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A Chave para a Verdadeira Cabala – 23 Livros Essenciais sobre Magia

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Franz Bardon, 1957

Infelizmente ninguém reuniu ainda, em uma só obra, a trilogia mágica de Bardon; se o fizessem além de reunir em um único tomo toda a base mágica fundamental para aqueles que desejam seguir a senda do Heretismo, também deixaria espaço para mais duas obras nesta listagem. Esta obra encerra sua trilogia, tratando da Cabala.

Como fica claro pelos livros reunidos por este trabalho, a Cabala se tornou uma ferramenta fundamental para o praticante da Arte Mágica. Longe de ser um conhecimento obrigatório a Cabala se revelou muito útil e uma fonte de enorme poder e sabedoria para aqueles que escolhem se dedicar a ela e nesta obra Bardon a expõe de uma forma jamais feita até então, uma das principais características é separar a Cabala do esoterismo judaico, Bardon desenvolve nesta obra um trabalho de desenvolvimento da Cabala Hermética, como ele mesmo escreve: “A Cabala é a ciência das letras, a ciência da palavra e da linguagem, não, porém, do intelectual, mas, preste atenção, a linguagem universal.”

Publicado apenas um ano depois dos dois primeiros livros, pouco antes de sua morte, este tomo, apesar do título, não é dedicado às Sefiroth ou a gematria – um livro mais técnico sobre isso para o estudante que deseja se embrenhar nos detalhes desta ferramenta mística que é a Cabala, deve buscar a obra a Cabala Mística de Dion Fortune. Ao invés disso este livro, dedicado a terceira carta do tarot, a Imperatriz, tem como foco a ‘voz de comando’, a linguagem criativa e o uso mágico das letras e palavras de poder.

O alerta dado no livro anterior, “A Prática da Evocação Mágica”, continua válido. Ou seja: este livro é inútil na medida em que os dois livros anteriores não forem estudados e praticados a contendo. O requisito mínimo, segundo o autor é que pelo menos o grau VIII do Caminho do adepto seja atingido, mas o ideal é que ele tenha, além disso, alguma experiência com as técnicas de evocação também. Ainda assim, a linguagem criativa é uma habilidade comparativamente muito mais difícil de dominar.

Por este motivo Franz Bardon tenta ser didático e claro como em seus trabalhos anteriores, obviamente que, conforme os assuntos tratados nos livros evoluem, a linguagem também o faz, fazendo com que aqueles que não estiverem acostumados com a linguagem presente no primeiro e segundo livros terem alguns problemas para compreender algumas das idéias expostas.

O livro é dividido em três partes.

Assim como em suas outras obras, a primeira parte é dedicada à introdução da teoria. Aqui é explicado o requisito quadripolar para o funcionamento da pronúncia criativa, seguido de alguns exercícios.

A segunda parte é dedicada a orientar o adepto sobre a pronúncia de fórmulas simples. Esta seção é dividida em sete graus, que são gradativamente alcançados conforme o estudante evolui através dos quatro pólos que compõem a pronúncia criativa básica e dá uma explicação de como causar efeitos no reino material, mental, astral e no plano akáshico.

Por fim, a terceira parte detalha o número de letras em cada fórmula, dando ao aluno subsídios para continuar sua exploração, usando o que foi ensinado até então como base para que agora ele possa se desenvolver por conta própria, não ficando preso unicamente ao que o livro ensina.

É importante ressaltar que a ‘pronúncia criativa’ não tem relação meramente com a fala física. As fórmulas cabalísticas que representam as verdadeiras “palavras mágicas” vão muito além da simples vibração sonora e demandam não apenas uma intenção bem treinada, mas também uma espírito forte e uma mente habilidosa.

Como ele deixa claro logo no início do texto:

“[…] Falar cabalisticamente é formar palavras de letras; palavras análogas a esta ou aquela idéia de acordo com as leis universais. O uso da linguagem cabalística tem de ser treinada de forma prática. Cabala, portanto, é a linguagem universal pela qual tudo foi criado, e é a encarnação de uma ou várias idéias divinas.

Apenas aquele que é verdadeiramente apto a materializar a divindade de tal modo que falará, para fora de si mesmo, como uma Divindade em acordo com leis universais, poderá ser referido como verdadeiro cabalista. O cabalista praticante, portanto, é um teurgista, um Deus encarnado, capaz de aplicar as leis universais no mesmo modo que o Deus macrocósmico.”

Alcançar este patamar é o resultado de décadas de exercícios, e o objetivo da presente obra é justamente indicar o caminho mais apropriado para isso, evitando perdas de tempo ou desvios no caminho do aluno.


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