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Comparação dos itens do ritual de Magia Salomônica com o Templo de Salomão

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Por Robson Bélli [1]

É fundamental entender que existe um certo grau de paralelismo entre alguns itens dentro do ritual Salomônico e o templo, e não queremos dizer que uma coisa é uma copia ou dependa de ser igual a outra, sugerimos sim que existe um grau de parentesco entre tais itens que pode ser observado.

A menorá pode ser respresentada pela luz central no altar salomônico, Eliphas levi coloca uma imagem interessante em seu livro;

(OBS, é interessante ver aqui as armas clássicas da magia salomônica dispostas juntas com a lâmpada de levi)

Menorah é a palavra hebraica para “candelabro” ou “candeeiro” e seu significado deriva do verbo “flamejar”. Os candelabros eram muito utilizados nos tempos bíblicos. Era comum que as casas particulares tivessem candelabros para iluminar o ambiente (2 Reis 4:10). Mas na Bíblia geralmente o termo hebraico menorah significa o candelabro de ouro do Tabernáculo e depois do Templo (Êxodo 25:31-40; 2 Crônicas 4:7).

As sete lâmpadas da Menorah eram abastecidas pelos sacerdotes com azeite puro de oliveira (Êxodo 27:20) [Leia sobre o que escrevi no artigo do mortesubita.net denominado “as luzes do templo”]. As lâmpadas do candelabro deviam ficar acessas continuamente (Êxodo 27:20; Levítico 24:1-4). Há certa discussão entre os estudiosos sobre o que seria manter as lâmpadas da Menorah continuamente acessas.

Alguns entendem que isso significava que as lâmpadas jamais ficavam apagadas. Já outros entendem que isso significava que as lâmpadas ficavam acessas diariamente, mas não o tempo todo.

À luz de Êxodo 30, parece que os sacerdotes preparavam e abasteciam as lâmpadas da Menorah a cada manhã, e as ascendia ao crepúsculo da tarde (Êxodo 30:7,8; cf. 1 Samuel 3:3). Para executar essa tarefa relacionada ao candelabro, os sacerdotes usavam espevitadeiras e apagadores. Esses utensílios também eram feitos do mesmo ouro da Menorah (Êxodo 25:38).

Posteriormente o Templo de Salomão foi construído em Jerusalém. Nele havia dez candelabros no Santo Lugar, cinco de um lado e cinco de outro (1 Reis 7:48,49; 2 Crônicas 4:7; Jeremias 52:19).

O significado da Menorah: qual a importância do Candelabro na Bíblia?

A função prática da Menorah no serviço religioso em Israel era basicamente fornecer luz aos sacerdotes que serviam no Lugar Santo. Mas seu significado era muito mais profundo.

Muitos estudiosos consideram que o Tabernáculo e o Templo, pelo menos em certo sentido, relembravam o Jardim do Éden onde o homem tinha comunhão com Deus. Então eles sugerem que a Menorah, cuja aparência era semelhante a uma amendoeira, de certa forma também era uma lembrança da árvore da vida que havia no centro do Jardim do Éden.

A Menorah era formada por sete hastes. O número sete na literatura judaica transmite o significado de perfeição e completude. Assim, eruditos judeus também consideram que as sete hastes da Menorah apontavam para a obra de Deus nos sete dias da criação. Dentro da cultura judaica a Menorah é tão importante que ainda hoje está diretamente relacionada à identidade do povo judeu, servindo como símbolo do Estado de Israel.

O profeta Zacarias viu em uma visão uma Menorah de ouro, mas suas características eram diferentes do candelabro do Tabernáculo e do Templo (Zacarias 4:2). A visão de Zacarias é de difícil interpretação, e parece conectar as sete lâmpadas do candelabro à onisciência de Deus (cf. Zacarias 4:10).

Com base no contexto da visão de Zacarias, alguns comentaristas também entendem que talvez a Menorah possa ter simbolizado a responsabilidade dos judeus no pós-exílio em ser luz para os gentios (cf. 42:6; 49:6).

Para os magistas salomônicos como é visto a questão da luz central (dentro do circulo magico):

“A principal luz do círculo mágico é a que fica no seu centro; ela é a primeira a ser acesa e nela se acendem todas as outras. Essa luz é fundamental porque indica que você está conectado com as forças do bem.” – Clavicula de Salomão (Irene Liber)

Na goécia será neste fogo que será colocada a caixa preta de metal onde vái se quemar o sigilo do daemon caso ele não venha.

A bacia é outro instrumento interessante dentro tanto do templo de Salomão quanto nos rituais de magia salomônica, pois será preparado ali o que será aspergido, Conforme os adoradores israelitas iam adentrando os pátios do tabernáculo e do templo, diferentes visões, sons e cheiros os arremetiam. Fora da constante atividade dos sacerdotes, enquanto ministravam diante do Senhor, uma óbvia realidade envolvia os participantes: o ritual do sacrifício era algo sujo. O pecado criou uma brecha no relacionamento da humanidade com Deus e trouxe corrupção moral, claramente simbolizada na mistura de sangue e sujeira nas vestes e corpos dos sacerdotes.

No entanto, dentro dos pátios, o Santo de Israel havia colocado utensílios pelos quais Aarão e seus descendentes deveriam cerimonialmente purificar-se e consagrar-se pois representavam Israel no componente mais fundamental e importante da existência humana, a adoração. Esses recipientes eram a bacia de bronze do tabernáculo e o mar de fundição do templo.

O livro de Êxodo registra poucos detalhes sobre a construção da bacia de bronze (Êx 30.17-21). O Senhor manda Moisés fazer a bacia e seu suporte de bronze, mas ele não prescreve dimensões para a bacia. Em vez disso, ele enfatiza sua localização e função: “Pô-la-ás entre a tenda da congregação e o altar” (v.18), “Nela, Arão e seus filhos lavarão as mãos e os pés. Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram” (v. 19-20).

Segue-se então uma advertência: “Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram” (v. 21). Essa determinação revela o objetivo principal da bacia. O altar e a tenda da congregação serviam como o caminho de ligação através do qual o sacerdote, e pela sua mediação, Israel como um todo, entravam na presença do Deus santo. Em sua presença, há somente duas opções: a morte devido à contaminação ou a adoração através da pureza. A lavagem com água era a forma provisória e repetitiva, providenciada pelo Senhor, pela qual os sacerdotes eram submetidos a purificação ritual e assim pudessem ministrar em sua presença.

Embora o formato da bacia de bronze tenha sofrido alterações condizentes com a glória do templo no Monte Sião, sua função primária como meio de purificação ritual permaneceu inalterada. Seguindo as instruções reveladas a Davi (1Cr 28.19), Salomão lançou uma estrutura de bronze monumental, o “mar de fundição”, um tanque de mais de dois metros de profundidade, com um diâmetro de quase cinco metros, onde havia quase quarenta mil litros de água, este recipiente apresentava uma borda “como a flor do lírio” e com duas fileiras circundantes de representações de frutos (1Rs 7.23-26). Quatro conjuntos, de três bois de bronze cada, apoiavam o mar, cada conjunto voltado para um dos quatro pontos cardeais.

Os autores bíblicos novamente se concentram menos em detalhes e mais em simbolismo e propósito. Como um boi selvagem (Nm 24.8), o Senhor, “majestoso em santidade”, pisoteara todos os inimigos físicos e existenciais, estabeleceu seu santuário terrestre em Sião (Êx 15. 13,17) e prescreveu leis para sua adoração. Como testemunhas maravilhadas com o poder e a pureza da santidade de Deus, representada pelo mar de fundição, muitas pessoas devem ter ecoado as palavras de Davi no Salmo 15: “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu monte santo”? (V.1).

A resposta de Davi à sua própria pergunta – “O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade” (v. 2) ­– demonstra que a bacia e o mar de fundição ofereciam mais do que somente a lavagem com água, eles apontavam para uma realidade maior: a entrada na presença de Deus exigia pureza moral. A provisão de um ritual de purificação, pelo Senhor, consagrou Arão e seus descendentes ao serviço mas não os livrou de seus pecados.

Na magia Salomônica encontraremos o uso do Salmo 51:7, para a purificação e o uso do hissopo e da aspersão de sal agua de purificação, uma diferença entre a aspersão citada na bíblia e da pratica atual salomônica é que a aspersão bíblica era com sangue enquanto que na magia aspergimos agua.

Na magia salomônica não temos pelo menos não que seja meu conhecimento nenhuma bacia descrita com tal finalidade, mas se torna obvio a necessidade de um recipiente com agua para ser aspergida, e a agua usada para purificação provinha dai.

Os pães da proposição eram os pães que estavam sempre presentes em uma mesa especialmente dedicada, no Templo de Jerusalém, como uma oferenda a Deus.

Deus falou a Moisés sobre a mesa dos pães quando lhe deu instruções a respeito da construção do Tabernáculo e a fabricação de seus utensílios. A mesa era feita de madeira de acácia e tinha dois côvados de comprimento, um de largura e um côvado e meio de altura.

A mesa dos Pães destacava a íntima comunhão existente entre Deus e seu povo. A cada semana, no último dia, doze pães eram colocados sobre a mesa, arrumados em duas fileiras.

Esses doze pães representavam as doze tribos de Israel. Sendo assim, uma oferta de alimentos apresentada a Deus, que deveria ser continuamente realizada como ”Aliança Perpétua” (Lv: 24-8).

O simbolismo dos pães da proposição se cumpre em Cristo e sua Igreja, tanto no aspecto pessoal como coletivo. Por isso Jesus disse: “o que vem a mim jamais terá fome”.

Diferentemente dos pães da proposição que precisavam ser substituídos semanalmente, Cristo não é um alimento simplesmente material e temporal, mas espiritual e eterno.

Na magia salomônica temos em geral alguns altares, um altar central onde poderemos encontrar ou o altar do incenso ou o pupito com a lâmpada, um segundo altar de oferendas onde deve-se manter dentro do templo mas fora do circulo e ele tende a ficar posicionado a direita do conjurador mas atrás dele, é ali que o altar chamado de mesa de Salomão que aparece no Ars Theurgia Goétia deve ficar com as oferendas a Deus.

O Altar do Incenso servia ao propósito prático de aromatizar gradativamente o ar que junto formava uma coluna de fumaça para acompanhar a coluna de fogo do candelabro de ouro. Sendo assim, a fumaça do próprio incenso, passou a simbolizar as orações do povo de Deus.

No tabernáculo o incenso só podia ser oferecido pelos sacerdotes, que serviam como intermediadores entre o povo e Deus.

O principal simbolismo ligado ao incenso é a oração feita a Deus, “Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141:2).

O perfume característico produzido pela queima do incenso subia às narinas de Deus, da mesma maneira que sobem aos céus as orações do justo. O altar do incenso era apropriadamente colocado próximo da arca, ainda que do lado de fora do véu, pois o sacerdote tinha que usá-lo diariamente.

Deus disse a Moisés que parte do incenso deveria ser reservada para estar diante do Testemunho na tenda da congregação (Êx 30:36). Embora o incenso fosse uma parte essencial da adoração no tabernáculo e no tempo, não é mais necessário para o culto da nova aliança.

Nesse novo templo, não precisamos mais de mediadores sacerdotais para levar nossas orações a Deus, pois podemos nos aproximar sabiamente dEle.

Na magia salomônica podemos observar que a queima dos incensos é feita DENTRO do circulo magico e tem a finalidade de saudar os espiritos e agradecer a Deus pela obediência dos espiritos a seu santo nome, e uma segunda finalidade da queima de incenso dentro do circulo é a defumação dos pantáculos para sua consagração, portanto que fique claro aqui, não se usa queimar incensos em volta ou dentro do triangulo.

A Arca da Aliança (no hebraico: ארון הברית aróhn hab·beríth; grego: ki·bo·tós tes di·a·thé·kes”) é descrita na Bíblia como o objeto em que as tábuas dos Dez mandamentos e outros objetos sagrados teriam sido guardadas, como também veículo de comunicação entre Deus e seu povo escolhido. Foi utilizada pelos hebreus até seu desaparecimento, que segundo especulações, ocorreu na conquista de Jerusalém por Nabucodonosor II.

Segundo o livro de II Macabeus, geralmente presente somente nas Bíblias Católicas, o profeta Jeremias foi o responsável por escondê-la no Monte Nebo.

Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca da Aliança foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Nela foram guardadas as duas tábuas da lei; a vara de Aarão; e um vaso do maná. Estas três coisas representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos a Arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus.

Na magia salomônica não temos a arca da aliança mas temos uma urna dos espiritos.


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

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