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por Rafaella Fernandez.
Visões oníricas, muitas vezes referidas como sonhos, são experiências visuais que ocorrem durante o sono, mais especificamente durante a fase conhecida como REM (Rapid Eye Movement). Durante essa fase, o cérebro exibe intensa atividade, e os sonhos podem se desdobrar como narrativas visuais vívidas e envolventes.
Características:
- Narrativas surreais: As visões oníricas frequentemente apresentam histórias ou cenários surrealistas, envolvendo elementos que desafiam as leis da física ou da realidade cotidiana.
- Intensidade sensorial: Durante os sonhos, os sentidos podem ser extraordinariamente intensos. Cores vibrantes, sabores distintos e sensações táteis podem ser experimentados de maneira mais vívida do que na vigília.
- Participação ativa ou observação passiva: Em algumas visões oníricas, a pessoa pode desempenhar um papel ativo, tomando decisões e interagindo com o ambiente do sonho. Em outros casos, a experiência pode ser mais como uma observação passiva.
- Reflexo de experiências cotidianas: Muitas visões oníricas têm suas raízes em experiências cotidianas, memórias recentes ou preocupações, mas podem ser transformadas de maneiras únicas pela imaginação.
- Variedade de temas: Os sonhos podem abranger uma ampla variedade de temas, desde situações comuns da vida diária até narrativas fantásticas, proporcionando um terreno fértil para a expressão criativa e simbólica.
Além disso, é importante notar que as visões oníricas são um fenômeno natural e uma parte essencial do ciclo do sono. Durante o sono REM, o cérebro processa informações, consolida memórias e realiza outras funções cognitivas importantes. A interpretação simbólica dos sonhos tem sido uma prática cultural e psicológica em muitas sociedades ao longo da história, cada uma atribuindo significados diversos às experiências oníricas.
Sonhos são citados em todas as culturas, algumas já extintas, contando histórias dos mistérios envolvendo o sonhar. Há mais tempo do que podemos contar, histórias foram registradas e relatos sobreviveram. Ainda hoje, sonhos são vistos como ferramentas para comunicação com guias espirituais, atuando como um canal. Diversos relatos de profecias vinham de sonhos e transes, assim como diversos recados, técnicas e ferramentas mágicas foram descritas.
Das práticas prévias necessárias:
- Mantenha o ambiente limpo e organizado: É fácil afirmar que o ser humano é afetado por fatores externos. A desordem e a sujeira podem atrapalhar totalmente o processo, seja ele ritualístico ou apenas para treinos, estudos, testes, etc. Mantenha sua residência limpa, evitando lixo dentro de casa.
- Banimento: Faça o banimento de sua escolha em sua casa todos os dias e trabalhe para manter a energia da residência em equilíbrio.
- Círculo de proteção: Caso você já tenha memorizado um círculo de magia cerimonial completo, é uma ótima opção. Mas nada impede que um círculo de proteção puramente energético seja criado ou que outro tipo de barreira seja utilizado. Na magia natural, temos as bolhas de energia, condensadas pelo próprio magista. Apenas não se esqueça da importância de que você (e sua mente) estejam protegidos durante o processo onírico, evitando assim ataques. Traçar, com constância e aglutinando a energia, deve levar em consideração o significado de cada uma das letras/palavras/nomes e símbolos, e o peso que eles carregam. Você deverá ser capaz de replicar não apenas o círculo, mas todos os instrumentos necessários, e tudo isso requer tempo e prática. O círculo deve existir aqui, no plano mental, e também no plano astral. Com o tempo, o processo se torna mais fácil e rápido.
- Outros ritos: Em ritos como RmP, RMP, RmH, Rubi Estrela, Safira Estrela, Pilar do Meio, e afins, é essencial praticar ativamente, executando de fato, usando seu corpo. Isso não só leva à perfeição por repetição, mas também ativa a memória muscular, exercitando novas áreas do cérebro. Isso faz com que você trabalhe mais partes do cérebro, aprimorando suas habilidades.
O intuito aqui é trabalhar tanto o externo quanto o interno, nos elevando e nos aproximando da luz. Agir com verdade e coerência auxiliará no processo de ascensão a outros planos. Estes exercícios tornam-se extremamente necessários para que você construa seu corpo de luz.
O ciclo circadiano:
Pensando sobre hábitos, já se perguntou como ocorre o processo que determina a que horas você normalmente dorme ou acorda? Quando você sente fome? Em quais momentos você teria maior disposição e desempenho? Observa-se que a maioria das 8 bilhões de pessoas possui o hábito de realizar tais atividades nos mesmos horários, pois seguimos o ciclo circadiano, um relógio biológico interno localizado no hipotálamo que regula nosso organismo ao longo das 24 horas, especialmente o ciclo de sono e vigília.
Esse processo é essencial na regulação do sono, além de regular a temperatura corporal, a liberação de hormônios, a digestão, o sistema imunológico, e o metabolismo. O ciclo circadiano é influenciado por fatores externos, como a luz solar, desencadeando uma série de eventos que regulam esses padrões. A regulação entre a luz e a escuridão desempenha um papel crucial na sincronização desse relógio biológico.
A luz do amanhecer estimula a liberação de cortisol, o hormônio que nos deixa despertos, além de outros hormônios que regulam a temperatura corporal e o estado de vigília. Ao anoitecer, com a diminuição da luz natural, inicia-se a produção de melatonina, o hormônio que induz ao relaxamento e ao sono. Entre esses dois polos, encontramos nossos picos de energia e de cansaço.
Distúrbios no ciclo circadiano podem impactar negativamente a saúde, levando a problemas como insônia, fadiga, desequilíbrios hormonais, dificuldades de concentração e até mesmo aumentando o risco de certas doenças crônicas. Vale ressaltar que a exposição intensa à luz azul, proveniente de dispositivos eletrônicos, pode desregular o ciclo circadiano, inibindo a produção de melatonina.
O sono e a vigília:
A alteração da consciência está conectada, até certo ponto, a uma transformação fisiológica marcante. Isso significa que, mesmo em períodos breves de sono comum, já podemos observar o surgimento dessa energia reparadora peculiar, característica do sono prolongado, que ocorre de forma mais acentuada durante o sono hipnótico. Não é esperado que o indivíduo tenha controle de seus movimentos durante os sonhos, enquanto nos pesadelos há uma perda exacerbada desse controle, acentuando a sensação de pânico. No sonambulismo, ocorre o contrário: o corpo se move e percebemos um recurso que estaria inacessível ganhar vida, mostrando que a definição de sono e vigília não é tão simples assim.
A verdade é que o conhecimento sobre as habilidades da mente humana ainda é escasso e estamos apenas arranhando a superfície.
As fases do sono e quando os sonhos ocorrem:
O sono segue uma estrutura composta por dois componentes, o sono NREM (Non-Rapid Eye Movement) e o sono REM (Rapid Eye Movement). O sono não-REM (NREM) abrange a maior parte do período de sono, aproximadamente 75%, e compreende as fases do sono sem movimentos oculares rápidos. Ele é subdividido em três estágios distintos: N1, N2 e N3. No NREM, observa-se um aumento na atividade do sistema nervoso parassimpático, resultando na diminuição da pressão arterial, desaceleração dos batimentos cardíacos e redução na frequência respiratória, entre outros efeitos fisiológicos.
O estágio do sono conhecido como REM, abreviação para Movimento Rápido dos Olhos, compreende uma parcela menor, aproximadamente 25%, do ciclo de sono. Também chamado de sono paradoxal, caracteriza-se por uma atividade cerebral semelhante à vigília. Durante o sono REM, ocorrem movimentos oculares rápidos e um aumento na atividade do sistema nervoso simpático, refletido por uma aceleração dos batimentos cardíacos, respiração mais rápida e um aumento na pressão arterial. Esse estágio do sono desempenha um papel crucial na consolidação da memória. Além disso, é durante o sono REM que a maior parte dos sonhos ocorre, contribuindo significativamente para a sensação de descanso e recuperação. Portanto, sem sonhos, sem descanso.
Na formação da memória de longo prazo, temos diversos mecanismos envolvidos com a função moduladora e outros capazes de potencializar os estímulos, criando condições para que a memória seja evocada quando solicitada.
A transformação da memória de curto prazo para memórias de longo prazo:
Durante o sono, o nosso cérebro está ativamente engajado na organização e no armazenamento de novas lembranças. Pesquisas recentes reforçam essa ideia, indicando que o cérebro revisita as experiências do dia durante o sono, aspecto crucial no processo de consolidação da memória. O cérebro realiza a conversão de memórias de curto prazo em memórias de longo prazo enquanto dormimos, inclusive durante breves sestas ou cochilos. Esse processo, denominado “consolidação da memória”, tem sido extensivamente estudado por neurocientistas, tanto em estudos envolvendo seres humanos quanto em experimentos com animais ao longo de várias décadas.
O córtex pré-frontal e a racionalização
Boa parte das pessoas sequer se atenta a questionamentos básicos sobre a impossibilidade ou a total falta de sentido em certas coisas durante os sonhos, pois o córtex pré-frontal está em baixa atividade durante o sono REM, período em que os sonhos ocorrem. É ele o responsável pelo questionamento racional de determinados fatos. Esse baixo funcionamento impede que se questione, por exemplo, a possibilidade de voar durante os sonhos.
Conclusão
As visões oníricas, ou sonhos, revelam-se como experiências profundas e multifacetadas, refletindo tanto aspectos psicológicos quanto espirituais. Elas não apenas proporcionam uma reorganização interna do ser, por meio da consolidação de memórias e do processamento emocional, como também oferecem um espaço simbólico para expressão criativa e introspectiva. Além de sua importância biológica no ciclo do sono e na saúde mental, as experiências oníricas têm sido valorizadas ao longo da história por seu potencial místico, servindo como canais para mensagens proféticas e orientações espirituais.
No entanto, acessar essas dimensões exige preparação cuidadosa, incluindo práticas de banimento e proteção energética, demonstrando que o ato de sonhar vai além da fisiologia, envolvendo tanto a mente consciente quanto o subconsciente e o espiritual. Compreender e trabalhar conscientemente com essas visões pode nos ajudar a navegar pelos mistérios da mente e, ao mesmo tempo, expandir nossas habilidades internas. Assim, o sonho não é apenas um reflexo passivo da vigília, mas um campo fértil de experiências que possibilita tanto o autoconhecimento quanto a exploração de planos sutis da existência.
Por hoje, ficamos por aqui. Façam parte do problema.
Rafaella Fernandez. Taróloga. Praticante de magia natural e cerimonial. Colaboradora fixa nos projetos: Morte Súbita, Secretum Secretorum, enochiano.com.br, lemegeton.com.br e trithemius.com.br.
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