça em não aparecer. Calar é ouro! Quanto mais ele se calar sobre as próprias experiências a conhecimentos, sem se isolar das outras pessoas, tanto mais poderes ele obterá da fonte primordial. Portanto, quem quiser obter o conhecimento e a sabedoria deverá empenhar-se em adotar essas quatro qualidades básicas, sem as quais ninguém conseguirá alcançar as coisas essenciais da magia sagrada.

  • Instrução Mágíca do Espírito (III)

Concentração do pensamento em duas ou três idéias simultaneamente

No segundo grau nós aprendemos a praticar a concentração dos sentidos, isto é, a induzirmos a concentração de cada um de nossos sentidos. Nesse grau nós ampliaremos nossa capacidade de concentração, na medida em que nos fixaremos não só em um único sentido, mas em dois ou três simultaneamente. Eu gostaria de mostrar aqui alguns exemplos, através dos quais o próprio aprendiz poderá organizar o seu trabalho. Imagine plasticamente um relógio de parede com um pêndulo que vai a vem. A representação imaginária deve ser tão real a ponto de se achar que existe de fato um relógio na parede. Ao mesmo tempo experimente ouvir o seu tic-tac. Tente fixar essa dupla imaginação, da visão a da audição, durante cinco minutos. No início você só conseguirá fazê-lo durante alguns segundos, mas com a repetição constante você conseguirá fixá-las por mais tempo.

A prática cria o mestre! Repita essa experiência com algum outro objeto semelhante, talvez um gongo, a além de tentar ouvir os seus golpes, tente também ver a pessoa que o está golpeando. Depois tente ver um regato a ouvir o murmúrio das águas. Imagine um campo de trigo a tente ouvir o som do vento que o varre. Para variar, tente montar sozinho algumas experiências semelhantes, que considerem dois ou até três sentidos ao mesmo tempo. Outras experiências com imaginações visuais ou auditivas também podem ser feitas, considerando-se por exemplo a visão e a sensação do toque (tato). Todos os sentidos devem ser desenvolvidos de modo vital e concentrativo.

Deve-se conferir um valor especial à visão, à audição a ao tato, que são muito importantes para qualquer Progresso na magia. Volto sempre a enfatizar o grande significado desses exercícios para o progresso em todo o caminho mágico; é por isso que devemos praticá-los todos os dias com perseverança. Quando conseguirmos fixar simultaneamente duas ou três concentrações de sentidos por no mínimo cinco minutos, então o exercício estará completo. Se o cansaço interferir no exercício, devemos interrompe-lo a adiá-lo para um momento mais propício, quando o espírito estiver mais alerta. Além disso devemos evitar adormecer durante a prática do exercício. Sabe-se que as primeiras horas da manhã são as mais propícias para os trabalhos de concentração.

Depois de alcançar um certo grau de concentração nesses exercícios, fixando dois ou três sentidos ao mesmo tempo por no mínimo cinco minutos, podemos prosseguir.

Concentração do pensamento em objetos, paisagens e lugares

Escolha novamente uma posição confortável como nos outros trabalhos de concentração. Feche os olhos a imagine plasticamente um lugar bem familiar, como por exemplo uma região, uma casa, uma relva, um jardim, um campo, um bosque, etc. Fixe essa imagem. Todos os detalhes, como cor, luz a forma devem ser memorizados. A imagem deve ser muito palpável plasticamente, como se você estivesse pessoalmente naquele local; nada deve escapar-lhe ou ser omitido. Se a imagem lhe fugir do pensamento ou ficar embaçada, chame-a de volta tornando-a nítida novamente. O exercício estará completo quando você conseguir fixar a manter a imagem plástica na mente por no mínimo cinco minutos.

Então experimente acrescentar à mesma imagem uma concentração auditiva. Caso você tenha imaginado um belo bosque, então ouça o canto dos pássaros, o murmúrio do regato, o soprar do vento, o zumbido das abelhas, etc. Ao conseguir isso, passe para a próxima imagem, de modo semelhante. O exercício estará completo quando você conseguir imaginar cada local, região ou paisagem com dois ou três sentidos simultaneamente, durante no mínimo cinco minutos. Ao alcançar esse grau de concentração, tente realizar esses mesmos exercícios com os olhos abertos, fixando o olhar num ponto determinado ou no vazio. O ambiente físico ao redor deve deixar de existir para você, e a imagem escolhida deve flutuar diante de seus olhos como uma miragem. Ao conseguir fixar uma imagem pelo tempo de cinco minutos, passe para a próxima.

O exercício pode ser considerado completo quando você conseguir chamar qualquer imagem desejada, com os olhos abertos, a fixá-la durante cinco minutos junto com um ou mais sentidos diferentes. Assim como as imagens de um acontecimento que passam diante de nós depois da leitura de um romance, essas imagens também deverão ser visualizadas em qualquer exercício de concentração.

Aprendemos a imaginar regiões a lugares que já vimos antes ou que já conhecemos. Agora devemos então tentar visualizar locais a regiões imaginários, Le., que nunca vimos antes. No início podemos até fazê-lo com os olhos fechados, a ao dominarmos essa técnica, com dois ou três sentidos ao mesmo tempo ao longo de cinco minutos, com os olhos abertos. O exercício estará completo quando conseguirmos fixar essa imaginação com os olhos abertos durante cinco minutos.

Concentração do pensamento em animais e pessoas

Dos objetos inanimados, locais, regiões, casas a bosques passaremos aos entes vivos. Imaginemos diversos animais como cães, gatos, pássaros, cavalos, vacas, bezerros, galinhas, tão plasticamente quanto na concentração dos objetos. Inicialmente durante cinco minutos com os olhos fechados, a depois com os olhos abertos. Dominado esse exercício, devemos imaginar os animais em seus movimentos: um gatinho se lavando, caçando um camundongo, bebendo leite; um cão latindo, correndo; um pássaro voando, bicando a comida no chão, etc. Estas a outras combinações semelhantes devem ser escolhidas à vontade pelo aluno, primeiro com os olhos fechados a depois com eles abertos. Ao conseguir­mos fazê-lo durante cinco minutos sem perturbações, então o exercício estará completo, a poderemos passar adiante.

Do mesmo modo devemos proceder quanto aos seres humanos. Primeiro os amigos, parentes, conhecidos, falecidos, a depois pessoas estranhas que nunca vimos antes. Depois imaginemos as feições de seus rostos, a cabeça toda, a por último o corpo inteiro coberto pela roupa. Sempre primeiro com os olhos fechados a de­pois com os olhos abertos. A duração mínima de cinco minutos deve ser alcançada antes de continuarmos, imaginando as pessoas em movimento, portanto, andando, trabalhando a falando. Fazendo isso com um dos sentidos, por exemplo, a visão, devemos combiná-lo com outro, que pode ser a audição, ou a imaginação auditiva; assim ao imaginarmos a voz da pessoa, devemos ouvi-la falando. Deve­mos nos esforçar em adaptar a imaginação à realidade, por exemplo imaginar a tonalidade, a velocidade e o ritmo da fala real da pessoa em questão. Primeiro com os olhos fechados, depois com eles abertos.

Poderemos então dar prosseguimento a esse exercício imaginando pessoas totalmente desconhecidas a inventando diversas feições a vozes para elas. Podem ser pessoas de ambos os sexos e diversas idades.

Imaginemos pessoas de outras raças, mulheres a homens, jovens a velhos, crianças, como por exemplo, indianos, negros, chineses, japoneses. Como meios auxiliares podemos usar livros a revistas ilustradas, assim como fazer visitas aos museus. Depois de alcançarmos o objetivo de fixar a imagem durante cinco minutos com os olhos fechados a também com eles abertos, a instrução mágica do espírito, do terceiro grau, estará completa.

Em todos os exercícios devemos ter muita paciência, perseverança, constância e tenacidade, para dominar os mais difíceis. Aqueles alunos que conseguem dispender o esforço exigido, ficarão muito satisfeitos com as forças obtidas através dos exercícios de concentração e poderão aprofundá-las no grau seguinte. Os exercícios de concentração dessa etapa fortalecem não só a força de vontade e a capa­cidade de concentração, mas todas as forças em conjunto, intelectuais a espirituais, despertam a capacidade mágica do espírito e são imprescindíveis como pré-exercício para a transmissão do pensamento, a telepatia, a viagem mental, a clarividência, a vidência à distância a outros. Sem essas capacidades o futuro mago não progredirá. Por isso, devemos empenhar todos os nossos esforços em trabalhar com cuidado a constância.

  • Instrução Mágica da Alma (III)

Antes de iniciar a instrução desse grau, para que não nos prejudiquemos devemos ter certeza de que em nossa alma prevalece o equilíbrio astral dos elementos, o que pode ser obtido pela introspecção e o auto-domínio. Diante da certeza de não haver nenhum elemento predominante, devemos, no decurso da evolução, continuar a trabalhar no aperfeiçoamento do caráter; mas mesmo assim, já podemos passar ao trabalho com os elementos, no corpo astral.

Respiração dos Elementos no Corpo Inteiro

Nessa etapa, a tarefa é a adequação de si mesmo às características básicas dos elementos, tomando-os predominantes ou neutralizando-os novamente. Já conhecemos a teoria dos efeitos dos elementos a conectaremos a ela a prática, como segue:

a) fogo

O fogo, com sua expansão ou dilatação em todas as direções possui como característica específica o calor, por isso ele tem a forma esférica. Portanto devemos adequar-nos sobretudo a essa característica, de acordo com a nossa constatação, a sermos capa­zes de evocá-la a qualquer momento, na alma a no corpo. No do­mínio do corpo escolhemos uma posição na qual podemos permanecer confortavelmente a sem perturbações. Os hindus chamam essa posição de asana. Para fins elucidativos, daqui em diante nós também usaremos essa expressão. Portanto, assuma essa posição­asana, a pense no ponto central do elemento fogo que envolve todo o Universo, de forma esférica. Imagine que tudo à sua volta, inclusive todo o Universo, é feito de fogo. Então comece a inspirar esse elemento com o nariz a com todo o corpo (respiração pelos poros) ao mesmo tempo; respire regular a profundamente sem pressionar o ar ou forçar o pulmão. O corpo material denso e o corpo astral devem assemelhar-se a um recipiente vazio no qual o elemento é inspirado, ou melhor, absorvido, a cada inspiração. A cada inspiração o calor do elemento deve ser aumentado a comprimido no corpo, tomando-se cada vez mais incandescente. O calor e a força de expansão devem ser cada vez mais fortes e a pressão ígnea cada vez maior, até finalmente nos sentirmos totalmente incandescentes e ardendo em fogo. Todo o processo de inspiração do elemento ígneo através do corpo inteiro é naturalmente só imaginário, a deve ser realizado em conjunto com a imaginação plástica do elemento. No início devemos fazer sete inspirações do elemento fogo, acrescentando mais uma a cada novo exercício. Em média, são suficientes 20 ou 30 inspirações. Só os alunos mais fortes fisicamente e com maior força de vontade conseguirão superar esse limite. Para não ter que contar o número de inspirações devemos usar o cor­dão de contas ou de nós, passando um nó ou uma conta adiante a cada nova inspiração. No começo o calor imaginado é sentido só pela alma, mas a cada nova experiência a incandescência torna-se mais perceptível, tanto na alma quanto no corpo; ela pode aumentar a temperatura de seu corpo (eventualmente provocando a transpiração) até ao nível da febre. Se enquanto isso o aluno tiver estabelecido o equilíbrio dos elementos na alma, então essa acumulação de um elemento no corpo não provocará maiores danos.

Depois de finalizar o exercício da acumulação imaginária do elemento fogo, devemos sentir a sua força de incandescência a de expansão a treinar a seqüência inversa, inspirando normalmente pela boca, a expirando tanto pela boca quanto pelo corpo todo (expiração pelos poros), jogando o elemento fogo de volta ao Universo. Essas respirações para a expiração do elemento devem ser feitas com a mesma freqüência com que foram feitas as respirações anteriores, para a sua inspiração. Se naquele caso começamos com sete respirações, então neste também devemos realizar sete respirações para expirar o elemento. Isso é muito importante, porque depois do exercício o aluno deve ter a sensação de que não sobrou nem um pedacinho de elemento nele, e a sensação de calor também deve desaparecer totalmente. Por isso é aconselhável usarmos o cordão de contas ou de nós para a contagem, tanto da inspiração quanto da expiração. Os exercícios devem ser realizados primeiro com os olhos fechados, a depois com eles abertos. A pesquisadora a viajante Alexandra David-Neel, que estudou e conheceu bem os costumes do Tibet, descreveu em seus livros uma experiência semelhante chamada Tumo, supostamente realizada pelos lamas, mas que não é muito adequada à prática pelos europeus, a não deve ser recomendada aos alunos de magia.

No Oriente existem iniciados que praticam esse tipo de exercício (chamado de Sadhana) durante anos a materializam o elemento fogo de tal forma que conseguem até andar nus a descalços mesmo nas estações mais frias do ano sem sentirem o efeito do frio, conseguindo secar com o calor do próprio corpo os panos molhados que os envolvem. Através da acumulação do elemento fogo eles conseguem influir no ambiente que os cerca a com isso diretamente na natureza, derretendo a neve e o gelo que estão a metros, ou até a quilômetros de distância à sua volta. Esses e outros fenômenos semelhantes também podem ser provocados por um europeu, se ele se dispor a gastar o tempo necessário para o treinamento. Mas para a nossa evolução mágica é necessário do­minarmos não só um elemento, mas todos eles, o que seria o correto do ponto de vista mágico.

b) ar

Agora seguem-se os exercícios do elemento ar, que devem ser realizados do mesmo modo que os do elemento fogo, só que com a imaginação de uma sensação diferente. Coloque-se na mesma posição confortável do corpo, feche os olhos a imagine encontrar-se no meio de um espaço aéreo que preencha todo o Universo. Nada do que estiver em volta deve ser considerado, e não deve existir nada para você além desse espaço pleno de ar que envolve todo o Universo. Você deverá inspirar esse elemento aéreo para o recipiente vazio da alma a do corpo material denso através da respiração total do corpo (pelos poros a pelos pulmões). A cada respiração o corpo todo vai sendo preenchido com mais ar. Você deve fixar a imaginação de que a cada respiração o seu corpo se preenche de ar de tal forma a parecer um balão. Ao mesmo tempo imagine que seu corpo vai se tornando cada vez mais leve, tão leve quanto o próprio ar; a sensação de leveza deve ser tão intensa a ponto de você mesmo não sentir mais o próprio corpo. Do mesmo modo que no exercício do ele­mento fogo, o do elemento ar deve ser iniciado com sete inspirações a expirações cada. Depois de concluído o exercício deve­mos ter novamente a sensação de que não sobrou nada do ele­mento ar em nosso corpo, a que nos sentimos tão normais quanto antes do exercício. Para não precisar contar, podemos usar novamente o cordão de nós ou de contas. De um exercício a outro devemos aumentar o número de inspirações a expirações, mas sem ultrapassar o número quarenta.

Através do treinamento constante, alguns iniciados conseguem até levitar, andar sobre a superfície da água, flutuar no ar, deslocar o corpo, etc., principalmente quando o iniciado se concentra em um único elemento. Mas nós magos não nos satisfaze­mos com fenômenos unilaterais, pois não é esse nosso objetivo. Nossa vontade é penetrar mais profundamente na sua descoberta e seu domínio para evoluirmos cada vez mais.

c) água

Segue-se a descrição da prática com o elemento água. Assuma novamente aquela posição habitual do corpo, feche os olhos e esqueça todo o ambiente ao redor. Imagine que todo o Universo se parece ao oceano infinito a que você se encontra em seu ponto central. Com cada respiração de corpo inteiro, o seu corpo se preenche com esse elemento. Você deve sentir o frio da água em todo o corpo, a quando ele estiver cheio do elemento, depois de sete inspirações, então expire-o por sete vezes. Em cada expiração você deverá eliminar esse elemento água do corpo, de modo que na última delas não sobre mais nada. Nesse caso também o cordão de nós ou de contas lhe será muito útil. A cada novo exercício faça uma respiração a mais. Quanto mais freqüente for a realização de suas experiências, tanto mais nítida será a sua percepção do ele­mento água, com toda a sua frieza característica. Você deve imaginar-se na forma de um cubo de gelo. Cada um dos exercícios não deve ultrapassar os vinte minutos. Com o tempo, você deverá conseguir esfriar seu corpo também quando estiver fazendo muito calor, num verão dos mais quentes.

Os iniciados do Oriente dominam esse elemento tão completamente que conseguem produzir grandes fenômenos com ele. Conseguem produzir chuva na época mais quente a seca ou mesmo interrompê-la, conseguem afastar as tempestades, tranqüilizar o mar bravio, dominar todos os animais que vivem debaixo da água, etc. Para o mago verdadeiro, esses a outros fenômenos semelhantes são facilmente explicáveis.

d) terra

Agora resta-nos descrever ainda o último elemento, o da ter­ra. Assim como nos exercícios anteriores com os elementos, assuma aquela sua posição confortável. Desta vez imagine o Universo inteiro como terra, a você no seu ponto central. Não imagine a terra como um punhado de barro, mas sim como matéria densa; a característica específica da matéria do elemento terra é a densidade e o peso. Com a ajuda da respiração de corpo inteiro, você deve preencher o seu corpo todo com essa matéria pesada. No início sete vezes, e a cada exercício suplementar, uma respiração a mais. Você deve concentrar em si mesmo tanta matéria a ponto do corpo ficar pesado como uma bola de chumbo, a parecer quase paralisado. A expiração é a mesma dos outros elementos. No final do exercício você deverá sentir-se tão normal quanto no início dele, e a sua duração não deve ultrapassar o tempo máximo de vinte minutos.

Esse exercício (Sadhana) é realizado por muitos lamas tibetanos; eles começam a meditar sobre um punhado de lama, deslocam-no a meditam novamente sobre ele. O verdadeiro mago consegue captar a dominar o elemento de um modo mais simples, diretamente na sua raiz, a portanto não precisa desses processos complicados de meditação. A cor dos diversos elementos pode servir como imaginação auxiliar, ou seja: o fogo vermelho, o ar azul, a água azul-esverdeada, a terra amarela, cinza ou preta. A imaginação da cor é uma escolha totalmente individual mas não estritamente necessária. Se alguém achar que ela facilita o trabalho então pode usá-la, logo no início. Em nossos exercícios trata­se basicamente de uma imaginação sentida. Depois de um treina­mento mais longo cada um deve, por exemplo através do elemento fogo, conseguir produzir um calor tão grande a ponto dele poder ser constatado num termômetro como uma temperatura de febre. Esse pré exercício do domínio dos elementos é imprescindível, por isso deve ser alvo da máxima atenção.

O tipo de fenômeno que um iniciado pode produzir por exemplo no domínio do elemento terra é muito diversificado, a fica a critério de cada um refletir sobre isso. O domínio dos elementos é o campo mais obscuro da magia; falou-se muito pouco sobre ele até hoje, porque ele contém o maior dos arcanos. Ao mesmo tempo é o campo mais importante da magia, a quem não conseguir dominar os elementos não alcançará muita coisa importante no conhecimento mágico.

  • Instrução Mágico do Corpo (III)

O primeiro grau do aprendizado em questão já deve ter-se tornado um hábito a deve ser praticado ao longo de todo o curso. O segundo grau será agora ampliado; o tempo da posição tranqüila do corpo deve ser expandido até chegar a meia hora. Neste grau a respiração pelos poros do corpo todo passará a ser específica de determinados órgãos individuais. O aluno deverá ser capaz de deixar respirar pelos poros qualquer parte de seu corpo, à sua livre escolha. Devemos começar pelos pés a terminar na cabeça.

Você deve sentar-se na posição habitual a fechar os olhos. Com a consciência, transfira-se a uma de suas pernas; pode ser a esquerda ou a direita, tanto faz. Imagine que a sua perna, como se fosse um pulmão, inspira a expira a força vital do Universo, ao mesmo tempo da sua respiração pulmonar normal. A energia vital é inspirada (absorvida) a partir de todo o Universo a através da expiração jogada de volta (eliminada) a ele. Ao conseguir realizar isso por sete vezes, passe para a outra perna, a depois respire pelas duas pernas simultaneamente. Depois faça a mesma coisa com as mãos, primeiro com uma delas a depois com a outra, a finalmente tente respirar com as duas mãos simultaneamente. Conseguindo isso, passe para a frente fazendo o mesmo com os outros órgãos, como os sexuais, os intestinos, o estômago, o fígado, o baço, os pulmões, o coração, a laringe e a cabeça.

O exercício estará completo quando você conseguir com que cada órgão de seu corpo, até o menor deles, respire por si só. Esse exercício é muito significativo, pois ele nos permite dominar cada uma das partes do corpo, carregá-la com energia vital, torná-la saudável a vivaz. Se conseguimos alcançar isso em nós mesmos então não será difícil atuar em outros corpos também através da transposição da consciência, que representa um papel importante na transmissão magnética de energia, ou seja, na arte mágica de curar. É por isso que devemos dar toda a atenção a esse exercício. Outro exercício da instrução mágica do corpo é o represamento da energia vital. Através da respiração de corpo inteiro, pelos poros, nós aprendemos a inspirar e a expirar a energia vital do Universo. Em seguida aprenderemos a fazer o represamento dessa energia vital.

Represamento da Energia Vital

a) através da respiração pulmonar e pelos poros do corpo inteiro

Sente-se na posição habitual a respire através dos pulmões e dos poros do corpo inteiro, inspirando a energia vital do Universo. Porém desta vez você não deve devolvê-la, mas mantê-la em seu corpo. Não pense em nada ao expirar, vá expirando o ar utilizado só aos poucos. A cada nova respiração sinta como se inspirasse cada vez mais energia vital a acumule-a em seu corpo, de certo modo represando-a. Você deve sentir a pressão dessa energia vital como se fosse um vapor comprimido a imaginar que essa energia comprimida irradia de seu corpo como um aquecedor irradia o calor.

A cada nova respiração a energia comprimida ou de irradiação toma-se maior a mais ampla, mais forte a penetrante. Através de exercícios repetidos você deverá ser capaz de transmitir sua irradiação penetrante de energia vital a uma distância de quilômetros. Você deverá sentir literalmente a pressão, a penetrabilidade de sua irradiação. O treinamento é que cria o mestre! Devemos começar igualmente com sete inspirações a aumentá-las em uma inspiração todos os dias.

O tempo de cada exercício não deve ultrapassar o limite máximo de vinte minutos. Esses exercícios devem ser realizados principalmente naqueles trabalhos a experiências que exigem uma quantidade a uma penetração grandes de energia vital, como o tratamento de doentes, a ação à distância, a magnetização de objetos, etc. Quando a energia vital armazenada dessa maneira não for mais necessária, o corpo deve ser trazido de volta à sua tensão original, pois não é aconselhável permanecer com uma tensão super dimensionada no dia-a-dia. Os nervos fica­riam muito excitados, provocariam tensões anormais a outras conseqÜências nefastas.

A experiência é finalizada ao devolvermos a energia represada ao Universo, expirando-a do corpo através da imaginação. Então devemos inspirar só ar puro a expirar a tensão da energia vital até chegarmos ao equilíbrio. Com a prática, o mago conseguirá trans­ferir a energia vital ao Universo de uma só vez, explosivamente, como o estouro de um pneumático cheio de ar. Essa eliminação brusca só pode ser feita depois de muito treino a quando o corpo já se tomou suficientemente auto-defensivo.

b) nas diversas partes do corpo

Ao adquirir uma certa habilidade no exercício anterior pode­mos aos poucos passar a praticá-lo com cada parte do corpo isoladamente, especializando-nos principalmente nas mãos. Os iniciados também conseguem fazê-lo com os olhos, a assim conseguem encantar não só uma pessoa, mas uma grande quantidade delas, até verdadeiras multidões, a submetê-las à sua vontade. Um mago que consegue fazer isso com as mãos passa a ter o poder da bênção. É nisso que reside o mistério da benção, da imposição das mãos em doenças, etc.

O exercício desse grau estará completo quando conseguirmos conter a energia vital não só em todo o corpo mas também em cada parte dele a projetar a irradiação da energia represada diretamente para o exterior. Ao dominar esse exercício, estaremos terminando a instrução mágica do terceiro grau.

  • APÊNDICE AO GRAU III.

Caso o aluno esforçado a empenhado na sua evolução mágica tenha conseguido chegar até aqui, então ele poderá notar uma mudança geral no seu ser. Suas capacidades mágicas terão cresci­do, em todas as esferas.

Na esfera MENTAL ele terá conseguido uma maior força de vontade, maior capacidade de defesa, uma memória melhor a uma capacidade mais aguda de observação, assim como uma compreensão mais clara das coisas.

Na esfera ASTRAL ele perceberá que se tomou mais tranqüilo, mais equilibrado, a conforme a sua predisposição, poderá até ver despertarem nele capacidades adormecidas.

No mundo MATERIAL denso, ele perceberá que se tomou mais saudável, ágil a jovial. Sua energia vital é bem superior à de muitos contemporâneos seus, a na vida prática ele obterá muita coisa através de seu poder de irradiação. Através dele, o mago poderá por exemplo libertar o ambiente em que se encontra das influências negativas a preenchê-lo com sua energia vital. Conseguirá até tratar as doenças, à distância, enviando seu poder de irradiação a uma distância de quilômetros.

Ele também terá adquirido o dom de carregar os objetos com os seus desejos, através dessa força de irradiação. Tudo isso serve só como exemplo, pois o aluno logo aprenderá por si mesmo como, onde e quando ele poderá aplicar favoravelmente as suas capacidades mágicas. Mas uma coisa ele não deve perder de vista; é o fato dessas capacidades mágicas poderem ser usadas tanto para fins benéficos quanto maléficos. Portanto, ele deve sempre obedecer ao ditado: “O homem colhe aquilo que semeia”. O seu objetivo deve ser sempre o bem supremo, a nada mais.

O trabalho com o magnetismo tem inúmeras variações. Para termos uma visão mais ampla de todas essas possibilidades, apresentaremos alguns exemplos.

Impregnação de Ambientes

Inspire a energia vital através da respiração pelos pulmões e pelos poros do corpo todo a pressione-a em seu corpo com toda a força de sua imaginação até chegar a irradiá-la dinamicamente. Seu corpo é ao mesmo tempo uma energia luminosa, um ponto de incandescência, ou mesmo um sol individual. A cada inspiração você fortalecerá a energia vital comprimida, assim como a energia de luz, a preencherá com elas todo o ambiente em que você se encontra.

Com a ajuda dessa energia de irradiação o ambiente deverá literalmente iluminar-se com uma luz semelhante à do sol. Com exercícios constantes a repetidos é possível até iluminar-se o ambiente na escuridão, portanto à noite, de modo a tornar os objetos visíveis não só pelo aluno mas também pelos não-inicia­dos, pois a luz da energia vital pode materializar-se numa luz diurna real. Mas na verdade ela é só fruto do treinamento da força de imaginação.

Naturalmente o mago não se dará por satisfeito só com esse fenômeno, pois ele sabe muito bem que a energia vital tem um caráter universal; ela não é só portadora de seus desejos, idéias e pensamentos, mas também a materializadora de sua imaginação. Através dessa energia vital ele consegue tudo. A concretização disso é função da imaginação plástica.

Ao preencher o ambiente de trabalho com sua energia de irradiação, o aluno deverá imaginar aquilo que espera obter, por exemplo que todas as influências astrais a mágicas do ambiente sejam purificadas a volatilizadas, ou então que não só o mago se sinta bem a saudável no ambiente, mas qualquer um que entre ou permaneça lá. Além disso o mago pode impregnar o ambiente de sua moradia a de seu trabalho com o desejo de obter inspiração, sucesso, etc. em seus trabalhos.

Os magos mais avançados conseguem proteger seus ambientes contra pessoas não bem vindas, fazendo com que estas não se sintam tranqüilas ao entrarem no local a não queiram permanecer ali. Esse ambiente estará carregado com idéias de proteção ou de temor. O ambiente também pode ser carregado solidamente, i.e, qualquer pessoa que entre no ambiente sem autorização pode ser atirada para trás, a ficar como que paralisada. Ao mago são oferecidas possibilidades ilimitadas, a munido dessas instruções ele poderá até inventar outros métodos.

Com a expiração o mago pode devolver a energia vital represada, a com ajuda de sua imaginação deixar no ambiente só a energia de irradiação ou de iluminação. Mas ele pode também, através de sua energia de irradiação, transferir a energia vital diretamente do Universo ao ambiente, sem que ela tenha que ser represada antes em seu corpo, principalmente quando ele já conseguiu obter uma certa experiência nessa técnica. Dessa forma ele pode até mesmo impregnar o ambiente com seus próprios desejos.

A imaginação, junto com a força de vontade, a crença a uma forte convicção, não conhece limites. Nesses trabalhos o mago não depende só de um ambiente limitado, mas pode impregnar dois ou mais ambientes de uma só vez a até carregar uma casa inteira com sua energia vital a de irradiação através de si mesmo ou então diretamente do Universo através do método descrito. Como a força da imaginação não conhece tempo nem espaço, ele pode realizar esse trabalho até mesmo a uma grande distância. Com o tempo e o treinamento constante ele terá condições de carregar qualquer ambiente, por maior que seja, próximo ou longínquo. Quanto à sua evolução, suas intenções serão só boas a nobres, a assim seu poder será ilimitado. O treinamento cria o mestre!

Biomagnetismo

Vamos conhecer agora outra característica específica da energia vital, especialmente importante para o trabalho mágico. Como já sabemos, qualquer objeto, animal, homem, forma de pensamento, pode ser carregado com energia vital a com o respectivo desejo de realização ou de concretização. Mas a energia vital também possui a característica de aceitar, de se deixar influenciar ou de se ligar a qualquer pensamento (mesmo estranho) ou sentimentos estranhos. Assim a energia vital concentrada pode se misturar a outros pensamentos, o que enfraqueceria ou afastaria o efeito do pensamento impregnado caso o mago não estimulasse uma tensão fortalecida através da repetição intensiva, vitalizando o desejo ou a idéia.

Mas isso provoca uma enorme perda de tempo, a quase sempre exerce uma influência desfavorável no trabalho. A influência desejada só exerce seu efeito enquanto a tensão predominar na direção desejada. Depois, a energia vital se esvai, mistura-se com outras vibrações e o efeito desaparece gradativamente. Para evitar isso o mago deve conhecer a lei do biomagnetismo. A energia vital não aceita só uma idéia, uma imaginação, um pensamento ou um sentimento, mas também um conceito de tempo. Essa lei ou característica específica da energia vital deve ser considerada no trabalho com ela a mais tarde também no trabalho com os elementos. A cada impregnação de desejo você deve portanto considerar o tempo e também o espaço, com ajuda da energia vital. No trabalho mágico as regras a serem observadas são as seguintes:

O trabalho no princípio Akáshico é isento de tempo a de espaço.

Na esfera mental operamos com o tempo; na esfera astral com o espaço (forma, cor) a no mundo material denso com tempo e espaço simultaneamente.

Por meio de alguns exemplos pretendo tomar compreensível o trabalho com o biomagnetismo. Com a ajuda da energia vital carregue um espaço com o desejo de sentir-se bem a saudável nele. Você encanta, ou melhor dizendo, atrai a energia do desejo de que a influência permaneça no ambiente enquanto você estiver nele ou habitá-lo a também se estabilize quando você tiver que deixá-lo a talvez ficar por mais tempo longe dele. Se alguma outra pessoa entrar em sua casa sem saber que ali existe uma concentração de energia vital, ela também se sentirá à vontade. De vez em quando você poderá fortalecer a densidade e a energia da ir­radiação em sua casa através da repetição do desejo. Quando você estiver dentro de uma casa influenciada desse modo, a energia vital atraída terá uma influência positiva constante sobre sua saúde e portanto sobre o seu corpo. Nesse ambiente a energia vital possui a vibração do desejo da saúde.

Mas se você por exemplo tiver a intenção de realizar, nesse ambiente, práticas ocultas que não têm nada a ver com a saúde a possuem vibrações-imaginações diferentes, então não terá os benefícios que teria em um ambiente não carregado ou carregado previamente com suas idéias ou desejos. Por isso é sempre melhor, quando você quiser carregar o ambiente com aquelas vibrações-imaginações, considerar seus trabalhos a exercícios momentâneos.

Você também pode, por exemplo carregar um anel, uma pedra, etc. com o desejo de que o seu proprietário tenha muita sorte a sucesso. Nesse caso existem duas possibilidades de encantamento a impregnação. A primeira consiste em atrair a energia vital à pedra ou ao metal com a força da imaginação e a concentração no desejo, a terminar dizendo que a energia deverá permanecer lá constantemente a até atrair mais energia do Universo, fortalecendo-se sempre a trazendo felicidade a sucesso à pessoa em questão, pelo tempo em que ela usar o objeto. Se assim o desejarmos, podemos também carregar o objeto escolhido só por pouco tempo, i.e. para que a influência ter­mine quando o objetivo almejado tiver sido alcançado.

A segunda possibilidade é chamada de carregamento universal e é feita do mesmo modo, porém com a concentração no desejo de que, enquanto o objeto existir (anel, pedra, jóia) ele deverá trazer felicidade a sucesso ao seu portador, quem quer que ele seja. Esses carregamentos universais efetuados por um iniciado conservam o efeito pleno da energia por centenas de anos. A história das múmias egípcias mostrou-nos que essas energias de encantamento conservam o seu efeito por milhares de anos.

Se um talismã ou um objeto carregado especialmente para uma determinada pessoa cair em mãos estranhas, ele não exercerá seu efeito nessa outra pessoa. Mas se o proprietário original conseguir recuperá-lo, o seu efeito retoma automaticamente (ver também Winckelmann, “Das Geheimnis der Talismane and Amulette” = O Segredo dos Talismãs a dos Amuletos).

A seguir passarei a descrever outro tipo de trabalho com a energia vital, o do magnetismo de cura. Quando o mago trata de um doente pessoalmente através de passes magnéticos ou da imposição das mãos, ou à distância, Le., através da imaginação a da vontade, ele terá que observar a lei do tempo, se quiser ser bem sucedido em seu intento.

O tipo usual de magnetização é aquele em que o magnetiza­dor, com a ajuda da imaginação, deixa fluir a energia vital de seu corpo, geralmente das mãos, para o doente. Esse método pressupõe que o magnetizador esteja totalmente são a tenha um certo excesso de energia vital, caso não queira prejudicar a própria saúde.

Infelizmente já presenciei casos tristes em que o magnetizador, através de uma doação muito grande de sua própria energia vital, sofreu danos tão graves em sua saúde que chegou perto de um colapso nervoso total, além de começar a sentir outros efeitos colaterais, como palpitações, asma, a outros. Essas conseqüências são inevitáveis quando o magnetizador dispende mais energia do que é capaz de captar, principalmente quando trata de muitos pacientes de uma só vez.

Mas esse método possui uma desvantagem a mais; além da própria energia, o magnetizador transfere ao paciente também as características de sua própria alma, influenciando indiretamente a alma do doente. É por isso que se pressupõe, a se exige, que todo magnetizador tenha um caráter nobre (ver Jürgens, “Wie magnetisiere ich?” = Como eu magnetizo?).

Porém se o magnetizador tiver um paciente com um caráter pior do que o seu, então ele corre o risco de atrair indiretamente essas influências negativas para si, o que sob todos os aspectos é uma grande desvantagem para ele. Se ele for uma pessoa instruída nas ciências ocultas, então dará ao paciente a energia vital de seu próprio corpo, mas extraindo-a do Universo para canalizá-la através das mãos ao corpo do doente, com a concentração do desejo de saúde. Em ambos os métodos as magnetizações devem ser, repetidas várias vezes, caso se queira alcançar um sucesso rápido, pois a desarmonia, a doença ou o foco da doença absorvem a usam rapidamente a energia transferida. Ela torna-se faminta por mais energia, a assim cria a necessidade da repetição do tratamento para que o estado do paciente não piore.

Para o mago o caso é diferente. O paciente só sente um alívio quando o mago abre a sua alma, i.e. quando represa a energia vital dinâmica em seu próprio corpo a lhe envia raios de luz dessa energia. Para isso o mago pode empregar diversos métodos, mas sem deixar de manter a imaginação do desejo de que o paciente melhore a cada hora a dia que passa. Em seguida apresentarei alguns métodos que o mago poderá usar no tratamento de doentes.

Ele deve, antes de mais nada, estar bem familiarizado com o reconhecimento das doenças a de seus sintomas. Esse tipo de conhecimento pode ser adquirido através de um estudo pormenorizado da literatura especializada no assunto. Naturalmente ele também deverá ter bons conhecimentos anatômicos. Com certeza ele não será tão imprudente a ponto de tentar curar doenças que exigem alguma intervenção cirúrgica, a nem aquelas doenças infecciosas que não podem ser curadas só pela sua interferência.

Mas nesses casos ele terá possibilidade de acelerar o processo da cura, provocar o alívio das dores, tudo isso paralelamente ao tratamento convencional. Isso pode até ser feito à distância. Um fato bastante promissor é a própria especialização dos médicos nesse campo, que ao lado da arte médica convencional também saberão utilizar a prática mágica. Por isso o mago só deve tratar daqueles doentes diretamente recomendados pelo médico para esse tipo de tratamento, ou então trabalhar em conjunto com esse profissional, para não ser chamado de curandeiro ou charlatão.

Mas acima de tudo o mago deve almejar a cura e o bem estar do doente sem visar recompensas ou pagamentos. Deve também rejeitar o desejo de fama a reconhecimento. Se ele se mantiver fiel ao ideal elevado de praticar o bem, com certeza alcançará a graça divina. Magos que têm pensamentos altruístas ajudam os que sofrem sem que estes saibam disso. Esse tipo de ajuda é a mais abençoada. Em seguida, apresento alguns dos métodos mais utilizados que o mago poderá empregar sem correr o risco de prejudicar sua saúde a seus nervos.

Antes de se aproximar do leito do doente faça pelo menos sete respirações pulmonares a pelos poros, concentre uma enorme quantidade de energia vital em seu corpo extraindo-a do Universo a deixe-a irradiar em forma de luz, uma luz quase tão forte quanto a do sol. Através de repetidas inspirações de energia vital tente provocar uma irradiação de pelo menos dez metros ao redor de seu corpo, o que corresponde a uma energia vital de dez pessoas normais. Você deve ter a sensação de que a energia vital represada irradia de seu corpo em forma de luz como se fosse um sol. Ao aproximar-se do paciente, você provocará nele uma sensação de bem estar que o envolverá totalmente, a se não tiver uma doença muito dolorosa, ele sentirá também um alívio imediato nas suas dores.

Essa energia de irradiação luminosa, represada, deve ser transmitida ao doente individualmente, a fica a seu critério manejá-la como lhe aprouver. Um mago instruído não precisa efetuar passes mágicos nem inpôr as mãos, pois estas são só manipulações auxiliares, suportes da expressão da sua vontade. É suficiente que o mago pegue uma ou as duas mãos do paciente a trabalhe com a imaginação. Os olhos podem permanecer abertos ou fecha­dos; se ele quiser pode olhar para o paciente, mas não precisa fazê-lo diretamente. Nesse caso o trabalho principal cabe à imaginação. Mas durante toda a transmissão, o mago também pode sentar-se junto ao paciente, sem tocá-lo. Você deverá imaginar que a energia de irradiação luminosa ao seu redor flui para o corpo do paciente, é pressionada pela imaginação para dentro dele, penetrando em todos os seus poros a iluminando-os.

Com a sua vontade, você deverá induzir a energia assim prensada a curar o mal. Ao mesmo tempo deverá imaginar que o doente está melhorando a cada hora a dia que passa, adquirindo uma aparência cada vez mais saudável, a desejar que a energia de irradiação luminosa não abandone o corpo do paciente até que este esteja totalmente cura­do.

Quando você carrega quantitativamente o corpo do paciente com uma energia de irradiação, que no homem saudável corres­ponde a um metro de irradiação, então, conforme o tipo de doença, você será capaz de provocar a cura rapidamente.

Repita o carrega­mento depois de algum tempo, fortaleça a capacidade de expansão da energia de irradiação concentrada a você se espantará com o sucesso alcançado. Primeiro, a energia de irradiação não pode enfraquecer, pois você a atraiu a ordenou-lhe que se renovasse constantemente. Segundo, você determinou um prazo, i.e. induziu o corpo a tornar-se mais saudável a cada hora e a cada dia que passasse. Terceiro, você adaptou a energia ao espaço correspondente à circunferência em volta do corpo. Aqui devemos aconselhá-lo a transmitir a energia de irradiação a cerca de um metro de distância do corpo, o que corresponde à irradiação de uma pessoa normal. Com esse método você poderá satisfazer a condição básica da lei material do tempo a do espaço.

Nesse método o mago notará que a sua energia de irradiação luminosa transmitida ao paciente não diminuiu, mas pelo contrário começou a brilhar tão intensamente quanto antes. Isso pode ser atribuído ao fato da energia vital comprimida no corpo renovar-se automaticamente, como nos vasos comunicantes, a substituir imediatamente a energia de irradiação doada. Assim o mago poderá tratar de centenas de doentes sem que seus nervos a sua força espiritual sejam de alguma forma afetados.

Outro método é aquele em que o mago pressiona a energia vital com a imaginação diretamente ao corpo do doente, ou só àquela parte doente do corpo, através dos poros. Esta energia deverá ser constantemente renovada a partir do Universo, até a cura total. Nesse caso também a imaginação do desejo é uma questão de tempo e espaço, até a cura total. No entanto esse método só pode ser usado naqueles pacientes cuja energia nervosa ainda não está totalmente esgotada, a por isso ainda suporta uma certa pressão de represa­mento da energia vital. No mago instruído o represamento da energia vital é uma energia materializada, i.e. material densa, que pode ser comparada à eletricidade. Esse método é melhor que o anterior por ser muito simples a bastante eficiente.

Outro método bastante peculiar é deixar o doente inspirar a nossa energia de irradiação luminosa com a ajuda da imaginação. Se o doente estiver em condições de se concentrar, ele mesmo poderá fazê-lo, senão, o mago poderá criar a imaginação por ele. O processo que se segue é dos mais práticos.

Sua energia de irradiação alcança mais ou menos dez metros ao seu redor. Como você se encontra próximo ao paciente, este praticamente imerge na luz dessa irradiação, impregnada com o desejo de cura. O paciente capaz de concentrar-se está plenamente convencido de que a cada respiração está inspirando a sua energia de irradiação a com ela a cura. Ele deverá imaginar com intensidade que o poder de cura permanecerá nele, a que a sua saúde irá melhorando cada vez mais, mesmo quando o mago não estiver mais ao seu lado.

Caso o paciente não esteja em condições de concentrar-se ou seja uma criança doente, então você mesmo deve imaginar o doente absorvendo a energia vital a cada respiração, conduzindo-a ao sangue a provocando a cura. Nesse caso também você deverá concentrar-se no desejo de que a energia inspirada continue trabalhando positivamente no paciente. Essa é uma respiração de energia vital conduzida a partir do corpo do mago para um outro corpo.

Neste caso podemos nos referir àquela citação da Bíblia em que Cristo foi tocado por uma mulher doente em busca da cura. Ele sentiu a evasão de sua energia vital a comentou com seus discípulos: “Eu fui tocado”.

Em todos os trabalhos com a energia vital e o magnetismo, o tempo e o espaço devem ser considerados. Relativamente a esse aspecto, mencionei aqui alguns exemplos de tratamento de doenças a poderia ainda mencionar muitos outros métodos que se utilizam do magnetismo para a cura. O mago possui, por exemplo, a possibilidade de se conectar ao espírito do paciente durante o sono deste último a usar qualquer dos métodos de tratamento no corpo do doente. Além disso, afora a energia vital, ele pode usar os ele­mentos, o magnetismo, a até a eletricidade para tratar magicamente dos doentes. Uma descrição precisa de vários desses métodos e possibilidades de tratamento preencheriam por si só um livro inteiro. Talvez eu até tenha o oportunidade, mais tarde, de publicar um livro sobre os métodos ocultos de cura do ponto de vista mágico, a colocá-lo à disposição dos magos interessados no assunto. Mas por enquanto isso fica reservado para o futuro. Nesta obra eu só indico alguns processos de tratamento relativos ao tempo e ao espaço, portanto ao magnetismo. Os grandes iniciados a santos, cuja imaginação era tão desenvolvida que todas as suas idéias logo se realizavam, em todos os planos, não tinham mais necessidade de usar estes métodos. Eles só precisavam expressar um desejo ou uma vontade, que eles logo se concretizavam. O mago deve estar sempre empenhado em alcançar esse estágio tão elevado.

  • Resumo de todos os exercícios do grau III

I. instrução mágica do espírito

1. Concentração do pensamento, com dois ou três sentidos simultaneamente.
2. Concentração do pensamento em objetos, paisagens, lugares.
3. Concentração do pensamento em animais a pessoas.

II. instrução mágica da alma

1. Respiração dos elementos no corpo inteiro:
a) Fogo – Calor.
b) Ar – Leveza.
c) Água – Frio.
d) Terra – Peso.

III. instrução mágica do corpo

1. Manutenção do Grau I, que deve tornar-se um hábito.
2. Represamento da energia vital:

Através da respiração pulmonar a dos poros do corpo todo.
Nas diversas partes do corpo.

Apêndice ao grau iii:

3. Impregnação do ambiente.
4. Biomagnetismo.

Fim do terceiro grau

 

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