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Sitra Achra

Malditos os que Servem

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O texto a seguir é um trecho de uma entrevista do Osho a Howard Sattler, apresentador de rádio australiano. O texto completo está publicado em The Last Testament, volume 1.

 

P: Você é um capitalista aqui, tomando conta de uma comuna…

Osho: Eu não sou capitalista. Uso o capital como um servo. Não é minha ideologia política. Quero que as pessoas vivam ricamente de todas as maneiras possíveis. O luxo deveria estar disponível para todos. Eu não quero que as pessoas se tornem igualmente pobres e chamar isso de comunismo. Eu quero que as pessoas se tornem igualmente ricas e, então, seja lá o nome que você queira dar a isso, pode dar. Os nomes não importam.

P: Esse é o tipo de riqueza disponível para pessoas da, digamos, Índia, o tipo de pessoas que a Madre Teresa tenta ajudar?

Osho: Essas pessoas como a Madre Teresa, que têm ajudado os pobres por séculos, são, na realidade, a causa da continuidade da pobreza. O pobre não pode ser ajudado da maneira que Madre Teresa está ajudando. Isso não é ajuda. Isso é política porque todos aqueles órfãos que ela ajuda são convertidos em católicos. De fato, a Madre Teresa estaria desempregada se não houvessem órfãos na Índia. Ela precisa de mais órfãos. Essa é a razão pela qual todos eles são contra o controle de natalidade, contra o aborto. Do contrário, de onde você obterá os órfãos? Eles precisam de pessoas pobres porque, sem os pobres, a quem você irá servir? E sem o servir você não pode alcançar o céu. Isso é uma simples estratégia para alcançar o céu.

Agora, imagine um mundo onde ninguém precisa do serviço de ninguém; todos estão felizes, saudáveis, confortáveis, luxuriantes. O que acontecerá aos grandes servidores e santos cristãos? Eles simplesmente estarão desempregados. Eles precisam da pobreza para continuar. Essa é a própria fonte para se tornarem santos, mais sagrados do que você.

Eu não digo ao meu povo, “Vão e sirvam o pobres.” Serviço, para mim, não é uma palavra bonita.

Eu digo ao meu povo, “Se vocês tem alguma coisa, compartilhem. Mas lembrem-se de uma coisa: não existe recompensa além disso. Compartilhem, aproveitem — essa é a recompensa. Se você puxa alguém que está se afogando num poço, isso é uma grande alegria. Que recompensa mais você quer? Você salvou uma vida; deveria estar imensamente feliz. A recompensa está no próprio ato e a punição está no próprio ato também. Elas não são extrínsecas, são intrínsecas.”

Mas todas estas religiões têm dito às pessoas que a recompensa está distante, em algum lugar — além da morte, e a punição também. Isso não pode ser provado nem pode ser negado; por isso o negócio deles continua sempre em frente e as pessoas medíocres continuam seguindo isso. Se todas essas religiões desaparecessem, duas coisas seriam possíveis: ou os pobres iriam morrer por causa da pobreza… A Etiópia desapareceria. E então? — é melhor a Etiópia desaparecer do que milhares de pessoas ficarem morrendo de fome. E, com a fome, você não morre num dia; um homem pode viver três meses com fome. Ele se tornará apenas um esqueleto e qual é o ponto destes três meses de tortura?

Então, existem duas alternativas se todos estes grandes servidores do povo não interferirem. Ou países como Etiópia, Índia e outros países pobres desaparecem… Deixe-os desaparecer. Essa Terra não pode lidar com tantas pessoas.

P: O que você diria para milhões de australianos que doaram comida para etíopes que estão morrendo de fome, morrendo com a guerra?

Osho: Isso não ajuda. Simplesmente vai salvar uns poucos etíopes que irão produzir mais etíopes.

P: Deveríamos parar de ajudar a Etiópia?

Osho: Deveriam parar completamente porque o mundo precisa de apenas um quarto da população que tem agora. Somente então as pessoas poderão estar em paz, vivendo confortavelmente, alegremente. Não existe necessidade. Qual é a razão? Tenho estado na Índia por 50 anos e por 50 anos tenho ensinado que o controle de natalidade é absolutamente essencial, que o aborto é absolutamente essencial. E eles estão jogando pedras em mim, facas em mim, sapatos em mim; essa foi a minha recompensa.

P: Em lugares como a Índia e talvez a América do Sul, países oprimidos, deveria haver uma moratória em todos os nascimentos por, digamos, 20 anos?

Osho: Isso é o que eu disse, que deveria haver um total controle da natalidade por 20 ou 30 anos.

Isso é o que eu estava dizendo, que existem duas possibilidades. Uma, os pobres vão desaparecer. Por favor, não os sirvam, tenham compaixão. O seu serviço não é compaixão, o seu serviço é a sua ambição pelo céu. Vocês estão usando seres humanos e a sua pobreza para as suas próprias recompensas no céu.

Tenham compaixão. Ou deixem os pobres morrerem ou se vocês realmente tiverem compaixão, então parem com esse desperdício de energia e dinheiro com esforços de guerra e abandonem as fronteiras entre as nações. Façam existir apenas um governo global.

E no momento em que as nações não estiverem aí, a guerra é impossível. 75% do orçamento de todo o mundo podem mudar todo o cenário. Não haverá ninguém que seja pobre. Não existe necessidade para ninguém ser pobre. E se existir um único mundo, todos os esforços científicos se tornarão criativos. Agora eles são destrutivos, agora eles apenas preparam a guerra; mas quando não existir nenhuma necessidade de qualquer guerra, todas as mentes científicas darão uma volta de 180 graus. Elas serão criativas. Nós podemos criar tanto que ninguém vai se importar com o paraíso.

P: O que é necessário para isso acontecer? Você é realista o suficiente para saber que não vai acontecer amanhã.

Osho: Eu não sei. Estou simplesmente dizendo que essas são as duas alternativas. Ou deixem os pobres morrerem e não façam confusão sobre isso, ou, se estiverem realmente preocupados, então façam com que as nações desapareçam para que não exista necessidade de guerra. E os esforços científicos automaticamente irão na direção de criar mais conforto, mais luxo, mais saúde, vida mais longa. Não estou preocupado com o que acontece, estou apenas dizendo que essas são as únicas duas alternativas. Não existe uma terceira alternativa.

extraído de The Last Testament, vol. 1

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