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Lovecraft

O Sabbat Astral

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Dos arquivos do Coven de Nyarlathotep.
Traduzido por Frater AhaZeD,  Círculo Iniciático dos Sete Caos

Segue uma descrição dos primeiros trabalhos coletivos empreendidos pelos membros do Coven de Nyarlathotep. O objetivo deste trabalho era criar inicialmente um sonho-espaço (Um espaço no plano mental, consequentemente depois se tornando um espaço astral) que serviria como um ponto imaginário ou de outras modalidades sensoriais – Sendo usado para o trabalho mágico do grupo, e individualmente trabalhado em um nível psíquico.

O sabbat astral é um arquétipo primitivo do conceito familiar oculto na união com as forças atuantes no plano inferior. O trabalho de Lovecraft que trata deste assunto é “The Dreams in the Witch-House” em que o protagonista Walter Gilman é extraído gradualmente, com seus sonhos febris em um sabbat astral.

“Ele deve se encontrar com o homem de vestes negras e ir com ele de encontro ao trono de Azathoth no Centro do Caos. Isto que foi dito. Ele deve assinar o livro de Azathoth usando o próprio sangue, usando um novo e secreto nome[…]”

Nós sentimos que o acesso através do sabbat astral seria uma maneira útil de começar o trabalho do coven. O primeiro estagio do trabalho foi fazer com que todos os membros meditassem a cerca do local criado. Um espaço. De forma que a meditação fosse diária e regular. Cada noite, membros no intuito de atenderem ao sabbat; Extraindo uma variedade de fontes ocultas, sugeriram os seguintes métodos:

a) Criação de teses descrevendo os sabbats – Incluindo aquelas de Lovecraft, as descrições medievais dos sabbat das bruxas; fontes de ficção de horror, – filmes como “The Devil Rides Out” […]As imagens visuais; incluíram também a arte sobressalentes de Austin Osman Spare, de H.R. Gieger, etc.
b) Usando sigilos em forma de desenhos, mantras com a intenção de experimentar esse “Sabbat astral”
c) Utilização de sigilos, tal como os de Spare, como meios de acesso ao sabbat.

Para o primeiro estágio do trabalho, recordamos sonhos e viagens astrais – forma escrita. A ênfase maior foi dada ao local de encontro, descrições deste local onde seria realizado o sabbat; informações do tipo: imagens visuais repetidas em sonhos, cheiros e outras características similares que poderiam dar base. Fruto de uma experiência coletiva gerado por todos os membros. […]

Segue abaixo o registro de um “sonho do sabbat” registrado por Fra. Hali:

“Estava em uma grande mansão […] e abaixo da casa, e dos montes circunvizinhos há uma série de túneis e de quartos subterrâneos; a casa é assombrada por potergueist´s; luzes que se ascendem e paredes que se movem […]. Soror V. está lá com outra mulher; que é um tipo de guardião do túnel e é aquele o lugar onde deveríamos nos encontrar. Eu estava receosa das criaturas que vivem nos túneis, mas Soror V. me acalma e diz que não há nada para me preocupar.”

Os sonhos de Hali são rodeados por temas ocultos como os túneis de seth; os túneis assombrados por criaturas estranhas também são temas vistos nos escritos de Lovecraft. Outros membros, também, visualizaram os túneis subterrâneos na tentativa de alcançar o sabbat e nós tomamos como um resultado positivo do trabalho do grupo (ou egregore), pois os membros não só começaram a relatar sonhos referentes ao acesso ao sabbat, mas começaram também a se encontrar nestes sonhos. – às vezes na forma de animais, corujas e outros que depois se transformavam em membros do coven, isso nos sonhos.

A fim de facilitar essa fusão crescente dos trabalhos do grupo usando os sonhos, Frater Telesis sugeriu que o grupo selecionasse uma noite para trabalharem juntos a fim de compartilhar as descrições de imagens que cada um tinha coletado a cerca do sabbat, e discutiram os progressos a cerca dos sonhos e trabalhos astrais; […] por fim ficaram todos no mesmo quarto. […] Acatando uma sugestão de Frater Telesis todos foram dormir para ver os resultados obtidos através dos sonhos; na manha seguinte ao acordar, todos os membros do coven compararam os sonhos; e foi visto que a maioria dos membros experimentaram sonhos estranhos, e Frater G. e Soror V. também tinham tido “os sonhos do sabbat” […] levando em consideração a individualidade de cada um.

Enquanto prosseguiam o trabalho, anotaram informações a cerca das imagens recorrentes nas experiências dos membros do coven; tais como redes de túneis; sobre o sabbat, nem todos os participantes eram humanos, muitos eram elementais, lamia ou incubuses. Os sabbats ocorreram ao ar livre com círculos de pedras – “altares negros”, com um foco central; […] – Frater Vorgis reportou que posteriormente sonhou que participava de um sabbat no meio de uma paisagem Arida; um deserto e foi como “se soubesse” que estava em outro planeta.

Para o estágio seguinte criamos:

● Um grupo de sigilo
● Uma fita de áudio com fragmentos mágicos – fragmentos do Necronomicon; analisando as obras de Lovecraft e outros materiais.
● Imagens utilizadas por membros do covem sobrepostas sobre as imagens do sabbat.

Estes procedimentos foram usados como dispositivos automáticos de entrada pelos membros em suas experiências astrais.

Sugeriu-se também que criassem um “procedimento” que determinasse a forma de acessar o espaço do sabbat; após algumas discussões deixaram de lado essa idéia, pois não era interessante adicionar limitações artificiais nesses sonhos – plano-paralelo. Concordaram então que os membros deveriam visualizar o sigilo do grupo, planejado pelo coven, em seus sonhos. De forma a ter sonhos lúcidos – a idéia é que se alguém encontrar com outro no sabbat, poderiam usar o sigilo para chamar lá outros membros. Esse procedimento nunca foi bem sucedido, mas houve um ou dois exemplos onde os membros relataram encontrar o sigilo em seus sonhos e focalizando os olhos nesse sigilo, a mente-presença do coven naquele determinado instante passava a ser aquele individuo.

Uma variação do procedimento foi tentada por Fraters Hali & Vorgis, depois por Soror Zirel, que criaram procedimentos fora dos elementos de suas experiências mais bem sucedidas[…]visando ‘viagem guiada’ com a esperança que pôde permitir alguma afluência com relação aos sonhos futuros – isso obteve um pequeno sucesso aparentemente.

Este trabalho com o passar do tempo foi interrompido, chegaram a conclusão coletiva de que muito dos resultados obtidos não condiziam com a realidade no plano paralelo.[…] – mas o que estávamos fazendo era trabalhar com o imaginário associando informações que poderiam ser valiosas, mas não naquele presente momento, em um passado talvez. […]

Começaram com a idéia do Sabbat como um evento ritualístico formal, mas após alguns meses ao explorar os temas associados com o Sabbat, começaram a ter a noção que poderia ser uma ocorrência espontânea – uma interseção entre zonas da experiência ou estados de consciência.[…]

* Sabbat: Acredita-se que o Sabbat é um reino oculto além dos mundos e entre os mundos da vigília, do sono e dos sonhos comuns; é um domínio secreto para o qual os iniciados do Cultus podem viajar, passando através fenda dos mundos que se abre na aurora, ao pôr-do-sol e à meia-noite, para participar da Convocação da Arte. – definição encontrada em The Cauldron Brasil.

Texto enviado por Ícaro Aron Soares.

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