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Magia do Caos

Uma introdução à Feitiçaria

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Feitiçaria (também conhecida como Results Magic(1), ou Conjuração de Encantamentos) é geralmente compreendida como o uso de técnicas mágicas e perspectivas que tragam uma mudança no ambiente material de alguém. Tradicionalmente, o uso de técnicas mágicas para resultados diretos tem sido considerado como “Baixa Magia”, enquanto a busca por crescimento espiritual, a união com o “Eu Superior” de cada um ou o esforço pela transcendência do mundo material é(2), logicamente, “Alta Magia”. Essa distinção perpetuou a divisão do mundo entre matéria x espírito, subjetivo x objetivo, refletindo uma filosofia geral (compartilhada pela ciência e religião) que considerava as demandas do cotidiano como sendo inferiores às abstrações metafísicas.

Antes da ascensão do dualismo, da crença na rejeição do mundo e da filosofia, feiticeiros eram respeitados (e algumas vezes temidos) por seu poder de influenciar eventos a seu favor. Por exemplo, é dito que o feiticeiro chinês(3) Chuko Liang ter invocado espíritos do vento daquela maneira foi fundamental(4) para seu mestre Liu Pei vencer a Batalha da Costa Vermelha(5), em 261 d.C.

Para o mago moderno, tal distinção torna-se artificial e um grande sinal de autolimitação. Feitiçaria é valiosa por inúmeras razões.

1) Primeiramente, que os sucessos com as técnicas de feitiçaria engastam na mente de alguém a certeza de que MAGIA FUNCIONA de uma forma que o argumento intelectual ou a prática sem propósito claro não conseguem.

2) Segundo, que no trabalho com as técnicas de feitiçaria, a rigorosa análise das próprias motivações e desejos complexos é em si mesma iluminação e de grande benefício para o desenvolvimento mágico.

3) Terceiro, que a prática de feitiçaria por si mesma leva a considerações de ética pessoal; se alguém está decidido a causar mudanças no mundo, esse alguém deve também aceitar a responsabilidade por suas mudanças. Ademais, causar mudanças no mundo tende a levar a mudanças pessoais. Se eu encanto(6) pela fama, então eu preciso estar apto a mudar afim de fazer o melhor uso dessa fama.

4) Quarto, práticas de feitiçaria demandam resultados identificáveis; se eu escolho encantar por Riqueza, eu preciso estar apto para, em algum momento, dizer como a feitiçaria contribuiu para minha riqueza.

5) Finalmente, feitiçaria bem-sucedida requer que nós prestemos atenção ao mundo como ele é, ao invés de como gostaríamos que ele fosse.Uma das grandes armadilhas no desenvolvimento mágico é a tendência das pessoas em, quando o momentum(7) fica difícil, retirarem-se a si mesmas em uma fantasia segura e julgarem-se reis do espaço infinito. A feitiçaria que está preocupada com o dia-a-dia do mundo pode nos ajudar a manter nossos pés no chão, o que é muito importante para aqueles que queiram alcançar as estrelas.

Feitiçaria sensível

Para ser efetiva, a sua abordagem com feitiçaria precisa ser sensível às mudanças em sua vida. Isso pode ser mais bem entendido não tanto como um acesso para conseguir um “lanche grátis” fora do universo, mas como uma abordagem para maximizar sua efetividade em diferentes esferas de ação. Por exemplo, há pouco objetivo em encantamento para um novo emprego, se lhe faltar confiança na medida de(8) que você está indo explodir cada entrevista pela qual se esforçou. É dito freqüentemente que magia parece operar através da rota mais fácil possível, e isso deveria ser tido em mente.

Dinâmicas da feitiçaria

O ato de sonhar acordado ou desejar por algo é raramente efetivo, assim como um desejo genuíno muito rapidamente é pego por uma rede de expectativas conflituosas – medo de falhar, medo do sucesso, consequências possíveis, preocupações, ego-identificações. Geralmente, desejos parecem se manifestar somente quando nos esquecemos deles – quando já não mais estamos constantemente ensaiando-os ou recitando-os (e o que nós vamos fazer quando eles se manifestarem) para nós mesmos. O conhecimento desse processo é a chave para o sucesso mágico em geral, e feitiçaria em particular.

Há uma vasta série de técnicas de feitiçaria disponíveis em livros de magia, e muito mais está sendo descoberto conforme magistas desenvolvem sua própria abordagem altamente pessoal dos mecanismos da feitiçaria. Entretanto, subjacente à maioria dos atos de feitiçaria há uma série de dinâmicas, as quais eu vou examinar brevemente.

A) INTENÇÃO

Obviamente, antes que você tente realizar um ato de feitiçaria, você deve ter algum grau de claridade a respeito de suas intenções bem como dos resultados do trabalho. Intenções podem ser Genéricas ou Específicas. Intenções genéricas abrangem uma área particular da experiência de vida (algumas vezes chamadas de uma ‘esfera de influência’) – por exemplo, se você realiza um trabalho de feitiçaria para aumentar sua saúde geral, então você está basicamente afetando qualquer área de experiência que pode aflorar em questões de sua ‘saúde’. Se, no entanto, você optou por um intento específico – “Eu quero que meu joelho ruim recupere-se rapidamente” – então você está colocando condições mais específicas para o sucesso.

Cada abordagem tem seus prós e contras. Trabalhos de feitiçaria orientados para intentos genéricos (e consequentemente resultados genéricos), i.e. saúde, força, proteção, vitalidade, riqueza, entre outros, podem ser úteis, mas é fácil descrever o resultado de tais encantamentos como se fossem coincidências, especialmente se você ainda está lutando para provar a si mesmo que magia funciona. Trabalhos genéricos podem também ser benéficos conforme é geralmente mais fácil esquecer que você realizou um ato de feitiçaria para aumentar sua força e podem ser somente meses depois que você olha pra trás e percebe como sua vida mudou (devido a coincidências fortuitas e às próprias mudanças em seu comportamento e atitude) e trouxe uma situação na qual você aumentou sua força.

Intenções específicas têm um impacto mais forte sobre nós quando elas se manifestam. Mas esse é geralmente o caso daqueles desejos específicos que são, muitas vezes(9), os mais importantes para nós – particularmente quando tocam a aspectos da vida como sexo ou dinheiro (love magic(10), ou pelo menos ‘getting laid’(11), é muito popular) onde é difícil ‘esquecer’ pelo que temos enfeitiçado, já que estamos muito ‘atados’ ao resultado. Cultivar sua habilidade para Relaxar no Presente é apropriado para o funcionamento da feitiçaria. Há uma variedade de ‘truques’ de feiticeiro para auxilia-lo a ‘banir’(12) uma intenção mágica da consciência, aos quais eu chegarei mais além.

B) LIGANDO UM INTENTO A UMA FORMA-DESEJO

Esse é um simples processo de estabelecer(13) uma associação entre sua intenção (e o resultado de seu desejo) e algum tipo de Foco que não diga imediatamente à mente essa intenção. Quando você está realizando seu feitiço ou encantamento, você direciona toda sua atenção a esse Foco enquanto usa variadas técnicas mágicas que alavanquem-no(14) a um intenso Estado de Consciência Alterada. No momento quando a Gnosis (unidirecionada) é atingida, a atenção é abruptamente desviada do foco e a magia é ‘lançada’ – frequentemente acompanhada por algum gesto de arremessar (ou visualizar) a forma-desejo em alta velocidade no vazio afora.

Existem muitos tipos diferentes de forma-desejo, e eu chegarei a eles depois.

C) VELOCIDADE DE ESCAPE

Embora eu tenha mencionado o uso de Estados Alterados de Consciência acima, isso requer alguma elaboração, principalmente essa ideia de alcançar a Gnosis. Atingir Gnosis é uma experiência muito imprevisível, e está muito relacionado às técnicas usadas e ao seu estado geral de mente e saúde. Somente você é capaz de julgar quando tiver atingido um grau de Gnosis adequado para lançar seu intento no vazio.

D) A VERIFICAÇÃO APÓS

Conforme dito acima, o elemento crucial da feitiçaria é ‘banir’ o desejo de que alguma coisa aconteça de sua consciência, uma vez que você realizou um encantamento para que ‘assim fosse’. Tendo você arremessado seu intento no vazio, então você precisa não desperdiçar mais qualquer momento mental ou energia emocional na questão. Um modo de reforçar esse esquecimento é fechar um trabalho de feitiçaria com um Ritual de Banimento. Como observado acima, pode ser difícil esquecer o que você fez, especialmente se é algo que você realmente deseja que aconteça. Possibilidades de contornar esse problema incluem: ficando alguém responsável de realizar esse ato particular de feitiçaria em seu favor, ou realizar encantamentos para consequências às quais você não esteja particularmente interessado, ou encantamentos para resultados que são bastante específicos, ainda que não particularmente significantes. Por exemplo, um específico (ainda sem sentido) intento pode ser: “É minha vontade notar uma mulher ruiva carregando um pequeno cachorrinho enquanto eu estiver viajando em um transporte público”.

FORMAS-DESEJO

 

Nesta seção, eu vou esboçar alguns dos mais populares tipos de formas-desejo usados na feitiçaria prática.

Sigilos

Muito tem sido escrito sobre a técnica de construção de sigilos, que é por si mesma uma técnica bastante simples. Geralmente, sigilos são excelentes por trazerem, a curto ou longo prazo, resultados precisos, o que os faz excelentes para trabalhos de Result Magic – cura, manipulação de hábitos, inspiração, controle dos sonhos, e assim por diante. Depois de ter decidido sobre um intento particular que você esteja indo declarar como um ato de feitiçaria, existem vários modos de formar um sigilo baseado nesse intento:

(a) Monograma – escreva por extenso seu intento, retire todas as letras repetidas e, com o resto, desenhe um símbolo. Isso pode então ser posto em um fragmento de papel para intensa visualização durante um ritual ‘excitatório’, ou visualizado no seu próprio reflexo em um espelho, até que o espelho escureça e o sigilo resplandeça em chamas diante de seus olhos.

(b) Mantra – escreva seu intento, embaralhe-o em uma frase ou palavra sem sentido, que pode então ser entoada. Alternativamente, você poderia rearranjar as letras da sua afirmação de intento para que se torne outra sentença, a qual pode ser usada como um mantra. Por exemplo:

“Eu desejo aumentar meu charme pessoal” poderia ser “O Astro me Chama”(15).

Sigilos pessoais também podem ser incorporados nos mais ortodoxos talismãs e encantos, e há muitas maneiras diferentes de usá-los, algumas das quais você pode descobrir através da experimentação.

Rimas

Magias mais eficazes de uso simples, versos rítmicos que, enquanto às vezes se relacionem com o desejo ou resultado da magia, podem muitas vezes ser efetivos no estabelecimento de um senso de impulso para a magia. Aqui está um exemplo de tal magia rítmica (fácil de lembrar, uma vez que você já ouviu isso algumas vezes):

Creatures of Fire, this charge I give No evil in my presence live No phantom, spook, nor spell may stay About this place not night nor day Hear my word addressed to thee… This is my will, so mote it be.(16)

Cordas & Fios

O uso de cordas ou fios pode ser o mais efetivo meio de combinação entre movimento físico e execução de uma tarefa repetitiva enquanto usa um mantra, palavra-mágica ou concentração em uma imagem visualizada como parte de uma operação de feitiçaria. Por exemplo, você poderia usar cordões coloridos para representar diferentes ‘fios’ de sua intenção, e atá-los juntos ou conduzi-los através de seus dedos enquanto recita um mantra ou rima. O número de nós atados poderia relacionar-se com o número de vezes que aquele mantra ou rima é repetido, da mesma forma que os Budistas ou Católicos contam recitais de oração nas miçangas(17).

Você também pode ‘amarrar’ magias nos nós, e ativa-las pela desvinculação deles em uma sequência particular. Cordas amarradas podem ser penduradas em torno de sua casa, enroladas em torno das árvores, etc. Você também pode utilizar cordões e fios para criar teias ou redes. Um exemplo de tal estrutura é o cata-sonhos(18), mas você poderia também criar teias para ‘pegarem’ um resultado particular que você deseja. Finalmente, jogos com cordas tal como Cama de Gato(19) podem ser usados como um foco de desejo em trabalhos de feitiçaria.

Velas

Magia da Vela é um caminho muito popular de lançar encantamentos, e há numerosas maneiras pelas quais uma vela pode ser usada em uma operação de feitiçaria. Velas podem ser ‘personalizadas’ talhando-se nelas sigilos formados a partir de nomes, intentos, entre outros. Olhar para uma chama cintilante de uma vela induz(20) a um estado alterado de consciência. Velas podem ser escolhidas para representar diferentes atributos ou intenções usando as correspondências de cores padrão. Um uso muito popular de velas é ‘ungi-las’ com um óleo aromático (que, novamente, podem ser escolhidos de acordo com correspondências padrão ou pessoais que se tenha em mente) e então deixar a vela queimar inteira, seja como parte do seu ritual, ou para ‘lançar’ o feitiço seguido de um ritual para fortalecer a vela.

Bonecas

O uso mágico de bonecas é encontrado em práticas mágicas por todo o mundo, e tem uma herança muito antiga. Bonecas podem ser formadas a partir de diferentes meios – cera e madeira são tradicionalmente populares. As tentativas de criar vida à nossa imagem remontam aos mitos dos golems, homúnculos e Frankenstein, bem como Pinóquio e outros bonecos animados. A utilização de bonecas mágicas é popular por afetar diretamente outra pessoa, por exemplo, em trabalhos de cura, em relações (colocando duas bonecas juntas ou separando-as) ou maldições. Se você estiver fazendo uma boneca a fim de executar uma magia em nome de alguém, então, desde que você tenha seu consentimento, você poderia colocar algum fio de cabelo, pedaços de unha ou fluídos corporais daquela pessoa na boneca, enquanto chama e conversa com ela como se fosse a pessoa.

Espíritos

É comum para Feiticeiros recorrerem a vários Espíritos para auxilia-lo com sua magia. Espíritos podem ser ancestrais, totens animal, elementais, espíritos de uma localidade particular (genius loci), demônios pessoais, goblins da floresta, ou deuses da feitiçaria. Alguns aspectos do trabalho com Espíritos serão abrangidos em um módulo posterior desse curso, mas por enquanto, sem desviar para modelos ou teorias mágicas da ação espiritual, eis aqui uma simples técnica para ‘criar’ espíritos pessoais para o trabalho mágico. Tudo que você precisa é alguma base material na qual um ‘espírito’ pode habitar. Isso poderia ser um bule, um brinquedo, um figurino (como os usados em jogos de fantasia), uma concha, ou qualquer coisa que você ache adequado. Uma vez que você tenha seu objeto (sim, esse é o foco do espírito), examine-o, e decida que tipo de espírito poderia viver nele, ou, se o objeto é uma forma viva, que tipo de espírito ele é. Imagine uma história sobre aquele foco, e então interaja como o objeto como se ele fosse um espírito, ou contenha um. Eu fiz isso uma vez com uma fada de metal(21), que eu decidi que teria o ‘poder’ de encontrar objetos caseiros perdidos. Toda vez que eu perdia algo, eu ia e pedia para a fada acha-lo para mim, por favor. Quando eu achava o objeto em seguida (frequentemente muito rápido, conforme eu estivesse momentaneamente ‘desviado’ de perguntar a mim mesmo onde a coisa estava), eu agradecia a fada e ocasionalmente dava-lhe um presente – uma moeda, incenso, ou uma flor. E eu sempre dizia ‘olá’ quando passava por ela. Eventualmente eu convencia outras pessoas na casa a tratarem a fada da mesma maneira, e ela também achava coisas para elas. Isso é muito simples, especialmente se você precisa de espíritos para ajuda-lo em situações cotidianas.

Uma maneira muito simples de encontrar um ‘nome’ para um Espírito é restringir a ‘tarefa’ do espírito para uma ou duas palavras ou uma frase curta, invertê-las e pô-las juntas. Por exemplo, um espírito cuja tarefa é ajuda-lo a manter o controle de canetas e lápis poderia ser formado pelo intento ‘CANETA AQUI’ e, assim, poderia ter o nome ‘CANETAAQUIUQAATENAC’(22), que poderia soar ‘magicamente’ adequado se entoado.

Eu creio ser uma boa idéia recompensar os espíritos se eles trabalharem por você, então, quando você estiver criando espíritos, faça alguma coisa que ache que irá agrada-los (de acordo com o caráter ou a natureza que você vê nele) depois que ele tenha lhe ajudado. Por exemplo, CANETAAQUIUQAATENAC provavelmente ficaria bastante agradecido se você colocasse as canetas que ele lhe encontrou em um porta-canetas especialmente decorado, de modo que ele poderia ‘guarda-las’ até que elas eventualmente se perdessem outra vez.

Amuletos e Talismãs

Um Pingente(23) ou Amuleto é geralmente um objeto encontrado que seja mantido, ou dado para alguém, para trazer sorte, fortuna, ou proteção contra o mal. Exemplos incluem o típico ‘pé-de-coelho’ ou o trevo de quatro folhas.

Um talismã é um objeto que tenha sido ‘magicamente carregado’ com um tipo específico de influência. Ou seja, o objeto foi especialmente preparado usando-se um ritual designado para concentrar a consciência do mago em qualidades particulares ou influências. Assim, um talismã feito com a intenção de aumentar a confiança do usuário em situações sociais pode ser gravado ou pintado com símbolos Solares (confiança é geralmente relacionada ao Sol nas tabelas de correspondências) e Venusianos (Vênus é considerado, por alguns magistas, o planeta relacionado ao trato com outras pessoas em geral). O criador de tal talismã pode ter concentrado toda sua atenção sobre ele, enquanto usava uma vasta série de símbolos Solares e Venusianos. Talismãs deveriam ser frequentemente mantidos em uma bolsa ou caixa até que eles sejam necessários (a menos que o talismã tenha que ser usado continuadamente) – pois isso os ajuda a manterem seu ‘significado especial’ que, de outra maneira, poderia ser rapidamente perdido. Qualquer tipo de objeto ‘especial’ magicamente criado deveria ser tratado com cuidado.

Feitiçaria e Adivinhação

Atos de adivinhação podem ser muito úteis na prática da feitiçaria. A razão para isso é que o desejo inicial (ou ‘superficial’) de alguém criar um encantamento para um resultado específico pode não ser o ponto mais eficaz a partir do qual guiar seu feitiço. Por exemplo, um feiticeiro decide que ele vai lançar um sigilo a fim de melhorar suas chances de conseguir um emprego. Usando um método de adivinhação para examinar as diferentes facetas de seu desejo, ele descobre que não está certo sobre como irá procurar pelo trabalho que tanto quer, então ele decide fazer que seu primeiro encantamento seja um feitiço para encontrar alguém que possa avisá-lo. Você pode não apenas utilizar métodos de adivinhação para vislumbrar facetas de seus próprios desejos, mas para conseguir informações sobre outras pessoas. Um ex-estudante me disse que uma vez ele planejou realizar um feitiço para ajudar a manter a relacionamento de dois amigos seus. Através de uma leitura de tarô, ele descobriu que uma das partes parecia estar desesperadamente descontente com a relação, então ele percebeu que o que ele primeiramente pensou que fosse a ‘melhor’ coisa a se fazer foi tingido por seus preconceitos sobre a situação, ao invés do que realmente estava acontecendo.

Usar um método de adivinhação antes de lançar um feitiço é um excelente modo de ganhar alguma medida de ‘objetividade’ sobre a situação ou o resultado. Embora magistas façam uso de energia emocional durante o ato do encantamento, é frequentemente mais efetivo se o desejo que você quer encantar é examinado em um estado de calma, a sangue-frio. Assim Vontade & Desejo são unificados antes do início de qualquer projeção ritualística deles(24).

Feitiçaria e Gnosis

Por enquanto, podemos considerar que a consecução de Estados Gnósticos seja o ‘combustível’ para Trabalhos de Feitiçaria. Um dos mais simples procedimentos de lançar um feitiço é visualizar fortemente um sigilo ou símbolo de intenção brilhando incandescente no olho mental, até que a consciência de qualquer outra coisa seja obliterada. Isso pode ser combinado com vias excitatórias ou inibitórias para Gnosis(25). Se você está usando um mantra como a base para um feitiço, ele pode ser entoado (alta ou subvocalmente(26)) até parecer que o canto tem vida própria. Com prática, você estará apto a julgar por si mesmo o início do momento apropriado para ‘arremessar’ o feitiço no vazio e completar seu ritual. Um Projeto de Feitiçaria Para esse Projeto, olhe para as técnicas de Feitiçaria acima, escolha pelo menos três formas diferentes (i.e. Sigilos, Velas, Cordões) e experimente-as por um período de 2 meses. Tente e descubra diferentes métodos de lançamento de feitiço, usando diferentes formas de entrar em Estados Alterados de Consciência conforme você sentir serem apropriadas, e alguns dos exercícios abordados previamente nesse curso para criar suas próprias sequências ritualísticas. Você pode também, se desejar, tentar combinar métodos de feitiçaria ou tentar buscar sua própria abordagem para a feitiçaria.

NOTAS.

(1). Optei por manter o termo em inglês por achar que a tradução literal, a única que fui capaz de imaginar, soaria muito estranho.

(2). O texto em inglês contém o verbo no passado, mas a melhor alternativa que encontrei foi verter o verbo para o presente, o que deixa a sentença mais inteligível.

(3). Phil Hine utiliza letras maiúsculas para esse termo. Creio não estar corrompendo o sentido ao utilizar minúsculas.

(4). Essa foi uma oração de tradução problemática; sugiro consultar a versão em inglês para que não restem dúvidas.

(5). Não consultei enciclopédias em português para saber se a tal batalha é assim chamada no nosso idioma. Essa foi apenas uma opção encontrada no momento.

(6). O sentido de ‘encanto’ aqui não é de alguém que se deslumbra pela fama, mas de alguém que lança encantamentos com o objetivo de adquirir fama. Foi a melhor opção que encontrei para o termo ‘enchant’, e o mesmo uso se aplica no item 4.

(7). O termo momentum foi a opção encontrada para traduzir o ‘the going’ utilizado pelo autor.

(8). A tradução literal aqui seria ‘na medida em que’, mas achei que dessa maneira não ficaria clara a ideia de que é preciso ter a confiança para ‘explodir cada entrevista’. Aceito com gratidão qualquer sugestão para melhorar o trecho.

(9). No texto em inglês, nessa mesma sentença, o termo ‘often’ é usado duas vezes pelo autor. Resolvi substituir o segundo por ‘muitas vezes’, pois, além de ficar mais inteligível, evita repetições desnecessárias.

(10). Apesar de a tradução ser fácil, resolvi manter o termo em inglês por não saber como essa tendência de magia é chamada em português. (11). Nesse caso a tradução é mais complicada, o que, além de também não conhecer como esse tipo de magia é por aqui chamado, me obrigou a manter o original em inglês.

(12). Por questões de sentido e inteligibilidade, resolvi traduzir o ‘loosing’ utilizado por Phil Hine por ‘banir’, pois creio que a tradução literal me traria problemas de concordância.

(13). O verbete usado em inglês é ‘making’, porém, achei que nesse caso uma associação é estabelecida e não feita. De qualquer modo, acho que o sentido se preserva.

(14). Nesse trecho eu preferi suprimir o termo ‘yourself’ da tradução, pois creio que o pronome oblíquo, além de manter o mesmo sentido, tem uma sonoridade mais adequada.

(15). O exemplo do original em inglês é outro: ‘I Desire Assistance in House-Hunting’ poderia se tornar ‘The Sun can Sing’. Eu elaborei uma sentença própria apenas com o intuito de deixar esse método bem claro aos leitores do texto em português.

(16). É claro que eu preferi não arriscar uma tradução poética, mantendo o texto no original em inglês. De qualquer modo, segue aqui uma tradução “meia-boca” da rima: Criaturas do Fogo, esse preço eu pago/Nenhum mal em minha presença vive/nenhum fantasma, espectro, nem feitiço pode permanecer/Sobre este lugar nem noite nem dia/Escutai a minha palavra dirigida a ti…/Essa é minha vontade, assim seja.

(17). Miçanga foi uma opção encontrada que, embora pareça desrespeitoso, evita a repetição de palavras e faz o texto soar melhor. O respectivo objeto é chamado de ‘terço’ pelos católicos e, entre os budistas, creio que seja ‘odyuzu’. Se alguém souber o nome corretamente, eu ficaria grato em ser informado.

(18). Essa estrutura é comumente encontrada entre as artes feitas por hippies das praças ou calçadões. Creio que ela possui um nome mais específico em português, do qual eu não me recordo agora.

(19). Esse foi o nome mais aproximado que eu encontrei em português, embora eu nunca tenha brincado disso. Se o leitor souber como funciona a brincadeira, eu agradeceria muito pela informação.

(20). No original esse verbo é acompanhado pelo auxiliar ‘will’, sendo que a tradução correta seria ‘induzirá’. Mas optei por deixa-lo no presente para concordar melhor com o restante da frase.

(21). A palavra ‘pewter’ significa uma liga composta de estanho, chumbo e zinco, enquanto que ‘pixy’ é, muito provavelmente, a mesma coisa que ‘pixie’. Eu optei por traduzir isso por ‘fada de metal’, e acho que o sentido não foi exageradamente corrompido.

(22). Logicamente, eu verti o intento para o português para ficar mais claro para os leitores. O original em inglês seria este: ‘PEN HERE’, que originaria o ‘nome’ ‘PENHEREREHNEP’.

(23). Os dois substantivos usados no texto em inglês são ‘Charm’ e ‘Amulet’. Resolvi traduzir o primeiro por ‘Pingente’ para não usar duas vezes a palavra ‘Amuleto’.

(24). Sugiro consultar o original em inglês para melhor compreensão desse trecho, bem como ficaria muito grato por qualquer tradução mais elucidativa.

(25). Essa foi uma frase que eu traduzi o mais literalmente possível e creio não ter deturpado o sentido, embora o termo ‘inhibitory’ tenha feito eu ficar em dúvida quanto ao sentido da tradução, já que eu não consigo compreender como chegar à Gnosis por uma via inibitória. (26). Não faço idéia do que seja entoar um mantra ‘subvocalmente’; apenas traduzi o termo literalmente. Agradeceria por explicações sobre.

por Phil Hine, tradução Distopin


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