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As Dez Sephiroth nos Quatro Mundos – Cabala Mística (9 de 26)

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1. Já fizemos referência à repartição das Sephiroth nos Quatro Mundos dos Cabalistas, pois esse é um dos métodos de classificação mais empregados no pensamento cabalístico, sendo de enorme valor para o estudo da evolução. Devemos lembrar, contudo, que o fato de um autor classifìcar uma coisa segundo um determinado sistema não implica que outro autor não possa classifica-lo adequadamente de acordo com outro sistema. 0 ressurgimento do mesmo símbolo numa Esfera diferente concede, amiúde, indícios muito valiosos.
2. Segundo outro método de classificação, as Dez Sephiroth Sagradas figuram em cada Mundo Cabalístico num outro arco ou nível de manifestação; assim como Ain Soph Aur, a Luz Ilimitada do Imanifesto, concentra um ponto, que é Kether, a as emanações operam em sentido descendente, através de graus progressivamente maiores de intensidade, até alcançar em Malkuth; assim Malkuth, em Atziluth, dá origem a Kether de Briah, a assim consecutivamente através dos planos, o Malkuth em Briah dando origem a Kether de Assiah, e o Malkuth de Assiah, em seu aspecto inferior, confinando com as Qliphoth.
3. É Atziluth, contudo, que passa por ser a esfera natural das Sephiroth como tais, e é por essa razão que recebe o nome de Mundo das Emanações. É aqui, a somente aqui, que Deus age diretamente a não por meio de Seus ministros. Em Briah, Ele opera através da mediação dos Arcanjos; em Yetzirah, através das Ordens Angélicas; a em Assiah, através desses centros
-que chamei de Chakras Cósmicos – os planetas, elementos a signos do Zodíaco.
4. Temos, então, nesses quatro grupos de símbolos, um sistema completo de notação, com o qual podemos expressar o modo de funcionamento
de qualquer poder em qualquer nível, a esse sistema de notação é a base da
Magia Cerimonial com seus Nomes de Poder, e também da Magia Talismânica e do sistema divinatório do Tarô. É por essa razão que não se pode alterar uma única letra dos “bárbaros nomes de evocação”, pois esses nomes são fórmulas baseadas no alfabeto hebraico, que é a língua sagrada do Ocidente, assim como o sânscrito é a língua sagrada do Oriente. No hebraico, além disso, cada letra é também um número, de modo que os Nomes são fórmulas numéricas; um intrincado sistema de matemática metafísica, chamado Gematria, baseia-se nesse princípio. Há aspectos da Gematria que eu, pelo menos no meu presente estágio de conhecimento, considero degradados ou inúteis, posto que se baseiam antes na superstição, mas a idéia básica do sistema de matemática cósmica encerra indubitavelmente grandes verdades e apresenta inúmeras possibilidades. Utilizando esse sistema, podemos desenredar as relações de todos os modos dos fatores cósmicos, mas para isso devemos conhecer a grafia hebraica correta dos Nomes de Poder, pois esses Nomes foram formulados de acordo com os princípios da Gematria e, por conseguinte, a Gematria lhes fornece a chave. Mas, por mais fascinante que seja esse aspecto de nosso tema, não podemos dele nos ocupar agora.
5. No Mundo Arquetípico de Atziluth, conferem-se dez formas do Nome divino às Dez Sephiroth. Todo aquele que tenha lido a Bíblia terá observado que Deus é referido sob diversos títulos, tais como Senhor Deus, Pai a diversos outros Nomes. Esses Nomes não são estratagemas literários para evitar repetições desnecessárias, mas termos metafísicos exatos, e, de acordo com o Nome utilizado, podemos conhecer o aspecto da força divina em questão e o plano em que está operando.
6. No Mundo de Briah, são os poderosos Arcanjos que executam os mandatos de Deus a lhes são expressão, a conferem-se às Esferas Sephiróticas da Árvore nesse Mundo os Nomes desses dez poderosos espíritos.
7. Em Yetzirah, acham-se os inumeráveis coros angélicos, que executam os mandamentos divinos; a esses coros são também atribuídos às Esferas Sephiróticas, permitindo-nos conhecer-lhes o modo e o nível de funcionamento.
8. Em Assiah, como já observamos, certos centros naturais de força têm correspondências similares. Consideraremos todas as associações quando estudarmos as Sephiroth em detalhes.
9. Na transposição simbólica das Dez Sephiroth Sagradas em Quatro Mundos, há outro importante conjunto de fatores a considerar. Trata-se das quatro escalas coloridas classificadas por Crowley como a escala do Rei, atribuída ao Mundo Atzilútico; a escala da Rainha, atribuída ao Mundo Briático; a escala do Imperador, atribuída ao Mundo Yetzirático; e a escala da Imperatriz, atribuída ao Mundo Assiático.
10. Essa classificação quádrupla é extremamente significativa, tanto para os assuntos cabalísticos como para a Magia ocidental, que se baseia largamente na Cabala. Afirma-se que ela está sob o governo das Quatro Letras do Tetragrammaton, o Nome Sagrado popularmente traduzido como Jeová.
Em hebraico, que não tem vogais em seu alfabeto, essa palavra é grafada JHVH, ou, de acordo com os nomes hebraicos dessas letras, Yod, Hé, Vau, Hé. As vogais são indicadas em hebraico por pontos inseridos dentro ou sob as letras quadradas da escrita, que se faz da direita para a esquerda. Esses pontos vocálicos foram introduzidos em data relativamente recente, a os manuscritos hebraicos mais antigos não apresentam os sinais das vogais, de modo que o leitor não pode determinar a pronúncia de nenhum nome por si mesmo, precisando recorrer a alguém que a conheça. A verdadeira pronúncia mística do Tetragrammaton constitui um dos arcanos dos Mistérios.
11. Todas as classificações místicas quádruplas referem-se às Quatro Letras do Nome e, por meio de suas correspondências, podemos traçar-lhes as possíveis vinculações, a estas são muito importantes para o ocultismo prático, como veremos mais adiante.
12. Quatro importantes divisões quádruplas são referidas ao Tetragrammaton, o que nos permite observar-lhes as relações mútuas. São elas os Quatro Mundos dos cabalistas; os quatro elementos dos alquimistas; a classificação quaternária dos signos do Zodíaco a dos planetas em triplicidade, empregadas pelos astrólogos; a os quatro naipes das lâminas do Tarô, empregadas na adivinhação. Essa classificação quádrupla assemelha-se à Pedra de Rosetta, que deu a chave dos hieróglifos egípcios. Essa pedra apresentava inscrições em egípcio a grego; como o grego era conhecido, foi possível estabelecer o sentido dos hieróglifos egípcios. É o método de dispor todos esses grupos de fatores na Árvore que dá a pista esotérica real a cada um desses sistemas de ocultismo prático. Sem essa chave, eles não têm nenhuma base filosófica a tomam-se assuntos de mistificação a superstição. É por essa razão que o iniciado ocultista nada terá a fazer com o “tirador de sorte” não iniciado, pois ele sabe que, na falta dessa chave, seu sistema não tem valor. Daí a vital importância da Árvore no ocultismo ocidental, Ela é nossa base, nosso sistema métrico a nosso manual de instruções.
13. Para compreender uma Sephirah, precisamos, portanto, conhecer, em primeiro-lugar, as suas correspondências primárias nos Quatro Mundos; em segundo lugar, as suas correspondências secundárias nos quatro sistemas de ocultismo prático acima mencionados; e, em terceiro lugar, todas as outras correspondências que possamos, por qualquer meio, reunir, para que o concurso de muitos testemunhos possa revelar a verdade. Essa reunião de correspondências poderá revelar-se uma tarefa infindável, pois o cosmo, em
todos os seus planos, apresenta infinitas correspondências. Se formos bons estudantes da ciência oculta, aumentaremos continuamente nossos conhecimentos. Não poderíamos encontrar comparação melhor para essa tarefa do que o sistema de arquivos.
14. Mas devemos novamente recordar ao leitor que a Cabala é tanto um método de utilizar a mente quanto um sistema de conhecimento. Se temos o conhecimento sem ter adquirido a técnica cabalística de meditação, o conhecimento terá pouco valor para nós. Poderíamos até mesmo afirmar que não poderemos adquirir grande grau de conhecimento se não tivermos o domínio dessa técnica mental. Não é com a mente consciente que a Árvore trabalha, mas sim com a mente subconsciente, pois o método lógico da Cabala é o método lógico da associação de sonhos; mas, no caso da Cabala, quem sonha é a subconsciência racial, a alma coletiva das pessoas, o espírito da Terra. Ao se comunicar com essa alma da Terra, o adepto penetra, pela meditação, nos símbolos prescritos. Nisso reside a verdadeira importância da Árvore a de suas correspondências.
15.0 mais elevado dos Quatro Mundos, Atziluth, o plano da Divindade Pura, recebe dos cabalistas o título de Mundo Arquetípico, e, na tradução algo canhestra de MacGregor Mathers, o de Mundo Intelectual, mas este último termo é equívoco. 0 Mundo de Atziluth só seria intelectual se tomássemos a palavra intelectual como referência à mente, ao intelecto racional, na medida em que se trata aqui do reino das idéias arquetípicas. Mas essas idéias são totalmente abstratas, concebidas por uma função de consciência que está absolutamente fora do âmbito da mente tal como a conhecemos. Portanto, chamar esse nível de Mundo Intelectual é trazer confusão ao leitor, a menos que deixemos bem claro que por intelecto compreendemos algo completamente diferente do sentido dicionarizado desse vocábulo, mas esse é um meio pobre de expressar nossas idéias. Seria preferível cunhar um novo termo com um sentido preciso a utilizar um termo antigo num sentido enganoso, especialmente quando, no caso de Atziluth, há um excelente termo já corrente, o termo Arquetípico, que o descreve com exatidão.
16. Dizem os cabalistas que o Mundo Atzilútico está sob o governo
da letra Yod do Nome Sagrado do Tetragrammaton. Podemos, portanto, deduzir corretamente que qualquer outro sistema quádruplo governado por
Yod referir-se-á ao Mundo Atzilútico, ou ao aspecto puramente espiritual
dessa força ou tema. Entre outras associações dadas por diferentes autoridades, estão o naipe de paus das cartas_do Tarô e o elemento Fogo. Quem quer que tenha algum con~e~un’ent dóis assuntos ocultos poderá corroborar a afirmação de que o conhecimento do elemento ao qual um símbolo é atribuído subministra muitos outros conhecimentos paralelos. 0 símbolo abrenos em primeiro lugar todas as ramificações da Astrologia, a podemos traçar-lhe as afinidades astrológicas por meio das triplicidades do Zodíaco a dos planetas que lhes correspondem. Conhecendo as associações zodiacais a planetárias, podemos explorar o simbolismo correlato de qualquer panteão, pois todos os deuses a deusas de todos os sistemas que a mente humana inventou têm associações astrológicas. As histórias de suas aventuras são, na verdade, parábolas das operações das forças cósmicas. Jamais poderíamos descobrir nosso caminho nesse labirinto de símbolos se não dispuséssemos de um guia a para encontra-lo precisamos apenas amarrar a cadeia de relações na Sephirah que lhe corresponde.
17. Todos os sistemas de pensamento esotérico, assim como todas as teologias populares, atribuem a construção e o governo das diferentes partes do universo manifesto à mediação de seres inteligentes que trabalham sob a instrução das Divindades. O pensamento moderno tentou escapar das implicações desse conceito, reduzindo a manifestação a um assunto de mecânica; não o conseguiu, a parece não estar muito longe a ocasião em ,que ela própria chegará a perceber que é a mente que está na raiz da forma.
18. Os conceitos da Sabedoria Antiga podem ser rudes do ponto de vista da filosofia moderna, mas somos forçados a admitir que a força causativa atrás da manifestação é afim, em sua natureza, antes à mente do que à matéria. Dar um passo à frente a personificar os diferentes tipos de força é uma analogia legítima, desde que compreendamos que a entidade que é a alma da força pode diferir bastante em espécie a grau de nossas mentes, assim como nossos corpos diferem em tipo a escala dos corpos dos planetas. Estaremos mais perto de uma compreensão da natureza se contemplarmos a mente no plano de fundo do que se recusarmos a admitir que o universo visível tem uma estrutura invisível. 0 éter dos físicos tem muito mais afinidade com a mente do que com a matéria; tempo a espaço, tal como os entende o filósofo moderno, são antes modos de consciência do que medidas lineares.
19. Os iniciados da Sabedoria Antiga não fossilizaram sua filosofia; eles tomaram cada fator da Natureza e o personificaram, deram-lhe um nome a edificaram uma figura simbólica para representá-la, assim como os artistas ingleses produziram por seus esforços coletivos uma Grã-Bretanha padrão – a Brittania -, uma figura feminina com um brasão, com o pavilhão militar, um leão aos seus pés, um tridente na mão, um elmo na cabeça e o mar ao fundo. Analisando essa figura como o faríamos com um símbolo cabalístico, compreendemos que cada um desses símbolos individuais do complexo hieróglifo tem um significado. As várias cruzes que constituem o pavilhão militar referem-se às quatro raças do Reino Unido. O elmo é o de Minerva, o tridente é o de Netuno; a precisaríamos de um capítulo especial para elucidar o simbolismo do leão. Na verdade, um hieróglifo oculto apresenta muitas afinidades com um brasão de arenas, e a pessoa que constrói um Hieróglifo opera da mesma forma que um heraldista que desenha um brasão. Na heráldica, todo símbolo teen um sentido exato, combinando-se com outros no brasão de armas para representar a família a os parentescos do homem que o ostenta a para falar-nos de sua posição na vida. Uma figura mágica é o brasão de armas da força que representa.
20. Construímos essas figuras mágicas para representar os diferentes modos de manifestação da força cósmica, em seus diferentes tipos a em seus diferentes níveis. Por serem figuras exatas, o iniciado pensa nelas como pessoas, sem se preocupar com seus fundamentos metafísicos. Conseqüentemente, para os propósitos da prática, elas são pessoas, pois seja o que possam ser na verdade, elas sofreram um processo de personalização, a as formas mentais foram construídas no plano astral para representá-las. Essas formas, por estarem carregadas de força, têm a natureza dos elementais artificiais; mas, sendo cósmica a força com que foram carregadas, elas são algo totalmente diferente do que aquilo que entendemos comumente como elementais artificiais, a por isso as atribuímos ao reino angélico a as chamamos de anjos ou arcanjos, de acordo com o seu grau. Um ser angélico, portanto, pode ser definido como uma força cósmica cujo veículo aparente de manifestação à consciência psíquica é uma forma construída pela imaginação humana. No ocultismo prático, essas formas são construídas com grande cuidado, prestando-se absoluta atenção aos detalhes do simbolismo, pois elas visam evocar a força requerida; todo aquele que teve a oportunidade de utilizá-las concordará em que elas são peculiarmente eficazes para os propósitos para os quais foram planejadas. Mantendo a imagem mágica na mente e vibrando o Nome que se lhe atribui tradicionalmente, podemos obter fenômenos notáveis.
21. Como já observamos anteriormente, a utilização da técnica mental cabalística é necessária se desejamos obter resultados da Cabala; a formulação da imagem e a vibração do Nome têm por objetivo estabelecer um contato entre o estudante a as forças que correspondem às Esferas da Árvore. Ao entrar em contato com esse meio, a consciência do estudante se ilumina e a sua natureza obtém a energia fornecida pela força contatada, resultando desse processo as notáveis iluminações originadas da contemplação dos símbolos. Essas iluminações não são uma torrente generalizada de luz, como no caso da mística cristã, mas uma energização a uma iluminação específica de acordo com a Esfera aberta; Hod confere a compreensão das ciências; Yesod, a compreensão da força vital a de seu comportamento cíclico. Quando entramos em contato com Hod, enchemo-nos de entusiasmo a energia para a pesquisa; em contato com Yesod, penetramos mais profundamente na consciência psíquica a tocamos as forças vitais ocultas da Terra a de nossas próprias naturezas. Só a experiência pode corroborar o que dizemos; aqueles que utilizaram o método sabem muito bem o que este lhes proporcionou. Enquanto método empírico, o sistema produz resultados, quaisquer que sejam os seus fundamentos racionais.
22. Se desejamos estudar uma Sephirah – em outras palavras, se desejamos investigar o aspecto da natureza ao qual ela se refere -, não devemos estudá-la apenas intelectualmente a nela meditar, mas precisamos entrar em contato psíquico a intuitivo com sua influência a com sua Esfera. Para realizarmos essa tarefa, começamos sempre por cima a tentamos entrar em contato espiritual com o aspecto da Divindade que emanou essa Esfera a que vela se manifesta. Se isso não é feito, as forças que pertencem à Esfera nos níveis elementais podem escapar a provocar problemas. Começando sob a proteção do Nome divino, contudo, nenhum mal pode acontecer.
23. Tendo adorado o Criador e o Sustentador de Tudo sob o Seu Nome Sagrado na Esfera que estamos investigando, invocamos em seguida o Arcanjo da Esfera, o poderoso ser espiritual no qual personificamos as forças que edificaram esse nível de evolução a que continuam a operar no aspecto correspondente da Natureza. Solicitamos a bênção do Arcanjo, a suplicamos-lhe que ordene à Ordem de Anjos afeta a essa Esfera que nos auxilie amistosamente no reino da natureza que lhe está afeto. Assim que o fizermos, estaremos perfeitamente sintonizados com a nota da Esfera que estamos investigando, a estaremos prontos para seguir as ramificações das correspondências dessa Sephirah a de seus símbolos cognatos.
24. Se procedermos dessa maneira, descobriremos que as cadeias de associações são muito mais ricas em simbolismo do que poderíamos imaginar, pois a mente subconsciente foi despertada, abrindo uma de suas múltiplas câmaras de imagens, com a exclusão de todas as outras. As cadeias. de associações que surgem na consciência devem, pois, estar livres de qualquer mistura de idéias estranhas.
25. Em primeiro lugar, revemos em nossas mentes todos os símbolos possíveis que podemos recordar e, quando estes se apresentam à consciência, tentamos determinar-lhes a importância e o papel nos segredos da Esfera investigada. Mas não devemos fazer um esforço excessivo, pois, se nos concentramos num símbolo e o forçamos, por assim dizer, fechamos as machas do tênue véu que cobre a mente subconsciente. Nessas investigações – metade meditação, metade sonho -, procuramos trabalhar nas fronteiras da consciência a da subconsciência, no intuito de induzir aquilo que é subconsciente a cruzar o umbral e a se pôr ao nosso alcance.
26. Se assim procedermos, seguindo as ramificações das cadeias de associação, descobriremos que um fluxo intuitivo acompanha o processo, e, após a experiência ter sido repetida duas ou três vezes, sentiremos que conhecemos essa Sephirah de uma maneira peculiarmente familiar, que nela nos sentimos em casa a que essa sensação é completamente diferente da de outras Sephiroth com que ainda não trabalhamos. Descobriremos também que algumas Sephiroth são mais afins a nós do que outras, a que obtemos melhores resultados quando trabalhamos com elas do que quando o fazemos com outras não-afros, onde as cadeias de associações se quebram a as portas da subconsciência se recusam resolutamente a abrir-se à nossa batida. Um de meus discípulos podia realizar excelentes meditações com Binah-Saturno a Tiphareth, o Redentor, mas não obtinha tão bons resultados com Geburah-Severidade-Marte.
27. Jamais esquecerei minha própria experiência com a primeira tentativa que fiz utilizando esse método. Trabalhava eu no Trigésimo Segundo Caminho, o Caminho de Saturno, unindo Malkuth a Yesod, um Caminho muito difícil a traiçoeiro. Em meu horóscopo, Saturno não está em bom aspecto, a experimento amiúde a sua influência adversa em minha vida. Mas, após ter conseguido trilhar o caminho de Saturno nas trevas de cor índigo do Invisível a alcançar a Lua da Yesod brilhando púrpura a prateada sobre o horizonte, senti que havia recebido a iniciação de Saturno, que já não era mais meu inimigo, mas um amigo que, embora cândido a austero, tentava proteger-me dos erros a dos julgamentos precipitados. Compreendi sua função como experimentador, a não como antagonista ou vingador. Compreendi que ele é o tempo com sua ceifadeira, mas soube também por que ele era chamado em hebraico de Shabbathai, “descanso”, “pois ele concedeu seu amado sono”. Depois disso, o Trigésimo Segundo Caminho se me abriu, não apenas na Árvore, mas na vida, pois as forças a problemas simbolizados pelo Caminho a suas correspondências se harmonizaram em minha alma. Por esses dois breves exemplos, podemos perceber que as meditações na Árvore constituem um sistema muito prático a exato de desenvolvimento místico, que é peculiarmente valioso por ser equilibrado, uma vez que nele os diferentes aspectos de manifestação são, por assim dizer, dissecados e operados em turnos, sem nada se esquecer. Assim que trilharmos todos os Caminhos da Árvore, aprenderemos tanto as lições da Morte e do Demônio, como as do Anjo a do Sumo Sacerdote.

A Cabala Mística – Dion Fortune

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