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Até o presente, não vos tenho ministrado senão métodos característicos para chegar a produzir o hipnotismo nos pacientes. Estais, agora, preparado para a introdução seguinte, que se relaciona com o papel que o. espírito semiconsciente representa nestes fenômenos. Uma simples explicação farvos-á compreender melhor a verdade da proposição que o homem possui uma dupla consciência; existe outra consciência chamada “semiconsciência”.
A evidência de uma dupla consciência. -Compreendeis perfeitamente o fato seguinte: quando sonhais de noite, fazeis uso de uma inteligência ou de uma consciência que, nos seus caracteres principais, difere da consciência desperta. O ponto capital dessa diferença descansa no fato de que a consciência dos sonhos carece de sentido. É a ausência da inteligência que distingue principalmente a consciência da semiconsciência. Por outro lado a semiconsciência tem muita semelhança com a consciência; isto é, a vida durante o sono e a contraparte quase exata da vida no estado de vigília.
As criações da nossa consciência durante o sonho são formadas das experiências feitas quando estamos despertos. As pessoas que nos aparecem nos sonhos e que existem real-mente são quase sempre as pessoas que temos conhecido ou que conhecemos na vida real. Por isso, podemos dizer que essas duas condições de espírito, no estado de vigília e durante o sono, ainda que distintas em si mesmas, estão estreitamente ligadas uma à oUtra e têm relações comuns.
Propriedades comuns. -Uma dessas propriedades é a memória. Ao mesmo tempo que, no homem acordado, a- memória é uma serva traidora e inconsciente, na vida semiconsciente a memória se acha prodigiosamente desenvolvida. Todos os eventos da vida são registra dos no espírito semi-consciente. É o diário da alma e parece que, quando se levantar o véu da semiconsciência com as suas penas e ansiedades, essa memória semiconsciente produzirá exemplos prodigiosos do seu poder. deste modo, os homens que se acham repentinamente face a face com a morte, vêem, num instante, como uma vista panorâmica, todos os eventos da sua vida passada. O véu entre a consciência e a semiconsciência é, às vezes, de um tecido de tal maneira delgado que muitas pessoas passam uma grande parte da vida acordada em devaneios e, para elas, a semiconsciência é, muitas vezes, mais real que a consciência. Por meio do hipnotismo, podemos fazer desaparecer esse véu e dar ao indivíduo o uso das faculdades semiconscientes em toda a sua força.
A credulidade dos pacientes semiconscientes. -O espírito semiconsciente está sempre prestes a crer no que se lhe diz. Não duvidadas sugestões nem se opõe a elas, da mesma forma que não podeis vos opor aos vossos sonhos durante a noite. Onde se assenta o força. -Por isso é que se pode definir como sendo o estado de repouso consciente e da atividade semi. consciente, e para resumir: “O hipnotismo tem valor como potência curativa porque a força do individuo repousa no espírito semiconsciente. Aí é que está a força motriz. O espírito desperto ordena e, imprimindo sua ordem sobre o espírito semiconsciente, este último aceita, recebe a acredita no que é sugerido e executa a ordem. Isto é verdade no individuo na vida acordada, como no individuo, na hipnose. A força de cura reside na semiconsciência.
“Vis medicatrix naturoe”. -É lei divina que a natureza faz desaparecer as moléstias e retifica as desordens, tentando sempre faze-lo sem algum auxílio. Mas, algumas vezes, pelo falso pensamento do espírito desperto, a semiconsciência anda de tal modo penetrada de erro e falsas crenças, que é impossível, sem assistência desembaraçar-se dos males que nos cercam. O hipnotismo é um simples meio para proporcionar ao espírito semiconsciente a assistência exterior. As sugestões do operador agem como um guia e um sustentáculo do espírito semiconsciente combatem as suas falsas crenças e tomam a pôr em movimento a força divina da cura que pertenceu ao espírito semiconsciente. Lembrai-vos de que, na consciência do estado de vigília, a força da cura não é aparente. É um patrimônio da economia semiconsciente e pode ser desenvolvida pelo próprio indivíduo em proveito pessoal, dirigindo-se a se mesmo como poderia faze-lo o operador no hipnotismo; ou pode ser desenvolvida pelo hipnotismo como acima já se deixou minuciosamente explicado. O que importa saber aqui é se um homem cura a si mesmo de uma moléstia ou, antes, se é curado por outro; os meios empregados para produzirem a cura são identicamente os mesmos, e consistem na impressão feita por um espírito consciente. Aos primeiros meios se chama “auto-.sugestão”; aos outros, “hipnotismo”.
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