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As experiências seguintes tem por fim demonstrar que uma pessoa pode exercer um império sobre outra pessoa, quando esta está de plena posse das suas faculdades despertas:
Primeira Experiência:
Ainda que, relativamente a esta experiência, a minha opinião é que conviria agir sobre um certo número de pessoas reunidas, o que permitiria ter-se maior probabilidade de se obter bons pacientes, fica subentendido que, no caso em que o operador não alcance bom êxito em diversas pessoas ao mesmo tempo, quer por impossibilidade, quer por embaraço, pode fazer a experiência com um si indivíduo.
Provocação do afrouxamento muscular – Reúna um certo número de jovens de ambos os sexos, da idade de quinze a vinte anos, fazendo-os se sentarem em cadeiras confortáveis, em semicírculo, a sua frente, tendo o cuidado de recomendar que não devem fazer nenhuma brincadeira, nem ainda a mais leve, no correr da sessão. E faço um pequeno discurso como este, por exemplo:
-“Viemos aqui, esta noite, para fazer algumas experiências sobre os fenômenos psíquicos, e espero dos senhores que me dirijam toda atenção e inteira cooperação no desenvolvimento dos trabalhos, sejam quais forem, que vamos fazer. Vai ser muito difícil sair-me bem, se não tiver captado toda a sua atenção e, se quiserem resistir de maneira absoluta a minha influência, vai ser impossível o bom êxito da experiência. Assim peço que por alguns momentos, permaneçam totalmente passivos prontos para acatar minhas palavras, a fim de que possa produzir sobre seus cérebros a impressão necessária para chegar a um resultado efetivo. Antes de começar as experiências, peço com todo meu empenho que fiquem em um estado de completo afrouxamento muscular, porque é a primeira coisa a fazer para conseguir-se um afrouxamento mental perfeito.” Como Sentar-se – “Sentem-se por favor, a vontade em suas cadeiras, de maneira que seus pés se fixem em toda a largura sobre o solo; ponham as mãos sobre os joelhos e, quando eu disser: Direita, esquerda – levantem primeiro a mão direita, depois a esquerda, e deixem cair ambas sobre os joelhos, brandas e inteiramente inertes. Recomendo que façam umas dez vezes este exercício em cada uma das mãos”.
Em tal momento você está sentado em uma cadeira em frente ao círculo de discípulos e levantando a mão direita cerca de trinta centímetros do joelho, dizendo: -Direita.
Efeito do Sinal – A esse sinal, assegure-se que todos os pacientes ergam a mão direita, imitando você e mantendo no ar durante dois ou três segundos; no momento em que dizer: Esquerda – deixe cair o braço e a mão direita molemente e sem força sobre o joelho e levante ao mesmo tempo a mão esquerda. Procedendo da mesma forma com esta mão, quando repetir: Direita – as mãos esquerdas cairão pesadas e mortas sobre os joelhos. Os discípulos começarão a compreender que a idéia de passividade que suas palavras lhe sugeriram, está agindo sobre seus músculos de modo que se produza um repouso físico completo; a idéia que ressalta desta experiência é, portanto, toda de afrouxamento muscular. Depois de repetir isto cinco ou seis vezes, levante-se de sua cadeira e diga, passando na frente de cada membro do semicírculo: “Seja completo o afrouxamento”, levantando, no mesmo instante, a mão direita, depois a esquerda e deixando-a recair, seguro de que eles estão inertes; no caso afirmativo, conseguiu-se um afrouxamento muscular.
Novos conselhos
– Diga agora: “Como vocês estão se sentindo totalmente a vonntade e sem nenhuma fadiga, vou pegar cada um separadamente, para a primeira experiência importante. Não quero absolutamente de cochichem ou conversem uns com os outros. Prestem particular atenção à idéia que minhas palavras vão transmitir as suas mentes. E fiquem seguros disso. Entendam que a tendência da mente é desenvolver o pensamento sugerido. Sintam-se seguros que estão fazendo o que vos digo, que estão sentindo o que vos digo que sintais, e obteremos fenômenos interessantes”.
Como dirigir a primeira experiência
– Escolha entre os participantes a pessoa que lhe pareça melhor, a mais apta para sentir sua influência e, fazendo-a ficar de pé, com as costas voltadas para o círculo, diga que olhe nos seus olhos e fixe, ao mesmo tempo, olhe os dela na base de seu nariz, olhando-a justamente entre ambos os olhos e não deixando jamais arredar deste ponto o seu olhar, ainda mesmo um instante. Fale e, nestas experiências, por exemplo, fale sempre com calma, em tom positivo, e sem levantar a voz, como se tivesse o hábito de ser obedecido e como se pensasse que ela deve obedecer. É bom, ao mesmo tempo, para dar mais força a influência que tens sobre ela, repetir a você mesmo: “Deves fazer exatamente o que digo”. Diga isto a si mesmo, e repita continuamente esta afirmação durante suas experiências.
Como fortificar a confiança que depositou em você mesmo – Isto terá como resultado a fortificação da confiança que tens em você mesmo, e dar aos seus olhos aquele olhar de decisão e de força que influenciará poderosamente as pessoas que o rodeiam. Levante, agora, as mãos, e ponha muito de leve sobre a cabeça do paciente, justamente por cima das orelhas, a fim de não lhes causar nenhuma sensação desagradável, pela pressão delas no rosto. Olhe bem entre os dois olhos, deixando suas mão nesta posição durante uns dez segundos. Então, recuando um passo com o pé esquerdo, retire devagar e lentamente as mãos, pondo-as a uma pequena distância de cada lado de sua cabeça e, ao mesmo tempo, curve seu corpo um pouco para trás; as suas mãos virão reunir-se em frente a sua fronte; desuna-as, então, com um movimento vagaroso e, curvando-se de novo para frente, descanse as mão, vagarosamente, na mesma posição inicial. Faça isto três vezes antes de falar.
O que importa dizer na prova da queda para frente – Depois da terceira vez, diga muito lentamente, de maneira que o impressione, mantendo sempre seu olhar fixo na base do seu nariz e tendo o cuidado que ele não desvie seus olhos nem por um segundo: -“Está na presença de um impulso atrativo que vai te fazer cair para frente. Não resista; eu vou te segurar, deixe ir… está caindo para frente. Não pode se opor a isto, está caindo para frente… deixe ir, assim”. Nesse momento, o paciente, mantendo sempre os olhos fixos nos seus, se inclinará para frente e trate naturalmente de ampará-lo para que não se machuque.
Cuide para que o paciente não se machuque – Em todas essas experiências, tome todo o cuidado de não deixar cair um paciente, porque, do contrário, destruirá no mesmo instante toda a confiança que ele depositou em você, e é precisamente sobre esta confiança que está depositada toda a influência que tem sobre ele. Depois de apanha-lo, diga: “Tudo vai bem, está perfeitamente acordado”. Mande-o sentar e não permita nenhuma discussão entre os membros do círculo. Deve proceder da mesma forma com cada indivíduo, separada e individualmente, por duas razões: a primeira é que pode determinar entre os assistentes aquele que é mais fácil de influenciar, e a segunda, que prepara, assim, os diferentes participantes para as experiências que vão se seguir. Não deixe estas tentativas até que se torne mestre nelas e de estar apto para provocar essa queda para frente, em cada paciente que exercer sua influência. os assistentes aquele que é mais fácil de influenciar, e a segunda, que prepara, assim, os diferentes participantes para as experiências que vão se seguir. Não deixe estas tentativas até que se torne mestre nelas e de estar apto para provocar essa queda para frente, em cada paciente que exercer sua influência.
Como fazer face à oposição e ao ceptismo – No caso de se deparar com pacientes que sejam teimosos ou que manifestem tendência a discussão, deve dizer-lhes: – “Se qu iser, podes, sem dúvida, ter resistido a essa influência atrativa, mas eu já disse que deve permanecer perfeitamente passivo e não posso obter bom êxito nestas experiências com você, se as discuti comigo ou com você mesmo. Tudo o que peço é o auxílio de sua imaginação e obediência cega. Não desejo que analise mesmo suas sensações. Quero sua atenção totalmente absorvida por minhas palavras”. Isto será suficiente para mostrar ao paciente da índole argumentativa que não faz o menor caso da sua opinião e achareis que algumas palavras nesse sentido bastarão amplamente para ter seus assistentes completamente dispostos à simples obediência.
A experiência realizada em sentido contrário – Faça, agora, a experiência no sentido oposto, escolhendo entre os assistentes aquele que acha mais apto para conseguir um melhor resultado na queda para frente. Chame-os uns depois dos outros, colocando-os com a cabeça voltada para a parede e apresentando as costas para o círculo. Conserve-os por detrás do primeiro, com as costas voltadas para os circundantes e, colocando levemente o indicador da mão direita na base do cérebro, justamente acima do pescoço, ponha sua mão esquerda contra o lado da cabeça, por cima do ouvido, de forma que os de-dos se achem assentes sobre sua têmpora esquerda.
Prova da queda para trás – Diga, agora, que feche os olhos, e retire vagarosa e gradualmente sua mão, até que fique totalmente destacada da cabeça dele e, enquanto vai diminuindo por graus a pressão que sua mão direita está exercendo e, afim de que ele mal possa senti-la, vá falando: “Está, agora, sentindo-se atraído para trás, graças a minha influência. Caia para trás, nos meus braços. Deixe ir, logo que perceba que a ação se torna mais forte. Está caindo para trás.” Enquanto vai dizendo isto vagarosamente, fazendo uma pausa, de palavra em palavra repita lentamente a atração para trás, com a mão esquerda sobre sua cabeça. Às vezes, logo, mas sempre depois que a fórmula for repetida diversas vezes, o paciente se inclinará sobre os calcanhares e cairá, saindo da perpendicular. Desde de que chegue a estar penso para trás uns trinta centímetros, deve ampara-lo e dizer: “Muito bem, acorde”. Deve repetir a experiência, dizendo: “Está bem”, mas desta vez importa ir um pouco mais longe, reproduzindo o mesmo processo e dizendo: “Está caindo para trás e não pode evitar. Caia direitinho em meus braços. Caí agora!” Nesse momento,achando-se na condição mental de um executante que aprendeu a lição, cairá inteiramente nos seus braços, dando a você maior confiança. Fazendo-o voltar a posição perpendicular, diga: “Ótimo! Agora acorda”.
Bata palmas, como um sinal – Ao mesmo tempo, bata palmas, porque, mais tarde, será bom que o paciente fique sabendo que o barulho das mãos indica o fim da experiência. Aqui termina esta, no estado de vigília e tendes agora um guia nas duas ou três pessoas mais facilmente influenciadas dentre os circunstantes.
Segunda Experiência:
Chamando uma das três pessoas presentes e fazendo-a ficar de costas para as restantes, diga que olhe de novo em seus olhos e não desvie o olhar. Estenda, agora, suas mãos para ela, com as palmas para o ar e diga que as aperte com bastante força, tanta força quanto for possível. Ao mesmo tempo, curve sua cabeça um pouco para frente até que fique a uns 15 centímetros da dela.
Prova da junção das mãos – Olhe-a, então, silenciosamente durante dez segundos e diga, muito positiva e vagarosamente. – “Não pode desunir nossas mãos, Não pode tiralas das minhas. Estão ligadas as minha e não pode mexe-las. Perceberá que os músculos estão ligados. Ainda que faça força para afasta-las, não conseguirá”. A influência que exerce o seu olhar, que se dirige em cheio para ela, veda à sua razão o pleno domínio das suas faculdades, e verificará que sua mente só aceita a idéia de que nele penetrou, isto é; as suas mãos estão, com efeito, ligadas e não lhe é possível move-las.
Resistência e seu efeito – Vai se produzir nele imediatamente, uma resistência a sugestão, a qual se traduzirá em um esforça da sua parte, tendente a desligar os olhos dos seus. Se ele consegue, dizei com vivacidade: “Muito bem, pode agora retira-las, estão frouxos os músculos”. Ele pode se julgar um pouco tolo e dizer: “Eu podia retira-las a qualquer momento se tivesse experimentado”, você deve aquiescer ao que ele diz, ass egurando-lhe, que por causa da muita atenção que ele prestava às suas palavras, não lhe era possível desunir as mãos.
Reforço da Impressão – A fim de impressiona-lo bastante e, ao mesmo tempo, mostrar aos outros participantes que não existe nenhum truque na produção deste efeito, repita sua experiência com ele, dizendo: “Vamos tentar mais uma vez, e vai reconhecer que quanto mais atenção liga as minhas mãos, tanto menos possível será dominar a suas mãos, até que eu diga que o faça.” Repita, então, a experiência e verá que toda sua ate nção estará ao seu dispor, durante cinco ou seis segundos, no correr dos quais seu rosto ficará vermelho pelo esforço feito para largar sua mão. Diga, então: “Muito bem, perfe itamente calmo e a vontade, agora”, e quando ele as deixa ir, se os seus olhos ficam fixos no vosso, bata palmas, ponha vossa mão sobre sua fronte, e diga: – “Muito bem, desperte completamente”.
Exercite até a perfeição – Cabe insistir sobre a importância que há de realizar as experiências de maneira perfeita. Não vá com pressa pulando de uma parte para outra. Pode não conseguir bons resultados em sete ou oito casos sobre doze, mas isto vem de que os pacientes não adquiriram o poder de concentração. Se seguir os nossos conselhos, a falta não é vossa e achareis sempre pelo menos três ou quatro pacientes sobre doze, que são capazes de ser influenciados, porque a sua natureza é dada à obediência das ordens dos outros.
Terceira Experiência:
Nas duas primeiras Experiências, reforçou as suas ordens, pondo-se em contato com o paciente, isto é, pois pessoalmente a mão sobre ele; mas nesta terceira experiência, vai ver que podes demonstrar a você mesmo que já não tem necessidade de tocar no paciente a fim de provocar nele uma perda de domínio muscular, o que é um dos fenômenos mais surpreendentes produzidos no estado de vigília.
Ação de influenciar sem contato – Faça, agora, um paciente sentar-se na poltrona, mande-o voltar as costas para o círculo e avance sua cadeira para perto dele a fim de que seus joelhos quase toquem os dele. Para esta experiência, em particular, escolha aquele que mais se deixou influenciar nas experiências anteriores. Ponha suas mãos bem espalmadas sobre os seus joelhos, com a palma para dentro; incline-se para frente, de maneira que impressione, tendo os vossos olhos fixos na base do nariz do paciente e dizendo a este que te olhe bem nos olhos e não desvie o seu olhar sob nenhum pretexto. Ordene, então: “Junte bem estreitamente suas mãos, com mais força, o mais estreitamente que seja possível. Estão soldadas uma na outra e, por mais que se esforce, não vai conseguir abri-las ou separa-las”. Diga isto pausadamente, espaçando cada palavra, afim de o que lhe diz, lhe penetre na mente. Se o seu olhar vacila, significa que ele está procurando resistir as sugestões; neste caso, deve suspender imediatamente a experiência e adverti-lo de que deve prestar atenção, estritamente.
Efeito da concentração do olhar – Não esqueça que se cuidar para que seus olhos não desviem dos deles ele não poderá pensar. Se lê pensar, pode resistir. Nada pode fazer, a não ser receber a sua idéia. Entre os três pacientes que achou mais aptos para estas experiências, não encontrará resistência alguma. Pelo contrário, cada um deles fará o máximo possível para separar as mãos, mas não conseguirá. Pode, agora, permitir que se continue a experiência, fazendo-a durar uns quinze ou vinte minutos, de modo que se mostre aos outros que o fenômeno é verdadeiro e o seu efeito dura até quando desejardes libertar o paciente.
Análise racional da experiência – Não podendo a mente apreender uma só idéia em determinado tempo, se adquires a habilidade de bem fazer penetrar uma idéia na mente do paciente, adquiri, por esse fato, a capacidade de proibir toda oposição que esse paciente poderia fazer; em outro termos, você o dominou pela sua influência e o encaminhou, assim, para a aquisição de poderes outorgados a um hipnotizador competente e a um homem de negócios afortunados.
Chave que conduz ao bom êxito – De acordo com estas lições, deve saber que, na ação de influenciar a mente dos outros, está a chave que conduz ao bom êxito de toda e qualquer empresa na vida. No caso em que não tenha mesmo a intenção de fazer uso do poder que o estudo destas lições lhe confere como hipnotizador, pode ser de maior utilidade pelo ensinamento que ele ministra de poder influenciar os homens e as mulheres que encontra nos negócios e na vida.
Quarta Experiência:
Não tente esta experiência sem estar bem senhor das anteriores. Escolha, dos seus pacientes, aquele que julga ser o mais sensível, e faça-o sentar em uma cadeira, de costas para o círculo.
Oclusão dos olhos – Mantendo-se de pé na sua frente, diga-lhe que dirija os olhos para os seus e não os desvie. Quando ele tiver olhado desta maneira durante uns dez segundos, feche os olhos dele com seus dedos e ponha seu polegar e indicador sobre pulso dele, dizendo-lhe que olhe, concentrando o seu olhar. Recomende, também, muito devagar e de modo que o impressione: “Não pense nem raciocine um minuto”. Empregue t odas as forças concentradas da sua vontade e da sua imaginação em acreditar no que está dizendo: “Logo que eu retirar os meus dedos, perceberá que já não pode abrir os olhos. Terá perdido o domínio dos músculos das suas pálpebras, os seus olhos ficarão estreitamente fechados, inteiramente cerrados e não se abrirão”.
Resultado de uma idéia fixa – O paciente moverá as sobrancelhas, esforçando-se, em vão, para abrir os olhos, visto que lhe ordenaram que não os abrisse, mas produz-se a mesma falta de domínio que a união das mãos, dado precedentemente. Permita-lhe que faça todo o possível para abrir os olhos, e ele o conseguirá depois de um lapso de tempo de dez a doze segundos. É bom fazer um duplo ensaio desta experiência, a fim de que, depois de haver aberto os olhos, possa dizer: “Muito bem, achastes a coisa dificílima, não é verdade? Vamos, agora, refazer a experiência e, desta vez, não poderá abri-los enquanto não lhe der permissão”. Proceda, então, exatamente da mesma forma que antes, mas quando ele fizer diversas tentativas sem efeito para abrir os olhos, pode bater palmas e acrescentar: “Muito bem, por agora, a influência está acabada, Recuperará agora o dom ínio de si mesmo. Abri os olhos; desperta completamente”.
Ação de tranqüilizar o paciente – Depois desta experiência que te conduz ao hipnotismo real, fará bem em por as mãos sobre a fronte do paciente e em falar-lhe de um modo tranqüilizador. Eu desejaria que pudesse fazer nascer no paciente uma tal condição mental, que ele se sentisse satisfeito e com boas disposições. Eu queria que fizesse ele ver que é seu amigo – pode facilmente – e que tivesse o cuidado de que nada lhe fizesse mal, seja o que for. Fazei com que suas palavras animem nele um sentimento de relações amistosas e de inteira confiança. Verá que, nesse período, ele se tornará tão interessado como você nesta experiência e fará sempre todo o possível para prestar atenção quando dela tiver necessidade: não necessita de mais nada para retirar dela todo efeito desejado.
É impossível não ser bem sucedido – Lembre de que não pode fracassar em nenhuma experiência que acabo de descrever se escolhe pacientes adequados e se observa cuidadosamente, nos seus mínimos pormenores, todas as instruções que tenho dado, não omitindo nenhuma delas.
Quinta Experiência:
Até o presente, temo-nos ocupado com a proibição ou o afastamento da ação muscular.
Interdição da palavra – Chegamos, agora, à proibição da palavra, o que não é senão uma manifestação um pouco mais elevada. Achareis, talvez, que é difícil impedir a uma pessoa acordada que se lembre do seu nome e que o enuncie em voz alta, mas, se você não se esquecer do que eu já havia dito antes sobre a mente não aprender senão uma única idéia num dado tempo, compreendereis como esta experiência é tão fácil de se levar a efeito como qualquer outra das precedentes. Importa adverti-los, porém, de que só haveis de tentar nos melhores pacientes, isto é, naqueles em que conseguiu bons resultados nas experiências anteriores.
Como dirigir a experiência – Faça que o paciente se mantenha em pé, com as costas voltada para o círculo e coloque e coloque suas duas mãos de cada lado da sua cabeça, como na prova da queda para frente e peça, como anteriormente, que olhe fixamente em seus olhos, enquanto você dirige seu olhar para a base do nariz dele, como de costume. Incline a cabeça ligeiramente para o seu lado e diga em tom penetrante: “Preste muita atenção. Esqueceste seu nome. Não pode mais pronunciá-lo. Já não lembra mais dele. Não sabe mais. Não pode mais produzir este som, esqueceu”. Retire sua mão e r e-cue um passo. Coloque seu dedo na base do nariz dele e repita claramente: “Não pode pronunciar seu nome”. Deixe um tempo de três ou quatro segundos para ele fazer a te ntativa e bata palme, dizendo: “Muito bem, pode dizer, agora. Qual é?” Então, ele o pr onunciará imediatamente em voz alta, em tom de grande alívio.
Não pode pensar nem falar – Não é justo o pretender que ele se lembrasse do seu nome e pudesse tê-lo pronunciado, porque em tal caso, como já tenho achado em muitos outros, a memória e a palavra se tornaram impossíveis, ainda que o paciente apresente toda a aparência de um ser acordado. Sem dúvida, ele está desperto, mas incontestavelmente também é certo que se acha em estado anormal. Ele sente que assim é, mas é certíssimo que está num estado de concentração que precede o estabelecimento da hipnose, se desejarmos chegar a ela pelas experiências no estado de vigília.
Sexta Experiência:
Chegamos, agora, a uma experiência que apresenta uma significação inteiramente particular, tanto mais que ela mostra como, obtido o domínio da mente de uma pessoa em estado de vigília, podemos provocar nela uma alucinação de sensação que, naturalmente, tem um fim: o de fazer sobressair o valor do hipnotismo como agente terapêutico.
Método para afetar as sensações do corpo – É a todos compreensível que, se no estado de vigília, podemos provocar uma sensação de calor na mão de uma pessoa, podeis facilmente fazer uso da sugestão inversa para a febre ou casos semelhantes e, no leito dos doentes, enquanto o paciente está bem acordado, atenuar consideravelmente o aborrecimento causado pela febre ou calor excessivo, por sugestões positivas de frescura e bem estar. O meu interesse, nesta introdução, não é fazer você entrar nas fases do hipnotismo considerado como terapêutico, mas não posso resistir à oportunidade que aparece de mostrar quanto este trabalho se relaciona de perto com as ações benéficas que se podem praticar para reconfortar os doentes. Todo experiência que você for aperfeiçoar, nesta introdução, pode e deve ser desenvolvida sem nenhuma referência a palavra hipnotismo.
O que fazer – Mande o paciente sentar em uma poltrona, com as costas voltadas para o auditório e, no momento que olhe seus olhos, mande que deixe cair seus braços e mãos sobre os joelhos, ficando inertes. Diga, então, muito vagarosamente: “Feche os olhos e fixe sua atenção sobre sua mão direita. Quando eu tocar esta mão com o meu dedo, vai experimentar, no mesmo instante, uma sensação de calor que vem vindo de trás da sua mão, até que esta se torne quente e comece a queimar. Lembre que ela há de te queimar,. Terá uma sensação de muito calor. Ela te queimará. Fixe inteiramente sua atenção e sentirá uma dor na mão”. Havendo, com este fato, atraído a sua atenção, tocai muito de leve as costas de sua mão direita com o dedo e dizei, com muito clareza: “Está que imando. Senti calor, está experimentando uma sensação de muito calor, e te queima, está queimando, queimando”. Quando o efeito já se produziu, bata palmas e diga: “Muito bem, acorde: foi-se a sensação”, e tomai, ao mesmo tempo a sua mão direita na vossa e aperte vivamente as costas da mão.
Explicação – Há uma explicação deste fenômeno que muitos podem por inteligentemente em prática na sua vida cotidiana; darei brevemente. Toda e qualquer concentração da mente sobre uma parte do corpo tende a produzir um afluxo de sangue para a parte onde dirigis a atenção. É o que chamamos “derivação do sangue” e é possível, pela firme concentração da sua atenção sobre a sensação de calor no pé, por exemplo, curar-te do estado conhecido como frio nos pés, pelo simples fato da força de sua concentração. É, talvez, um dos mais belos exemplos do poder da mente sobre o corpo; é somente a força da mente afetando a circulação do sangue.
Onde se assenta a base da cura – É realmente sobre tal fato fisiológico que se baseiam as cura operadas pela ciência mental e hipnotismo, assim como pela ciência cristã e pela auto-sugestão. Por isso temos a maior autoridade em falar que o hipnotismo nos põe na posse dos fatos concernentes ao poder de curar que existe no homem individual e baseado no poder que tem o pensamento em produzir o fluxo de sangue. Está, agora, na presença de sua experiência que demandam sua inteira atenção e completa assimilação.
Alguns conselhos – Não tenha pressa em contar aos seus amigos o que pode fazer; vale mais a pena não lhes fazer a menor menção, porque eles estão dispostos a te conceder menos honra que a estranhos. Estude cuidadosamente as regras aqui consignadas. Lembre de que, se observar todas as instruções no emprego destas experiências, não tem como deixar de conseguir a produção dos fenômenos. Hão de acontecer, tão certo como dois e dois são quatro. É a simples lei da causa e efeito. Sendo dada uma certa causa, ela deve ser seguida, logicamente, de um efeito; em verdade, ainda que os seus fenômenos sejam surpreendentes nas suas manifestações exteriores, o hipnotismo é um gênero de estudo, cujos efeitos são baseados sobre uma inalterável lei. Não existe fenômeno, relaciLembre de que, se observar todas as instruções no emprego destas experiências, não tem como deixar de conseguir a produção dos fenômenos. Hão de acontecer, tão certo como dois e dois são quatro. É a simples lei da causa e efeito. Sendo dada uma certa causa, ela deve ser seguida, logicamente, de um efeito; em verdade, ainda que os seus fenômenos sejam surpreendentes nas suas manifestações exteriores, o hipnotismo é um gênero de estudo, cujos efeitos são baseados sobre uma inalterável lei. Não existe fenômeno, relacionado com o hipnotismo, que seja irracional ou ilógico. É o mais importante de todos os estudos, o estudo dos fatos da vida.
Conclusão
A experiência adquirida nos ensaios anteriores fortificarão sua confiança, fazendo-o compreender os princípios do hipnotismo. Depois de algumas experiências, estais certos de haverdes desenvolvido um ou mais pacientes bons que podeis fazer entrar nas fases mais adiantadas do hipnotismo, como fica indicado nas lições que se vão seguir e com as quais podeis dar um espetáculo de uma profunda impressão, na presença de estranhos e de observadores dados à crítica. Não é prudente experimentar com pacientes novos, diante dos críticos, a não ser que já seja um mestre na arte. A sua presença exerce um efeito sobre vos e seu paciente, cujo interesse e atenção inteira devem, como já deixei explicado, ter um fim único e cuja tarefa delicada é assegurar absolutamente condições harmoniosas e eliminar voluntariamente a dúvida ou análise mental da pessoa. À medida que vai se tornando experimentado no manejo de pacientes que já desenvolveste, vai adquirindo, inconscientemente a “Destreza” que se ganha na familiaridade de todo e qua lquer processo e os vossos bons resultados aumentarão em proporção direta dos processos que fizerdes, tanto com os novos como com os pacientes já provados.
Alimente sua alma com mais:
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