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Sagrado Feminino

Lilith: A Bruxa da Noite

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Por Pairika – Eva Borowska.

Para JD White Night – Obrigada por toda a inspiração.

Para Seis – Obrigada por toda a ajuda quando eu a precisei.

Na mitologia o nome Lilith é usualmente derivado da palavra Assíria Babilônica “Lilitu” a qual é a mesma como o demônio feminino e o espírito do vento, e do Hebreu “Layil” a qual denota a noite. Lilith tem muitos outros nomes, e também é identificada com outras deusas que são suas iguais. Tais divindades são: Mahakali, Az, Hecate, Sophia, Naamah… Usualmente nós sabemos dos mitos dela e lendas, de acordo de que ela foi a primeira esposa de Adão, aquela que se rebelou contra as leis patriarcais. É dito que o relacionamento de Adão e Lilith deu a luz a Asmodeus/Lúcifer/Samael, rei de todos os demônios. Como a primeira a se rebelar contra a ordem patriarcal, ela introduz caos e leva à emancipação. Ela é aquela que estabelece as regras do jogo e o Livre Arbítrio. Cansada de ser obediente e servir a Adão, ela pronunciou a palavra de absoluto Poder, invocando Deus o Criador, e deixou o Paraíso para se estabelecer na região selvagem do Mar Vermelho. Como ela foi a primeira a deixar o Éden por sua própria vontade, ela também foi a primeira a experienciar ambos luz e escuridão. Portanto ela poderia escolher andar o caminho do equilíbrio perfeito de nenhum.

O Mar Vermelho também é simbolismo de sangue. Como a menstruação costumava ser um tabu, o sangue foi um símbolo de grande poder, espiritualidade e conexão ao elemento da natureza. Lilith incorpora adoradoras femininas da deusa caananita Anath, que com o consentimento do padre poderia ter amantes fora do casamento. Anath foi uma deusa guerreira cruel deleitando-se com sangue e carnificina que foi para o submundo para salvar/reviver seu marido Baal. Em uma lenda similar, nós podemos vê-la como a deusa Persa Az- Jeh que depois de milhares de anos entrou na caverna do morto/dormindo Ahriman para abençoa-lo com o beijo do despertar. É uma metáfora de uma relação sexual grátis/defloramento, como eu diria, através de que Jeh recebe o beijo de Ahriman de sangue e se torna em uma sangrenta, mulher madura, a mulher que realiza o poder de que ela tem sobre o homem ao redor. Ela desperta medo e luxúria. Medo da fraqueza masculina, porque como pode uma mulher ter uma vontade maior do que o homem? Luxúria porque um lindo, tentador corpo sempre permanece na mente do homem, provocando sonhos cheios de perversidade, prazer e satisfação. Daí a tradução de tais nomes como Naamah indica gemido, ou Lil-lil como um espírito mal, ou Lilith como a estridente. Na Árvore da Noite a Rainha Negra Lilith é a governante da Qlipha Gamaliel e a esposa de Samael. Ela também é a advogada da primeira Qlipha Malkuth, onde ela é identificada como Naamah. Do meu ponto de vista, a Qlipha Malkuth como o início, e a deusa Naamah personifica Inocência, o início do qual é o caminho da Vida e Destino, assim como a escolha de andar o caminho da Escuridão ou Luz. A segunda Qlipha, depois de uma decisão interna sido feita, representa a maturidade feminina e poder, mas também a arte de manipulação do ego masculino e o sêmen do qual os filhos da noite de Lilitu são nascidos, o succubo e incubbo.

O próximo passo no caminho do poder interior feminino é onisciência que não faz pertencer a mãe mas para a velha – A Bruxa da Noite. É ela a quem pedimos conselhos em todo aspecto da vida, aquela que vive sozinha nos recessos mais escuros da floresta, assim como aquela que nos assombra nos mais negros pesadelos e tira a vida. Ela é a personificação feminina da Morte. Mulher/sacerdotisa/Lilith é aquela que dá a vida mas também aquela que tira a vida através de derramamento de sangue e morte. Lilith como uma mãe dá luz a centenas de demônios todos os dias, mas também a cada dia ela devora centenas de seus próprios filhos os assassinando. Nos tempos antigos ela era identificada com a deusa que trouxe ambos prazer e paixão assim como morte, assassinando recém-nascidos ou causando aborto espontâneo de mulheres grávidas. Neste respeito, ela representa as práticas primitivas e secretas da feitiçaria a qual inclui poções e feitiços que causaram doenças, morte, impotência, mas também trouxeram alívio para aqueles que estavam cansados da doença e morte que nos cerca todo o tempo.

A Bruxa da Noite é também uma guia que dá conselhos no que fazer e no que não na maioria dos eventos mais importantes da vida. Ela é a bruxa antiga, a velha, a quem nós respeitamos e tememos as vezes. A Bruxa da Noite usualmente aparece para nós como feia, mulher velha magra com uma pele negra apodrecida e flácida, olhos lustrosos vermelhos ou pretos, com dentes ruins fortemente curvados como suas garras com as quais ela agarra sua vítima dormindo e sonhando sonhos felizes, sugando a energia da vida, que é o esperma e sangue. Como a Bruxa da Noite, Lilith nos traz habilidades mágicas chamada “febre demoníaca” a qual ela passa suas vítimas através da mordida da morte. Ela também envia sonhos caóticos e angustiados que são destinados a atormentar sua vítima a tal ponto que como um resultado ela poderia possuir a alma torturada, dando efeitos ilusórios de paz no plano físico e fechá-lo dentro da pedra chamada Heartstone.

Como velha as vezes ela fica grávida, dando luz a bruxas como ela mesma, mas com muito corações mais pretos que não conhece misericórdia. Estas criaturas assemelham-se a cabelos pretos, gasto e esqueletos em decomposição que nos assombram nos piores dos pesadelos. A Bruxa Mãe da Noite visita seus filhos 11 vezes, realizando rituais de limpeza, levando a transformação do Eu interior, transubstanciação interna de beleza e integridade.

Um destes filhos também foi o Sapo Sábio nascido do relacionamento secreto com Adão que se absteve de práticas sexuais com Eva por 130 anos. O Sapo Sábio ensinou para a humanidade as línguas dos animais e pássaros, o conhecimento de cura de ervas e pedras preciosas. Portanto nós nos encontramos novamente em um círculo grande do qual há apenas uma saída que é o Eu interior. É como o vaguear da sacerdotisa através da Árvore da Vida, Conhecimento e Morte. Em uma mão, nós conseguimos saber os aspectos benéficos de mover-se para o topo, ganhando conhecimento que está no entanto fechado dentro das regras impostas pelo elemento masculino. Na outra mão, descendo através da Árvore do Conhecimento nós ganhamos experiência aprendendo sobre as regras, a qual nos leva em conexão com o elemento feminino. Desta maneira nós nos tornamos a criatura andrógina que contém dentro os elementos do masculino e feminino, não mais andando os caminhos das dualidades, mas o caminho da união e harmonização de escuridão e luz. O caminho que não é, não aqui e nem lá, o caminho que A.O. Spare se chama Neither Neither (Nem-Nem).

Lilith é o aspecto que incorpora escuridão e sangue, ela é uma adversária ou parceira, equilibrando as forças opostas que iniciam o antinomianismo e auto-deificação. Nas obras anteriores de Zohar, é sugerido que Samael e Lilith foram nascidos de uma essência divina emanando poder do trono divino, aparecendo como uma criatura andrógina com duas faces. Lilith e a Bruxa da Noite vem para nós em seu aspecto mais negro no tempo da lua nova. Este é o tempo quando o mundo está coberto com a mais negra escuridão, e a estrela Algol, que as vezes brilha mais forte e outra hora mais escura, em um transe hipnótico que leva a morte. A Bruxa da Noite é aquele que sabe o que é a rebelião, o instinto materno e morte, é o arquétipo da consciência feminina representando a consciência feminina do inferno, princípio negro e amorfo que simboliza e se assemelha ao drama humano do inferno, a consciência que nós viemos do vazio e ao longo de nossas vidas/existências nós estamos inevitavelmente voltando para lá. Rejeitada como uma mãe, Lilith pode ser chamada de caminhando viva a morte, e depende de nós, nossa auto-criação e auto-deificação, nos reconectarmos com o vazio do qual fomos gerados, ou nos separarmos de nós mesmos e se tornar um Novo Ser, conhecendo e tendo dois elementos opostos ainda harmoniosos. Nós nos tornaremos totalmente igual a deus…

Fonte: Lilith: A Deusa do Sitra Ahra, por Daemon Barzai.

INVOCAÇÃO DA BRUXA DA NOITE

Por Daemon Barzai.

Quando no céu, a lua está completamente preta e a escuridão governa, é quando o aspecto de Lilith é mais poderoso. Esta Máscara é sobre as coisas mais negras, a magia mais negra e o Sabá Infernal. Lá, Lilith mostra a si mesma como uma mulher velha sábia, seu corpo está nu e decrépito. Ela oferece a você a beber o Vinum Sabbati diretamente de seu ventre. Quando nós trabalhamos com este lado da Deusa, é frequente experienciar visões tóxicas, negras e cruéis, tal como orgias, ritos de blasfema como canibalismo e sacrifícios de crianças, consumo de feto e zoofilia. Trabalhar com este aspecto de Lilith, significa ir profundamente na escuridão do plano astral, mas também é visitar a escuridão de sua própria psique. Aqui, nós podemos aprender sobre a feitiçaria negra e como chegar ao Sabá. O encontro com a Bruxa da Noite é íntimo e pessoal para cada iniciante.

O melhor momento para trabalhar com esta Máscara de Lilith é quando você não consegue ver a lua no céu, ou quando houver um Sabá. O altar poderia ter algumas velas pretas e elementos os quais nos lembre a morte, tais como ossos, crânios, etc. Comece o ritual derramando um pouco de seu sangue no selo, e repita as seguintes palavras:

“Eu (nome mágico) derramo meu sangue em honra de Lilith, Amante da Noite”

In Nomine Draconis!
Deixe o ritual começar!
Durante a Lua Negra, você é aquela que governa!
Oh Poderosa Lilith, Idosa, Bruxa da Noite!
Conhecedora dos Segredos mais Negros e da Magia mais Terrível,
Eu peço a você para ser minha guia nos mistérios que envolvem a Lua Negra,
Leve-me para o seu Sabá Profano,
Lá, onde eu bebo seu sangue, o Vinum Sabbati,
Me mostre a escuridão que envolve sua velhice,
Minha alma está pronta para se fundir com a sua escuridão, a qual é a própria noite,
Leve-me com seus demônios para o seu Sabá,
Lá, eu aprenderei a libertar minha mente e minha alma do Sono da Ignorância que me escraviza,
Venha para o meu templo Amante da Noite,
Idosa, Harpia e Sábia!

OEOS ACAPHOSH NYOT ZELESH
ISTVAMAN TENEB NSGIAH ATOMOR
NE AMMITABAS NORZEBR
EYATTAN KELOSH TSABELMES
NRIOZT HANANEF FTAA EOS GHAT
Assim seja!
Ho Drakon Ho Megas!

Fontes: The Red Book of Appin (O Livro Vermelho de Appin).

Fonte: Lilith: A Deusa do Sitra Ahra, por Daemon Barzai.

Traduzido por Torre Negra Editoriais.

Texto enviado por Ícaro Aron Soares.

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