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Cal de Mercúrio

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Rubellus Petrinus

Deitai num copo graduado de 500ml, 250ml de água régia, feita com 3 partes de espírito de sal e uma de espírito de nitro. Aquecei-a a 40º, num pequeno forno eléctrico, em banho de areia.

Juntai-lhe, pouco a pouco, à medida que se vai dissolvendo, sulfureto natural de mercúrio (cinábrio) em pó muito fino, ou na falta deste, para fim de experimentação, cinábrio artificial. Esta operação deverá ser feita no exterior ou num lugar bem ventilado, em virtude dos gases tóxicos que emana.

Quando não se dissolver mais cinábrio na água régia, parai. Filtrai a solução de bicloreto de mercúrio por meio de um funil de vidro, com um tampão de algodão, para um matrás de vidro.

Se deixardes cristalizar o bicloreto de mercúrio, é um sublimado corrosivo feito pela via húmida, cuja toxidade é igual ao preparado por sublimação pela via seca, por isso, devereis tomar todas as precauções ao manusear a respectiva solução. Num vaso de vidro, de boca larga, deitai 500ml de água da fonte e aquecei-a a 40º. Deitai-lhe sal de tártaro ou carbonato de sódio canónicos e mexei com uma vareta de vidro até à saturação.

Vertei, pouco a pouco, na solução alcalina, a solução de bicloreto à medida que cessar a efervescência provocada pela reacção química. Quando a efervescência cessar, então parai.

Far-se-á um precipitado castanho claro avermelhado que se torna mais espesso à medida que o bicloreto é adicionado à solução de carbonato.

Quando tiverdes esgotado toda a vossa provisão de bicloreto, parai. Mexei bem com uma vareta de vidro e, depois, deitai o precipitado numa escudela grande de porcelana ou de vidro, juntando-lhe água da torneira suficiente para enchê-la, Deixai repousar.

Vertei, por decantação, a água em excesso e repeti o processo, até que a água tenha perdido toda a acrimónia.

Secai a cal de mercúrio num forno eléctrico, em banho de areia e, depois, moei-a em pó muito fino, num almofariz de vidro ou de porcelana. Passai-a pela peneira de 60 linha por centímetro.

Esta cal de Mercúrio canónica servirá para dela extrairdes a sua tintura pelo mesmo processo da extracção da tintura de Marte, como mais adiante veremos.

 

Da mesma maneira, podereis extrair a cal do Sol ou da Lua. O Sol, como sabeis, terá de ser dissolvido em água régia e a Lua em espírito de nitro. Desta cal, podereis extrair as respectivas tinturas da mesma maneira como se faz a tintura de Marte.

Atenção! O ouro e a prata, precipitados das suas soluções de tricloreto de ouro e de nitrato de prata, numa solução de carbonato de potássio, tornam- se fulminantes e detonam com grande violência com o calor ou com a pressão. Por isso, não podem ser aquecidas nem moídas num almofariz e têm de ser manejadas com extrema cautela se não quiserdes ter um acidente, tanto mais grave, quanto maior for a quantidade de produto a manipular.

Basílio Valentim, no seu livro, O Último Testamento, adverte-nos, caridosamente, do perigo que encerra a preparação do ouro fulminante.

Por isso e para vosso bem, enquanto não tiverdes experiência necessária, abstei-vos de fazer estas preparações.

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