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A figura de Dionísio – Carta a um Maçon (7 de 13)

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Foi do Egito que veio a Corrente de Osíris, a qual, devido à diversidade de povos e línguas, e às dificuldades de comunicação no plano material, manifestou-se em pontos diferentes do continente indo-europeu sob formas diversas, embora seguindo sempre a fórmula do Deus sacrificado. A corrente começou aproximadamente no ano 500 A.C. Um estático da Ásia Menor, cujas aventuras tornaram-se lendárias, e que eventualmente ficou conhecido pelo nome de Dioniso, viajou pela Grécia, Ásia Menor e Índia, ensinando a nova fórmula de Iniciação Racial. Este iniciado, o original verdadeiro do “Jesus Cristo” evangélico, foi um filho espiritual de Krishna, ou antes, de Vishnu, de quem foi Krishna o principal avatar; e sua Palavra era INRI, que é uma modificação da Palavra de Krishna, AUM. Citamos aqui o Capítulo 71 de LIBER ALEPH, um dos mais profundo s trabalhos do Mestre Therion:

“Krishna tem inumeráveis nomes e formas, e não conheço seu verdadeiro Nascimento humano. Pois sua Fórmula é de alta Antiguidade. Mas Sua Palavra espalhou- se por muitas terras, e hoje a conhecemos como INRI com o IAO secreto aí oculto. E o significado desta Palavra é a Maneira de Trabalho da Natureza em Suas Mutações: isto é, é a Fórmula de Magia pela qual todas as Coisas se reproduzem e recriam a si mesmas. Porém, esta Extensão e Especialização foi antes a Palavra de Diôniso; pois a verdadeira Palavra de Krishna era AUM, implicando antes numa asserção da Verdade da Natureza do que numa Instrução prática sobre Operações Detalhadas de Magis. Mas Dioniso, pela palavra INRI, estabeleceu a fundação de toda Ciência, da forma como hoje entendemos a palavra Ciência em seu senso particular, ou seja, o de caus ar a Natureza externa a mudar em Harmonia com nossas Vontades.”

Este Iniciado, cujo nome carnal é hoje desconhecido, mas que conhecemos por Diôniso (o qual pode ter sido seu nome, pois se tornou bastante comum na Ásia e na Grécia depois de sua morte), viveu e trabalhou aproximadamente quinhentos anos antes da assim-chamada “era cristã”. Foi mencionado por um dos profetas judeus — Isaias — em várias passagens do Livro de Isaías. Estas eram estudadas com veneração profunda pelos velhos Essênios, que sabiam do seu sentido oculto. A passagem principal é citada aqui (parênteses meus):

“Quem acreditou em nossa pregação? A quem foi mostrado o braço de Adonai? (braço é um eufemismo para o falo, o órgão material do Verbo. Coxa, braço, quafril, chifre, etc., são eufemismos para pênis, usados tanto no Novo quanto no Velho Testamento para apaziguar as mentes purientes dos tradutores que, projetando seus próprios traumas psíquicos, acharam que o povo ficaria chocado ao ouvir uma pica chamada de pica. Este tipo de “censura bem intencionada” ainda hoje é praticado: os cristãos todos parecem achar-se capazes de “proteger a virtude” de seus semelhantes!) . Porque foi subindo como um rebento novo ( ou seja, como uma Palavra nova, necessariamente mal-entendida e temida a princípio) perante Ele, e sua raiz em uma terra seca; não tinha presença nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza tinha ele que nos agradasse.

“Foi desprezado, o mais rejeitado entre os homens; homem que sofrera, e sabia o que é padecer; como um de quem os homens se desviam, foi desprezado, e dele não fizemos caso.

“Em verdade ele tomou sobre si nossas mazelas; as nossas dores carregou sobre si; e por isto o considerávamos, aflito, ferido de Deus, e opresso.”

“Ele foi golpeado, mas por nossas transgressões; moído, mas por nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe a paz caíu sobre ele, e pelas suas pisaduras nós fomos sarados.”

“Andávamos todos desgarrados, como ovelhas; cada um se desviava do caminho, mas Adonai fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos”.

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e como ovelha, muda perante seus tosquiadores, manteve silêncio.””

“Por decreto tirânico nos foi arrebatado, e sua linhagem, quem dela cogitou? Pois ele foi cortado da terra dos vivos; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido.”

“Deram-lhe sepultura com os perversos, mas com o rico habitou em sua morte; pois nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.”

“Todavia, a Adonai agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando ele deu a sua alma (a Vulgata tende para sugerir que isto é uma profecia sobre — claro — “Jesus Cristo”) como oferta pelo pecado, viu a sua posteridade ( isto é, seus filhos mágicos) e prolongará seus dias; a vontade de Adonai prosperará em sua mãos.”

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com a sua compreensão ( isto é, Binah; a “entrega da alma” corresponde à Passagem do Abismo ) justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

“Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte ( isto é, como seus discípulos ), e com os poderosos (isto é, os Reis ou Potestades — uma das hierarquias celestiais ) repartirá ele os despojos; porquanto derramou a sua alma ( isto é, o seu sangue — vinho de IAO — na Taça de BABALON, que contém o sangue dos santos ) na morte; foi contado com os transgressores ( isto é, considerado malígno ); contudo levou sobre si os peca dos de muitos, e pelos transgressores ( isto é, os malígnos entre os quais foi contado, os quais eram na realidade os que o condenavam ) intercedeu.” – LIVRO DE ISAÍAS, III, vv. 1 – 12.

Talvez o senhor compreenda melhor o acima se eu citar aqui alguns raros versos de um dos Livros Santos de Thelema:

“46. Ó meu Deus, mas o amor em Me rebenta sobre os laços de Espaço e Tempo; meu amor é derramado entre aqueles que não amam o amor.”
“47. Meu vinho é servido àqueles que nunca provaram vinho.”
“48. Os fumos dele os intoxicarão, e o vigor do meu amor engendrará bebês pujantes em suas virgens.”
LIBER VII, vii, vv. 46 – 48.

Há certos segredos iniciáticos, Dr. G., que não podem ser revelados pela simples razão que apenas aqueles que os experimentaram em si mesmos são capazes de compreender referências a eles feitas. Portanto limitar-me-ei a dizer que a história simples contada nos versos de Isaías descreve a carreira de todo Adepto Cristão. Isto, em teoria, seria também a história de todo maçon do grau 33º; mas na prática, embora não tenham os srs. perdido a Palavra, mantêm a letra mas não o espírito. Os senhores maçons caíram bem aquém do que era intencionado por seu sistema — isto principalmente devido ao constante ataque da Igreja de Roma.

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