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Karl von Klauzewitz
As pessoas interessadas em estratégia acabam sempre estudando a Arte da Guerra e inevitavelmente acabam lendo Sun Tzu e outros mestres orientais. Entretanto ironicamente dificilmente prestam atenção a Karl von Klauzewitz, grande teórico bélico ocidental. Para aguçar a curiosidade foram selecionadas algumas anotações da leitura da obra prima deste autor: “Da Guerra” (Vom Kriege):
A guerra é a mãe de todas as coisas.
A guerra não é uma questão sobrenatural, mas antes um acontecimento submetido a leis definidas.
Os progressos da técnica moderna aumentaram as possibilidades de estabelecer planos para a guerra.
Todavia, uma elaboração de planos completos e estáveis é difícil porque a certeza na guerra é de facto muito limitada e momentânea.
A guerra é um todo indivisível, cujas partes (os resultados subordinados) não têm qualquer valor, excepto na sua relação com o todo.
Na guerra nada se obtém senão pelo cálculo.
Na guerra querem-se ideias simples e precisas.
Toda a guerra deve ser metódica, porquanto toda a guerra deve ser conduzida consoante os princípios e as regras da arte e com uma finalidade; ela deve ser feita com forças proporcionais aos obstáculos que se prevêem.
A decisão pelas armas, em todas as operações, grandes ou pequenas, de uma guerra, é como o pagamento em dinheiro em transacções comerciais.
As nossas guerras serão de facto travadas antes mesmo de se travarem as operações militares.
A táctica é a teoria da utilização das forças militares em combate. Estratégia é a teoria da utilização dos combates para alcançar o objectivo da guerra.
Portanto, na guerra é de suprema importância atacar a estratégia do inimigo.
Os elementos da arte da guerra são, primeiro, a noção de espaço, segundo, a apreciação das quantidades; terceiro, os cálculos; quarto, as comparações, e, quinto as possibilidades de vitória.
Há cinco pontos conducentes a operações militares: primeiro, a busca da fama; segundo, a luta por vantagens; terceiro, a acumulação de animosidades; quarto, a desordem interna; quinto, a fome.
Para abater um inimigo, é necessário quebrar o seu equilíbrio, introduzindo no campo das operações um factor psicológico ou económico que o coloque em posição de inferioridade, antes de poder ser lançado contra ele um ataque com hipóteses de sucesso definitivo.
Não poderia haver terror sem uma encenação da tragédia, sem romantismo da morte.
Não realizamos nenhuma acção que não seja com a certeza e a decisão de alcançar o êxito previsto.
A guerra é um jogo, tanto objectiva, como subjectivamente.
O absoluto, o matemático, como é chamado, em nenhum lugar encontra uma base segura nos cálculos da arte da guerra.
A política, pois, está entrelaçada em toda a acção da guerra, e deve sobre ela exercer uma influência contínua, na medida em que a natureza das forças por ela libertada o permita.
A guerra é uma mera continuação, por outros meios, da política.
A guerra são os meios.
A eficácia superior não pertence aos meios, mas ao fim, e estamos apenas a comparar o efeito de um propósito realizado com o outro.
É um conflito de grandes interesses que é resolvido com derramamento de sangue e só nisso é diferente dos outros. Em vez de a comparar com qualquer arte, seria melhor assemelhá-la a uma competição de negócios, o que também é um conflito de interesse e actividades humanas; e é ainda mais parecido com a política do Estado que também, por seu lado, pode ser considerada como uma espécie de competição de negócios em grande escala. Além disso, a política do Estado é o ventre onde a guerra se desenvolve, onde o seu contorno jaz encoberto num estado rudimentar, tal como as qualidades das criaturas vivas nos seus germes.
Qualquer meio que uma vez prove ser eficaz na guerra, logo é repetido.
Todo o método de conduzir a guerra está dependente dos instrumentos utilizados;
Estratégia é a utilização da batalha para ganhar o fim da guerra;
A estratégia forma o plano da guerra;
Os possíveis combates, por causa dos seus resultados devem ser considerados como reais. A mera possibilidade de uma batalha produzir resultados deve, pois, ser classificada entre os acontecimentos efectivos.
As forças morais estão entre os mais importantes sujeitos na guerra.
Desistir do homem e passar para o papel que lhe designaram para desempenhar na guerra, isso é a capacidade militar no indivíduo.
Uma nação só pode esperar ter uma posição forte no mundo político se o seu carácter e prática em guerra efectiva mutuamente se ocuparem em constante acção recíproca.
Qualquer guerra pressupõe a fraqueza humana e é contra ela que é dirigida.
A guerra e a paz são ideias que, no seu fundamento, não podem ter gradações; (…).
As actuais alterações da arte da guerra são a consequência de alterações na política.
A luta de dois conceitos imateriais não pode cessar senão quando os defensores de um dos dois não tiverem mais capacidade de resistência.
Se uma coisa é boa para um adversário, será inevitavelmente má para outro.
Existirá sempre uma acção concreta – material ou verbal – que provoca a sequência de paradas e respostas.
Tipicamente a causa imediata de uma crise é a tentativa de um actor coagir outro pela ameaça, explícita ou implícita da força.
Normalmente, as forças militares são apenas o pano de fundo com que se ameaça à situação de guerra, e as movimentações militares efectuadas procuram aumentar a credibilidade da ameaça e a iminência da sua concretização.
Em teoria, desde que seja necessário para atingir o fim, é legítimo o uso ilimitado da força
A guerra é a luta de classes levada a efeito com meios físicos violentos e organizados.
Todas as guerras são inseparáveis dos sistemas políticos que engendram
A guerra é a forma suprema de luta entre nações e Estados, entre classes ou grupos políticos.
Força desmedida ou aparência de força desmedida é a unica forma de usar a força na Guerra.
Também a guerra em acto é “paixão”, a mais intensa e febril, é um momento da vida política, é a continuação, sob outras formas, de uma determinada política.
Assim a guerra envolve o todo social, quando eclode é um estado específico de toda a sociedade e não apenas daqueles que praticam a luta armada.
A paz não é mais do que a continuação da guerra por outros meios.
A guerra pode ser feita: obedecendo a certos constrangimentos ou regras; sem obediência a constrangimentos ou regras.
A guerra é um processo inventado pelo homem que lhe permite resolver conflitos para os quais ainda não encontrou outro processo de solução.
Numa guerra actuam homens, grupos, nações; obedecendo ou não a certas limitações.
A guerra irracional é aquela a que uma política racional, mas teórica, normalmente conduz.
(…) As guerras da era contemporânea são guerras integrais no sentido de modificação.
Nenhum Estado pode estar certo de que é a racionalidade para o outro.
Despreza, pois, as teorias pacifistas e internacionalistas. O pa-triotismo e o amor à guerra nada têm a ver com a ideologia: são princípios de higiene, sem os quais só há decadência e morte.
Consideramos ultrapassada e ultrapassável a hipótese de fusão amigável dos povos, e só admitimos para o mundo uma única higiene: a guerra.
Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas Ideias que matam, e o desprezo pela mulher.
A guerra não é apenas um confronto de populações ou de homens, é um assalto de tecnologias.
É necessário visar para matar. Aquilo que mata é o olhar, a designação.
A guerra é uma questão de opinião.
Depois de uma batalha perdida, a diferença entre o vencido e o vencedor é pequena.
Não é um incidente quem deve governar a política, mas sim a política que deve governar os incidentes.
A arte da guerra consiste em ganhar tempo quando se tem forças inferiores.
A reputação das armas na guerra é tudo e equivale às forças reais.
Um dos primeiros princípios da guerra é exagerar as suas forças e não diminuí-las.
Negai-vos a parlamentar, são meios de que os nossos inimigos sempre se serviram contra nós.
Quando se conhecem os fins a atingir, com um pouco de reflexão, os meios vêm facilmente.
Como leis de condução da guerra a estratégia e a táctica constituem a arte de nadar no oceano da guerra.
Numa palavra, a guerra não deve, nem por por um só momento, ser separada da política.
Pode portanto dizer-se que a política é guerra sem derramamento de sangue, e a guerra, política sangrenta.
A guerra é uma competição de forças que, no próprio decorrer da guerra, se vão modificando com relação ao que eram no início.
Antes do estalar a guerra, toda a organização e toda a luta têm o fim de preparar a guerra.
A guerra só pode abolir-se com a guerra.
O que é a estratégia? A palavra designa originalmente a arte de fazer evoluir um exército sobre um teatro de operações até ao momento em que ele entra em contacto com o inimigo.
A eficácia militar está dependente da determinação política.
A táctica situando-se no contacto visual do inimigo, a estratégia sendo de dimensões mais vastas e situando-se para além dos olhares e dos golpes.
A táctica e a estratégia correspondem a duas atitudes de espírito distintas, a duas essências de pensamento e de acção guerreiras.
A estratégia e a táctica formam um todo indissociável da arte da guerra.
O pensamento estratégico de uma dada época é a expressão do estado das técnicas.
A nossa estratégia é um contra dez enquanto que a nossa táctica é dez contra um.
A estratégia permanece implicada pela evolução científica e técnica, a tecnologia é um teatro de operações, um verdadeiro campo de batalha.
Doravante, já não existe estratégia; apenas crises a gerir.
Um estado de vigilância permanente e global, para adquirir sempre mais informações, e não atacar senão pela certa, com o melhor rendimento político possível.
Clareza de Objetivos
Podemos considerar a destruição completa ou parcial do inimigo como o único objectivo de todos os combates.
A destruição da força militar do inimigo é o princípio básico da guerra e o caminho directo para o objectivo em todo o campo da acção positiva.
A guerra é uma luta de vontades. o objectivo da guerra e na guerra (…) é dominar a vontade do adversário.
O essencial é que o inimigo tenha baixas e prejuízos materiais e morais que o enfraqueçam.
Por isso, a guerra é um acto de violência com que se pretende obrigar o nosso oponente a obedecer à nossa vontade.
A guerra de uma comunidade sempre começa a partir de uma condição política e vai em frente por um motivo político.
A destruição do poder de luta do inimigo é sempre o meio de alcançar o objectivo do combate.
A solução sangrenta da crise, o esforço para a destruição das forças do inimigo, é o filho primogénito da guerra.
Combate significa luta, e nesta o objectivo é a destruição ou conquista do inimigo, e o inimigo, em combate particular, é a força armada que se coloca em oposição a nós.
A guerra nada mais é que um processo mútuo de destruição
O objectivo da guerra moderna é o de procurar o exército do inimigo, centro da sua força e aniquilá-lo numa batalha.
O objectivo da guerra é destruir as forças militares
Os beligerantes formulam os objectivos da guerra. a natureza destes objectivos políticos tem um impacto decisivo no conteúdo e na conduta da guerra.
Quando se conhecem os fins a atingir, com um pouco de reflexão, os meios vêm facilmente.
Não fazemos grande coisa enquanto não soubermos concentrar-nos inteiramente num objecto e caminhar através dos contratempos para atingir um mesmo fim.
É necessário classificar os objectivos a atingir segundo a sua importância e ter a esse respeito uma ideia bem clara.
O Princípio Fundamental da guerra consiste em conservar as próprias forças e aniquilar as do inimigo.
Quando os obstáculos são removidos e o objectivo político atingido, a guerra termina.
O objectivo de alguém que quer fazer a guerra é o de ser capaz de batalhar com qualquer inimigo no campo e de ser capaz de ganhar o dia.
Sobre a Liderança
Quem comanda as forças armadas comanda o pais.
Um exército não é nada, senão pela cabeça.
Na guerra, o primeiro princípio do general-em-chefe é esconder o que faz.
Porque esse general considera os seus homens como crianças e eles marcharão a seu par até aos mais profundos vales. Trata-os como filhos amados e eles morrerão a seu lado.
É obrigação do general manter-se sereno e inescrutável, imparcial e com autodomínio.
Deve manter os oficiais e homens no desconhecimento dos seus planos.
Muda os seus métodos e altera os seus planos para que ninguém saiba o que está fazendo.
Encarrega as tropas das respectivas tarefas sem lhes revelar os seus objectivos. Fá-las ganhar vantagens sem lhes apontar os perigos.
A imprensa é a arma mais poderosa do arsenal do chefe de guerra moderno.
A guerra tem princípios invariáveis que têm por fim, principalmente, garantir os exércitos contra o erro dos chefes sobre a força do inimigo; erro que, do maior ao menor, tem sempre lugar.
O sucesso da guerra depende da prudência, da boa condição e da experiência do general.
Fazei poucas proclamações e evitai mandar pôr nos jornais os vossos actos que sejam de pura administração.
A sorte de uma batalha é o resultado de um instante, de um pensamento.
Fazer apreciações erradas ou ser apanhado de surpresa pode significar a perda da superioridade e da iniciativa.
Os homens que desejam levar a cabo uma tarefa devem primeiro preparar-se com cuidado para que quando a oportunidade surja sejam capazes de concretizar aquilo a que se propuseram.
Não deve jamais, portanto, levantar o pensamento deste exercício da guerra, e deve na paz exercitar-se mais do que na guerra; o que pode fazer de dois modos: um com as obras, outro com a mente.
No que se refere ao exercício mental, deve o cabeça do exército ler as histórias, e nelas considerar as acções dos homens excelentes, ver como se portaram na guerra, examinar os motivos das suas vitórias e derrotas, a fim de poder fugir a estas e imitar aquelas.
Sobre a ação e o momento decisivo da batalha:
Mas sabemos que o curso da acção na guerra raramente, ou nunca, tem esta continuidade sem quebra, e que houve muitas guerras em que a acção ocupou, por longe, a mais pequena parte do tempo utilizado, sendo o resto consumido em inacção.
(Há) uma ampla diferença entre a guerra na realidade e a sua concepção original.
O perigo na guerra pertence à sua fricção.
A fricção é a única concepção que, de um modo geral, corresponde àquilo que distingue uma guerra real de uma guerra no papel.
O combate é a verdadeira actividade guerreira, tudo o mais é só auxiliar (…).
(…) Tudo está sujeito a uma lei suprema: que é a decisão pelas armas.
Na arte da guerra, como na mecânica, o tempo é o grande elemento entre a força e a potência.
Quando próximo, simule-se o afastamento; quando afastado, aparente-se a proximidade.
Portanto, na guerra é de suprema importância atacar a estratégia do inimigo.
A invencibilidade está na defesa: a possibilidade de vitória está no ataque.
O cúmulo da perfeição na disposição de tropas está em fazê-lo de modo que não seja compreensível. Nem os melhores espiões a entenderão, nem os sabedores poderão elaborar planos contra ti.
Em campanha sê veloz como o vento (…).
O ponto mais alto das operações militares consiste em simular-se a aceitação dos desígnios do adversário.
(…) E porque a nossa resposta tem sido e será: olho por olho, dente por dente.
Contra a surpresa o inimigo nada pode opor e, desta maneira, fica perplexo e aniquilado.
(…) Sermos nós que escolhemos o lugar e a hora do ataque, quem fixa a sua duração e quem estabelece os objectivos. O inimigo está na ignorância de tudo.
A emboscada causa desgaste ao inimigo e provoca-lhe nervosismo, insegurança e medo.
(…) Sempre está implicado no conceito de guerra que todos os efeitos manifestados têm a sua raiz no combate.
(…) A solução sangrenta da crise, o esforço para a destruição das forças do inimigo, é o filho primogénito da guerra.
(…) O actuante na guerra continuamente encontra as coisas diferentes das suas expectativas.
A actividade na guerra é movimento em meio antagónico.
A guerra no seu sentido literal é lutar.
Portanto, a arte da guerra, no seu sentido próprio é a arte de utilizar os meios dados (…).
Portanto, a condução da guerra é a formação e condução da luta.
A táctica é a teoria da utilização das forças militares em combate.
A guerra é o choque de duas forças opostas em colisão uma com a outra (…).
(…) Todas as forças disponíveis e destinadas a um objectivo estratégico deveriam ser-lhe aplicadas em simultâneo (…).
Combate significa luta, e nesta o objectivo é a destruição ou conquista do inimigo, e o inimigo, em combate particular, é a força armada que se coloca em oposição a nós.
(…) Qualquer acto estratégico pode ser identificado com a ideia de um combate porque é a utilização da força militar e, na raiz desta, sempre está a ideia de luta.
Não pode travar-se nenhuma batalha que não seja por consentimento mútuo (…).
Que é uma batalha? (…): é um conflito em que pesam todas as nossas forças, para que se alcance uma vitória decisiva.
A batalha pode pois ser considerada como a guerra concentrada.
A batalha é a mais sangrenta via de solução. É verdade que não é apenas uma mortandade recíproca, (…) mas o sangue sempre será o preço, e o morticínio o seu carácter e o seu nome (…).
A vitória não se pode obter senão com o preço do sangue.
(…) Aquilo que importa é dispôr da superioridade no ponto crítico e no momento do ataque.
A desordem máxima era precisamente o nosso equilíbrio.
O nosso objectivo era tornar a acção numa série de combates singulares.
É necessário atacar lá onde o inimigo não se encontra.
(…) A réplica aos ataques de surpresa, (…), é ser mais móvel que o atacante.
É bom sinal quando o inimigo nos ataca.
A guerra significa a passagem das partes a um diverso tipo de interacção.
A arte da guerra é dispôr as tropas de maneira que elas estejam por toda a parte ao mesmo tempo.
A simplicidade é a primeira condição de toda todas as boas manobras.
Toda a arte da guerra consiste numa defensiva bem ponderada, extremamente circunspecta e numa ofensiva audaciosa e rápida.
A passagem da ordem defensiva à ordem ofensiva é uma das operações mais delicadas da guerra.
A primeira condição de um campo de batalha é não ter desfiladeiros à sua rectaguarda.
Defendei com afinco e nunca abandoneis de ânimo leve a vossa linha de operação.
Tanto nos batemos a tiro de canhão como a soco.
Quando estamos em posição de acertar o alvo, é preciso não nos deixarmos desviar por manobras contrárias.
Não é dispersando as tropas e separando-as que se chega a um resultado
A arte é hoje atacar tudo o que se nos depara, a fim de bater o inimigo em particular e enquanto ele se organiza.
Na guerra de guerrilhas, a necessidade de conseguir uma decisão rápida é muito grande (…).
“Concentrar uma grande força para golpear uma pequena força do inimigo” continua a ser um dos princípios da acção militar (…).
Qualquer exército que, perdendo a iniciativa, se vê forçado a manter-se numa posição passiva, deixa de ser livre e corre o perigo de exterminação ou derrota.
(…) A iniciativa não é qualquer coisa já feita, mas sim algo cuja obtenção requer um esforço consciente.
Dispersão, concentração e deslocação são os três caminhos para uma utilização flexível das forças (…).
Devem usar-se constantemente estratagemas para enganar, engodar e confundir o inimigo (…).
A ofensiva é o único meio de destruir o inimigo e o principal meio de conservar as próprias forças (…).
O ataque tem como objectivo imediato a destruição do inimigo (…). A defesa tem como objectivo imediato a conservação das próprias forças (…).
A guerra tomará forma de guerra de movimento já que o seu conteúuma ofensiva de decisão rápida (…).
É preciso pois que o inimigo avance, razão por que não devemos lamentar a perda temporária e parcial do nosso território.
Dum modo geral, a guerra de movimento realiza a tarefa de aniquilamento, a guerra de posições cumpre a tarefa de desgaste e a guerra de guerrilha cumpre as duas simultaneamente.
Dispersar as tropas para levantar as massas, concentrar as tropas para bater o inimigo.
O inimigo avança, nós recuamos, o inimigo imobiliza-se, nós hostilizamo-lo, o inimigo esgota-se, nós golpeamos, o inimigo retira, nós perseguimos.
A táctica é a arte de utilizar o melhor possível os meios militares, ela diz respeito ao domínio do combate.
Já não é necessário dispôr de uma potência excessiva para atenuar a imprecisão do tiro.
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Karl von Klauzewitz
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