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Sagrado Feminino Sitra Achra

Um Tratado sobre um Teísmo mais Obscuro

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Por V. K. Jehannum, tradução por Ícaro Aron Soares.

O que deve ficar claro para o Satanista é que os pontos mais delicados da teologia não são de importância primária. A razão de existir do Satanismo é o aumento da agência pessoal através da autocapacitação espiritual, intelectual e corporal. Enquanto o Satanista busca a evolução, ele é visto com carinho pelo Diabo. Portanto, tudo isso é de importância secundária.

A primeira postulação a ser abordada é o conceito de que este ou aquele espírito é meramente uma manifestação de algum arquétipo. Essa linha de pensamento será chamada de “arqueteísmo”. O arqueteísmo é a base sobre a qual Michael W. Ford comparou Kali, Hécate, Az, Jeh e Lilith – todas elas são manifestações do ‘feminino sinistro’, portanto, não devem ser vistas como indivíduas.

Mas não existe um “feminino sinistro” porque não é assim que os arquétipos funcionam. Aqui está um exemplo de um arquétipo legítimo: o pária heroico que defende aqueles que o evitam. Os adjetivos “mau” e “feminino” pintam um quadro que é muito inespecífico para ser considerado um arquétipo.

Não existe um arquétipo Feminino Sinistro, mas existe o arquétipo da femme fatale, a mulher fatal – a sedutora intrigante e assassina. Lilith é certamente uma Femme Fatale, mas Hécate certamente não é. Hécate é uma Deusa Virgem, razão pela qual os tantos nomes de Seus filhos (Mormo, Baubo, Empousa, Lâmia) também são nomes Dela, são reproduções de Sua própria Essência. Ela se reproduz, mas o faz assexuadamente.

Então Hécate e Lilith certamente não são o mesmo arquétipo, muito menos o mesmo ser. E agora nos voltamos para o panteísmo.

Este é o conceito de que todas as divindades são apenas facetas da Deidade. Esta é a postulação cochraniana que ecoa na Wicca e no Baphomet Codex de Ego Diabolus. Esta postulação é apresentada, especialmente pelos wiccanos, como significando que todos nós adoramos o mesmo Divino de maneiras diferentes e, portanto, deve ser rejeitada.

Como observou a Satanista teísta Diane Vera, se as divindades são todas parte do Todo, então elas são apenas parte do Todo da mesma forma que os organismos causais também são parte do Todo. Abordar Tiamat e Tezcatlipoca como se fossem apenas facetas deste Todo seria como abordar Vera e Ford como se fossem apenas facetas do mesmo.

E agora, também devemos descartar os conceitos de egrégoras e “máscaras do eu superior”. Por exemplo, quando a Corrente 218 lançou o Liber Falxifer, que apresentava um sincretismo de Caim e o Señor la Muerte, havia leitores preocupados que este Ser fosse apenas uma egrégora criada pela Corrente 218, em vez de um aspecto legítimo de Caim.

Bem, eu tenho trabalhado extensivamente com Caim, e uma das minhas companheiras de coven se dedicou a Qayen, tomando-O como seu Patrono. É nossa opinião definitiva que Ele assumiu este Aspecto Falxifer/Ceifador como um passo em Sua evolução pessoal. Também é nossa opinião que Ele é de fato o mesmo Ser que Tubal-Caim, embora estejamos hesitantes com o politeísmo brando.

Meu coven acredita que Ísis é a mesma Astaroth das Qliphoth, e que o Asmodeus da Goetia é de fato o Asmodeus do Sitra Ahra e o Aeshma-Daeva de Ahriman. Divindades imortais abrigam agendas complexas e multifacetadas, e assim Hécate aparece tanto para os wiccanos quanto para a congregação do Temple of the Black Light (O Templo da Luz Negra). A ideia de que certas divindades são apenas egrégoras ou subjetivas ou “máscaras do eu superior” é apenas uma tentativa de explicar contradições percebidas. Você ficará surpreso com a disposição dos imortais em nos patrocinar. Se isso soa como uma posição decisivamente teísta, então ela definitivamente o é.

FONTE: https://vkjehannum.wordpress.com/2016/05/27/a-treatise-on-a-blacker-theism/

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