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Nosso planeta e nosso corpo são formados em grande parte(não há vírgula) por água.
A utilização magicka da água parte do princípio da interação com esta âncora-mãe planetária e individual, como uma chave da partícula-gota (o ser humano) que se desprende do todo-oceano (o “mar de caos”). Inclui-se aí a
organização do elemento água como sugestão dos principais estados da chamada “matéria”, sendo base sólida, ponte fluídica e supra-presença etérica em seus estados sólido, líquido e gasoso.
Sólido
Na sua apresentação sólida, atua como sugestão de rigidez e base de sustentação dos pilares iniciais da criação de todos os posteriores processos de construção/destruição a que possam alicerçar. (parágrafo)Se salva neste ponto o paradoxo “rigidez e não atrito”, sendo o gelo e a neve mais escorregadios na medida em que mais se solidificam.
Com as alusões diretas às suas incidências em nosso planeta, (lembrando de suas observações em outros corpos celestes, como o planeta Marte, por exemplo) observamos as calotas polares, sendo estas localizadas nas extremidades “acima e abaixo” do globo. Numa análise entre os centros energéticos denominados “Sahashara” e “Muladhara” onde o planeta seria entrecortado por Kundalini Sakti. Complementando a proposta dual de “Céu e inferno”, “Céu e terra” e tantas outras.
Por fim e mais relevante do ponto de vista da proposta de nosso trabalho encontra-se no estado representativo do gelo a proposta de Frater U:.D:. em seu “Ice Magic”, clássico da literatura caótica de amplo conhecimento dos magistas e que resume, consideravelmente, a principal proposta deste estado em aplicabilidade magicka. Sendo seu “Ice Magic” algo bem diferente do que o nome pode sugerir (magia “do” ou “com” gelo), a lembrança é inevitável como falamos sobre este elemento. Por este motivo cabe uma pesquisa sobre os relevantes textos de Frater U:.D:. (inclusive seu “Practical Sigil Magick”)
Líquido
Em seu estado líquido, fica evidenciado o paralelo com os nadis. Os mares e rios. O próprio caos com infinitas alusões ao “Mar do Caos” e “Oceano do Caos”.
Os “rios que terminam no mar” como metáfora de que “Todos os caminhos vão a Roma” e que o caminho do magista, em sua busca pessoal, acabará, por si, como uma busca final de encontro a este caos oceânico.
Sugere-se uma moderada evolução deste estado em relação ao anterior. Tal qual Excalibur que, presa a pedra (sólido), é também presenteada a Rei Arthur pela “Dama do Lago”. Sendo então o líquido uma redenção. Um degrau acima na obtenção da conquista de uma espada brandindo ao vento.
A fluidez e a constância de quem “bate até que fura”. A ilusão e impermanência provocada por aquilo que “escorre entre os dedos”. Somos agora uma camada onde se processam as sinapses e reações químiconeurológicas e aqui temos a força das turbinas das hidrelétricas com os desvarios da natureza em tempestades, enxurradas, enchentes e tsunamis que tudo levam, tudo arrastam, tudo destroem. Temos a água que lava e leva. Mas a mesma água que bate, passa e corre.
Longe de sua solidez, ela toma vida e ação multiprocessual e sistêmica. Tomando a sua onipresença como algo que envolve o exterior e o interior, ampliando seu espectro de macro-planeta para micro-corpo. Como contraponto ao fogo, seria promotora de um insuspeito equilíbrio de Pandæmonium onde, do seu interior, no âmago do fogo planetário em que Gaia, a mãe-terra, estaria grávida do Sol, cuspindo em sua superfície as labaredas de lava incandescente que resfriam em contato com o líquido, tornado-se sólido para novamente atingir seu estado primal.
O “Solvente Universal” remete aos fluídos de todas as magias. Desde os próprios da linhagem “Solvet Et Coagula”, os fluídos sexuais (virginais ou não), o simbolismo alquímico em amplo espectro e todo o processo de mutabilidade das formas, sejam elas provocadas, provocantes ou provocadoras. Aplica-se ao estado líquido a maior e mais variada gama de interrelações, sendo a natureza multimodal de seus aspectos, o ponto de partida para o início de seu entendimento
Gasoso
Aqui entramos no paradigma do Prana (ou chi, ki, mana, etc). Estamos na “transcendência” onde viemos do líquido, para voltar a ele. Ou viemos do sólido para voltar a ele. Nunca se pensa no emanante. Seria o estado primal da água o gasoso? Sendo ele o mais etéreo, conclui-se como meta final e, logo, como inicial. Em dois paralelos, seria o máximo e o mínimo. Um câmbio. Somos jogados para um lado e outro como quem ainda não adquiriu sua maturidade ou como quem ainda não assimilou o peso desta maturidade.
Neste estado de sutileza e volatilidade, somos mais leves, porém mais suscetíveis a todas as intempéries. A molécula mais “espaçada” adquire uma abertura, uma amplidão e não mais é importante a interação e ação em si, mas sim a referência.
É o fruto de todos os caminhos anteriores que norteiam nosso futuropresente. Somos um presente real, dinâmico, mas nunca estivemos tão sujeitos aos acontecimentos passados.
A idéia de carma e de conseqüência é irrefutável. E aqui é agora o umbral. Neste estado estão os fenômenos psíquicos e todas as manifestações extra matéria densa, sejam elas as mais comuns como as constituições energéticas do corpo físico (aura e chakras) e suas constituições etéricas, mais sofisticadas como o invólucro multidimensional da matrix.
O estado gasoso é demasiado rico e complexo, porém, nesta breve ilustração sobre o trabalho específico, destacaremos mais o estado líquido, por ser a fonte física utilizada. Em uma oportunidade futura, posso me alongar mais nas descrições do sólido e gasoso. Bem como desenvolver algo magicko a respeito
Salt Magick, SatAnanda
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