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Sitra Achra

O Conceito Anticósmico

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por T.Q.M.B.E.P.N

Cosmo, cuja origem encontra alicerces na palavra grega κόσμος, define-se como os aspectos de disciplina, harmonia e organização projetada no próprio Universo físico em sua plenitude; o macrocosmo e microcosmo. Pessoas limitadas por tais aspectos acreditam que o Cosmo atua de forma infinita, haja vista que “funciona” de forma cíclica e contínua no ordenamento vibracional das partículas subatômicas. Cosmo é uma estrutura causal, ou seja, regido, pelas “Leis da Física”; vibracional, onde a construção das diferentes formas materiais depende da intensidade aplicada nas partículas; temporal pelo fato de estar limitado à linha de tempo ( passado, presente e futuro), material, pois  é composto tanto de matéria densa quanto de gases detectáveis e não admite o conceito do “Nada Absoluto” e sim do espaço vazio que será preenchido e tridimensional, limitado em altura, largura e profundidade.

O conceito de Cosmo e  UNIverso (representa apenas uma parte do Cosmo, um espaço com atividades e diferentes formas de influências) possui uma pluralidade de entendimentos supostamente racionais, muitas vezes motivados por “ilusões-inteligentes”. O “t.1” ocorreu no Universo através do advento denominado “Big-Bang”  onde o Universo Cósmico foi engendrado. Num determinado tempo/espaço pós-advento, a oscilação infinita deixou de agir em uma região esferoide e finita do espaço/tempo rompendo suas “ligações” do espaço contínuo. Nasceu neste ponto o conceito de “Massa do Universo” e “Espaço do Universo” , consequentemente, o processo degenerativo tornou-se ativo. Degenerar denota findar, em outras palavras, nascer para morrer, pois a morte é a transição cíclica de um estado de vida (matéria densa) para o outro.O Cosmo, assim como todas as formas acomodadas nesse sistema são frutos do Caos. O Caos (do grego kháos, Abismo) é descrito como o estado primordial, cuja natureza inenarrável é subentendida como um momento de desordem, anarquia e confusão. Partindo dessa premissa, a ciência nos explica que todo ordenamento é provindo do Caos (Ordo ab Chaos), porém, todo sistema linear tende ao desordenamento e à falência, a não ser que encontre entradas de energias sustentáveis e atenção. Num sentido amplo, quando a emissão de energia e atenção do sistema linear está comprometida é atacada violentamente pela desordem e destruição para que uma nova estrutura possa imperar, ou seja, o Caos retoma a energia para gerar uma nova ordem (Chaos ab Ordo).Para o Sistema Cósmico linear não falir e ser derrubado, inúmeras vezes a força restritiva (Demiurgo) aplicou a instabilidade num determinado regime (criado por uma de suas emanações) causando tumulto e destruição com fins de  desequilibrar o ordenamento e dar margem à uma nova direção estratégica. Tais atos, apesar de serem desequilibradores e até destruidores, estavam distantes de serem caóticos, pois friamente visavam/visam a recriação de regras e restrições. Se assim não o fossem, ao longo dos aeons a retomada da desordem absoluta ou do Caos amorfo propriamente dito ocorreria, pois todas as Leis, dogmas, conceitos morais, éticos e religiosos, tinham/têm como único objetivo serem restritivos, afinal, sem a imposição limitadora não haveria uma estabilidade do Sistema Cósmico escravocrata.Qualquer tipo de restrição, Lei, estabilidade e limitação é contrária ao Caos. Nenhuma forma de confinamento existe e a chama disforme é conduzida livremente por infinitas dimensões denominadas “Pandimensional”. Se entendemos que o Sistema impingido sobre nós é limitador e estagnador, não existe realidade e sim ilusão. Portanto, o Pandimensional é a suprema realidade que reside em infinitas dimensões cujo  homem cego jamais compreenderá, pois está preso no sono hipnótico.Desde o momento da concepção o Cosmo é regido pelo tempo. Como dito anteriormente tudo nasce com data de padecimento prévio. O Caos nunca nasceu e jamais irá morrer, pois é a legítima força ilimitada de destruição e recriação que está acima dos conceitos de vida e morte; é a pureza absoluta.As forças que estão em ação para o retorno de toda construção sephirótica ao “Silêncio Eterno” possuem como focos a libertação das fagulhas caóticas aprisionadas nos invólucros materiais que, por diversas eras, encontram-se encarceradas e escravizadas para a manutenção energética e atenção do sistema cósmico. A reencarnação é uma prática hedionda aplicada sobre os homens que foram criados justamente para serem escravos mantenedores de tal sistema. Corroboram com tal afirmação os trechos a seguir relatados.Kagiri Ushumgal “Marduk falou para seu Pai:
– Com Sangue, atarei junto, e formarei o Esqueleto.
Criarei o Homem, cujo objetivo será nos adorar e nos servir como Escravos.
Quando Enki ouviu isso, ficou orgulhoso de seu filho e chamou todos os Deuses,
Então Marduk poderia profetizar seus planos sobre a criação do Homem.”Cultura Maia“Tepeu e Gucumatz levam a cabo uma conferência e decidem que, para preservar sua herança, devem criar uma raça de seres que possam adorá-los”.Bíblia Cristã“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (1 Coríntios 10,31)“… O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. Tudo o que fizermos deverá servir para glorificar a Deus.” (Salmos 51 13,17)Espiritualmente, o Cosmo impõe o Karma (carma). Resumidamente, “Carma” significa um grupo de ações que gera um determinado resultado, ou seja, trata-se da visão espiritual da Lei da Física de “Ação e Reação”. Neste ponto, mister se faz o entendimento da influência moral, pois segundo a Lei Carmática, se o homem praticar o mal o receberá sob mesma intensidade e se praticar o bem recebe-o da mesma forma. Portanto, os conceitos de bem ou mal são relativos e condicionados à cultura, costumes e ética de cada povo, bem como à religiosidade. O Livro Sagrado Tibetano “Bardo Thodol”, popularmente conhecido como “Livro dos Mortos” expressa que aqueles que tiverem acumulado muito “karma” negativo ver-se-ão completamente aterrorizados por demônios carnívoros (rakshas)  ao passo que os que acumularem “bons Karmas” experimentarão as delícias e prazeres inenarráveis. Isso será competência de Yama Raja ou Dharma Raja, o Juiz dos Mortos, que examinará os atos passados das pessoas com a ajuda de seu “Espelho Narrador”. Em seguida, segundo seus méritos ou suas faltas, o indivíduo será encaminhado para um dos seis reinos (Lokas) para renascer ou em casos de plena “iluminação” as portas do “Útero da Vida” serão fechadas impedindo a reencarnação.
O “Carma” gera nos homens o efeito “Samsara” que nada mais é do que o contínuo renascimento da alma pós-morte física seguindo a linha temporal cósmica. Existe divergência com relação ao posicionamento temporal dessa transmigração, todavia, certo que necessariamente ocorrem em “Universos Cósmicos”. O sistema cármico é tão complexo que uma simples insatisfação pode resultar em longos anos numa próxima reencarnação. Mas, antes de reencarnar, o ser cósmico terá todas as suas lembranças apagadas para receber um novo invólucro material. Segundo a “Doutrina Espírita Kardecista”, o ser humano ao desencarnar não pode permanecer com as memórias de vidas passadas sob pena de viver supostas prisões ou mesmo a ira diante à situação atual. Exemplos como o remorso de antigos crimes e atitudes cometidas, a continuidade de desafetos, situação financeira, intelectual ou física pior do que na vida anterior, a retomada dos possíveis vícios vivenciados, o apego aos laços familiares, enfim, a reencarnação garante o bom funcionamento do sistema demiúrgico evitando “embates” sequenciais que enfraqueceriam a emissão energética e o contínuo estado hipnótico, afinal, o descontentamento pode existir, porém, a proliferação de ideias libertadoras torna-se um problema dentro do escravismo. A revolta contra o Criador e o sono hipnótico  faria com que os seres humanos se afastassem das correntes religiosas e, muito possivelmente, se tornassem seres agnósticos ou ateus desprovidos de dogmas e ética religiosa.
Na mitologia grega, as águas do rio Lethe ao serem sorvidas pelas almas apagavam todas as lembranças e insatisfações, mantendo-nas no estado hipnótico de melancolia até o momento de reencarnarem. Isso demonstra que o “homem de barro” hipnotizado e alienado deve continuar nesse estado letárgico sem direito à ascensão e libertação espiritual consciente.
A escravidão faz parte da construção do mundo material, assim como o sono profundo (motivado por inúmeras fontes) impede o esclarecimento acerca de tais prisões. A “promessa” de libertação de “Samsara” é utópica e ilusória motivada por impulsos de imaginação e fantasia propagados nas correntes pró-cósmicas que dirigem o comportamento físico, mental e espiritual dos seres.
Fica evidente que o Cosmo, assim como a falsa luz que o norteia, são os grilhões impeditivos para a manifestação da Única Gnose Libertadora; a Chama Luciferiana! Só combatendo arduamente o sistema escravocrata, o “eleito” poderá transcender o mundo material e ter o encontro com a realidade.
Portanto, Anticósmico define-se como todas as formas legítimas de combate à escravidão imposta pelo sistema demiúrgico, livres de dualidade e conceitos morais , éticos e religiosos, cujo objetivo principal é devolver ao Caos primordial todas as fagulhas usurpadas ilegitimamente na formação do Cosmo e de toda matéria, destruindo as estruturas sephiróticas, bem como findando os polos de energia sustentadores da farsa universal.

Fonte: https://quimbandabrasileira.wixsite.com/ltj49/conceito-anticosmico

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