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Os Crânios-Fetiche de Qayin

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Os fetiches especiais descritos neste texto apenas podem ser criados após a corrente-espiritual de Qayin ter sido assentada dentro da estátua central do altar. Isto é porque o poder destes crânios-fetiche é carregado enquanto é canalizado diretamente da essência coletada dentro da estátua através da evocação primária do Mestre, que foi disponibilizado para trabalhos posteriores telésticos de fetichismo. A razão pela qual pode-se escolher criar outros fetiches empoderados em adição à estátua primária é que quanto mais ligações ativadas o Senhor da Morte possui, mais forte o principal “ponto de simpatia” se tornará para Ele, conduzindo ao mais forte contato espiritual com ele, e a presença do poder que todos estas imagens esculpidas estão destinadas a concretizar e manifestar.

No caso raro que seria necessário criar e fortalecer o fetiche para alguém do que para si, um estudante ou um cliente por exemplo, seria muito mais apropriado criar um desses fetiches secundários. Isto é porque a ligação entre o crânio-fetiche e seu criador não serão tão íntima quanto àquela desenvolvida durante a insulação/animação (ou seja, a concessão de “Anima”(Alma) a um ídolo inanimado) da estátua primária do altar.

Os elementos a seguir são necessários para este trabalho:

• 8 charutos (1 para abrir o ritual, 7 como oferendas para sete noites);
• Um cinzeiro;
• Poeira de uma encruzilhada de cemitério (ou em certos casos, solo de outros locais de poder dentro do cemitério);
• Pó de osso humano;
• Pó de mirra;
• Folhas de espinheiro-negro (em pó);
• arruda;
• absinto;
• cinza de charuto;
• almofariz com pilão;
• massa para modelar auto secante, adequada;
• 1 espinho/espinhaço de espinheiro negro;
• pena de escrever;
• tinta;
• uma grande folha de papel;
• 3 velas (na mesma cor como aquelas que depois serão usadas para pintar o crânio-fetiche, correspondendo ao aspecto do poder de Qayin/aspecto ligado ao crânio);
• vinho tinto;
• tinta à prova d´água.

1. Inicie o trabalho em um sábado, após a meia-noite. Abra trabalho na forma tradicional diante do altar de Qayin e convoque seus poderes para abençoar seus rituais.

2. Acenda um charuto como oferenda ao Mestre e assopre sua fumaça sobre a estátua central do altar, enquanto você silenciosamente pede a Ele para emprestar poder ao sagrado crânio-fetiche que você está prestes a criar. Fume o charuto em frente à estátua até menos da metade dele restar, então coloque o restante no cinzeiro sobre o altar.

3. Misture junto o pó trazido de uma encruzilhada de cemitério em forma de “X”, pó de osso humano, pó de mirra, folhas de espinheiro-negro pulverizadas, arruda, absinto, e as cinzas do charuto que você deu como uma oferenda a Qayin. Coloque esta mistura no almofariz e moa todos os elementos em um pó fino com um pilão. Modele a macia massa de modelar para a forma e tamanho desejável do crânio-fetiche. Escave um orifício na parte inferior do crânio que seja suficientemente grande para conter pó que é carregado com ele. Embale o pó dentro do buraco no crânio e selo-o completamente com argila. Vire o crânio para que ele encare o altar, e lenta e cuidadosamente insira o espinho na parte traseira do crânio ainda mole, de tal forma que se torne totalmente incorpada dentro do crânio, e de modo que a ponta afiada do espinho dentro do crânio aponte na mesma direção que seus olhos vazios olham fixamente.

4. Escolha o sigilo do Senhor da Morte que melhor corresponde com o aspecto que você pretende ligar ao crânio- fetiche. Coma pena de escrever e a tinta, desenhe o sigilo sobre folha de papel. (Alternativamente o sigilo pode ser marcado com giz ou farinha de cevada sobre um pano preto quem tenha sido fumigado com a fumaça de mirra e abençoada em nome de Qayin). Coloque o sigilo sobre o chão na frente do altar, e coloque o crânio-fetiche no meio dele, de modo que ele encare você.

Coloque as três velas somente dentro do círculo do sigilo de tal forma que elas marquem os três pontos de um triângulo de manifestação com seu cume apontando em direção à estátua do altar.

5 – Acenda as três velas e bata três vezes sobre o chão com sua mão esquerda. Cante a Fórmula do Chamado sete vezes, e queime algum incenso adequado a fim de fortalecer o aspecto que você pretende manifestar e ligar ao crânio-fetiche. Deixe algumas gotas de vinho tinto sobre a coroa de espinhos do crânio, ou alternativamente use sua boca para borrifar uma fina névoa de vinho ou algum outro licor adequado (dependendo do aspecto convocado) sobre ele. Acenda um novo charuto, em nome do demônio Amaiahzatan, e assopre sua fumaça sobre o crânio-fetiche.

Em uma invocação silenciosa de poder, peça ao Senhor da Morte para abençoar o crânio-fetiche de modo que ele possa tornar-se outra ligação física à Sua essência, e use a fumaça do charuto para dirigir as correntes que você mentalmente convoca em direção ao crânio carregado. Em uma oração muda, peça a Qayin para carregar o crânio com seu fogo obscuro e conceder sobre ele o poder para facilitar a canalização e o direcionamento de Suas energias, por causa das manifestações de feitiçaria e a criação de mudanças mundanas e espirituais, de acordo com sua própria vontade.

Após ter fumado mais do que a metade do cigarro, coloque o restante dele em um novo cinzeiro que foi trazido ou criado especificamente para este trabalho mágico, e coloque o cinzeiro dentro do círculo do sigilo, na frente do crânio. Apague as velas do altar e louve ao Mestre, e então também apague as três velas em torno do crânio-fetiche.

6 – Todo o processo supracitado deve ser repetido por sete noites consecutivas e, a cada noite, você deve primeiramente acender as três velas do triângulo da manifestação, goteje ou espalhe o vinho tinto (ou licor) sobre o crânio, e então acenda um novo charuto. Como da primeira vez, você deve invocar os poderes de Qayin e direcionar Sua corrente espiritual através da fumaça da oferenda de tabaco que você assoprar sobre o crânio- fetiche. Quando menos da metade do charuto permanecer, você deve colocá-lo no cinzeiro ao lado do sigilo, e apagar as velas após elas terem queimado por pelo menos 60 minutos à cada noite.

7 – Na sétima noite, após ter repetido o ritual pela sétima vez, e colocar o sétimo charuto no cinzeiro em frente ao crânio-fetiche, você deve deixar as partes restantes das três velas do triângulo da manifestação queimarem completamente. Quando as velas forem queimadas, o crânio-fetiche será completamente consagrado e carregado com o poder que você queria vincular a ele. Esperemos que, dessa vez, também esteja seco o suficiente para ser pintado com sua cor pretendida. Se o crânio não estiver seco o suficiente, ele deve ser posicionado sobre um local apropriado sobre o altar até ele estar pronto para ser pintado.

Dependendo do aspecto do poder de Qayin que você escolheu vincular ao crânio-fetiche, você pode escolher pintá-lo de: branco, preto, vermelho ou verde.

O branco representa os ossos dos mortos, as almas dos defuntos, sonhos, poder de cura, bênçãos espirituais e proteção. O preto representa o túmulo/morte como o portal para uma nova forma de existência, as artes negras (Al-Khemi), maldições de morte, encobrimento/invisibilidade, os mistérios do Lado Noturno, conhecimento proibido e Gnose Necrosófica. O vermelho representa força, paixão, vitória, virilidade, poder e domínio sobre homens e espíritos, magia de fogo e agressão mágica. O verde representa a chama Esmeralda da Gnose do Primeiro ceifador e é, dentro deste contexto, asssociado com as mais altas formas de “Ars Veneficum” (Arte Venéfica) e os poderes e mistérios interiores de Qayin Messor/Qayin Qatsiyr/Qhabil Al-Akhdar.

Em casos especiais, e dependendo dos aspectos de Qayin os quais estão vinculados ao crânio, as cores supracitadas também podem ser combinadas de tal maneira que a travessia entre os diferentes “caminhos” ou aspectos de Qayin são enfatizados. Alguém poderia, por exemplo, pintar o crânio de preto e branco, vermelho e preto, ou verde e preto.

De uma maneira semelhante, sigilos relevantes ou símbolos podem ser inscritos ou pintados sobre o crânio, que podem também, como um toque final, serem adornados com pedras ou metais que estejam em harmonia com a cor e essência do crânio-fetiche. Crânios brancos podem ser adornados com cristais de quartzo transparente e de prata. Crânios pretos podem ser adornados com pedras de ônix e chumbo. Crânios vermelhos podem ser adornados com rubis (ou outras pedras e cristais vermelho-sangue), e bronze ou ferro. Crânios verdes podem ser adornados com esmeraldas (ou outras pedras e cristais verdes) e cobre.

Após o crânio fetiche estar totalmente construído, ele deve ser coberto com um pedaço de pano de uma cor correspondente. Ele então é colocado ao lado, em frente, atrás ou, se possível, sob (ou seja, dentro de uma caixa) a estátua central do altar. A cada noite de segunda-feira, após a meia-noite, fumaça de charuto deve ser assoprada sobre ela sete vezes e ela deve ser ungida com algumas gotas do mesmo tipo de licor que foi dado como oferenda ao poder assentado dentro da estátua central do altar.

Durante trabalhos concretos com o crânio-fetiche, escreva expressões de vontade, sigilos, fotos, fios de cabelo, recortes de unha, ervas, solo e/ou quaisquer outros vínculos complacentes para as condições ou pessoas que precise-se influenciar podem ser colocados diretamente sob ele. O crânio-fetiche pode ser pode ser também mantido na mão direita ou esquerda (dependendo da natureza do encanto) com sua face direcionada em direção à pessoa ou situação que seu poder está destinado a afetar. Isto é feito enquanto a proclamação da vontade, fórmulas e encantos são recitados, e as correntes de energia do Senhor dos Crânios que são vistas, através do poder da visão interna, emanando através das órbitas do crânio-fetiche.

O crânio-fetiche também pode, em conexão com os feitiços mais avançados e exigentes, ser alimentado com o sangue de uma oferenda animal adequada. Velas correspondentes em cor para a natureza do trabalho sendo feito e/ou a cor do crânio em si podem ser acesas em torno do crânio-fetiche quando ele está destinado a ser fortalecido, ou “aquecido”, a fim de fortalecer suas emanações, que são diretamente canalizadas do Poderoso Senhor Esqueleto.

Junto com as estátuas de altar mais tradicionais e talismãs de Pajé, o crânio-fetiche serve como o objeto central sagrado do esotérico culto da morte, e pode ser usado de muitas outras formas e em níveis muito diferentes de prática de feitiçaria.

Utilizando uma técnica similar à descrita para a criação dos crânios-fetiche de argila, pode-se também preencher uma vela de crânio com os elementos relevantes e carregá-lo com os poderes de Qayin que corresponde à cor da vela e aos elementos que tenham sido colocados dentro dele. Quando tal “vela carregada” é queimada, os poderes carregados dentro dele emanam-se para fora e criam mudanças que coincidem com sua carga mágica. Óleos e ervas diferentes podem ser usadas para embelezar este tipo este tipo de “vela fetiche” antes dela ser queimada, a fim de reforçar ainda mais sua carga mágica. Os óleos mais comuns usados neste contexto são aqueles de mirra e patchuli, mas certos óleos minerais e animais também podem ser usados, dependendo do propósito do ritual. Em casos extremos relacionados aos trabalhos proibidos de necromancia infernal, até óleos feitos de gordura humana têm sido usados com bons resultados.

Essas velas de crânio carregadas e ungidas podem ser usadas dentro de poderosos trabalhos mágicos e possui o potencial para convocar e pôr em movimento poderes muito fortes e aterrorizantes.

Fonte: Liber Falxifer: O Livro do Ceifador da Mão Esquerda, Parte II, por N.A – A. 218.

Traduzido Por: Strige Kjosja E Frater Nigrvm K. Kyaho Tormentvm 218.

Texto revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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