O universo quer brincar. Aqueles que por ganância espiritual se recusam a jogar e escolhem a pura contemplação negligenciam sua humanidade – aqueles que evitam a brincadeira por causa de uma angústia tola, aqueles que hesitam, desperdiçam sua oportunidade de divindade – aqueles que fabricam para si máscaras cegas de Idéias e vagam por aí […]
Tag: Hankim Bey
A justiça não pode ser obtida sob nenhuma Lei que seja – uma ação que está de acordo com a natureza espontânea, uma ação justa, não pode ser definida por dogmas. Os crimes defendidos nestes panfletos não podem ser cometidos contra o “si mesmo” ou o “outro”, mas apenas contra a mordaz cristalização de Idéias […]
Na Pérsia eu vi que a poesia é feita para ser musicada e cantada – por uma razão simples – porque funciona. Uma combinação perfeita de imagem e melodia coloca o público num hal (algo entre um estado de espírito emocional/estético e um transe de supraconsciência), explosões de choro, impulsos de dança – uma mensurável […]
Caos invisível (po-te-kitea) Indomável, intransponível Caos da escuridão absoluta Intocado e intocável — canto Maori O Caos empoleira-se numa montanha de céu: um pássaro gigantesco, como uma asa- delta amarela ou uma bola de fogo vermelha, com seis pés e quatro asas – ele não tem rosto, mas dança e canta. Ou o Caos é […]
Inventadas pelos chineses, mas nunca desenvolvida para a guerra – um bom exemplo de Terrorismo Poético – uma arma usada para disparar choques estéticos em vez de matar – os chineses odiavam a guerra e costumavam entrar em luto quando os exércitos se levantavam – a pólvora era mais útil para espantar demônios malignos, deleitar […]
A arte-sabotagem aspira ser perfeitamente exemplar, mas, ao mesmo tempo, retém um elemento de opacidade – não propaganda, mas choque estético – aterradoramente direta, mas ainda assim sutilmente transversal – ação -como-metáfora. A Arte-Sabotagem é o lado negro do Terrorismo Poético – criação -através-da-destruição –, mas não pode servir a nenhum partido ou niilismo, nem […]
Constelações por onde dirigir o barco da alma. “Se o muçulmano entendesse o Islã, ele se tornaria um adorador de ídolos.” – Mahmud Shabestari. Eleguá[5], o porteiro horroroso com um gancho na cabeça e conchas nos lugar dos olhos, charutos negros de macumba e copo de rum – como Ganesh[6], o deus dos Inícios, garoto […]
O amor louco não é uma social-democracia, não é um parlamentarismo a dois. As atas de suas reuniões secretas lidam com significados amplos, mas precisos demais para a prosa. Nem isso, nem aquilo – seu Livro de Emblemas treme em suas mãos. Naturalmente, ele caga para os professores e para a polícia. Mas também despreza […]
Dançar de forma bizarra durante a noite inteira nos caixas eletrônicos dos bancos. Apresentaçõoes pirotécnicas não autorizadas. Land-art[2], peças de argila que sugerem estranhos artefatos alienígenas espalhados em parques estaduais. Arrombe apartamentos, mas, em vez de roubar, deixe objetos Poético-Terroristas. Sequestre alguém e o faça feliz. Escolha alguém ao acaso e o convença de que […]
O Caos nunca morreu. Bloco intacto e primordial, único monstro digno de adoração , inerte e espontâneo, mais ultravioleta do que qualquer mitologia (como as sombras à Babilônia), a original e indiferenciada unidade-do-ser ainda resplandece, imperturbável como as flâmulas negras frenética e perpetuamente embriagada dos Assassinos[1]. O caos é anterior a todos os princípios de […]