Categorias
Jesus Freaks

Sexo antes do Casamento: por que não agora?

Leia em 18 minutos.

Este texto foi lambido por 81 almas essa semana.

De todos os tabus sexuais da cristandade, sem dúvida nenhum é tão difundido quanto o do sexo pré-marital. A congregação pode até fazer vista grossa quanto a relações anais e orais sob a alegação sensata de que isso é assunto do casal, mas nem o bom e velho papai e mamãe é liberado para aqueles que não se engajaram nos rituais estabelecidos para o matrimônio.

De fato, o casamento é louvado na Bíblia: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará”. Mas e o sexo? A igreja estúpida que se formou após a morte e ressurreição de Cristo, por algum motivo, se tornou um antro de frustrados. Mas isso tem a ver com a história da igreja e não com o que nos ensina a Bíblia. A igreja, todos sabemos para que foi criada, e que na maioria das vezes as congregações religiosas tem atitudes e pregam coisas que faria Jesus sentir a mão coçando de vontade de pager novamente seu chicote. A bíblia nos fala da importância de se ter um parceiro, alguém para estar junto e fazer de tudo, desde que não ofenda ao próximo. Não existe um mandamento que fale que sexo entre duas pessoas é proibido, ou que existe um período correto na vida para se fazer sexo, nunca houveram condições para isso. O problema é que de novo as Escrituras Sagradas são usadas para trazer a culpa para as pessoas e não a alegria de existir em Deus.

Para podermos desatar essa culpa temos que nos livrar da confusão causada pela ganância dos líderes e a ignorância dos seguidores. Vamos dar uma olhada, então, nos dois conceitos, o de matrimônio e o de sexo, como exposto na Bíblia. Devemos, antes de mais nada, nos lembrar que quando a Bíblia foi escrita, não haviam padres e igrejas para realizar cerimônias. O povo de Deus não possuia templos ainda. O que chamamos de casamento era uma cerimônia muito diferente da que temos hoje.

 

O casamento nos tempos difíceis

Hoje quando pensamos em casamento, pensamos em namoro e noivado, e é neste ponto que a igreja diz que não devem haver o contato sexual entre os jovens. Mas na época em que Deus ainda conversava com as pessoas, essas práticas eram diferentes do que temos hoje.

Vamos ver o exemplo do patriarca Abraão.

O que hoje chamamos de casamento era um ritual de união de um casal, e era dividido em três partes: Shidduchin, Eyrusin e o Nissuin.

O Shidduchin se referia aos arranjos preliminares ao casamento. Geralmente era quando o pai do noivo escolhia uma noiva para seu filho, normalmente quando este ainda era uma criança. Esse tipo de arranjo, como podemos ver, tinha um significado político e social muito importante, já que era quando um patriarca criava laços com uma familia que ele escolhia ou com uma tribo que ele escolhia. Veja em Gênesis 24:1-4: “Abraão era agora idoso e bem avançado em idade, e o Senhor o tinha abençoado em todas as áreas. Ele disse ao servente chefe de sua família, aquele que estava à frente de tudo o que ele tinha: Ponha sua mão sobre minha coxa. Quero que você jure pelo Senhor, o Deus dos céus e Deus da terra, que você não vai tomar uma esposa para o meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais estou vivendo, mas você irá ao meu país e aos meus próprios parentes e tomará uma esposa para o meu filho Isaque”. Mesmo quando o pai não podia escolher uma noiva para seu filho ele podia nomear um responsável para isso.

Uma vez que a noiva era encontrada, iniciáva-se o Ketubah. Ketubah significa “escrito” ou “recibo” e era o nome apropriado para o momento do acordo pré-nupcial, que novamente era tratado entre o pai do noivo e o pai da noiva, ou os representantes legais. Era feito um acordo ou um documento, onde o noivo prometia sustentar sua futura esposa e a família da noiva estipula o dote que irá receber da família do noivo, isso era um contrato de casamento. “Quando o servo de Abraão ouviu o que eles disseram, ele se curvou ao chão perante seu senhor. Então, o servo trouxe jóias de ouro e prata e artigos para roupas e os deu a Rebeca; ele também deu presentes caros a seus irmãos e sua mãe” (Gn. 24:52-53).

Por mais que pareça uma mera negociação comercial, lembre-se que era o costume, e a noiva esperava por esse tipo de negociação, o próprio servo de Abraão pergunta: “O que acontece se a mulher não quiser voltar comigo voluntariamente para esta terra?” (Gn 24:5), mostrando que quando a noiva o seguiu, foi de livre e espontânea vontade. Outro ponto importante era de que a mulher apenas trabalhava nos afazeres domésticos, elas eram dependentes dos pais e do novo marido, e mesmo ajudando com as criações e nos negócios da família ela não gerava uma renda para se sustentar.

O Eyrusin, ou o desposar, era quando o casal realizava uma cerimônia pública para expressar sua intensão de se tornarem esposos. Assim que o acordo estava firmado era que o noivado podia ser considerado feito. Durante este período o casal ainda vivia separado e o período de noivado variava. Para se ter uma idéia da importância deste ritual, mesmo antes da cerimônia de casamento, caso o casal quisesse se separar, mesmo não estando ainda casados, era necessário um divórcio (Dt. 24:1-4). Isso porque, como já vimos, o casamento era um negócio, dotes haviam sido oferecidos e alianças firmadas. E esse divórcio, ou “get”, era esclusividade do homem, a mulher não poderia dizer nada a esse respeito. Era neste período que o noivo deveria prepara a morada para ele, sua futura mulher e família. Este período era importante para que o casal contemplasse o significado de sua futura aliança, e eventualmente se acostumarem um com o outro.

Finalmente era chegada a hora do casamento: o Nissuin. Era o momento que o noivo iria buscar a noiva, sem que ela soubesse a data, já que era detemrianda pelo pai do noivo, e levá-la para a cerimônia. Era somente então que ele teriam a liberdade para consumar o casamento, ou seja, para mandar ver e viver como marido e mulher (Gn. 24:66-67).

Assim, do período em que o matrimônio era acertado até a cerimônia em sí, tudo era um investimento. Se os noivos se amassem era uma bênção, se não se amassem, teriam que aprender a se amar. E se o noivo, por algum motivo, quisesse desafiar o pai, podia pedir o divórcio. Esse divórcio era complicado principalmente para a família da noiva, já que teria que devolver um dote que já havia, muitas vezes, recebido. E você consegue imaginar que tipo de alegação um noivo poderia usar para justificar o divórcio antes que a cerimônia tivesse lugar? Ele poderia reclamar que ela roncava? Ou tinha os pés fedidos? Ou gostava de comer bacon quando ninguém estava olhando? Nada disso tinha evidências físicas que pudessem ser comprovadas por todos ou que não fossem relevadas. Fazer seu filho dormir com uma roncadora poderia ser muito interessante se com isso você se aliasse a uma tribo ou a uma família poderosa. Dizer que a mulher não prestava e não mostraria respeito pelo marido, por outro lado, era uma acusação séria, e a falta de um hímem era a prova favorita de todos.

Assim o sexo antes da cerimônia de casamento era preocupante porque poderia ser usada como argumento para desfazer um negócio, já que a noiva não poderia provar com quem perdeu a virgindade, ou com quantos homens transou ou deixou de transar. E essa possibilidade tirava o sono dos pais da futura noiva, que podiam usar o sangue que surgia no lençol na consumação do casamento como um selo que provava a qualidade do material que havia oferecido. Depois do casamento não havia mais chance de retorno dos bens como fica claro em Deuteronômio 22:13-18: “Se um homem tomar uma mulher por esposa, e, tendo coabitado com ela, vier a desprezá-la, e lhe atribuir coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher e, quando me cheguei a ela, não achei nela os sinais da virgindade; então o pai e a mãe da moça tomarão os sinais da virgindade da moça, e os levarão aos anciãos da cidade, à porta; e o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, e agora ele a despreza, e eis que lhe atribuiu coisas escandalosas, dizendo: Não achei na tua filha os sinais da virgindade; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E eles estenderão a roupa diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos daquela cidade, tomando o homem, o castigarão”

Assim a virgindade era algo que servia não apenas para evitar a devolução do dote, mas como forma de aumentá-lo. A perda da virgindade é a desvalorização do dote, e existia uma pena para compensar isso: “Se um homem achar uma moça virgem não desposada e, pegando nela, deitar-se com ela, e forem apanhados, o homem que se deitou com a moça dará ao pai dela cinqüenta siclos de prata, e porquanto a humilhou, ela ficará sendo sua mulher; não a poderá repudiar por todos os seus dias.” Reparem no trecho “se forem apanhados”, não diz: transou, deve haver o compromisso. Ou Êxodo 22:16-17: “Se alguém seduzir uma virgem que não for desposada, e se deitar com ela, certamente pagará por ela o dote e a terá por mulher. Se o pai dela inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro o que for o dote das virgens.”

Mas fora isso não havia uma proibição ao sexo, ainda mais com não virgens. Em Deuteronômio ainda Deus dá a dica caso um homem queira se esbaldar com uma mulher desconhecida: “se vires entre os cativas uma mulher formosa à vista e, afeiçoando-te a ela, quiseres tomá-la por mulher, então a trarás para a tua casa; e ela, tendo rapado a cabeça, cortado as unhas, e despido as vestes do seu cativeiro, ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; depois disso estarás com ela, e serás seu marido e ela será tua mulher.” E se você acha que isso significa que a Bíblia diz que você deve se casa com essa estranha, agora limpinha, perfumada e sem piolhos, está enganado: “se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade; mas de modo nenhum a venderás por dinheiro, nem a tratarás como escrava” (Deuteronômio 21:11-14)

Além disso, as escrituras estão repletas de passagens onde o sexo sem culpa reina, e não apenas depois do casamento: Sansão era um garanhão. Vivia farreando e procurando bordeis (Juízes 16:1), Abraão oferecia sua esposa com medo de ser morto por quem quisesse transar com ela (Gênesis 20:2), mesmo Ló ofereceu suas duas filhas virgens para uma turba de estupradores e Deus não achou isso errado (Gen 19:7-8) e a Bíblia nem fala que é errado se casar com prostitutas, caso uma delas roube seu coração, ela diz que sacerdotes não devem se casar com prostitutas (Levítico 21:7), mas não fala nada de pessoas não ligadas ao sacerdócio. E se sexo antes do casamento fosse proibido o que diríamos de Abraão, Jacó, Eleazar, Davi, Salomão? Eles são apenas alguns dos Patriarcas, Profetas e Reis que tiveram mais de uma esposa, enquanto ainda estavam casados! Mesmo que digamos que suas subsequêntes esposas fossem virgens, eles já não eram, e faziam sexo com outras mulheres antes de se unir à mais recente. O próprio Jeremias tinha duas esposas caracterizadas como “Jumentas no cio, camela nova e prostitutas”! O sexo pré-marital não é punido na Bíblia por ser um ato sexual, apenas um ato de danificar a mercadoria, assim uma filha que se diz virgem e não é, por ter enganado a família do noivo – que devia ter pagado um dote maior – pode ser apedrejada, a não ser que o marido mostre amor, compreensão e perdão. E se alguém era apanhado mandando ver na filha virgem de alguém, devia pagar ao pai e sustentar a filha. E se fosse uma estranha de outro povo, depois da diversão, cada um ia para o seu lado.

 

Um par de cada animal

O sexo no casamento era algo que deixado a cargo das partes interessadas, não era uma questão de obrigatoriedade legal. O que era, de fato, considerado errado, era desrespeitar o produto do casamento (virgindade da filha) ou a propriedade de um marido. Então como é que a idéia de sexo pré marital ser um erro ficou tão entranhada na mente do cristão moderno?

Há dois mil anos as noivas não se vestiam de branco nem usavam véus, os convidados não lhe jogavam arroz e elas não revidavam jogando flores para as encalhadas. Tudo isso, incluindo as damas de honra e os padrinhos são variações em cima do tema da cerimonia pagã que se popularizou entre os cristãos durante o domínio do Império Romano. Com a ascenção do feudalismo, o casamento ganhou ainda mais importância econômica e política, nações inteiras nasciam ou terminavam em virtude do casamento de seus reis. Controlar os casamentos tornou-se uma ferramenta de poder e imediatamente as autoridades religiosas passaram a dominá-lo. E ainda hoje o poder eclesiástico na formação de casais persiste. Uma das razões é que formar uma família sob as asas de uma instituição religiosa é praticamente garantir que seus filhos também serão servos desta instituição. Por este motivo observamos em quase todas as seitas uma enorme resistência a casamentos inter-religiosos.

É a chamada “Sindrome da Arca de Noé”. Os crentes, por medo de terem sua doutrina conflitada e por medo de reprovação social, sempre buscam se unir a outra pessoa da mesma igreja, da mesma forma que os líderes, buscando aumentar seus rebanhos e o número de pessoas sobre as quais exercem seu poder, buscam uma cerimônia especialmente emtre membros de seu templo, célula ou fé; em ambos os casos, o objetivo é formar “um par de cada animal”. A idéia é confirmada por Paulo de Tarso, em sua exortação aos Corintios (I Cor 7:12-14): “Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.”

Mas algo que passa desapercebido por esses castradores histéricos de hoje, ou que não passa, mas é cuidadosamente escondido, é que Paulo, o guardião da castidade e da falta de sexo, nunca disse que seus conselhos eram inspirados por Deus, ditados por Deus ou mesmo representante da Vontade de Deus. Veja o versículo citado acima e repare no trecho: “digo eu, não o Senhor”. O mesmo acontece sempre que ele toca no assunto, I Corintios 7:25 “Ora, quanto às virgens, NÃO TENHO MANDAMENTO DO SENHOR; DOU, PORÉM, O MEU PARECER, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel.” ou I Corintios 7:6: “Digo, porém, isso como que por permissão e não por mandamento.”

Não havendo um mandamento ou uma lei contra o sexo de maneira geral, surge a vontade do controle e o medo, e disso se destila a hipocrisia clarical e pastoral de hoje em dia onde, em seus discursos, mostram como a Bíblia condena a fornicação (1 Coríntios 6:13, 1 Coríntios 6:13, 18, 1 Tessalonicenses 4:3, etc…)  e então definem eles mesmos que fornicação quer dizer “Sexo Antes do Casamento.” Peça que eles expliquem esta ligação ou como chegaram a essa conclusão maravilhosa, e terá respostas evasivas ou argumentos de respeito da tradição da seita em questão.

Rejubila-se, A Bíblia tá de Sacanagem!

Deixando o casamento de lado e o sexo geral onde deve ficar, vamos estudar agora a sacanagem que a Bíblia diz que é errada.

Quando ouvimos um sermão sobre o sexo, o termo usado é fornicação. A palavra Fornicação tem origem no latim “fornicare”, a raiz da palavra “fornix” significa “arco”, em referência ao arco das portas romanas onde as prostitutas do império se exibiam. Fornicare era, por sua vez, o hábito de frequentar estes lugares.  O problema é que esta palavra só surgiu mesmo no século III, quatrocentos anos depois da morte de Jesus, logo a Bíblia não poderia falar de fornicação, do que ela estaria falando? O Evangelho foi escrito em grego e a palavra original das escrituras era outra: πορνεία (porneia). E o que quer dizer  πορνεία?

Uma das mais claras definições de Porneia achamos em I Tessalonicenses 4:3-5:

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, que vos abstenhais da devasição sexual (Porneia), Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão do desejo desenfreado, como os gentios, que não conhecem a Deus.”

Sabemos ainda que Porneia se refere a ofensas sexuais bem sérias, devassas, e não a qualquer prática sexual “não tradicional”. Podemos afirmar isso com certeza porque Jesus estabeleceu que Porneia é o único motivo razoável para legitimar um divorcio(Matheus 5:32). Portanto, práticas sexuais diversas como masturbação, sexo oral, sexo anal, homossexualismo e mesmo a poligamia ou a troca de casais não deveriam ser consideradas graves, uma vez que todas elas podem ser encontradas, e às vezes celebradas, nas escrituras.

Considere por ora apenas que, sendo possível que alguém casado cometa Porneia, então é razoável entender que deve ser algo que mesmo alguém casado consiga fazer, e não atos que ocorram antes do casamento. Entre as ofensas sexuais graves que podemos encontrar no Antigo Testamento, temos o adultério (Exodo 20:14), o incesto (Levitico 18:6-18), a zoofilia (Levitico 18:23) e o estupro (Deuteronômio 22:25-27).

Mesmo com todos estes poréns quando procuramos na bíblia admoestações específicas contra o sexo de pessoas não casadas não encontramos nem um único versículo. A Bíblia prega contra esse tipo de violência, e contra a quebra de confiança entre o casal, mas não contra o sexo antes ou depois do casamento, seja como ele for, se houver o consentimento. Hoje em dia, assim como na época em que a Bíblia foi escrita, muitas pessoas tem e tinham motivos para não se casar. Podem por exemplo ser desenvolvidos sexualmente, mas serem jovens demais para uma decisão importante como o casamento. Ou então é bem madura em ambos os aspectos, mas está recentemente divorciada ou viúva. Ou então nunca casou porque não encontrou alguém com quem pudesse dividir sua vida. Deus abole a expressão sexual destas pessoas? Pelo contrário. Deus nos provê com tudo o que precisamos, incluindo nossos desejos sexuais. Enquanto houver respeito o casal pode fazer, sexualmente, o que bem entender, se excitar como melhor lhe aprouver, se divertir como der na telha e com quem der na telha.

Portanto, “fornicação” é uma péssima palavra para traduzir Porneia, e mesmo que fosse uma boa palavra ela se restringiria apenas a procurar prostitutas e não estaria relacionada a nenhum tipo de ato sexual consensual, mas lembre-se de Sansão – que não foi castigado pela vida divertida que levou e sim por ter a cabeça raspada enquanto dormia. Talvez fizesse sentido quando São Jerônimo traduziu o novo testamento para o latim, mas hoje o poderio clerical conseguiu fazê-la servir exatamente a seus propósitos egoístas. Entendida hoje  como “qualquer relação sexual que não seja entre um homem e uma mulher casados”, Fornicação se tornou algo que mais confunde e restringe do que explica. Os dois termos são similares, mas não equivalentes. Alguns tipos de fornicação não são Porneia, e alguns tipos de Porneia não são fornicação. Por exemplo, sexo entre dois namorados, hoje é considerado fornicação mas não é Pornéia. Mas sexo com o cachorro do namorado é Pornéia mas não necessariamente uma fornicação. Isso acontece sempre que tentamos deturpar a mensagem clara da Bíblia.

Melhor do que encontrarmos uma palavra nova é entender o sentido por trás da palavra usada. Busque o que há em comum entre todos os casos citados acima, a saber: estupro, incesto, bestialismo e adultério – que é muito diferente de sexo com outras pessoas depois de casado, quando se tem a aprovação do cônjuge. Acontece que todos são um tipo de abuso. No caso do estupro é fácil entender e nada precisa ser dito. O incesto bíblico igualmente sempre ocorre em uma situação abusiva, como no caso de Ló e suas filhas (Genese 19:30-36). O bestialismo sempre envolve um abuso da inteligência humana para subjugar a inocência do animal (O mesmo pode ser dito da pedofilia). Por fim o adultério é um ato de traição e que abusa da confiança do outro com que se havia comprometido. Assim Pornéia é sempre uma forma de “Abuso Sexual”. Seja abuso pela força, pela inteligência ou o abuso da confiança de alguém. O que Deus de fato condena é o sexo sem responsabilidade, sem compromisso, sem discernimento, enfim, o sexo sem amor, compulsivo que mais prejudica do que dá prazer.

 

Não é bom estar só

Os imbecis da Palavra, ou seja, aqueles que utilizam a Palavra de Deus apenas para justificar a própria imbecilidade egoísta, tentam mostrar que o Prazer é errado, e que como sexo dá prazer ele é pecaminoso, afirmando que o princípio primeiro do sexo é a multiplicação da espécie, e não o prazer. A Bíblia não condena o prazer, basta rever algumas passagens sobre o deleite sexual: “Sara então riu-se consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?” – isso vindo de Sara, que sempre transou com Abraão e era estéril, ou seja, Abraão transava com ela sabendo que não podia ter filhos – “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração” – em Salmos que diz que para buscar deleite TAMBÉM no Senhor. Outras falácias estúpidas é dizer que é através do sexo que o diabo escraviza as pessoas. Lembre-se que Deus criou uma companheira para Adão porque “Não é bom que o homem esteja só”. Se nos lembrarmos que Satã significa “inimigo” em hebraico, qualquer um que pregue contra o sexo e o prazer se torna Satã diante de Deus.

Assim, o ponto é que o casamento hoje, assim como quase todos os rituais institucionalizados, tem mais a ver com o controle social sobre o casal do que sobre o casal em sí, é mais uma forma de garantir direitos jurídicos e cíveis do que celebrar o amor. O ritual externo não é uma necessidade, tanto que não é descrito em lugar algum da Bíblia, apenas como festas ou celebrações, não existe uma passagem que dê regras para como deve ser realizado. Se existe a vontade de oficializar legalmente então um contrato em cartório já faz isso, de maneira muito mais prática e rápida do que era feito na época de Abraão, Moisés e Jesus. Se existe a necessidade de serem abençoadas, uma simples oração resolveria. Mas o que acontece hoje é que se não houver uma celebração sacramental, em outras palavras, se o padre ou pastor pessoalmente não abençoar a união, então ela é considerada profana e pecaminosa.

Jesus participou de um casamento. Ele poderia ter usado sua graça e seus poderes para engrandecer o momento em que o sacerdote abençoa o casal nas bodas da Canaã, ou mesmo a aliança formada pelo casal, mas ele não fez isso. Preferiu tranformar a água em vinho. Quando viu a turba pronta para apedrejar a prostituta ele ficou abismado e mandou a todos irem catar coquinho. Para ele o mais importante não eram os rituais e a virgindade. Era a festa.

Jesus Freak


Sentindo-se freak? Conheça Jesus Freak: o Guia de Campo para o Pecador Pós-Moderno


 

2 respostas em “Sexo antes do Casamento: por que não agora?”

Mano… Esta sessão ‘Jesus Freak’ é deveras freak mesmo. Um lixo.

O cristianismo aqui pregado é uma mistura de protestantismo com mania de grandeza ‘supracristã’ com anticristianismo disfarçado de pós-modernidade para a agradar a chiques, cults e descolados. Nos dois casos, armadilha para mornos.

Ignoram completamente as três estrelas da auréola de Nosso Senhor: humildade, obediência e castidade. São debochados, insubmissos e relativistas.

Bande de macaques.

Deixe um comentário

Traducir »