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Magia Prática: o caminho do Adepto – 23 Livros Essenciais sobre Magia

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Franz Bardon, 1956

‘Der Weg zum wahren Adepten’. Este é o título original em alemão escrito em 1956 pelo escritor tcheco, Franz Bardon. Já foi traduzido como Initiation into Hermetics para o inglês, o que fez com que versões de Iniciação ao Hermetismo surgisse em conversas lado a lado com O Caminho do Adepto, apesar de serem a mesma obra. No Brasil este livro foi publicado com o sugestivo nome: Magia Prática – O Caminho do Adepto e trata-se da esquematização e impressão de um sistema de ensino do hermetismo que antes disso era passado apenas pela tradição oral e aprimorado por várias décadas de pesquisas.

Como muitas obras que lidam com magia, não podemos desprezar sua origem, ou a maneira com a qual foi concebida. O pai de Franz, Viktor Bardon, era um homem que apesar de possuir grande desenvolvimento espiritual, nunca foi iniciado, por conta disso orava fervorosamente, todos os dias para que pudesse, eventualmente, encontrar um Grande Mestre que o guiasse pela senda da iluminação espiritual, o resultado disso foi a encarnação em seu filho mais velho, Franz, do espírito do Grande Iniciado. Esta encarnação seria o espírito que outrora habitara os corpos de grandes iniciados na história da humanidade, de Apolônio de Tiana a Michel de Nostradamus, passando por outros como Lao Tsé.

Claro que não é possível se confirmar tal afirmação, mas ela é preciosa por um único motivo: uma história dessas, para ser preservada e contada, apenas mostra o nível de conhecimento e desenvolvimento das técnicas expostas em seu trabalho por Bardon, o filho. Durante sua vida, suas habilidades nas artes arcanas lhe garantiram muita fama, Hitler, inclusive, ofereceu a ele altos cargos no Reich caso ele colocasse seus conhecimentos a serviço do Füher, proposta recuada por Bardon, o que lhe garantiu tanto ao mestre, quanto a seus discípulos, uma temporada nas salas de tortura dos nazistas.

Independente do que o autor era capaz de realizar, o seu livro se encontra nesta lista por aquilo que ele era capaz de ensinar. As obras de Franz Bardon constituem um Sistema Mágico completo e perfeito, totalmente científico e racional, dando ênfase à prática, buscando não filosofia ou perdendo tempo com espiritualidade, mas oferecendo resultados tangíveis.

Por muitos anos o autor agregou a seu redor inúmeros alunos, com quem compartilhava seus conhecimentos, que recebiam aquilo que era ensinado na forma de exercícios e lições. Seus ensinamentos, além de serem claros, completos e sérios, retratavam um Mestre honesto e competente. Seu Sistema é isento de isento de ideologias ou conceitos religiosos, sendo adequado a todos os estudiosos, pois pouco importa sua tendência filosófica ou mística.

A origem do conhecimento condensado neste volume em especial, é descrita da seguinte forma pelo autor: “Este sistema, montado com o maior cuidado e a mais extrema ponderação, não é um método especulativo, mas o resultado positivo de trinta anos de pesquisa, de exercícios práticos e de repetidas comparações com muitos outros sistemas das mais diversas lojas maçônicas, sociedades secretas e de sabedoria oriental, acessíveis somente aos excepcionalmente dotados e alguns raros eleitos. Portanto – é bom lembrar – partindo da minha própria prática e indo de encontro à prática de muitos, que com certeza ele já foi aprovado, sobretudo pelos meus alunos, e considerado o melhor e mais útil dos sistemas.”

De todos os livros escritos por Bardon este, em especial, se diferencia dos outros é trazer em si uma parte teórica que põe o estudante em contato com tudo o que precisará para desenvolver então a segunda parte, a prática, dividida em dez graus, cada um acompanhando a evolução do novo adepto (ou nova adepta). Cada um deles possui algumas informações relevantes acompanhadas de exercícios que devem ser completamente dominados antes de se passar para o grau seguinte. Evoluindo no sistema proposto um universo de possibilidades se descortina na frente do magista sem que ele tenha que aceitar qualquer coisa por causa das tradição ou por um simples argumento de autoridade.

Cada um dos exercícios foi desenvolvido especialmente para que o praticante possa trabalhar com a evolução do espírito, da mente e do corpo. Um paralelo interessante deste tratado é: da mesma forma que antigos alquimistas ligavam a magia à química através da alquimia, Bardon une a magia à biologia através do hermetismo, enquanto muitos autores escreveram sobre como o mundo espiritual e intelectual regiam o mundo mágico superior e invisível, Bardon mostra como o mundo “invisível” está presente em nosso organismo, e como nosso corpo responde a isso. Por isso muita da teoria mostra justamente essa relação organismo – magia.

E mesmo a parte teórica, no inicio da obra, é surpreendentemente reduzida.  Menos de 10% de todo o texto é usado para expor conceitos essenciais como os quatro elementos, o Akasha, as leis de causa e efeito. E isso é proposital. A condição que Bardon deixa clara para seus estudantes é que cada um veja por si próprio os resultados de sua própria magia. Ao invés de se perder em explicações demoradas ele coloca as ferramentas na mão do adepto para que ele possa chegar as suas próprias conclusões com as suas próprias experiências. E isso é algo raro em um mundo onde os grandes mestres acabam dando mais ênfase naquilo que você deveria saber ou como deveria se comportar ao invés de simplesmente dizer o que você deve fazer.

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