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Microorganismos a serviço dos povos

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Yth  novamente me ajudou a escrever esta matéria, já que não tenho toda a experiência e o conhecimento necessário para isso. Bem, você já se perguntou o que, como e quanto come um alienígena ou um dos diversos tipos de híbridos?

Eu particularmente nunca havia me preocupado com esta pergunta.

Desde as primeiras vezes em que me aproximei de Yth, notei sempre um cheiro metálico muito forte proveniente da sua respiração e sempre quis saber o porque disto, embora nunca tenha perguntado a ele diretamente. Achava que era normal, talvez pelo seu tipo de alimentação ou algum complemento alimentar (vitaminas) ou até mesmo pela sua natureza.

 

Talvez por ele ter lido meus pensamentos, aos poucos começou a me explicar sobre os cogumelos e de como é inútil adubar plantações de cana-de-açúcar.

 

Eu nem desconfiava que isto era uma introdução para um novo conhecimento maior (Yth tem essa peculiaridade de explicar as mais complicadas coisas de forma gradual e socrática, onde ele induz o interlocutor a raciocinar e a formular perguntas de forma que as respostas aparecem como se fossem conclusões óbvias a que ambos tivessem chegado).

 

Yth me explicou que os compostos protéicos dos quais todos nós nos alimentamos são na verdade compostos nitrogenados.

 

Somente vegetais conseguem produzir tais compostos nitrogenados partindo do N do meio ambiente, geralmente fixado no solo.

 

Este N é um fertilizante e vai se acumulando no meio ambiente (no solo, por exemplo) depois de recombinar o gás nitrogênio que existe em abundância em nossa atmosfera (aliás, esse gás é tão abundante que dá o tom azul ao céu e ao planeta).

 

A natureza fertiliza o meio ambiente com o N do ar através dos raios e da chuva.

 

Também o fazendeiro enriquece o solo com fertilizantes artificiais e/ou orgânicos, ricos em compostos nitrogenados.

 

Pois bem: Sintetizar compostos protéicos é exclusividade dos vegetais. Animais não são capazes de fabricar tais compostos por ser impossível para o organismo deles (e o nosso, também) fixar o N diretamente do meio ambiente. Portanto, animais herbívoros obtêm toda a proteína de que precisam através dos vegetais que comem (observe que os animais maiores, mais fortes e de vida mais longa são sempre herbívoros). Já os animais carnívoros têm de obter proteína pela da ingestão da carne de outros animais.

 

O homem e outros animais onívoros precisam se alimentar de proteína oriunda de animais e/ou vegetais. De qualquer forma, todos os animais são sempre dependentes diretos ou indiretos dos vegetais para obter proteína.

 

Ora, o ar que respiramos é composto de quase 70% de N. O homem, por exemplo, respira mais de 1.000 litros de N por dia sem aproveitar nada!

 

Agora veja bem (esta é a parte mais interessante): Alguns vegetais (e também fungos) obtém N diretamente do ar, sem que seja preciso haver um solo fertilizado… Captou a idéia?

 

É isso: Microorganismos híbridos (bactérias transgênicas), que podemos chamar aqui de “Nitrobacs” foram criados há muitos séculos por “eles” para se hospedarem em seus pulmões, de forma a absorverem o N diretamente do ar inalado (mais ou menos da mesma forma com que a hemoglobina presente em nosso sangue absorve o oxigênio) e sintetizar compostos protéicos que são imediatamente transferidos para o sangue.

 

Fantástico, não?

 

“Alimentação” pelo ar!

 

Uma vez instalada nos pulmões, esta cultura de Nitrobacs exala um odor metálico característico, identificado pela respiração, sendo esta uma das formas usadas para se identificar alguém híbrido passando por humano.

 

Tive a oportunidade de hospedar Nitrobacs transferidos de Yth (o processo de transferência vai ficar em segredo, por enquanto) e adquiri uma cultura deles em meus próprios pulmões embora esta variedade não fosse exatamente destinada a pessoas como eu (100% humana, eu acho). Poucos dias depois da hospedagem, pude notar algumas mudanças em meu corpo: A mais imediata foi a que passei a sentir falta de ar. Era uma situação incômoda e alarmante, mas Yth me tranqüilizou e explicou que este era um sintoma temporário perfeitamente normal e previsto. Disse para que eu o mantivesse informado de qualquer situação mais séria, mas que eu não me preocupasse em demasia e que eu me acostumaria com a hospedagem das Nitrobacs à medida em que meu organismo compensasse a perda de capacidade de respiração.

 

Meu fôlego fora temporariamente diminuído pela ocupação de porções da superfície interna dos meus pulmões por colônias de Nitrobacs.

 

Sem dizer que cheguei a ficar apavorada, mas com o tempo não senti mais nada de desconfortável ao respirar.

 

Percebi também certa sensação de leveza e Yth me disse que era perfeitamente justificável, já que parte da minha alimentação passou a ser o ar!

 

Notei, por outro lado, que estava sentindo menos fome, apesar de estar comendo menos do que o costumeiro. Nem precisei perguntar a Yth para deduzir por mim mesma que isso era devido ao “complemento” alimentar protéico que passei a obter.

 

Também passei a ter um certo desinteresse por refeições contendo carne, e pude entender porque Yth era exclusivamente vegetariano e tinha violenta aversão – quase alérgica – à alimentação baseada em carnes de qualquer tipo.

 

Fiquei sabendo que a população de Nitrobacs alojada nos pulmões não é constante nem homogênea, e tende naturalmente a se extinguir. Esta característica foi engendrada geneticamente no projeto das Nitrobacs, de forma a impedir que uma situação de superpopulação de bactérias pudesse sufocar o hospedeiro. Daí torna-se necessária uma “recarga” dos níveis de população, como medida de manutenção periódica.

 

Em conversas de ordem mais moral do que científica, Yth me disse que os humanos são naturalmente preguiçosos, e que essa tendência é barrada principalmente pela fome, que nos obriga ao trabalho.

 

Se ninguém tivesse fome, dificilmente se preocuparia em trabalhar para conseguir alimento e o mundo estagnaria rapidamente. É esta a principal razão pela qual a humanidade ainda não foi agraciada pela bênção das Nitrobacs. Esta, como muitas outras maravilhas que “eles” poderiam nos oferecer seriam a sentença de morte para a humanidade, que ainda está longe da maturidade mínima necessária. Não saberíamos lidar com a situação. Ainda não somos aptos na totalidade da população, embora existam pessoas como muitos de vocês, leitores e, penso, como eu mesma que seriam capazes de viver (ou conviver) com os alienígenas e com suas contribuições.

 

Tudo teria uma razão lógica de ser.

 

Um contexto histórico, uma seqüência racional de transferência de conhecimento, uma seleção eugênica da população.

 

Numa comparação que Yth fez, seria como se entregássemos armas carregadas a chimpanzés ou botões que detonassem bombas nucleares a índios selvagens sem o devido treinamento prévio e a total segurança técnica e confiança nas intenções.

 

Bem, agora que algumas das perguntas já foram respondidas nesta matéria e que, penso eu, acabarão resultar em milhões de outras perguntas, volto a convidar o leitor a continuar interagindo comigo, enviando perguntas e/ou comentários (lembrando que algumas questões poderão ser respondidas diretamente por “eles”).

Tanios Hamzo²°¹³

Uma resposta em “Microorganismos a serviço dos povos”

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