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Na história da Humanidade os sintomas de alterações no sistema nervoso foram comparados à casos de possessão demoníaca e efeitos da feitiçaria. Segundo Freud são manifestações de sintomas histéricos, onde temos quadros psicopatológicos que vão desde ataques convulsivos até paralisias de membros e contraturas musculares. Juntamente com os sintomas físicos da histeria, pode-se observar uma série de distúrbios psíquicos: alterações no curso e na associação de idéias, inibições na atividade da vontade, exagero e repressão de sentimentos. As modificações psíquicas, que são o fundamento do estado histérico, ocorrem na esfera da atividade mental inconsciente. Como fatores capazes de propiciar o desenvolvimento de uma disposição histérica, podem ser mencionados: criação cheia de mimos, o despertar prematuro das atividades mental e sexual na criança, excitamentos frequentes e violentos, trauma, intoxicação ( drogas e alcool ), luto, enfim tudo que é capaz de exercer um efeito prejudicial.
Aparece, com frequência, na adolescência, onde as meninas começam a escutar vozes e se comunicar com os mortos e os meninos sentem-se dominados por uma força sobrenatural e demoníaca. Sendo a histeria uma anomalia na diferença de distribuição das excitações, qualquer fato que modifique essa má distribuição e oriente a catexia da energia em direção apropriada, geraria uma descarga desses impulsos reprimidos e levaria a anulação do sintoma. Arrumar um namorado ou ocupar a cabeça com atividades intelectuais e esportivas, seria uma boa forma para amenizar esse desajuste.
Na histeria o que ocorre é uma cisão na mente do indivíduo. Uma parte de sua mente fica em estado hipnóide permanentemente, mas com um grau variável de nitidez em suas representações, estando sempre preparada, todas as vezes que há um lapso no pensamento de vigília, para assumir o controle da pessoa inteira ( como num ataque ou num delírio ). Isso ocorre tão logo um afeto poderoso interrompe o curso normal das representações, nos estados crepusculares e nos estados de exaustão. A partir desse estado hipnóide persistente, representações não motivadas e estranhas à associação normal forçam sua entrada na consciência, introduzem-se alucinações no sistema perceptivo e inervam-se atos motores independentemente da vontade consciente. Esse mente hipnóide é susceptível, no mais alto grau, à conversão de afetos e à sugestão, e assim aparecem com facilidade novos fenômenos histéricos, que, sem a divisão da mente, só surgiriam com grande dificuldade e sob a pressão de afetos repetidos. A parte expelida da mente é o Demônio pelo qual a observação ingênua dos supersticiosos acredita estar dominando. É verdade que um espiírito estranho à consciência de vigília da pessoa exerce domínio sobre ela, porém o espírito não é de fato um estranho, mas parte dela mesmo.
Por Titânia
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