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Vampirismo e Licantropia

Deificação Vampírica

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“Eu sou teu Eu mais Profundo, (…)
E aquele que se reconhece como Eu,
Poderá tocar e mudar tudo conforme a sua vontade e é, um verdadeiro Feiticeiro.
E saiba bem meu nome, pois honrando-o em todas as tuas ações,
será e permanecerá digno da minha Magia Draconiana”

– The Dragon Speaks, Vampire Bible

Dentro da magia em geral, muito se fala em Self, Eu, Logos, Christos Individual, Deus Interno. Muitos nomes recebe a consciência expandida que se rebela contra o mecanicismo cotidiano, e no Vampirismo, esta realidade superior é chamada de ‘o Dragão’. O Dragão é um dos símbolos mais antigos universais e é também o maior mistério da magia vampiresca.

A escolha da simbologia do Dragão não é arbitrária. Embora para os meros ignorantes esteja sempre associado ao mal ao mesmo tradicionalmente o Dragão é sempre o guardião de um grande tesouro. Dragões guardam o Velocino de Ouro na mitologia grega e possuem o tesouro da vida eterna na mitologia nordica de Siegfried. Estes mitos não estão ai fortuitamente. Embora seja descomunalmente forte, o Dragão é sempre um ser extremamente sagaz e inteligente. Essa dualidade faz com que ele represente com perfeição tanto o Lado Diurno, racional e pragmático, como o Lado Noturno, sobrenatural e oculto da vida vampírica. Como se isso não bastasse em muitas culturas o Dragão é também símbolo da imortalidade.

Para o vampiro praticante o Dragão representa acima de tudo o conhecimento, especialmente o conhecimento de si mesmo que se inicia pelo reconhecimento de tudo aquilo que você não é. Dentro do misticismo Vampírico, um ponto se destaca: Observado e Observador. Experienciador e a Experiência. É apenas graças ao contraste dos opostos que qualquer sentido pode funcionar. É pelo silêncio entre os sons que reconhecemos as palavras. É pela diferença de luz e escuridão que funciona nossa visão. Da mesma forma trabalha o sentido de Deificação do Vampiro. Deificar, quer dizer torna-se Deus, e é portanto desumanizar. É viver o vampirismo como um Todo. Essa prática vai cortar suas amarras da realidade mudana, e te dar uma nova visão da Experiência na Vida.

O processo consiste em uma simples realização: O sujeito não é a experiência. Por exemplo, você sabe que não é estas palavras porque você está as lendo. Sua habilidade de experimentar estas palavras significa que a experiência (as palavras) a qual o sujeito (você) está ciente. Exatamente como um olho não pode ve-lo diretamente, você não pode experimentar você mesmo. É necessário a interação de duas entidades separadas para o uma experimentação ocorrer: O sujeito e a experiência. A experimentação é impossível com qualquer um dos aspectos ausente.

Muita gente não concorda com este ponto, dizendo que podem experimentar a si mesmos simplesmente por tocar seus braços ou ouvir a sua própria voz. Mas este é o ponto exato: Tudo o que você experimenta, não é você. Seu braço e sua voz são partes do seu corpo, e porque podem ser experimentados, eles não são o verdadeiro sujeito.

Reconhecendo isso, você se ‘desidentifica’ do seu corpo. Enquanto você pensar que seu corpo é você, a dor física será terrível já que ela se torna a sua dor. Este processo te faz reconhecer que a Dor não é você, mas sim está a experimentando. Isto já te da à habilidade de continuar através da dor se você quiser alcançar algo maior do que simples alívio .

Isso se estende a todos os aspectos do seu Ego. Emoções, pensamentos, personalidade, memórias e tudo o que você puder experimentar não é o seu verdadeiro “self”, o sujeito. Você é imune a qualquer desconforto que você pode experimentar. Reconhecendo isso, você pode prontamente confrontar qualquer obstáculo não importando a forma. Você ainda vai experimentar o desconforto, mas ele não irá dete-lo.

Resumindo, o processo de deificação consiste em primeiro lugar se dedicar inteiramente a experiência. Permitir a você mesmo experimentar ela completamente. E em segundo lugar, mas não menos importante reconhecer que você está tendo uma experiência, e então, você não é aquela experiência. Isso é especialmente libertador quando você percebe que não é nenhum dos agregados de idenficiação que a sociedade impõe. Você não é seu emprego. Você não é uma religião. Você não é um time de futebol.

A importância deste processo não pode ser subestimada e deve ser praticada sempre. Nada é parado no universo, se sua consciência não está expandindo ela está encolhendo. Se você não está progredindo está andando para trás.  A Deificação irá levá-lo a realização do seu “self” e permitir que domine sua Vontade. Isso te dará foco e perseverança em alcançar seus objetivos. Em um aspecto mais profundo, isso te mostra o teu real ser, e como o ego é mutável, plástico.

Quando você se identificar com o Dragão, perceber que o Eu não é o que ele experiência, tornar-se-á o Deus, a Fonte, o Dragão e seu Controle e Consciência te fará um Feiticeiro . Quando o processo é feito com verdadeira vontade chega-se muitas vezes a chamada “Noite Negra da Alma” ou N.O.X. Um estado que muitas vezes é confundido com o da “aniquilação do ego” mas que pode se melhor compreendido com a solidão que surge quando o Imperador mata todos os impostores da sua corte. Trata-se de um completo sentimento de vazio. Você queimou seus rótulos, jogou fora tudo aquilo que achava importante mas que não importa. Parece o fim do caminho, mas é na verdade o primeiro passo.

Até agora você estava preocupado em degolar todos os falsos deuses que tentavam entrar na cova do Dragão. Inicia-se a fusão entre teu ego e teu Eu. Você consegue finalmente entrar no covil e desperta o Dragão. E quando ele abre os olhos você percebe que está vendo através deles.


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